Avisos ou alertas: Essa fic ignora completamente o sexto livro. Além disso, há cenas de sexo, consentido e entre adultos.

Resumo: Snape ganha uma segunda chance da vida.

Agradecimentos: A Lud, que criou esse desafio, um espaço para nós que amamos o Snape e que me ensinou a postar no rs. E à boa alma que me mandou a mp3 de Miss Sarajevo, sem a qual todo o embate (com trocadilho, por favor) entre Snape e Hermione não teria existido, rs.

Disclaimer: Nada disso me pertence, eu apenas peguei emprestado da tia JK Rowling e de seus associados para poder brincar.

Esta fic faz parte do SnapeFest 2006, uma iniciativa do grupo SnapeFest, e está arquivada no site http// fest

CAPÍTULO XII

Hermione acorda dengosa. Parece a própria gata se espreguiçando lentamente. Ainda com os olhos fechados, ela busca do seu lado o corpo de Snape, a sua mente lembrando-se pouco a pouco de todos os detalhes de uma noite de amor, mas encontra a cama vazia.

A marca no travesseiro e a confusão das cobertas lhe mostram que não sonhara nada daquilo que suas memórias lhe faziam conhecer. Ela ruboriza-se ao lembrar que em algum momento da noite anterior, em meio aos sussurros, dissera um "eu te amo" ao ouvido de Snape. Ela não ouvira um "eu também" de volta, mas o beijo apaixonado que recebera em seguida do ex-professor faz com que a jovem tenha esperanças.

Curiosa por saber onde o amante estava, Hermione levanta-se, envolvendo o corpo em um dos lençóis de linho. Ela vai até a saleta e encontra uma bandeja com o café da manhã, protegida por um feitiço de aquecimento. Ao lado da bandeja, uma única rosa champagne respousa sobre um pergaminho dobrado, que ela se apressa em ler.

"Hermione

O dia chegou e trouxe consigo as obrigações que nós, pobres mortais, precisam cumprir. Como você bem sabe, o sétimo ano tem agora uma aula preparatória para os N.I.E.M.s e seria duro para a sua amada Grifinória que os dois professores de Poções não pudessem prepará-los a contento para os exames.

Não posso lhe dizer como estou me sentindo hoje. Reprimi minhas emoções por tanto tempo que acredito não saber mais lidar com elas. De uma certa forma, ainda sou o homem fechado com o qual você acostumou-se a conviver na sala de aula e nas reuniões da ordem.

E agora eu perco longos minutos com a pena suspensa, pensando naquilo que eu gostaria de lhe dizer. Mas o tempo, esse senhor que não tem pena dos corações hesitantes, me diz que eu não posso mais me demorar aqui, esperando que você acorde, ou tentando decidir a melhor frase para lhe escrever. Mas antes de encerrar e partir, eu quero dizer que finalmente eu posso morrer em paz.

Sempre seu

SS"

A carta de Snape faz com que Hermione sinta as lágrimas, quentes, assomando em seus olhos. Ela sabe o quanto fora difícil ao Mestre de Poções escrever aquilo e consegue vê-lo sentado na mesma poltrona que agora ela ocupa, com a pena na mão, pensando em cada palavra que traçava no pergaminho.

Sentindo-se ainda mais segura, a jovem vai para o quarto e veste suas roupas, voltando à saleta para escrever à faculdade. Não voltaria mais para Lyon. Ficaria na escola e viveria, enfim, sua linda história de amor. E, se no final sofresse, teria sempre as memórias para lhe fazer companhia, até o final de sua vida.

Enquanto em Hogsmeade, Hermione se preparava para voltar à sua rotina em Hogwarts e, quem sabe, para os braços daquele que nunca conseguira esquecer, na escola, Snape procura a diretora. Ao entrar no escritório de McGonagall, afirma:

- Minerva, preciso conversar com você. Acho que essa idéia de dividir as turmas de Poções prejudicou a senhorita Granger. Eu acho que ela deveria voltar a assumir todas as classes. Eu posso ficar fazendo pesquisas em Hogwarts, preparando as poções para a ala hospitalar, cuidado do suprimento de plantas e produtos mágicos, sugere Snape.

- Hum, certo. E a professora Granger já sabe dessa sua decisão? Se não me engano ela está se preparando para retornar a Lyon e fazer um mestrado em Transfiguração, indaga a diretora. Ao fitá-la, Snape parece ver nos olhos de McGonagall o mesmo brilho maroto que Albus costumava ostentar quando sabia que algo estava lhe sendo oculto.

- Ainda não, mas creio que não irá se opor, diz Snape, com esperança, e por que não dizer, um certo tom de confiança na voz.

- O senhor tem certeza disso, professor Snape, indaga McGonagall.

- Certeza? Não. Mas tenho esperança de que ela aceite a proposta. A situação é injusta, eu insisto. Não seria correto dividir as turmas e impedir que ela terminasse o trabalho que estava desempenhando, completa Snape.

- Bom, vou mandar-lhe uma coruja, diz a diretora, e o Mestre de Poções se despede, com a promessa dela de lhe manter informado sobre a resposta de Hermione.

Pouco depois, uma coruja-das-torres invade o quarto da jovem na hospedaria, chamando a atenção de Hermione, que arrumava suas coisas para voltar à escola. Curiosa, ela retira o pergaminho das patas do animal e senta-se à cama para ler, depois de oferecer ao bichinho pedaços das torradas que sobrara do café da manhã.

"Hermione, minha querida

Acabo de receber uma proposta do professor Snape que me causou bastante estranheza, mas que me deixou bastante aliviada. Ele quer abandonar as turmas de N.I.E.M.s para dedicar-se à pesquisa, ao preparo dos nossos estoques de poções para a enfermaria – e Merlin sabe o quanto você se desdobra para prepará-las – e também ao estoque de plantas e produtos mágicos.

Ele afirmou que não achava justo que você tivesse que dividir as turmas e não pudesse acompanhar os alunos até o final da formação deles, o que realmente me surpreendeu. Aceitei a proposta na mesma hora, para tê-la novamente entre nós.

Por favor, diga que desistiu de Lyon e que vai voltar. Estamos ansiosos por ter-te de volta ao castelo, inclusive sete turmas inteiras de grifinórios, desolados com a ausência da diretora de sua casa.

Esperando o seu sim

MM"

Concentrada na leitura da carta da diretora, a bruxa não percebe a entrada de uma imponente coruja negra, que dá voltas pelo quarto, tentando chamar a sua atenção. Quando finalmente a percebe, a professora estende a mão e a ave deixa cair do bico o envelope que transportava. O arrepio que sentiu deixou claro que a carta era de Snape.

"Hermione

A essa altura Minerva já lhe informou sobre a proposta que eu fiz. Por favor, diga sim.

Sempre seu

SS"

A jovem riu, extasiada. Percebendo que as duas corujas aguardavam para levar sua resposta, a jovem se dirige à saleta e escreve duas cartas. Para a diretora, ela responde:

"Querida professora Minerva

Pouca coisa me fará mais feliz que retornar para a escola, mesmo que seja dividindo as turmas com Snape. A sua coruja me encontrou fazendo as malas. Eu já havia escrito a Lyon, afirmando que não voltaria este ano, para o mestrado. Ainda hoje estarei de volta, para as aulas da tarde.

Com carinho,

HG"

A carta para Snape foi mais curta:

"Conversamos depois do jantar, nas masmorras.

Beijos

HG"

Ao entrar no Grande Salão, ainda para o almoço daquela tarde, Hermione Granger é saudada com hurras e palmas vindas da mesa da Grifinória. Muitos alunos da Corvinal e da Lufa-Lufa e até mesmo uns poucos da Sonserina se juntaram aos aplausos.

Vários colegas se levantaram para receber a bruxa. Harry não conseguiu se conter e correu para abraçar a amiga, enquanto Snape a cumprimenta com um impressionante beijo na mão e um olhar sensual que dizia: à noite, nas masmorras.

A tarde transcorreu calma. Foram dois tempos com Sonserina e Grifinória, seguidos por uma aula preparatória para os N.O.M.s com a Corvinal. Durante o jantar, Hermione ainda foi o centro das atenções. A jovem explicava aos amigos que, com a volta do professor Snape, ela tinha decidido fazer o mestrado em Transfiguração, que desejava cursar há tanto tempo, e que a faculdade de Lyon lhe oferecera.

- Mas pensando melhor, eu achei que o ideal seria concluir o ano letivo antes de partir para a França, concluiu a jovem.

Ao ouvir isso, Snape olha interrogativamente para a grifinória. "Então, volta dela não é definitiva?", pensou. Ao perceber o olhar do professor, a bruxa apenas sorri, de forma marota.

Para o Mestre de Poções, o jantar foi o mais longo da vida dele. Ele ansiava por estar sozinho novamente com Hermione. Com um suspiro profundo e assim que foi conveniente, ele se levantou da mesa e foi para as masmorras. Logo depois, as batidas na porta lhe indicaram que Hermione chegara.

Mal abre a porta, Snape puxa a jovem para um abraço apaixonado e a beija longamente:

- Passei o dia inteiro pensando no momento em que faria isso, confessa, quase sem fôlego. Sem soltá-la, ele repousa a cabeça em um dos ombros de Hermione e, com angústia na voz, pergunta.

- Você estava falando sério na hora do jantar?

- Sobre o que?

- Sobre ir para Lyon ao final do ano letivo, questiona.

- Snape...

- Severus, interrompe o professor.

- O quê, indaga a bruxa, com um ar de incredulidade na voz.

- Me chame de Severus. Você acha que depois da noite de ontem iria continuar a me tratar pelo sobrenome, explica o Mestre de Poções

- Severus – diz Hermione, saboreando o som do nome dele em sua boca – claro que eu não vou para Lyon no fim do ano. Mas o que você acha que os outros professores iriam dizer se eu respondesse: "ah, sim, vou ficar porque encontrei uma atividade deliciosamente tentadora e sexy para fazer em Hogwarts nas minhas horas vagas", afirma, para soltar uma sonora gargalhada depois.

Encantado com o som da risada cristalina. Snape volta a beijá-la. Mais uma vez os amantes não perceberam o passar da noite, entretidos na descoberta mútua de seus corpos, desejos e prazeres.

Nota da autora: Beijos para Magalud, Sacerdotiza, Roxane e BastetAzazis, pelos comentários. Esse é o penúltimo capítulo da história.