Avisos ou alertas: Essa fic ignora completamente o sexto livro. Além disso, há cenas de sexo, consentido e entre adultos.

Resumo: Snape ganha uma segunda chance da vida.

Agradecimentos: A Lud, que criou esse desafio, um espaço para nós que amamos o Snape e que me ensinou a postar no rs. E à boa alma que me mandou a mp3 de Miss Sarajevo, sem a qual todo o embate (com trocadilho, por favor) entre Snape e Hermione não teria existido, rs.

Disclaimer: Nada disso me pertence, eu apenas peguei emprestado da tia JK Rowling e de seus associados para poder brincar.

Esta fic faz parte do SnapeFest 2006, uma iniciativa do grupo SnapeFest, e está arquivada no site http// fest

CAPÍTULO VII

De volta às masmorras, Snape não conseguiu dormir. Ele já entende porque a morte de Dumbledore era necessária, mas não consegue se conformar com isso. As informações de Hermione Granger foram tão vívidas e precisas que ele conseguia até mesmo ver a cena da morte do Dark Lord.

"Eu teria adorado presenciar essa cena. Será que a Granger colocaria essa memória em uma penseira, para que eu pudesse ver?", pensa o Mestre de Poções.

E ele continuou a divagar. "Quer dizer que a Sabe-Tudo agora é pro-fes-so-ra Granger. Mas é claro, deve estar no lugar de Minerva e ainda ser diretora da Grifinória. Como não pensei nisso ao vê-la? Eu tenho que admitir que foi uma excelente escolha, a menina sempre foi a melhor da turma. Pena que fosse grifinória e amiga do Potter. Eu teria ficado feliz em lhe conceder os pontos que ela merecia, caso fosse da Sonserina. Ou até mesmo da Corvinal"

- Menina? Acho que você não observou bem, meu caro Snape. A voz que surgiu na mente do Mestre de Poções não deixou dúvidas de que o seu inconsciente observara bem, e muito bem, a professora.

O professor foi retirado de seus pensamentos pela chegada de um elfo doméstico em seus aposentos. Só nesse momento foi que ele percebeu que passara toda a noite sentado em uma poltrona da saleta de estar.

O elfo doméstico lhe entregou um pergaminho. Era um convite da diretora para que fosse tomar café da manhã com ela, mas que foi recusado por Snape. O professor queria mais tempo só, para continuar ruminando seus pensamentos. Além disso, não queria correr o risco de ser surpreendido novamente por pessoas que deveriam pensar que ele estava morto.

Depois de um farto desjejum, Snape voltou à poltrona onde passara a madrugada. O professor pensava nas propostas feitas por Dumbledore. Ele já havia quase desistido de voltar a seu próprio tempo.

Mas, o que ele faria nesse futuro, que poderia se transformar em seu presente? Adotar uma nova identidade seria ter de viver eternamente sob um encantamento de glamour que lhe ocultasse as suas verdadeiras feições. E, já que é uma nova vida, você quer vivê-la sem máscaras, advertiu-lhe a voz em sua mente.

Por outro lado, revelar a verdade ao mundo bruxo seria correr o risco de ver espelhada em cada olhar a pergunta que a senhorita Granger lhe fizera na enfermaria: - E onde o senhor estava durante a guerra?

Snape reconhece que exagerara no tom com a ex-aluna. Esquecera-se de que 15 anos já haviam se passado e que a senhorita Granger não era mais uma garotinha que poderia ser assustada com sua ironia.

E, reconheça, nem quando ela era uma garotinha você conseguia assustá-la de verdade. A voz já estava se tornando irritante, mas Snape tinha que admitir que seu inconsciente estava lhe dizendo verdades que ele sempre tentara esconder. E o fato de que Hermione Granger não se assustava com a ironia e o tom gélido dele era apenas uma delas. Meu caro Snape, há muito mais escondido na sua mente do que apenas a constatação de que a Granger nunca foi uma medrosa.

Já irritado com o caminho que seus pensamentos estavam tomando e, por que não, temendo que seu inconsciente resolvesse derramar de uma só vez tudo que estava escondido em sua mente, Snape resolve arrumar alguma coisa para se distrair. E querendo saber mais sobre o fim da guerra, chamou um elfo e enviou um pergaminho para a ala hospitalar.

Hermione já se sentia bem e esperava a chegada de madame Pomfrey ou de sua amiga Gina Weasley - a ruiva se preparava para substituir a enfermeira, que se aposentaria no final do ano - na ala hospitalar, para receber alta médica. Ela estava ansiosa por voltar às suas aulas, o melhor remédio para parar de pensar em Severus Snape.

A bruxa não fazia mais nada além de pensar nele, desde que descobrira que o ex-professor estava vivo. "Porque eu não consigo parar de pensar nele? Pensei que essa paixão adolescente já tivesse acabado, que tivesse sido superada. Mas parece que ela voltou com força total", pensava a professora.

Granger passara parte da madrugada chorando, depois da discussão com Snape. Ela se entristecia por ver que o tempo não abrandara a ironia e a frieza com que o professor tratava os grifinórios em geral (e a ela em particular) e nem aplacara o ódio que ele tinha por Harry. "Por onde será que ele esteve esse tempo todo? Será que não soube o quanto nós sofremos por achar que ele estava morto? Até mesmo o Harry ficou chateado e se arrependeu de todas as vezes que desconfiou do Snape", continuava a pensar Hermione.

A presença do elfo doméstico ao lado de sua cama a surpreendeu. E mais surpresa ainda ela ficou ao ler o pergaminho que ele lhe entregava.

"Prezada professora Granger

Devo-lhe um pedido de desculpas. Meu comportamento nessa madrugada foi inadequado e desnecessário, eu reconheço. Gostaria de saber se posso visitá-la na ala hospitalar, para me desculpar. Bom, eu também quero saber mais sobre o fim da guerra, se a senhorita me perdoar e concordar em me contar.

Aguardo a sua resposta

SS"

Hermione não pode deixar de sentir um arrepio percorrendo a sua coluna ao ver de novo a letra do ex-professor. Ainda mais por ele pedir para visitá-la. Não se enganava. O motivo da visita era mais a vontade dele em receber informações do que propriamente o interesse em sua companhia ou pelo seu estado de saúde.

"Mas porque será que ele não sabe nada da guerra? Bom, se eu aceitar a visita, terei chance de descobrir", pensa a jovem. E também de ficar algum tempo perto dele, disse aquela vozinha da sua consciência, que não a deixava mentir nem para si mesma. Despachou o elfo, pedindo que dissesse ao professor que ele era bem-vindo à hora que quisesse.

Mal recebera a resposta, Snape se dirigiu a ala hospitalar. Sabia que a ex-aluna estava sozinha, aguardando madame Pomfrey, então não haveria riscos de encontrar mais alguém na enfermaria. Para garantir, usou pó de floo para chegar até lá.

- Bom dia, professora Granger, cumprimentou, enquanto retirava a fuligem das roupas negras que estava usando.

- Bom dia, professor Snape. A que devo o prazer da visita, disse Hermione.

- Como disse no pergaminho, fui desnecessariamente rude com a senhorita, ontem. E também gostaria de saber mais sobre o final da guerra.

- Correto, professor. Terei prazer em lhe contar o que o senhor desejar saber. Mas será que em troca eu poderia lhe fazer algumas perguntas também, indaga Hermione, com um tom de velhacaria na voz.

Snape não conseguiu segurar um breve sorriso. E Hermione surpreendeu-se ao ver o quão mais jovem e sexy ele ficava quando ria.

- Hummm, o que temos aqui? Uma legítima tentativa sonserina de conseguir um acordo? Estou começando a achar que Chapéu Seletor errou ao colocá-la na Grifinória, retrucou, ainda com um meio sorriso.

- Infelizmente, professor, sangues-ruins não são aceitos em sua casa.

Hermione se arrependeu amargamente da frase, ao ver o esboço de sorriso sumir da face de Snape.

- Me desculpe, professor, eu não queria ofendê-lo. Foi apenas uma brincadeira infeliz. Deixemos esses assuntos de lado. O que quer saber, completou a bruxa.

- O que aconteceu após a morte do Dark Lord?

- Os comensais que foram cercados durante a batalha final foram levados diretamente para Azkaban e, depois de um julgamento rápido, condenados ao beijo dos dementadores. Para esses não houve grandes problemas para a acusação, pois foram presos no local da batalha final e chegaram em companhia de Voldemort.

- Quem eram eles, indaga Snape.

- Os Lestrange, Lucius Malfoy, os pais de Crabbe e Goyle, Nott, aqueles comensais mais chegados ao Riddle, respondeu.

- Mas alguns deles, como o Malfoy, estavam em Azkaban quando eu supostamente morri, interrompeu Snape.

Hermione explicou ao professor que eles conseguiram escapar depois que os dementadores passaram para o lado de Voldemort, logo no início daquele ano. Snape ficou em silêncio alguns minutos, para depois perguntar se havia alunos de Hogwarts entre os comensais presos.

- Na batalha, apenas Crabbe e Goyle, que acompanhavam os pais. Outros foram presos depois, tinham recém-entrado para o grupo de Voldemort, explicou a jovem.

- E quanto a Draco Malfoy, preocupou-se o Mestre de Poções.

Desta vez é Hermione quem não consegue segurar um sorriso.

- Ele teve um cormportamento, digamos, Draco Malfoy de ser, tanto na guerra quanto depois dela. Ele não se aliou aos comensais, pelo menos não de forma declarada. E não participou da batalha final. Quando os comensais restantes começaram a ser procurados, ele foi ao Ministério da Magia e prestou um depoimento ao chefe dos aurores.

A professora contou que o loiro sonserino revelou os nomes e a localização de vários comensais da morte, além de apontar os autores de diversas mortes de bruxos e trouxas que ainda estavam sem solução. Malfoy também apresentou os esquemas que os comensais usavam para esconder parte do dinheiro que extorquiam de suas vítimas.

- Embora não tivesse tomado partido durante a guerra, Draco prestou um grande favor à Ordem da Fênix e ao Ministério da Magia ao final dela. Graças a ele, conseguimos identificar todos os comensais restantes, pois a marca negra desaparecera definitivamente com o fim de Voldemort, completou Hermione.

Ao ouvir a última frase, Snape se surpreende. Não parara ainda para observar seu antebraço esquerdo desde que chegara àquela época, no final da tarde anterior. Pedindo desculpas por um instante à agora colega, ele levanta-se e vai até uma janela da ala hospitalar. Enquanto finge que observa a paisagem, ele levanta a manga de suas vestes e percebe que seu braço está limpo, como se nunca a maldita marca tivesse sido gravada à magia negra em sua pele.

Snape volta a seu lugar e retoma a conversa.

- Senhorita Granger...

- Por favor, professor – interrompe a jovem – o senhor poderia me chamar de Hermione? É que somos praticamente colegas e não vejo razão para essa formalidade toda.

Pego de surpresa, ele retruca.

- Bom, acho que posso lhe tratar pelo primeiro nome. Desde que você pare de me chamar de senhor. Afinal, pelo menos tecnicamente, eu não sou mais tão mais velho que você, afirma Snape, com um sorriso.

- E onde Draco está agora, completa.

- Graças à ajuda que prestou ao ministério, ele conseguiu salvar a fortuna e os negócios da família. Casou-se com a Parkinson e já tem dois filhos. O mais velho virá para Hogwarts no próximo ano letivo.

- Impressionante. Você eu já sei que está dando aulas aqui. E quanto aos seus dois amigos do Trio de Ouro?

- Professor Snape, retruca Hermione.

- Está bem. E seus dois amigos, Ronald Weasley e Harry Potter, que fim levaram?

- Ron decidiu seguir carreira no quadribol e hoje é goleiro titular do Chudley Cannons e também da seleção inglesa. Já o Harry, voltou para cá depois do treinamento como auror, revelou a professora.

- Quando você diz voltou para cá, quer dizer voltou para Hogwarts?

- Sim, professor Snape. Harry é o professor de DCAT, diz – timidamente – Hermione Granger.

- DCAT? Potter está dando aulas de Defesa contra a Arte das Trevas?

- Há exatos nove anos. O mesmo tempo em que eu faço parte do corpo docente da escola. Vim para cá depois de me graduar em Lyon, revela a bruxa, temendo uma explosão do Mestre de Poções, que nunca ocultara de ninguém o seu desejo de ser o professor de DCAT.

- Interessante. A propaganda perfeita para Hogwarts. Venha estudar DCAT com o menino que matou o Dark Lord. Excelente jogada da McGonagall, diz Snape, sem conseguir conter uma ponta de irritação.

- Suponho que ele seja também o diretor da Grifinória, completou.

- Não, eu sou a diretora da nossa casa. Harry é o vice-diretor da escola e não teria tempo para acumular os dois cargos, disse.

- Impresionante, repetiu Snape, com um tom seco e cortante, já se levantando da cadeira.

- Bom, senho... quer dizer, Hermione. Já ocupei demais o seu tempo. Fiz você falar quase a manhã inteira. Acho que abusei, afinal você ainda está convalescendo. Obrigada pelas informações, diz Snape, instantes antes de sumir pela lareira até os seus aposentos, sem dar chances para que a jovem responda qualquer coisa.

Nota da autora: Mil beijos para a Magalud (por Merlin, você está lendo a minha fic. Yupiiiiiiii! Io sono felice), Sacerdotiza (eis mais um capítulo, minha flor) e Nina Neviani (espero que você goste desse também).