Avisos ou alertas: Essa fic ignora completamente o sexto livro. Além disso, há cenas de sexo, consentido e entre adultos.
Resumo: Snape ganha uma segunda chance da vida.
Agradecimentos: A Lud, que criou esse desafio, um espaço para nós que amamos o Snape e que me ensinou a postar no rs. E à boa-alma que me mandou a mp3 de Miss Sarajevo, sem a qual todo o embate (com trocadilho, por favor) entre Snape e Hermione não teria existido, rs.
Disclaimer: Nada disso me pertence, eu apenas peguei emprestado da tia JK Rowling e de seus associados para poder brincar.
Esta fic faz parte do SnapeFest 2006, uma iniciativa do grupo SnapeFest, e está arquivada no site http// fest
CAPÍTULO X
A manhã finalmente chegou a Hogwarts. Sabendo que a jovem amiga insistiria em estar presente no salão na hora em que McGonagall revelasse a verdade sobre Snape, Gina dá uma alta temporária para Hermione, com a recomendação de que ela volte para a ala hospitalar assim que o café-da-manhã terminasse. A medi-bruxa teme que a amiga tenha uma nova comoção emocional.
Gina também estaria presente. Queria, acima de tudo, ver qual seria a reação de Harry, pois atendendo a um pedido de Hermione, nada contara ao namorido.
Nas masmorras, Snape já estava preparado para o seu "retorno ao mundo dos vivos". Havia colocado as vestes negras que sempre o caracterizaram e aguardava a chegada de um elfo, que lhe avisaria que já era hora de se dirigir ao Grande Salão.
Para surpresa dele, no entanto, alguém bateu à porta de seus aposentos. Após um "entre" em alta voz, seguido de um leve movimento de varinha, Snape viu-se frente-a-frente com a diretora.
- Severus, mudei de idéia. Acho melhor que você entre ao meu lado no salão, disse McGonagall.
Sem nada responder, o Mestre de Poções apenas oferece o braço à diretora e segue com ela até o salão. Ao se aproximar da porta de acesso, normalmente usada pelos professores, e ouvindo o burburinho feito pelos alunos, Snape tem um instante de hesitação e para de andar.
- Minerva, eu...
- Você vai entrar comigo por aquela porta e será apresentado como o professor de Poções para as turmas de N.I.E.M.s, afirma a diretora.
- Como? Quando vocês decidiram isso, indaga Snape.
- Eu conversei com Albus ontem à noite, e tanto eu quanto ele achamos que seria a melhor solução, responde.
- Mas, e o atual professor de Poções, indaga.
- Tenho certeza de que Hermione Granger não vai se importar com esse arranjo, completa a diretora.
- Hermione? Mas o que a senhorita Granger tem a ver com isso?
- Ela não lhe contou? A senhorita Granger é a nossa professora de Poções há quase dez anos, afirma McGonagall. – Mas, agora, vamos, conclui a diretora, empurrando Snape para dentro do Grande Salão, aparentemente ignorando o abalo do professor.
Snape sente-se chocado ao saber que Hermione havia assumido o posto de Mestra de Poções de Hogwarts. Mas, para sua surpresa, acabou aceitando bem a escolha da grifinória para a cadeira. "Confesse, Snape, meu caro. Você não apenas aceitou bem como está sentindo um orgulho enorme por ela", disse a voz em sua mente. Mas o professor acabou nem podendo retrucar: já estava sendo analisado pelos presentes no Salão Principal.
A entrada da diretora, acompanhada por aquele homem estranho para a maioria dos presentes, foi suficiente para que o burburinho fosse cessando aos poucos no Grande Salão. Harry foi o primeiro a se levantar da mesa para tentar identificar o estranho que lhe era tão familiar.
"Não é possível...", "parece com o Snape", "mas não pode ser..." eram as frases que começavam a brotar de vários pontos da mesa dos professores. Harry voltou-se e olhou para Gina, assustado.
- Não, Harry, você não está tendo uma alucinação. Ele é o Snape, disse Gina, lendo a pergunta muda nos olhos dele.
- Mas não pode ser, Gina. O Snape foi morto em um ataque dos comensais, que descobriram que ele era um espião da Ordem, disse o Menino-que-Sobreviveu.
- Essa foi a história que todos nós ouvimos, Harry, mas não é a verdade. O professor Snape está vivo e finalmente entre nós, afirma a diretora, que chegara ao lugar dela na mesa dos professores.
- Mas Dumbledore..., tenta argumentar Harry.
- Eu vi o corpo, afirma madame Hook.
- Se Snape está vivo, quem foi que nós enterramos, questiona Flitwick.
Vendo que os professores estavam em completa confusão, a balbúrdia se espalhou também entre as mesas dos alunos. Muitos chegaram a ficar de pé, para tentar ver melhor o que estava acontecendo. Batendo com um talher em sua taça, McGonagall pede calma a todos. Ela apresenta Severus Snape aos alunos, afirmando que ele foi um herói da II Guerra dos Bruxos, e afirma que ele era professor da escola há 15 anos, quando foi dado como morto, para somente agora ser novamente encontrado.
A diretora acrescenta que Snape seria o professor de Poções para as turmas de N.I.E.M.s e afirma que os alunos estavam dispensados das aulas daquela manhã, pois ela faria uma reunião entre os professores.
Quando todos estavam acomodados no escritório da diretora, Minerva e o retrato de Albus revelam ao corpo docente da escola toda a trama que resultara no desaparecimento de Snape por todos esses anos e a necessidade de que ele seja dado como morto.
Por sua vez, o Mestre de Poções é inteirado das poucas modificações feitas em Hogwarts, sendo que algumas ele já sabia por intermédio de Hermione. A única surpresa foi saber que Victor Krum estava dando aulas de Transfiguração e que, na ausência de um professor oriundo da casa, era ele quem estava dirigindo a Sonserina, por sua graduação em Durmstrang.
Ao final da reunião, quando todos os professores já estavam deixando a sala da diretora, Hermione se aproxima de McGonagall e pede uma conversa em particular. A diretora concorda e a grifinória fica no escritório. Quando estão sozinhas, Hermione diz:
- Professora Minerva, agora que o professor Snape voltou, talvez seja o momento de eu deixar a escola, diz a jovem bruxa.
- Porque isso agora? Sair da escola por qual motivo, responde a diretora.
- Por nada, Minerva. Eu apenas acho que é um bom momento para fazer o meu mestrado em Transfiguração. Você sabe que Lyon vive me mandando corujas, pedindo que eu volte para a minha atualização em Poções e para o mestrado. Acho que seria um excelente momento para isso, alega Hermione.
- Minha cara Hermione. Você nunca conseguiu mentir bem. Porque você quer deixar a escola? É por causa da volta do Snape, indaga McGonagall.
- Não vou negar que a volta do professor Snape me deixou bastante abalada, Minerva. Eu não sei se conseguiria ficar normalmente ao lado dele e por isso preciso desse período longe, para pensar melhor, para analisar os meus sentimentos, confessa a grifinória.
- Você ainda o ama, não é, indaga a diretora, indo direto ao ponto.
- Não, Minerva, disfarça Hermione. Mas diante do silêncio da diretora, ela acaba confessando:
- Eu já não sei mais se eu o amo. Eu tenho medo de ter amado um ser que nunca existiu. Eu tenho medo de admitir para mim mesma que eu tenho agora uma chance de concretizar o que era só um sonho de adolescência e, depois, descobrir que o meu sonho foi construído em cima de bases frágeis e que o homem que eu sempre amei não passava de um mero personagem, diz a jovem.
- E porque você não tenta concretizar esse sonho, indaga McGonagall, que durante o desabafo da professora trocara um longo olhar com o retrato de Albus Dumbledore.
- Porque eu tenho demais a perder se eu falhar. A começar pela minha sanidade, retruca Hermione.
- Está bem, minha querida. Combinemos assim. Eu lhe dou uma semana de licença para você pensar bem. Se após esse prazo você ainda quiser deixar a escola, não há nada mais que eu possa fazer a não ser lamentar e te conceder a licença para estudos que você está me pedindo, assegura a diretora.
Naquela mesma tarde, Hermione mudou-se para um quarto na hospedaria de Madame Fauchez, uma bruxa suíça que há décadas emigrara para Hogsmeade. Como sempre, a rede de intrigas da escola funcionou bem e na hora do jantar a maioria das pessoas já comentava que a professora Granger havia deixado Hogwarts.
Na manhã seguinte, logo após o desjejum, Harry Potter deixa a escola com destino ao povoado. Ele quer saber exatamente o que acontecera para que a amiga decidisse abandonar a escola que sempre amara.
- Harry, não aconteceu nada. Eu apenas preciso de um tempo longe da escola para assimilar a volta do Snape. E nada melhor do que aproveitar esse tempo para me aprimorar. Aliás, quando será a reciclagem do seu curso de auror, diz a bruxa.
- Não desconversa, Mione. No fundo, quer dizer que a rede de intrigas de Hogwarts estava certa e que a sua saída tem a ver com a volta do morcegão, alfineta Potter. O rapaz sempre desconfiara de que a amiga tinha uma paixonite pelo ex-professor, ainda mais depois que ela passara uma semana internada após a notícia da morte dele.
- Harry – sorri a jovem – quando é que você vai parar com essa implicância com o Snape?
- Provavelmente nunca. Ainda mais quando eu descubro que a minha melhor amiga vai para a França por causa dele, retruca.
- Ah, Harry. As coisas não são tão simples assim. E não é por culpa de Snape que eu vou para Lyon. Não me peça que eu explique isso. É algo que nem eu mesma sei te explicar, completa Hermione, para em seguida ganhar um abraço.
Nesse exato momento, a porta de entrada da hospedaria se abre e a figura que se preparava para entrar fica petrificada ao ver a cena. Sem nada dizer, Severus Snape retrocede e aparata de volta aos portões de Hogwarts, acreditando que mais uma vez perdera, para um Potter, alguém que lhe era precioso.
