Avisos ou alertas: Essa fic ignora completamente o sexto livro. Além disso, há cenas de sexo, consentido e entre adultos.
Resumo: Snape ganha uma segunda chance da vida.
Agradecimentos: A Lud, que criou esse desafio, um espaço para nós que amamos o Snape e que me ensinou a postar no rs. E à boa-alma que me mandou a mp3 de Miss Sarajevo, sem a qual todo o embate (com trocadilho, por favor) entre Snape e Hermione não teria existido, rs.
Disclaimer: Nada disso me pertence, eu apenas peguei emprestado da tia JK Rowling e de seus associados para poder brincar.
Esta fic faz parte do SnapeFest 2006, uma iniciativa do grupo SnapeFest, e está arquivada no site http// fest
CAPÍTULO VI
De volta às masmorras, que para ele havia deixado apenas algumas horas antes, Snape não consegue descansar. Tudo estava como ele deixara, realmente. Parecia que os anos não se haviam passado. Até mesmo suas roupas e livros estavam em seus aposentos, e pareciam ter sido cuidados durante todo esse tempo.
O mestre de Poções retirou suas roupas e, depois de banhar-se, colocou as vestes que costumava usar para dormir. Mas depois de muito rolar na cama, decidiu que não conseguiria descansar enquanto algumas respostas não fossem dadas.
Era madrugada. Mas assim mesmo Hermione despertou, com a nítida sensação de que estava sendo observada, apesar de estar em segurança na ala hospitalar de Hogwarts. Anos de luta contra Voldemort ensinaram-na a detectar coisas estranhar no ar, mesmo quando estava adormecida. E outros anos treinando técnicas de DCAT sempre que Harry queria ensinar algo novo aos alunos deixaram a bruxa sempre alerta.
Abrindo os olhos e movendo-se lentamente para tentar identificar de onde vinha a sensação de que era observada, Hermione aproveita para pegar discretamente a sua varinha, que estava na cabeceira de sua cama. Quando sentiu-se segura, a professora sentou-se no leito e gritou:
- Lumus!
A ponta de sua varinha imediatamente acendeu-se, revelando um estranho sentado em uma cadeira próxima de sua cama. Ela levou alguns segundos observando o homem, que ao ver a luz abaixou a cabeça e tentou cobrir-se com seu manto, até que acreditou que conseguira identificar quem ele era.
- Por Merlin, então não era sonho? Você está vivo? Professor Snape, você está vivo mesmo? Eu não estou delirando?
A jovem pula da cama e corre até o professor, segurando o braço de Snape e não permitindo que ele escape, impedindo o que ele já pensava em fazer. Pego em flagrante, Snape não tem outra opção a não ser revelar-se e admitir a verdade.
- Sim, senhorita Granger. Eu estou vivo. Mas por favor, não me faça perguntas agora, diz o Mestre de Poções, suspendendo uma das mãos e calando as milhares de indagações que a professora se preparava para fazer.
- Eu preciso de algumas respostas. E, agora, somente a senhorita vai poder me ajudar. Eu vou entender se a senhorita não quiser colaborar. Eu não fui exatamente o melhor professor que a senhorita já teve, e você deve me odiar, mas eu preciso mesmo de respostas ...
- Isso não é verdade, deixa escapar Hermione, para abaixar os olhos e começar a examinar os pés.
- O que não é verdade, Granger, indaga Snape.
- O senhor foi um excelente professor. E...
- E o que, rertuca Snape, irritado novamente.
- E eu não te odiava, responde rapidamente a grifinória. – Mas o que você que saber, completa.
- Como foi que Potter matou o Dark Lord?
- Você não sabe?
- Ora, se eu soubesse não precisava perguntar-lhe, não é senhorita?
- Mas como você não sabe o final da guerra? Onde esteve esse tempo todo?
- Eu lhe pedi que não fizesse perguntas. Se você não pode ou não quer me responder, é só me dizer, retruca Snape, com a gélida voz que costumava usar em sala de aula. Só faltou a retirada de pontos da Grifinória para completar o quadro.
- Escute aqui, professor Snape. Eu não sou mais sua aluna, não tenho mais 16 anos e não estamos em uma sala de aula. Eu não sei onde o senhor esteve nos últimos 15 anos, mas se acha que pode usar esse tom "eu-sou-o-terrível-Mestre-de-Poções" para me deixar intimidada, está muito enganado. Eu posso e vou te responder, desde que o senhor faça algo com o qual não está acostumado: me trate com respeito e como sua igual, respondeu Hermione, extremamente aborrecida.
Sem sequer dar tempo para que Snape se recuperasse da resposta, ela acrescentou.
- O senhor já sabe que Dumbledore foi morto por Voldemort?
Snape apenas sacode afirmativamnete a cabeça. Ainda está atordoado demais com o que a grifinória havia lhe dito instantes antes.
- Pois bem. No dia do enterro do diretor, aqui em Hogwarts, aproveitando que as proteções contra aparatação estavam suspensas, Voldemort atacou, junto com um grupo de comensais, diz a bruxa.
Hermione explicou que – provavelmente – a intenção de Voldemort era aproveitar a comoção causada pela cerimônia para pegar Harry de surpresa e, possivelmente, fragilizado pela perda.
- Só que a ordem anteviu essa possibilidade e montou um plano de contra-ataque. Os comensais foram cercados logo ao aparatarem na área onde estava sendo realizada a cerimônia e a luta acabou durando pouco tempo, completou a professora.
- Entendo. Mas como foi que o Lord morreu, indaga Snape, com vívido interesse. "Essa menina tem o dom de relatar fatos. Deveria dar as aulas de História de Magia no lugar de Binns. Aliás, em que ela estará trabalhando?", pensou o professor de Poções.
Hermione contou que no momento em que Voldemort e seus asseclas começaram a aparatar, ela e Rony Weasley se posicionaram à frente e nas costas de Harry, para evitar que o Dark Lord conseguisse atingir o grifinório com algum feitiço à traição.
Vendo que perdera o elemento surpresa, Voldemort decidiu lançar todas as suas fichas em tentar desestruturar Potter emocionalmente, para tentar atacá-lo em um momento de distração. Todos os presentes, inclusive aurores e os comensais ainda conscientes, prenderam a respiração quando Voldemort e Potter ficaram frente à frente, em meio a um amplo círculo de expectadores ansiosos.
- O Lord encarou Harry e disse "E então, menino, mais uma vez estamos frente à frente. E desta vez não há ninguém disposto a lhe proteger". Mas Harry apenas riu. "E foi por acreditar nisso que você veio acompanhado por tanta gente, Riddle?", respondeu ele – continuou narrando Hermione Granger.
- Pelo que vejo o moleque continua insolente. Bem vejo que somente aprendeu péssimas maneiras com o seu mentor, disse Voldemort.
- Depende do que você chama de péssimas maneiras, Riddle. Invadir uma cerimônia fúnebre não é o que eu chamo de um bom comportamento. Pelo menos foi isso o que o meu mentor me ensinou, retruca o Menino-que-sobreviveu, com uma calma na voz que surpreendeu a todos que conheciam Harry Potter.
- Com certeza eu e Dumbledore sempre tivemos opiniões diversas sobre vários assuntos. Boas maneiras são apenas mais um dentre tantos.
- Não duvido isso. A diferença de opiniões entre vocês dois era impressionante. Veja só o caso dos trouxas. Ele os adorava, mesmo sendo um bruxo de puro-sangue. E você os odeia, apesar de ser um mestiço, proferiu Potter, para espanto de todos.
- Ora seu... Crucio!
- Protego!
Como ocorrera três anos antes, após a final do Torneio Tribruxo, os dois feitiços se encontraram no ar e as duas varinhas ficaram vibrando nas mãos dos dois oponentes. Harry se preparou para o que desconfiava que voltaria a acontecer. E novamente os dois foram erguidos no ar e levados para um terreno mais elevado. O fio de luz dourada que unia as duas varinhas se dividiu em mil outros fios, que cercaram os dois bruxos, como se fossem uma teia dourada.
O mesmo som ecoou no ar, o som que ele só ouvira duas vezes em sua vida: a canção da fênix. E como ocorrera no cemitério, na noite em que Voldemort ganhara um novo corpo, ele ouviu a voz de Dumbledore em seus ouvidos:
"Não rompa a ligação. E se concentre no que deseja". Ouvir a voz do mestre provocou em Potter uma ira fria. Não a dor inconsolável ao saber da morte dos pais, não a raiva fervente pela morte de Sirius Black. A morte de Dumbledore provocou a ira necessária e a concentração precisa para que ele realizasse o primeiro feitiço não-verbal de sua vida:
"Avada Kedavra".
Mal as palavras saíram de sua mente, a ponta de sua varinha tingiu-se de verde. E aos poucos, como se em câmera lenta, o raio de luz dourada que unia as duas varinhas foi sendo tomado pela cor verde da maldição mortal.
- Quando Voldemort percebeu a mudança na cor da ligação mágica entre as duas varinhas, tentou romper o contato. Mas já era tarde demais. A maldição o atingiu e ele acabou caindo morto no chão. Imediatamente a teia de luz se rompeu e nós corremos até onde os dois estavam. Fui a primeira a chegar e ainda vi o corpo de Voldemort secando no chão. Ele secou até que parecesse uma múmia, para depois virar pó. Eu te garanto, professor, foi horrível, completou Hermione.
- Então quer dizer que finalmente o Potter aprendeu a fechar a mente e a realizar feitiços não-verbais. Senhorita, estou quase acreditando em milagres, ironizou Snape.
Hermione nunca soube dizer qual exatamente foi a gota d'água: o trauma por saber que o ex-professor estava vivo, a ironia na voz de Snape ou a referência às capacidades mágicas de Harry. Ou talvez tivesse sido esses três ingredientes juntos que a fizeram responder:
- Escuta aqui, professor Snape. Durante quase seis anos eu fui obrigada a aguentar as suas ironias, os seus maus-tratos, a sua perseguição com a Grifinória e a sua implicância absurda com o Harry. Mas agora chega. Fiz mais do que um favor em te contar o que você queria saber, mas não vou tolerar que você fale assim do meu amigo. Harry fez o que todos esperavam dele e, para alegria do mundo bruxo, matou Voldemort. Fez o que deveria ter feito. Agora, o senhor, onde estava durante a batalha final? Onde esteve esses anos todos? E agora aparece para criticar, com essa sua voz irônica, praticamente gritou.
- Escuta aqui digo eu, Granger..., começa a falar Snape.
- Não escuto. E para você é pro-fes-so-ra Granger, entendeu? Agora, se o senhor me permite, eu vou continuar a dormir. Passe bem. Ao falar isso, Hermione deita-se novamente em seu leito e cobre a cabeça com as cobertas, não dando chance a que Snape fale mais alguma coisa. Sem outra alternativa, o Mestre de Poções deixa a ala hospitalar e segue novamente para as masmorras. Se tivesse demorado alguns minutos mais, teria ouvido a ex-aluna chorando baixinho.
Nota da autora: agradecimentos especiais a Sacerdotiza (em breve o tio Sevvie vai descobrir), Nina Neviani (obrigada pelo elogio), Fadinha (aqui está, novo capítulo para matar a sua curiosidade) e Avada Kedrava Ridlle (eu te garanto que será sim, chocante, rs), pelos comentários ao último capítulo.
