Título: Angel


Parte 2

Um velho de longa cabeleira e barba branca sobrevoava a noite de Londres numa depenada vassoura. Foi se aproximando numa velocidade mais reduzida até adentrar no Big Ben e derrapar de joelhos pelo piso, ainda segurando ao cabo da vassoura com ambas as mãos. Seu chapéu pontudo pendeu para a direita e a ponta da baba foi parar nas costas.

- Bem, bem, bem! – saudou, assim que conseguiu ficar de pé e quase torceu a coluna – Estou velho que não tenho controle de minha vassoura que se mantém mais flácida a cada ano! Tenho que fazer um tremendo esforço para mente-la rígida por alguns minutos! – e gargalhou de sua própria impotência.

- Deixe de tagarelice Maquiavelus! Aproxime-se e nos diga como foi? – interveio um outro mago.

O velho se aproximou de uma mesa redonda, ocupada por quatro feiticeiros, cada um com a mesma semelhança do outro. Eles bebiam cerveja amanteigada e fumavam um cachimbo de longo cano, o qual revezavam entre si, como os povos indígenas. Seus olhinhos fitaram o mago que lhe fez a tão esperada pergunta.

- Não seja apressado Tármutus! Você já brincou com os patéticos seres de sua época, deixe-me brincar com os patéticos seres dessa época!

- Não seja ranzinza e conte logo! – interveio o outro mago de óculos meia-lua.

- Tinha razão Dumbledore! Eles são as criaturas mais tolas que já conheci! – se empolgou o velhote, dando três pulinhos com a perna direita e mais três pulinhos com a esquerda, totalmente feliz. – Praticamente desejam isso e não tem coragem de assumir a si mesmos!

- Harry Potter é como eu lhe disse? – o mago aprumou os ouvidos, ansioso pela resposta.

- Sem tirar nem pôr! – Maquiavelus gargalhou. – Mas aquele outro... – dessa vez seu semblante ficou sombrio.

- Draco Malfoy, eu suponho? – o velho confirmou, nada satisfeito – Hum... Esse rapaz sempre foi triste...

- Brincarei mais um pouco com eles – o mago-maior sorriu como um louco. – E ensinarei bons modos ao loirinho prepotente.

- Não exagere Maquiavelus... Não exagere... – Dumbledore preveniu, sem dar de fato muita importância ao que o outro mago faria.

- Ele adorará a brincadeira – piscou um olho de modo divertido – Eu garanto!

Dizendo, o velhote estalou o dedo sobre a própria cabeça e aparatou num pop.

Tármutus sorriu ao diretor de Hogwarts, retirando da grande e larga manga de sua túnica roxa, uma bola de cristal e a situou bem ao centro da mesa. Todos os magos que estavam ali prestaram atenção ao objeto que se acendeu, mostrando o que se passavam com certos dois inimigos.


Harry estava chocado.

- Repete – pediu, ainda negando a situação.

Remus respirou fundo, tentando não desesperar ainda mais o rapaz. Deu uma olhada em Malfoy, que se mantinha longe, encolhido como um cachorrinho molhado.

- Você não poderá morar na casa dos Black... – disse com calma.

- E por que não? – Harry mantinha os olhos bem abertos.

- Porque a casa é Black – disse como se fosse bem simples. – Se você fosse morar lá apenas sendo Harry Potter, não haveria problema, o fato é que você tem uma família agora. Se tornou patriarca Potter e terá que ter seu próprio lar, ou a própria residência dos Potter, como queira.

- Não entendo... – Harry se negava a processar a informação.

Draco grunhiu, não agüentava mais ficar ali, parado na frente da casa dos Weasley enquanto o coitadinho do grifinório se desolava feito um babaca.

- Potter! Por amor a Merlin, chega! Mete nessa sua cabeça de melancia – engasgou ao notar em como estava xingando o outro, mas logo recobrou a fala – Não podemos morar numa casa que pertenceu às gerações de outro nome! Se fosse assim, eu não precisava sair da minha casa e ficar aqui, frente a esse barraco de pobres, esperando a noite toda que algo entre nesse seu cérebro! – Harry apenas lhe lançou um olhar que diz nitidamente "quê? Você está falando arcaico. Não compreendo!". Voltou a grunhir de frustração. – Veja se entende dessa maneira... – começou, bem calmo e lentamente, como se conversasse com uma criança de dois anos – Um enlace matrimonial funciona como um atestado de maioridade que diz claramente que você tem responsabilidades e obrigações a serem cumpridas. Você não está mais sozinho, não pode mais pensar por você e não pode mais se comportar como alguém individual. Você tem um parceiro (e que um raio caia na minha cabeça nesse exato momento), que seria eu (preciso de um firewisky triplo e sem gelo para encarar isso), e que de certa forma, por culpa exclusiva daquele clone de Dumbledore, me chamo a exatos – olhou ao seu mais caro relógio de pulso - Dezesseis minutos e vinte e oito segundos, Draco Lucius Malfoy de, entenda bem que eu disse "de" POTTER. Se tentarmos morar numa casa pertencente ao sobrenome Black, seríamos rechaçados a patadas pela magia daquele lugar, assim como na Mansão Malfoy... Por tudo que é mais sagrado, diz que entendeu...

Harry finalmente começou a compreender. Estavam no mundo bruxo onde a magia predomina, e o mais importante é a família, o sangue e o nome. Quando Narcissa se casou, saiu do convívio Black porque se tornou Malfoy. No caso do pai de Draco, ele certamente herdou a casa por gerações, pois herdou o nome Malfoy. Olhou a Draco e ficou sentimentalmente confuso. Não sabia se sentia pena dele ou raiva. Agora ele não era mais o herdeiro dos Malfoy, e como bem disse, ficou sendo Draco de Potter.

- Certo... Então, pressuponho que terei que arranjar um lugar para minha nova vida? – disse, estudando o rosto do loiro.

- E o que aconteceu com a casa dos Potter? – Malfoy inquiriu, ainda sentindo pena de si mesmo.

- A casa dos pais de Harry se consumiu nas chamas... – Remus respondeu, já que o moreno ficou muito perturbado para conseguir dizer algo.

- Então você terá de comprar uma outra casa a que será a nova casa dos Potter. – o loiro deu de ombros, como se já não fizesse muita diferença.

Harry refletiu consigo. Sim, teria que comprar uma casa pra viver sua nova vida. Talvez uma casa mais afastada do centro, como a dos Weasley. Sempre gostou de olhar pela janela e ver a grama se estendendo até onde seus olhos conseguiam ver, árvores e plantas... Talvez por ter vivido num lugar sufocante, pegou o gosto pelo aberto e espaçoso. Mas... O que estava fazendo? Sacudiu a cabeça, saindo desse absurdo de pensamento e estampando nas faces um semblante bem irritado o qual fez questão de dedicar exclusivamente a certo sonserino auto-apiedado de si mesmo.

- Que absurdo! Pra começo de conversa não era nem pra eu estar casado com alguém como você! – vociferou.

Nesse momento, toda a família Weasley, mais Hermione saíram para fora da casa, para ouvir o que Harry discutia. A curiosidade era palpável, inclusive na garota de cabelos castanhos.

- Não me diga... Dããã... – Malfoy estava praticamente arrasado.

- Harry... – Remus olhou à platéia com um sorriso amarelo – Não faça tanto escândalo... Acalme-se...

- Eu quero o divórcio! – o moreno ignorou completamente a Lupin, querendo avançar no pescoço de Malfoy e enforca-lo até a morte.

- Mas vocês acabaram de se casar a menos de meia hora! – Remus estava ainda mais sem graça.

- Não me interessa! – voltou a gritar.

Draco ficou entediado, olhou ao moreno de modo nada feliz. – Pra anular o enlace, é preciso que o mago-maior assine e rompa o feitiço do vínculo. Agora eu te pergunto, seu coelho do mato – grunhiu, apertando os punhos, revoltado com a própria incapacidade de xingar o miserável a sua frente. Até Harry e os demais ouvintes ficaram surpresos pelo modo nem tão ofensivo que lhe escapou pela boca. – Eu te pergunto. Acha que aquele demente que nos forçou a ficar juntos aceitará de bom grado, nos separar? SE DISSER QUE SIM, EU TE MATO!

Matar... Até que não era uma má idéia... Draco olhou de esguelha a Potter. Se não podiam se divorciar, então... Hum... Se Harry Potter aparecesse morto... Se Harry Potter morresse...

- Por que não vamos para algum lugar e resolvemos isso com calma? Desse jeito não estamos rendendo em nada e passaremos a noite toda tentando manter alguma conversa – propôs, mudando completamente de postura. Seu rosto voltou a ser o mesmo frio e sarcástico, até chegava a ser cínico. Endireitou o corpo e alinhou a roupa de modo bem esnobe.

Essa estranha e repentina mudança de Malfoy fez Harry ficar em alerta. Não era normal e com certeza ele estava tramando algo.

- Certo – concordou analisando o loiro. Teria que manter a calma e não perder nenhum movimento desse furão. – Comprarei uma casa, já que não podemos ficar na casa dos Black e acho que seria pedir muito, para que os Weasley te aceitassem debaixo do teto deles nem que seja por uma hora.

Draco estreitou os olhos, mas não retrucou, apenas manteve-se estranhamente paciente, aguardando que o grifinório agisse.


Dormiram num hotel e na manhã seguinte foram surpreendidos pela senhora Narcissa, que se dispôs a acompanha-los na busca da melhor moradia. Após o café da manhã, seguiram diretamente para a parte nobre da Londres bruxa.

Harry queria morrer. Nunca na vida ficara tanto tempo ao lado dos Malfoy e isso era pior do que passar um dia inteiro cumprindo detenção de Snape.

- Não se preocupe, como a mãe de Draco, eu lhes presenteio com a moradia. – ela lançou um olhar frio a Harry, assim que terminou de dizer. Desconfiava do bom gosto do rapaz e não queria que seu filho vivesse num lugar caindo aos pedaços ou muito menor do que o aceitável aos Malfoy.

- Se insiste – Harry nem deu importância, ao menos não gastaria tanto dinheiro por algo que se acabaria de pronto.

O loiro parou abruptamente ao avistar uma mansão. Era magnífica, as paredes de tintura branca, o jardim florido e cheio de árvores, bem como a Mansão Malfoy, mas menos sombria.

- Essa casa é perfeita! – os olhos prateados brilhavam mais que nunca. Finalmente teria uma casa só sua. O fato de ter ignorado completamente a existência de Potter não vinha ao caso.

- Ótima escolha – Narcissa aprovou, observando a mansão nos mínimos detalhes.

Harry por sua vez ficou mareado. Eram apenas dois, pra quê tinha que ser uma mansão de três andares e de não sei quantos metros quadrados? Tudo isso só pra resolverem esse problema? Começava a se preocupar. Malfoy não parecia que queria tratar do assunto do divórcio ou em como conseguiriam suas vidas (bem separadas) de volta. Sabia que esse loiro não era muito são das idéias, mas agora, já era caso de internação.

- Vamos ficar com essa! – Draco o olhou tão feliz, tão entusiasmado, que lhe retorceu o estômago e uma sensação se alastrou por dentro, quase lhe contagiando com a mesma alegria que via naquele rosto aristocrático.

Isso não estava bem... Sacudiu a cabeça, tentando voltar a si.

- A casa é de vocês. Virei aqui esse final de semana para tratar da festa de casamento – Narcissa sorriu com arrogância, mas no fundo, estava satisfeita.

- Como assim? – Harry finalmente se intrometeu na conversa de mãe e filho.

- A festa de casamento, que apresentarão vocês à sociedade aristocrática – ela parecia asqueada agora, como se falava com um legítimo ignorante mestiço.

Draco também ficou preocupado. Não queria se expor como o passivo que acompanharia Harry Potter o resto da vida. Era humilhante demais. E voltou a se culpar pela mentira que havia inventado.

- Precisa de uma festa? – o loiro praticamente implorou para que dissesse não.

- Lógico! – e pra contraria-lo...

Harry ia se negar e insistir que não queria nada de festa nem o que fosse, mas a matriarca Malfoy lhe ignorou redondamente, passando a entrar na nova Mansão Potter com o pretexto de anotar o que teriam que arrumar ou trocar de cor.


Naquela mesma noite, Harry conversava com a amiga pela lareira.

- Mione... Isso é um pesadelo! – estava nitidamente arrasado. – Passei a manhã inteira com os dois tagarelando no meu ouvido sobre estilo, etiqueta, discurso, moda e sei lá mais o quê. À tarde tive que ajudar o Malfoy com a mudança – colocou os olhos em branco, ao se lembrar das toneladas de coisas. – Acho que ele tem mais coisas do que todos os alunos de Hogwarts juntos.

Hermione não agüentou e riu, mas ao receber um olhar nada amistoso do moreno, se controlou. – Desculpe Harry, mas no que você foi se meter?

- Até agora não sei! – ficou exasperado, coçando a cabeça. – Tentei perguntar várias vezes para Malfoy o que foi que ele fez, pois tenho certeza absoluta que foi ele, mas não consigo arrancar uma sílaba!

- O que pensa fazer a respeito, então?

- Não tem como divorciar, pois o mago que nos uniu a contra-vontade é o mesmo que separa. – Hermione ficou incrédula – O jeito é tentar outra coisa.

- Bem... Só posso te desejar sorte, e se tem algo que possamos fazer, já sabe – ela mandou um beijo e sumiu.

Harry suspirou. Seriam dias difíceis... Enquanto ficava ali sentado no sofá, perdido em pensamentos, nem notou que alguém o observava.

Draco estava no pé da escada, apoiado no corrimão e o olhava como uma estátua de gelo. Estreitou os olhos e o canto de sua boca se curvou imperceptivelmente. Sua cabeça trabalhava num modo de dar um fim em certo moreno de olhos verdes, mas não era tolo de fazer algo que o incriminasse depois. Não queria ir para Azkaban por matar alguém, então pensava em algo mais sutil, como um suicídio...

Via até a capa do jornal – Harry Potter, o mago que salvou o mundo comete suicídio. E voltou a sorrir cinicamente. Mas não poderia fazer isso agora, nas primeiras semanas de casados, talvez depois de alguns meses... Ao pensar em meses, fez uma careta de desagrado. Era uma tortura saber que precisaria aturar o quatro-olhos durante tanto tempo assim. Mas tudo se dá um jeito.

Desceu o restante dos degraus fazendo barulho e atraindo a atenção de Potter, que se levantou sobre-saltado do sofá onde se mantivera as últimas três horas, sem ânimo para nada.

- Ah. É você – o grifinório relaxou um pouco, só um pouco.

- E quem mais seria? Só estamos nós dois nessa enorme casa... – um calafrio passou pelas costas de Harry. Malfoy estava falando de um modo muito estranho.

Para disfarçar sua desconfiança, Harry foi até a janela, e de costas para o loiro, fingia apreciar o jardim. Não pôde deixar de notar que o visinho ficava bem afastado, só podendo enxergar as luzes acesas. Mas essa reparação foi rápida, logo prestou atenção ao reflexo do vidro e notou, ainda mais tenso, que Malfoy estava parado no mesmo lugar, encarando suas costas e com um sorriso macabro no rosto. O viu estender a mão para a direita, sem despregar os olhos de sua cabeça e puxar algo. Voltou-se para encara-lo, a fim de pegá-lo em flagrante e se proteger do eventual ataque.

Draco se assuntou com o movimento brusco de Potter, e deixou cair no chão um bombom que havia pegado da bomboniere de cristal que sua mãe lhe deu hoje pela manhã, pois sabia que adorava chocolate.

- Você está louco? – Malfoy ergueu uma sobrancelha – Precisava virar dessa forma?

Harry pestanejou um pouco, sem entender, mas ao ver o bombom no chão, estourado e vazando licor, notou que se excedera um pouco. Tentou recobrar a calma e manter a postura.

- Não tão louco como você... O que ainda faz aqui? – perguntou desconfiado, caminhando lentamente para perto do loiro, mas mantendo uma certa distância.

Draco ficou um pouco tenso e também começou a desconfiar das reações do grifinório, em como ele estreitava de vez em quando os olhos, o encarando com adversidade. Seria que também pensou o mesmo que ele pensara? Seria capaz do santificado Potter querer se livrar dele da mesma forma que pensou em se livrar? Era possível...

Ainda mais desconfiado do moreno, começou a caminhar em sentido contrário, mantendo essa distância segura entre eles. E logo se encontravam rodeando como numa arena de luta. Olhos cravados um no outro e sentidos em alerta, para qualquer ataque surpresa.

- A sala também é minha... – Draco respondeu a pergunta, um pouco mais baixo que o habitual, como se a voz pudesse desencadear o inevitável.

- Verdade... Como esquecer de algo tão detestável? – Harry também manteve o tom da voz mais baixa.

E o que estava fazendo rodando no meio da sala? Parou, se achando patético e foi caminhar para o outro lado, quando notou que Malfoy também havia parado e ao velo mudar de direção, igualmente mudou a sua, e passaram a se rodearem em sentido oposto agora. Tensos e cheios de desconfiança.

- A escada se divide em duas, cada qual para um corredor... – Draco começou, bem devagar, ainda analisando o moreno a sua frente.

- Sim, eu percebi – Harry estreitou os olhos.

- Os quartos são praticamente iguais, então sugiro que eu ocupe os cômodos da esquerda e você o da direita. O resto da casa teremos que, infelizmente, compartilhar em horários distintos – lançou sua proposta, a que estava pensando desde a tarde, quando arrumava suas coisas.

- Quero dias alternados, para utilizar a sala de visitas e a biblioteca – Harry impôs – As refeições compartilharemos, pois é no mesmo horário, só se um não estiver presente em casa.

- O escritório me basta um dia da semana, o restante do tempo fica à sua disposição. Gosto de usar a piscina à noite, então ela fica livre a parte da manhã inteira.

- Combinado.

E como rompendo a tensão, ambos se retiraram da sala ao mesmo tempo, e subiram a escada lado a lado, ainda se encarando pelo canto dos olhos, sem conseguir de fato dissipar a desconfiança que sentiam. Só foram relaxar quando cada um seguiu pela sua escada até o quarto que dormiriam.


Harry entrou em seu aposento e trancou a porta intercalando três diferentes feitiços de proteção e tranca. Não confiava naquela serpente...

Uma vez se sentindo protegido, passou a arrumar suas poucas coisas. Retirou dos bolsos suas malas e alguns objetos importantes para si.

Depois de tudo devidamente colocado no armário e sobre a cômoda, foi para o banho, a fim de relaxar mais e tentar esquecer, por hora, essa tormenta.

Draco também lacrara seu quarto, pensando o mesmo que Harry e altamente desconfiado. Era como uma questão de sobrevivência.

As primeiras noites foram a mesma rotina, passavam os dias sem se falarem, só quando era extremamente necessário até que veio o fim de semana e junto, Narcissa Malfoy.

A matriarca, tão auto-suficiente como todos na família Malfoy, começou com os preparativos, arrumando cada canto da casa com flores, guirlandas, castiçais entre outras coisas. Vários elfos domésticos pipocavam aqui e ali, cumprindo suas exigências e tentando transformar uma casa em um conto de fadas.

Harry via a tudo com desânimo, enquanto tentava conversar com Hermione, que viera ajuda-lo a suportar a mãe de Malfoy. Ron se desculpou, mas não quis vir e encarar aquela família de dois e Harry entendeu muito bem, pois nem ele agüentava. Tinha hora que queria sair assassinando qualquer um que cruzasse seu caminho.

- Tenho que admitir que está ficando lindo – Hermione observava os enfeites. Eram bem discretos com algumas flores apenas para dar mais vida ao ambiente.

Harry a encarou com desagrado – Nem me diga isso. Trata-se do casamento público que terei que encarar... – grunhiu desesperado.

Para afastar de Narcissa, ambos caminharam pelos corredores e foram entrar num pequeno cômodo que seria o escritório. Ali, viram Malfoy, virado de costas para a entrada e sentado no tapete ao lado de uma mesinha, estava entretido em uma tarefa estranha.

O loiro mantinha na mão direita um objeto metálico e levemente pontudo, ao seu lado uma vela acesa num pequeno castiçal de prata e movia alguma coisa com a outra mão.

Harry estreitou os olhos, prestando atenção no que o outro estava fazendo, já enchendo a cabeça com mil e uma maneiras que esse arrogante sonserino usaria aquele objeto metálico, talvez para cortar-lhe a garganta, apunhala-lo pelas costas ou quem sabe na cara dura, como no filme Psicose...

Largou a amiga falando sozinha e a passos cautelosos e silenciosos, se aproximou do loiro, olhando por cima de seu corpo e preparado para caso ele o perceba e tente golpeá-lo, se defender, mas o que viu, o deixou em choque e com um quê de alívio e admiração.

Draco separava os convites e os colocava dentro dos envelopes. A vela acesa servia para derreter o bastão de cera vermelho que despejava na abertura de cada envelope para lacra-lo. O objeto metálico era um marcador. A ponta servia para abrir correspondências e o lado extremo de formato achatado como um carimbo com o brasão dos Potter, o qual prensava na cera quente para que ficasse marcado. Fazia tudo muito cuidadoso.

Harry se sentiu um pouco culpado de pensar tanta besteira, mesmo que corria o risco de ser verdade, em relação ao sonserino. Retrocedeu mais cuidadoso do que quando se aproximou, para não chamar a atenção de Malfoy, e uma vez fora do escritório, segurou ao braço de Hermione e a arrastou para um lugar distante, sentindo-se estranho.

A garota mantivera-se observando a tudo com surpresa e assim que Harry a soltou e encostava desolado na parede, tentando colocar as idéias em ordem, sentiu pena e um pouco de diversão.

- O que foi isso? – ela esperou alguns minutos antes de perguntar.

- Não faço a menor idéia... Nem eu mesmo sei o que foi que se passou pela minha cabeça...

- Achou que ele estava fazendo algo para te prejudicar?

Harry confirmou com a cabeça, mas o resto que sentiu ao descobrir que não era isso lhe fez tenso – Eu preciso me livrar desse pesadelo o quanto antes.

- E conseguirá antes da festa? – ela parecia agora sem nenhum pingo de compaixão por sua dor.

- Creio que não... – lançou um olhar piedoso a amiga, que retribuiu com uma risadinha de deboche, para alarma-lo.

- Sabe o que eu acho disso tudo? – o moreno negou com a cabeça, ainda pasmado pela reação da melhor amiga. – Eu acho que no fundo, vocês estão se divertindo com tudo isso. Sempre foi assim. Uma espécie de acordo mútuo para se sentirem vivos e úteis.

- Quê? – Harry ficou ainda pior.

- Verá Harry... Quem sabe depois da festa vocês se entendam em alguma coisa. Agora me vou. – e com um abraço, Hermione seguiu para a lareira e desapareceu.

Harry ficou pensando nas palavras da amiga. Quando estudavam em Hogwarts ainda vai, mas agora, quando finalmente se livrou dos tios que o detestam e poderia seguir com uma vida... Negou com a cabeça. Estar ao lado de Malfoy não era vida.


Draco estava emburrado, terminando de selar as cartas para envia-las aos convidados. Só de lembrar nos convidados, seu estômago revirava. Maldita seja! Sua mãe era mesmo pior do que seu pai. Chegou a essa conclusão quando ela lhe teve o descaramento de perguntar se foi apressado e se uniu ao Potter depois do matrimônio.

- Está certo que vocês já fizeram isso várias vezes, mas depois do enlace é um ritual, uma tradição.

Foram as palavras dela. Ficou um pouco corado, pois nunca tivera uma única vez que se entregou àquele indivíduo, quem dirá várias vezes, como ela frisou. Aí veio a sua meia-mentira.

- Claro que não... Pois estamos um pouco estranhados com nossa nova situação, quem sabe depois da festa a gente consuma a tradição... – claro que só disse isso para irritá-la, e bem sarcasticamente, para que ela entendesse que era um absurdo estarem casados a força.

Teve vontade de esgana-la, ao notar um sorriso de sarcasmo em seu rosto, como que dizendo que não acreditou em uma única palavra sua e manteria acreditando nos dois imbecis Crabbe e Goyle.

Seus pensamentos fugiram quando sentiu um perfume familiar e desprezível. Ficou tenso e em estado de alerta. Aos poucos, girou a cabeça para olhar sobre o ombro se alguém estava em suas costas, mas a única coisa que conseguiu ver, foi uma sombra se afastando rapidamente.

Tremeu de medo nesse momento. Com certeza era Potter, e com que motivo viera ali, onde estava, senão para mata-lo? Outro calafrio percorreu suas costas ao pensar que correu o risco por ter se distraído. Tinha que ficar mais atento.

Voltou ao que fazia, mas sempre olhando ao redor, para comprovar que não estava sendo observado. Assim que finalmente selou a última correspondência, fez um monte com os convites e seguiu para a parte de trás da casa.

Caminhou pelo jardim até uma casa de madeira, feita no alto de uma das árvores. Subiu os degraus em círculo e adentrou no Corujal. Dali dava para se ver a mansão perfeitamente e, numa das janelas, a figura de um certo moreno de olhos verdes que olhava bem na direção em que havia seguido.

Voltou a estremecer. Potter estava de marcação, talvez maquinando como e onde era o melhor lugar de se livrar de si. E ali, no Corujal, era um perfeito lugar, longe da casa, longe das vistas dos vizinhos...

Um piado lhe assustou, quase fazendo com que derrubasse os convites pela janela sem vidro, onde as aves podiam entrar e sair livremente e quando bem quisessem - era Edwirges.

- Estúpida igual ao dono... – resmungou encarando a coruja de plumagem branca como a neve e manchinhas pretas na parte de trás da cabeça. A ave soltou outro pio de forma contrariada, mas a ignorou, passando a entregar os convites para as demais aves ali do Corujal.

Edwirges se sentiu excluída. O loiro atarefava as demais corujas insignificantes enquanto ela, veloz e garbosa, ele a ignorava. Algumas corujas já retornavam após cumprido o serviço e Malfoy voltava a entregar-lhes mais convites. Fez um alvoroço, bateu as asas, mas não adiantou, continuava a ser ignorada. Saltou pelos poleiros piando e assim mesmo não lhe dera a mínima atenção, então começou a bicar a roupa de Draco, puxando as pontas de seu cabelo platinado, quando conseguia alcança-los.

- O que foi? – finalmente os olhos prateados focaram a agitada coruja. – Certo! Certo! Te darei três convites para que entregue. – atou um em cada pata de Edwirges e ordenou – Família Weasley e Remus Lupin – o terceiro a coruja segurou com o bico – Severus Snape.

Sorriu ao ver a bela ave alçar vôo e tomar o céu. Fizera de propósito, pena que não veria a cara de seu padrinho, quando a ave inconfundível de Harry Potter adentrasse ao salão de Hogwarts, na frente dos professores (infelizmente não havia aulas, pois seria mais divertido num salão repleto de estudantes), e pousar bem na frente do rude professor.

Assim que todos os convites foram entregues, Draco retornou à mansão, olhando ao redor e procurando o moreno, sem acha-lo. Subiu a escada e enfim, se confinou em seu quarto.


Domingo, a grande festa de casamento de Harry Potter e Draco Malfoy...

Várias carruagens paravam frente à Mansão Potter, onde recebendo os convidados estava Narcissa Malfoy ao lado de Harry Potter.

Harry notou que muitos dos convidados nem conhecia e duvidava que Malfoy conhecesse. Eram pessoas da alta sociedade, verdadeiros sangue-puros e aristocratas mais esnobes do que a própria família Malfoy. E olha que julgava que não existia ninguém mais arrogante que esses loiros.

Quando teve uma brecha, o moreno escapou da mirada petulante da senhora Malfoy e foi a um canto do jardim onde não havia ninguém. Ali, deu de xingar em voz alta, socar a parede e chutar o pobre arbusto. Não agüentava mais manter o sorriso no rosto e cumprimentar a todos como se fosse o dia mais feliz de sua vida.

- Se você não se comportar como um verdadeiro aristocrata, juro que deixo minha mansão para você sentir na pele o que é morar com a sogra – Narcissa havia sibilado entre dentes e apertando os olhos – E uma sogra que te detesta.

Como odiava essa vida! O que fizera de tão errado para que Merlin lhe castigara dessa forma?

- O que eu fiz? O que eu fiz? O QUE EU FIZ? – gritou totalmente fora de si. – Te odeio! Te odeio! TE ODEIO!

Depois de um silêncio, respirou fundo, já se sentindo mais tranqüilo e seguiu de volta à entrada, para recomeçar a tortura. Seu maxilar parecia que ia travar de tanto forçar aquele sorriso. Na pausa de um a outro convidado, vagou com os olhos pelo salão e não viu o loiro em parte alguma. Deveria estar se divertindo enquanto ele, o patriarca-panaca-Potter ficava lá, cumprimentando a todos.

- Harry! – Ron acenou, entrando com toda a família Weasley e a seu lado, uma bela Hermione o acompanhava.

- Finalmente! – disse emocionado, as lágrimas enchendo seus olhos tamanha felicidade ao ver alguém conhecido.

Abraçou a todos, mas quando foi abraçar Ginny, ela lhe empurrou pelo peito, de modo rude.

- Nem pense que vou falar com você como se nada aconteceu! – ela estreitou os olhos, furiosa – Seu traidor.

Então, ela mostrou o quanto estava maravilhosa e o quanto Harry havia perdido, a largando para se casar com uma coisa como Malfoy.

- Não te contaram que foi uma trama para me verem morrer aos poucos, humilhado? – ficou estarrecido pelo tratamento da ruiva.

- Ah, sim! Mas eu não acreditei nem um pouco! – ela estreitou os olhos. – Você passava mais tempo com Malfoy do que me namorando!

Dizendo isso, ela seguiu para o salão, junto com a família.

Narcissa ergueu uma sobrancelha. Estava ouvindo tudo e não pôde deixar de crer ainda mais no que Crabbe e Goyle haviam dito.

- Mantenha o sorriso! O sorriso! – Harry se retesou ao ouvir a voz da mulher, o criticando.

De má vontade abriu novamente um sorriso forçado e continuou com as saudações.


Draco estava deitado em sua cama se recusando a aparecer na frente de todos como o passivo de Potter!

Tampou o rosto com as mãos e xingou pela milionésima vez aquele mago velho caduco clone de Dumbledore. Aproveitou para xingar sua mãe, pois na hora que precisava dela ser mais realista e inteligente ela se fazia de louca e burra. Também xingou Crabbe e Goyle por serem tão sem-cérebro e pervertidos, a ponto de pensarem que tivera feito nheca-nheca com o repolho do quatro-olhos!

Anotou mentalmente que tinha que repassar a lista de apelidos ofensivos em relação a Potter.

Sentou-se na cama, quando a música começou a tocar no salão. Estremecia de hora em hora, antecipando o momento que teria que dar as caras e encarar a todos.

Não agüentando ficar mais sentado, se levantou e passou a andar de um lado a outro, preocupado. Porque o maldito do Potter não morre de um ataque bem nesse exato momento? Todos prestariam atenção nele e estaria livre desse casório.

- Milagres não acontecem... – pensou consigo.

Olhou às horas e notou que já deveriam estar todos presentes. Para confirmar, foi para a janela e espiou o lado de fora. Não havia mais movimento, apenas as carruagens estacionadas lado a lado, comprovando que estaria lotado de lordes e ladys da aristocracia.

Hum... E se usasse essa festa para dar cabo ao Potter? Seria uma ótima oportunidade, afinal, nesse exato momento, em seu salão de festa estaria repleto de mal-caráter, inimigos dos Malfoy que vieram apenas para marcar presença e quem sabe, Comensais foragidos...

Correu até sua gaveta e buscou um minúsculo frasquinho contendo uma poção de envenenamento. O encontrou e com dedos trêmulos, o escondeu na lateral de sua boxer, cobrindo a evidência com a capa de inverno branca. Se olhou no espelho e deu uma conferida em seu visual.

Branco, branco e branco. Perfeito! Se enfeitou com um colar de prata, uma pulseira de prata e um segurador de capa prata. Mais perfeito ainda!

Virou-se para a porta e ficou tentando tomar coragem. Não queria que sua mãe viesse lhe chamar e também não queria que os convidados percebessem seu sumiço.

Apertou as mãos e fechou bem forte os olhos. Era só encarar as pessoas e fingir que não era nada de mais... Mas era um sonserino e não um grifinório cara-de-pau! Estava tremendo de medo e vergonha!

- Respire Draco. Continue respirando – disse a si mesmo quando deu o primeiro passo e chegou até a porta, a atravessou e se dirigiu à escada. – Inspire e expire... Inspire e expire...

Quando estava perto da escada e podia escutar claramente as pessoas conversando, travou, mordeu a costa da mão e se agachou no chão.

- Não consigo! Não consigo! – gemeu em frustração. Deu meia volta e ia correr de volta ao quarto, quando teve os ombros abraçados por alguém que o virou de volta à escada e o forçou a encarar a todos.


Harry estava ficando irritado por estar sozinho e enfrentando a todos. Queria estrangular a Malfoy.

Quando pensava em subir a escada e o arrancar de seu esconderijo à força, pois não era justo pagar o pato sozinho, viu como o loiro aparecia no topo da escada.

Estava todo de branco e prata e transbordando beleza e elegância. As bochechas coradas e as sobrancelhas levemente juntas de um modo que chegava a ser gracioso.

E quem vinha com ele era nada mais nada menos que o mago-maior, todo sorridente e feliz da vida.

Eles pararam ainda no alto da escada, o velho sorriu amplamente a todos e começou um discurso.

- A todos os convidados, queiram dar uma salva de palmas ao companheiro de muitas eras de Harry Potter, Draco Malfoy! – e as pessoas aplaudiram, para constrangimento do moreno.

Notou que Malfoy queria se jogar de lá de cima para ver se conseguia ter a sorte de se afogar no ponche que estava sobre a mesa mais próxima, mas era impedido pelo velho mago que agora o arrastava escada abaixo.

Sem que pudessem esperar, Maquiavelus empurrou Draco de encontro a Harry e gritou bem alto:

- E os noivos dançam!

Um círculo foi formado pelas pessoas que abriram espaço para que dançassem enquanto eram apreciados.

- Potter eu juro que me suicido! – Malfoy parecia bem desesperado, sem saber onde enfiar a cara.

- Não sou a melhor pessoa para te dar uma opinião, pois também estou pensando a mesma coisa – o moreno sussurrou apavorado.

Mas Maquiavelus ainda não tinha brincado o suficiente. Antes de deixar os dois rapazes pagarem mico, esfregou a cabeça de ambos e arrancou um fio de cada um.

- Ei! – protestaram, sem entender porque aquele velho louco estava fazendo tudo aquilo com eles.

Maquiavelus seguiu saltitante para uma mesa afastada onde se encontrava Tármutus e Dumbledore. Se sentou e com os fios de cabelos em cada mão, fez das suas.

- E que comessem o espetáculo! – o mago sussurrou, assoprando cada fio – Vão mostrar o verdadeiro eu, dançando um pro outro sem notarem o público que os assistem...

E a música começou...

I wanna play with fire

Os olhos pratas se turvaram de um modo estranho, como se estivesse submerso num prazer sem igual. Seu corpo balançou de encontro ao corpo de Harry, que ainda estava sóbrio. Então afastou alguns passos, mantendo uma mirada penetrante aos olhos do moreno, como se apenas o visse ali, ele e a mais ninguém.

Passou a mão pelo peito, soltando o prendedor e a capa branca deslizou ao chão.

- Malfoy... O que você está fazendo? – Harry sussurrou desesperado, sem saber o que fazer.

Draco sorriu, um sorriso sedutor e descarado, passando a acompanhar o ritmo da música com o corpo, seus dedos deslizaram pelo cabelo, desgrenhando-o e seus movimentos tomaram uma cadência mais sensual.

Harry ficou de boca aberta sem coseguir desviar os olhos desse loiro e também sem acreditar que ele estava dançando para... Si?

- Merlin... – murmurou com a boca seca.

Even in the pouring rain

Even in the stars above

I'm here with you again

Even if we're not in love

We'll dance together in the dark

I know how to light the spark

I'm burning up with my desire

I wanna play with fire

As pessoas se empolgaram, soltando assobios e secando a Malfoy que dançava cada vez mais sensual, mais sexy.

Maquiavelus deu uma olhada em sua brincadeira e percebeu que sua magia não queria funcionar em Harry, que continuava sóbrio, tenso e um pouquinho excitado. Tentou reforçar o feitiço, mas parecia que Potter era imune quando se tratava de desinibir a si mesmo. Estalou a língua de modo chateado, afinal, perderia parte da graça.

Por outro lado, agora percebia-se o quanto Malfoy tinha a mente poluída...

Mas as coisas estavam apenas esquentando, assim como Blaise Zabini fazia as apostas de até quanto tempo Harry Potter agüentaria ali parado só olhando. Alguns apostavam que ele ia sair correndo e sumir e outros que ia aproveitar e entrar na dança.

E o que aconteceu, certamente surpreendeu a todos.

Ah Ah Ah

I wanna play with fire

Ah Ah Ah

Draco passou uma mão pelo pescoço do moreno, puxando-o para si e o incitando a acompanha-lo. Seus corpos se uniram, se encaixaram e começaram um vai e vem mais erótico do que o permitido para o horário nobre.

Nesse momento Narcissa estava estática, com o rosto vermelho e o olhar esbugalhado. Aquele não podia ser seu filho! Se negava a crer que ali, totalmente descarado, dançava Draco Malfoy.

Harry passou os braços pela cintura que se movia como uma serpente, apertando um pouco para melhor sentir a carne e sentiu até um frasquinho. De pronto, ficou desconfiado. Seus dedos começaram a apalpar o quadril do loiro, tentando voltar a sentir o que era aquilo.

Ginny abriu a boca horrorizada e o sangue fervendo de raiva. Além de estar dançando de uma forma dessas, que nem queria dizer, na frente de toda essa gente, Harry ainda ficava passando a mão naquele loiro aguado!

E os dedos do moreno adentraram a lateral da calça de Malfoy, vasculhando por dentro e tentando retirar o vidrinho enquanto o loiro se aferrou mais em seu corpo os movimentos passando a serem mais ousados, suas virilhas se esfregando.

E Ginny gritou de frustração e revolta, abandonando o salão e levando consigo a família, para tristeza de Fred e George, que queriam tirar fotos para vender e ganhar alguma grana.

E o que menos esperava aconteceu... Harry gemeu.

Ah, aah, ah, aah, ah, aah, ah, aah, ah (4 vezes)

Como um incentivo, Draco tomou sua boca com um beijo ardente, desesperado e carregado de paixão. Suas língua entrelaçando, como se também dançassem a mesma música que seus corpos, provocando mais desejo, provocando o feitiço de libertinagem o qual o loiro estava imerso.

Mãos pálidas percorreram do pescoço ao peito do moreno, sentindo o calor daquele corpo, arrebentando os botões. Já não apenas dançavam, como se abraçavam, se tocavam e acariciavam.

Guess this is where it all beging

When we let the music play

Wanna drag me in

Taste me like champagne

And let your hands go everywhere

Oh my body, through my hair

Your moves are so amazing

You know it makes me crazy

Harry empurrou Draco contra uma mesa, as coisas sobre ela foram para o chão, mas o que importava era ter aquele loiro bem disposto. Agarrou ao cós da calça branca e puxou com força, arrebentando e abrindo para melhor contato.

A multidão ficou em expectativa, retendo a respiração para o momento que veriam mais dessa cena inusitada. Os que eram mais puritanos já haviam deixado a casa fazia tempo. Narcissa estava realmente ficando louca, sem saber o que fazer, sem ter coragem de se aproximar desses dois ou se largava tudo e desaparecia. Foi Remus e Severus (este último ainda muito chocado desde que recebeu a coruja de Potter e agora pior ainda), quem tiveram que dar um jeito nas pessoas, afugentando-as dali.

Sem darem atenção ao que acontecia ao redor, ambos os rapazes apenas se sentiam, aprofundando ainda mias o beijo, o vai e vem de seus corpos, o calor e a transpiração.

Era tudo tão novo, tão gostoso...

Ah Ah Ah

I wanna play with fire

Ah Ah Ah

I wanna play with fire

Ah, aah, ah, aah, ah, aah, ah, aah, ah (4 vezes)

Estavam praticamente fazendo um streptease, cada peça de roupa que deixava de encobrir suas peles em brasa encontravam um lugar diferente no chão, sobre as mesas e cadeiras.

Draco gemeu alto, quando teve o pescoço mordido e chupado. Se vergou sobre a mesa até ficar deitado de costas, os braços convidando a Harry a se debruçar sobre si.

E quando foi atendido, sendo coberto de um modo possessivo e ao mesmo tempo protetor, era como se sentisse que realmente se encontrava em casa.

Abriu os olhos reluzindo intensamente de encontro ao esmeralda que não se desviavam um segundo, querendo desvendar tudo o que sentia, aprofundar dentro de seu coração através da mirada... E estremeceu...

Don't stop it no, surrender to the beat just you and me

Just like it used to be, set your heart free when you surrender

Don't stop it no, cause I can feel the heat of you and me

Just like it used to be, set your heart free when you surrender

As caricias foram dirigidas a cada parte de seu corpo. Assim como beijos eram depositados em seu peito.

Abriu as pernas, já listo de qualquer barreira e esperou que fosse consumido, devorado e amado...

(I can barely breathe… I can not believe

There's only you and me… Moving

Desperatly… Suddenly dance the dance)

Ah, aah, ah, aah, ah, aah, ah, aah, ah (4 vezes)

Harry reteve a respiração. Isso era loucura, mas todos somos loucos!

Apreciou o membro ereto do loiro, e sorriu, era a primeira vez que se interessava em ver essa parte do corpo de outro rapaz e lhe pareceu tão lindo...

- Harry! – Draco gemeu, apressando-o.

Então o moreno baixou a mirada para a entrada... Tão apertado e levemente rosado ao redor... Não precisava ser um expert para saber que nunca foi violado.

- Ooh... Harry... Preciso de você... – Draco voltou a gemer.

Como pensar com alguém te chamando tão sensualmente?

Sim, não tinha como pensar direito. Arrastou o braço sobre a mesa, buscando o que lhe servisse aquele momento e encontrou o pote de azeite. Nem soube como conseguiu abri-lo, apenas abriu e meteu dois dedos, então voltou ao loiro, dessa vez com uma calma surpreendente, o penetrou devagar, lubrificando ao mesmo tempo em que o preparava.

Draco soltou mais um gemido e passou a puxa-lo para si, com desespero. Precisava disso o quanto antes. E quando Harry finalmente trocou os dedos pelo principal, foi como se a Terra não existisse... A única coisa que existia era um mar de verde que lhe tragava...

E o beijou entregue...

(El beso… Otro beso

Nada se compara... only you to me

Nothing means more to me)

Agora iniciavam uma nova dança, mais íntima e mais ardente...

Seus corpos rapidamente entraram no mesmo compasso e ritmo, tornando tudo mais perfeito...

E continuaram se beijando, sem querer realmente se separarem...

Ofegos eram soltos dentre suas bocas, assim como murmúrios desconexos e gemidos de prazer...

Nunca uma dança foi tão maravilhosa como esta estava sendo para Harry. Nunca imaginou que um dia pegaria gosto por essa arte...

Agora achava que poderia dançar todos os dias, todas as noites até o fim da vida...

And when we can't get enough

And history repeats

I only hear the sounds

Of your voice echoing

We'll do it all again somehow

Because it feels so good

We'll do the things that everybody

Else wishes that they could

Draco jogou a cabeça para trás, apoiando o corpo com uma das mãos e com a outra se segurando na nuca de Harry. Se cavalgavam loucamente, cheios de fome e desejo. Seus dedos deslizaram pela toalha até se fecharem num agarre, tentando controlar as ondas que percorriam seu corpo.

Harry fazia tão bem, tão perfeito e estavam unidos num só, compartilhando do mesmo espaço e da mesma sensação.

Parecia que ia morrer, sua energia sendo consumida, seus sentidos ficando torpes, restando apenas o prazer.

O prazer sem limites... Sem igual...

Cada vez que ouvia os gemidos de Draco, era como se seu corpo atingisse um novo estágio de loucura, trabalhando mais depressa, mais intenso, sentindo tudo ali dentro...

Agarrou firme a coxa do loiro, dando mais pressão às investidas, fazendo ele gritar mais alto, mais selvagem...

E se deliciava com essa nova capacidade que descobriu possuir perante o inatingível e arrogante sonserino.

Don't stop it no, surrender to the beat just you and me

Just like it used to be, set your heart free when you surrender

Don't stop it no, cause I can feel the heat of you and me

Just like it used to be, set your heart free when you surrender

Quando o orgasmo os arrebatou, estavam mais ligados um no outro do que o próprio enlace que assinaram.

Parecia uma ilusão... Um sonho tão bom que não queriam nunca acordar...

- Draco... – Harry gemeu, tão docemente que fez um arrepio passar por sua espinha.

Enquanto ficavam ali, deitados sobre a mesa, tão agarrados um no outro como estavam, Harry ainda dentro de Draco, se beijando e se olhando intensamente, mal o loiro notou que algo começava a mudar em seu interior.

Algo mágico...

Maquiavelus enxugou a testa empapada de suor. A magia havia saído fora de seu controle e acabou por dar no deu. Dois rapazes transando no meio da festa. Não era pra tanto, mas agora era tarde. Aliás, até que gostou do que aconteceu. Sorriu alegremente. Harry Potter nem precisou de magia!

Olhou mais uma vez ao casal e voltou a sorrir. Agora o loiro começaria a ser mais humilde e sensível, sem sombra de dúvidas. Não precisaria mais dar uma ajudinha, visto que tudo se desencadearia por si mesmo, mas ficaria por perto, caso algum deles precise de um empurrãozinho. Assim, estalou o dedo sobre a cabeça e aparatou num pop.


O som de vidros batendo suavemente fez Harry acordar. Abriu os olhos lentamente, um pouco incomodado pela claridade, mas aos poucos foi se acostumando.

A primeira coisa que focalizou foi o lustre bem encima da sua cabeça. Eram os cristais que enfeitavam o lustre que estavam tilintando conforme o vento soprava.

Estranho... Não lembrava de ter um lustre bem encima de sua cama...

Franziu o cenho. Também não se lembrava de sua cama ser tão dura e cheia de calombos. E onde estava o cobertor? Tocou ao corpo e notou que não havia tecido nenhum o cobrindo.

Abriu os olhos, totalmente desperto. Como assim não havia tecido nenhum? Ergueu a cabeça já bastante preocupado e viu, com assombro, que estava completamente nu, com seu bingulim à mostra para quem quisesse ver. Ficou chocado...

Mas o pior foi o que viu a seguir.

Um loiro dormia de bruços bem ao seu lado, ou melhor, estava tão grudado em seu corpo, que ainda por cima usava seu braço como travesseiro. Fora que o traseiro pálido estava levemente empinado, mostrando o quanto foi...

Pendeu a cabeça para um lado, vendo melhor. Haviam marcas de dedos, mordidas e chupões naquele traseiro, fora alguns vestígios de... Esperma?

- Merda... – grunhiu, ainda mais pasmado que antes.

Ficou um bom tempo com cara de peixe morto olhando pro nada e sem ter coragem de reagir.

Para quê tanto alarde? Estava apenas nu, ao lado de Draco Malfoy, deitados sobre a mesa da sua festa de casamento e com vestígios que fizeram de tudo e mais um pouco. Era apenas isso, nada de mais...

Então gritou apavorado, se sentando e tampando a cara.

Draco assustou-se e se sentou também, olhando ao redor. Assim que viu seu estado e quem o acompanhava, começou a gritar também.

Quanto mais se olhavam, mais gritavam.

Harry foi o primeiro a se controlar. Estava ficando histérico como uma garota! Respirou fundo e deu um tapa no rosto de Malfoy, que não queria parar de gritar.

O silêncio imperou durante alguns segundos.

- Seu bastardo! – Draco avançou sobre Harry o derrubando da mesa e caindo por cima. Tentava estrangula-lo. – Como pôde! Como? COMO?

- Foi você quem começou! – Harry teve que aparta-lo de cima, invertendo as posições. – E você ia me envenenar não é?

Rapidamente o moreno buscou o frasco que caíra da roupa de Malfoy quando... Bem, quando estavam drogados, ontem, em plena festa... O achou e mostrou ao loiro.

- Eis a prova!

Draco arregalou os olhos e tentou arrancar o vidrinho da mão de Potter, que não deixou e passaram a se agredirem. E se moverem e se esfregarem... E estavam nus...

Ambos os olhares se cruzaram e constrangidos e vermelhos, se afastaram cada qual indo para um lado bem longe do contato do outro.

Harry estava com o coração disparado e o corpo voltando a pegar fogo. Olhou à mão e notou que ficara com o veneno. Sorriu de lado, destampando o frasco e despejando o conteúdo no chão.

Draco via a tudo encolhido perto da mesa. Sentia que seu coração fosse sair do peito a qualquer momento, assim como sentia seu corpo modificado de uma forma estranha, mas confortante.

E pela primeira vez, deixou de lado a frieza e o auto-controle, passando a chorar na frente de Potter. Tampou o rosto enquanto as lágrimas caíam de seus olhos.

Harry ficou surpreso e sem pensar muito, se arrastou para perto do loiro que tremia encolhido, chorando como uma criança abandonada.

- Ei Malfoy? Você queria tanto assim me matar? – perguntou em tom baixo, associando o desespero do sonserino com o fato de ter desperdiçado o veneno.

- Seu... (soluço)... Idiota... (soluço)... Eu posso... (soluço)... Te matar... (soluço)... Quando eu quiser! – e voltou a chorar, desolado.

- Então por que chora? – Harry franziu o cenho, sem entender.

- Porque você tirou minha virgindade! Argh! Te odeio! – se levantou enfurecido, apertando os punhos e estreitando os olhos – Isso é uma sentença de morte! – apontou o dedo no meio da cara do grifinório – Se prepare porque agora sim é questão de honra!

Dizendo isso e sem um pingo de lágrima, Draco foi até a mesa e pegou uma faca, visto que estava sem varinha, daria um jeito ao modo muggle mesmo.

- Você não está falando sério – Harry debochou, achando graça.

Mas uma faca cravou bem ao lado da sua cabeça e teve que se desviar de outra. Draco atirava facas como um profissional, nem parecia que era sangue puro, mimado e que tinha tudo na mão sem precisar mexer um dedo.

Draco passou pelas mesas, recolhendo todas as facas que achava intercalando em atirar algumas em direção ao moreno, que se desviava e se protegia atrás das mesas.

- Draco! Você está louco? – Harry gritou, quando uma das facas pegou de raspão em seu braço deixando um pequeno corte. – Pare já com isso! É uma ordem!

Malfoy estreitou ainda mais os olhos, a raiva crescendo. Desde quando Harry Potter mandava em Draco Malfoy? Buscou a faca maior e a atirou com toda força em direção a Potter.

Harry arregalou os olhos e agachou, sentindo a faca passar rente a sua cabeça e fincar no pilar a suas costas. Isso estava saindo do controle. Onde estava agora as palavras daquele velho farsante?

Draco passivo hein? Respeito, seguidor e que não faria nada de imprudente... Bah! Ele estava tentando mata-lo! Começou a odiar ainda mais aquele, segundo Malfoy, clone de Dumbledore.

Correu agachado até o outro extremo do salão, sendo atacado pelas facas que o loiro atirava contra si e se jogou no chão, rolando e se escondendo atrás da mesa principal, onde havia o bolo e os champagnes.

- Aparece Harry! – Draco caminhava devagar olhando com atenção a todos os lados, esperando algum sinal do moreno. Soava suavemente como quem chama seu gatinho perdido numa noite chuvosa – Vem cá vem! Está com medo do seu esposo passivo? – estreitou os olhos e agachou um pouco, para tentar ver debaixo das toalhas das mesas.

Lembrando que eles continuam pelados.

Harry caminhou um pouco mais para a direita, tentando alcançar as garrafas de bebidas. Ergueu um pouco a cabeça acima da mesa para poder se situar melhor e ver onde Draco estava. Quando o avistou, sorriu de lado de um modo bem malévolo. Queria brincar? Então iria brincar também.

Segurou com cuidado uma das garrafas e a atirou contra o loiro.

Malfoy percebeu o movimento a tempo de se desviar. A garrafa passou rodopiando sobre seu corpo e o banhando de champagne, terminando por se espatifar longe, mais ao centro do salão.

Draco quase ficou sem ar, pelo banho inesperado. As gotas escorrendo pelo seu corpo era uma visão e tanto para o moreno. Tentou acerta-lo, atacando sua última faca, mas errou. Se maldisse, buscando rapidamente qualquer coisa pontuda.

Percebendo que o loiro estava desarmado, Harry se pôs de pé, com as mãos na cintura e de um modo bem desafiante.

- Acabou a munição? – debochou sarcasticamente.

Malfoy apertou os punhos, tentando pensar rápido. Potter era mais alto e mais forte, numa briga corpo a corpo, já sabia que perderia. O jeito era escapar.

Foi sair correndo, mas Harry já suspeitava que ele fugiria. Pulou tão rápido a mesa e já o alcançava antes que se machucasse com os estilhaços de vidro da garrafa que atirara.

Segurou Draco pelo braço e o puxou de encontro a si, abraçando-o e o carregando. As pernas do loiro instintivamente rodearam sua cintura.

Ambos estavam com a respiração agitada.

Malfoy desceu os olhos para o chão, notando que teria se cortado com os cacos de vidro se Harry não tivesse lhe segurado. Ficou sem saber o que fazer e sem coragem de encarar o moreno.

Harry também estava muito confuso e constrangido. Nada mais fazia sentido, era como se tudo que pensava e sentia antes, foi pro espaço, restando apenas fragmentos de algo novo e que não compreendia.

- Cof, cof – ouviu-se alguém.

Os dois arregalaram os olhos e mais vermelhos que antes, giraram a cabeça para ver, parado perto da entrada do salão, Severus Snape e Remus Lupin.

Snape fez uma cara tão horrível, que Harry achou que nunca mais voltaria ao normal enquanto que Remus corava furiosamente, ao perceber que pegaram os dois, num momento tão íntimo.

- A gente volta depois – Remus tratou de se desculpar, visto que Severus estava sem fala e tentava arrancar os próprios olhos.

- Não! Tudo bem... – Harry se apressou a dizer, era melhor estar na presença deles do que sozinho com Malfoy. Não sabia porque estar sozinho com Malfoy era tão perturbador.

- A gente não liga... – foi a vez de Draco pronunciar, também preferindo ficar na presença deles do que a sós com Potter.

Dessa vez Snape queria arrancar os tímpanos também, sem acreditar que os dois ficaram tão descarados.

- Mmm... O que vocês queria? – Harry tratou de perguntar.

- A gente veio avisar que a senhora Malfoy passou muito mal ontem na festa e está no St. Mungus – Lupin tentava dizer com naturalidade, mas os dois daquela forma não ajudava.


Draco e Harry se encontravam no St. Mungus para ter notícias da senhora Malfoy. Nem sabiam como foi que conseguiram se separarem e cada um seguir para seu quarto, tomarem um banho e agora estarem ali.

O loiro interceptou uma funcionária e perguntou sobre a mãe.

- Que sorte que o filho dela veio busca-la – a enfermeira abriu um largo sorriso, toda derretida ao falar com Malfoy.

Antes, Harry simplesmente se enfadaria, mas estranhamente, sentiu raiva ao ver essa vadia dando em cima de Draco. Encostou um pouco mais no loiro e a encarou desafiante. A moça logo murchou o sorriso e constrangida, disse rapidamente.

- Ela está terminando de tomar um medicamento e logo estará aqui. – nisso, sumiu pelo corredor, sem dar nenhuma olhada ao sonserino.

Depois de uns minutos, finalmente avistaram Narcissa vindo acompanhada de uma outra enfermeira e o medimago.

- Finalmente – Draco deu alguns passos em direção a ela – A senhora está bem?

Quando a mulher pousou os olhos no filho e no marido do seu filho, começou a gritar feito uma louca, se debatendo histericamente nos braços do medimago e da enfermeira, que tentavam conte-la.

- Não! Não! Por favor! Eu não mereço isso! Por Merlin! Não! – ela berrava descontrolada.

Harry e Draco ficaram horrorizados vendo a tão elegante Narcissa Malfoy sendo arrastada para a ala psiquiátrica do St. Mungus em estado grave.

- O que aconteceu com sua mãe? – Harry estava literalmente chocado. Parecia que ela havia levado uma série de crucius.

- Acho que ela bateu muito a cabeça quando desmaiava... – Draco estava arrasado, mas deu de ombros. Ultimamente sua mãe não andava regulando muito bem. – Melhor irmos embora, depois eu venho visitá-la, quando estiver mais consciente.

Quando chegaram em casa, havia uma mensagem do professor de poções que dizia que ele estava de férias prolongada numa ilha deserta no fim do mundo e que não era para procura-lo nem em questão de vida ou morte e também não sabia quando regressaria à Inglaterra.

Ficou um pouco surpreso por isso, mas também deu de ombros, tinha outro assunto mais importante a tratar com certo morno.

Mas o fato era que nunca conseguiam falar sobre o que fizeram, nem em como se separariam. A mesma rotina separada voltou, mais tensa do que antes. Nenhum dos dois queria dar o braço a torcer e o orgulho falava mais alto.

E lá no fundo, Draco começava a sentir necessidade de estar perto de Potter...


N/A: aí está o outro cap. E vale lembrar que aguardo reviews, é muito bom saber que estou agradando com essas fics! A música é Fire (sexy dance) de Paulina Rubio.

Se continuarem gostando, eu posto o outro cap mais rápido, semana que vem ok? ;)

Agradecimentos a: Fabi – olá, não demorei muito, espero que tenha curtido essa continuação, bjs! Anne – olá, ai, adoro seus comentários gigantes! Me incentivam tanto! O mago fez das suas novamente e agora o Draco já não sabe mais o que quer, resumindo, ele só quer o Harry! Rsrrss. Como diz o ditado à males que vem para o bem e o Draco pensou em mentir para não se casar o que acabou ocorrendo o contrário, ele casou e com seu maior inimigo! Esse cap eu quis fazer tipo, inimigo em casa ou dormindo com o inimigo (rsrrsrrsss), mas espero que tenha gostado, ainda não foi o Mpreg, mas no próximo será. Bjs! Bru – olá, que bom que está curtindo e eu não demorei na postagem! O próximo tbm será postado logo. Bjs! Hope – olá, gostou desse cap também? Espero que sim! Bjs! Bibis Black – olá! Nossa fiquei até sem fala! Li e reli seu comentário e nem acreditei que vc me considera tanto assim! Nossa, é uma honra saber que minhas fics te agradam tanto! Muito obrigada! Bjs! Mathew Potter Malfoy – olá, bem, foi um amor meio estranho o deles né? Meio violento, mas no fundo, lá estava o amor! Rsrssrrs :) Atualizei rapidinho e espero que tenha gostado! Bjs! Sy.P – olá, espero que tenha gostado dessa continuação! Bjs! Joana – olá, o pãozinho no forno terá mais detalhes no próximo chap! E aqui está a continuação! Espero que tenha gostado! Bjs!

Obrigada a todos que comentaram, um grande beijo e até o próximo chap!