Disclaimer: É muito, muito óbvio que eu não possuo Harry e cia. Agradeçam à tia JK por isso!! Fora os originais, o resto é tudo meu msm...
N/A: Ora, pleaseee, ninguém veio aki pra me ouvir tagarelar, neh! Pra fic, entaum...
-Sim, meu amor.- suspirou pesadamente encarando a grama. Voltava a garoar.- Tem uma coisa muito, muito importante que você deveria saber.
Um suspiro.- E o que viria a ser isso?
-Escute, você ter que saber não quer dizer necessariamente que você vai saber. Eu não acho que este seja o momento certo de discutirmos isso.
-Então quando será? Eu realmente partirei amanhã.
-Se eu soubesse qual a hora certa, eu já teria feito. É melhor que você vá amanhã na casa de seu amigo.-Suspiro.-Eu deveria saber que chegaria o dia em que eu não poderia te impedir de fazer o que tem que ser feito.
-Ah, mamãe... Eu não tenho idéia do que dizer. Eu prometo que vou voltar inteirinha, a senhora vai ver!
-Não espere que eu agradeça por isso, Hermione- ela já ria.
-Nunca faria isso.
Naquele momento, em frente ao grande portão de sua casa, uma silenciosa figura com um sobretudo muito negro, fitava a bela fachada da casa, finalmente, decidido sobre o que fazer.
Um dia antes de toda a discussão na casa dos Granger, Harry estava em seu quarto na rua dos Alfeneiros imerso em pensamentos. Imaginava o que seus amigos estariam fazendo e se estavam bem. A decisão de retornar a Hogwarts, por incrível que pareça, tornava seu coração mais leve. Deu um giro na cama, ficando agora de barriga para cima. Encarou o teto e tentou imaginar como seria olhar para o jantar de boas vindas pela última vez. Uma sensação muito ruim tomou conta de seu estômago. Não gostava de lembrar quão triste era a situação em que se encontrava.
Olhou docemente para o porta-retrato ao lado de sua cama que mostrava uma fotografia muito animada de seus pais. Os dois estavam sentados em uma janela de madeira no segundo andar de algum lugar. Ao fundo, um belo jardim era visto com plantas baixinhas formando um desenho muito estranho. Já havia virado a foto de várias maneiras para tentar entender, mas nunca tivera sucesso. Sua mãe estava sorridente e mostrava que por baixo de seu casaco havia uma barriguinha já protuberante. Seu pai ora a acariciava, ora inchava as bochechas numa pobre imitação de como a esposa ficaria com o tempo. Em resposta recebia enérgicos tapinhas que fingia doerem bastante, com uma careta muito engraçada, fazendo-se de ofendida. Então, sua mãe se fazia de arrependida e recompensava o enfermo com um doce beijo.
Harry riu ao ver a cena mais uma vez. Seus pais deveriam ter sido pessoas realmente agradáveis de se ter por perto. Uma pena, pensou, que eu nunca realmente vou poder tirar a prova.Graças a... Seu olhar recaiu para a fotografia ao lado, mais recente, sua e de seus amigos no último momento de total alegria do qual ele conseguia se lembrar. No ano anterior, durante um dos finais de semana em Hogsmead, Harry, Rony e Hermione encontraram um senhor muito simpático com uma máquina fotográfica muito nova, que perguntou se por acaso eles gostariam de tirar uma foto de recordação do vilarejo. Harry não imaginou porque iria querer uma foto de um lugar que ele visitava tanto, mas percebeu que seria uma boa idéia para não contar apenas com a péssima memória em algum lugar do futuro. A fotografia em si era muito engraçada. Primeiro, mostrava os três muito sorridentes e mudava para o sorriso sacana que Harry e Rony trocaram quando tiveram a mesma idéia. Harry passou a mão por baixo das pernas de Hermione e a ergueu no ar. Imediatamente a garota cobriu os olhos de pavor e vergonha dos passantes. De repente, ele atira a menina no ar para o outro amigo, enquanto os três davam risadas. Ele finalmente pousa Hermione no chão, que se faz de brava, mas os dois acabam fazê-la ceder depois de um caloroso triplo abraço de urso, como Rony chamava. Seus amigos, continuou, seus melhores amigos no mundo inteiro. E os três estavam prestes a iniciar um plano que por muitos aspectos parecia mais suicídio. Mas o mais importante de tudo, é que estariam juntos. Harry achava que não teria segurança maior em qualquer lugar do que junto deles. E enquanto zelassem um pelo outro, tudo estaria muito bem.
Os ruídos do andar de baixo acordaram o garoto de seus pensamentos. Tio Valter proclamava em bom som sua chegada em casa. Duda, o porco-ambulante-imensamente-grande, como Harry costumava chamá-lo, se empertigava no sofá, pronto para recolher os elogios do dia. Mas em lugar disso, uma discussão começava.
Harry desceu as escadas o mais rápido que suas pernas conseguiam para vislumbrar uma cena que seus olhos nunca haviam testemunhado. Valter e Petúnia Dursley brigavam ferozmente aos berros, no espaço que dividia cozinha e sala de estar.
-Eu não acredito, Petúnia! Como você pôde...
-São as minhas coisas, coisas da minha família e eu escolho...
-Você deu METADE de TODAS as posses da família para o moleque!
Harry não acreditava no que acabara de ouvir. Sua tia lhe dando algo?
-Eu não fiz nada de errado. Até onde EU sei...
-Não havia testamento, Petúnia, era tudo seu, tudo do nosso Duda.
-Eu não era a única filha que eles tinham.
Um silêncio se apoderou do lugar. Todos estavam, de alguma forma, petrificados por Tia Petúnia ter se referido à sua irmã, mesmo indiretamente.
-Ela está morta, Petúnia, morta!
-Eu sei que ela está. Mas ela deixou um filho, não deixou?
-Você está delirando.
-Ah, não. Eu pensei, e pensei MUITO bem a respeito de tudo isso. O garoto terá a metade que dizia respeito à ela. E está feito.
-Mas NÓS o criamos, NÓS o alimentamos, NÓS demos um teto para ele colocar...
-É dele e ponto final.
-Mas por quê?
-Segundo as leis da gente dele, ele já é maior de idade. Eu não sei o que ele fará da vida, não sei se tem onde ficar ou continuará ficando aqui, o que eu duvido muito que ele queira. Não sei o que ele pretende, o que ele gosta ou o que ele quer. Estou dando a ele uma escolha, uma pequena garantia.
-Você não ouviu o que aquele velhote disse da última vez? O estrupício é milionário! Herdou tudo que pertencia àqueles dois inúteis e ao gentinha do padrinho.
O sangue de Harry ferveu ao ouvir os nomes de tantas pessoas que ele amava e por quem já havia sofrido tanto com a partida. Incrivelmente o mesmo efeito pareceu se apoderar de Tia Petúnia.
-Que ele seja bilionário! EU vou fazer a minha parte e o que EU sei que é certo. Jamais conseguiria viver comigo mesma se soubesse que não teria ajudado como podia, e da maneira que papai e mamãe iriam querer, o filho de Lily.
O silêncio dessa vez foi mais profundo e a confusão na mente de Harry era notável. Nunca havia ouvido sua tia pronunciar o nome de sua mãe, ainda mais da maneira que só havia ouvido amigos íntimos a chamarem.
-Ora, mas o que...- a voz de tio Valter já era de um tom e altura normais.- Bem, se é assim que você quer. Eu só achava que, você sabe, aquela aberração.
-As pessoas que amamos, Valter, nós as amamos da maneira que elas são.
Silêncio. Tio Valter parecia ter perdido o chão debaixo dos pés. E inesperadamente...
-Ora, sinto muito Petúnia, querida.
...deu um doce beijo em sua esposa, seguindo juntos para a cozinha, como se nada tivesse acontecido, deixando para trás dois estupefatos Harry Potter e Duda Dursley.
Depois do mais que silencioso jantar, Harry voltou para seu quarto. No momento em que fechou a porta, Edwiges pousou gentilmente em sua escrivaninha, trazendo consigo uma carta. Na verdade, era uma carta muito simples e crua, o que descartava a possibilidade de ter vindo de Hermione, Hogwarts ou o Ministério. A ausência de garranchos ou uma letra incrivelmente apressada cortavam Rony e Hagrid da lista. Não havia o nome do remetente, então Harry pensou duas vezes antes de abrir a carta. Ouviu um dolorido pio vindo de Edwiges. Certo, ele confiava na coruja, ela jamais traria algo perigoso para seu dono, disso ele tinha certeza. Abriu o envelope.
Caro senhor Potter,
Não espero que confie no que está escrito aqui, mas eu sinceramente gostaria de lhe transmitir meus pesares por todas as mortes que ocorreram ao seu redor, de tantas pessoas que sei que você se importava. Nós nunca realmente tivemos a oportunidade de conversar abertamente o que deve acabar logo. Sem mais delongas, temos um assunto muito delicado a discutir e gostaria que nos encontrássemos amanhã, às seis da tarde no parque das Rosas. Não espero que confie em um estranho nesses tempos sombrios, não faço objeções sobre vir acompanhado, desde que o mesmo lhe goze de total confiança.
Positivamente, até amanhã
A.C.D.
Seu primeiro pensamento continha repetidas vezes a palavra piada. Releu o bilhete mais de cinco vezes e lá pela quarta, já começava a acreditar. Certo, quem se incomodaria em escrever um bilhete desses? Certamente não é a idéia que Fred e Jorge faziam de uma piada. Não, sério demais. No final de vinte minutos chegou à desastrosa conclusão de que não era uma piada vinda de nenhum conhecido. Não sabia quem era A.C.D. Não sabia se deveria comparecer ao encontro. Podia se imaginar perguntando aos amigos. Imaginou a careta de Rony e sua exclamação: "Isso é perturbador! Já pensou o que você poderia encontrar lá...". Seria quase engraçado, se não fosse a seriedade da situação. Por outro lado, Harry quase podia ouvir a voz mandona da amiga. "Honestamente, Harry! Você não considerou realmente em comparecer, não é? É simplesmente absurdo! É óbvio que se trata de algum tipo de armadilha ou coisa parecida. Quero dizer, quantos Comensais não gostariam de te espetar num palitinho e entregar para Voldemort terminar o serviço?". Harry tremeu involuntariamente. Era incrível como às vezes sua própria consciência tinha a voz de Hermione. Às vezes ele imaginava se ele e Rony realmente tinham uma, já que a garota ocupava muito bem esse papel.
Mas ele não conseguia ignorar a vozinha no fundo de sua mente que dizia que ele deveria simplesmente estar lá. Não guardava boas recordações daquela praça. A última vez que estivera lá havia sido na vez me que encontrara os dementadores no caminho de volta. Seu instinto mais profundo dizia que ele deveria simplesmente confiar, o que seu bom senso considerava um absurdo. Mas eu não preciso ir sozinho-pensou. Mas quem levaria consigo? O mais aconselhável era um membro da Ordem. Qualquer um deles riria de sua cara e acharia o pedido uma loucura. O que deixava a Harry apenas a perspectiva de carregar consigo um ou seus dois melhores amigos. Quer dizer, eles já tinham ido atrás de um declarado assassino perigoso certa vez, não é? Mas só para salvar Rony. Mas no fim ele percebeu um perturbador detalhe. Estamos perseguindo pedaços da alma de Voldemort, se não pudermos dar conta de um suposto amigo, nossas esperanças são feitas de fumaça.
Já era quase duas da manhã e Harry acabara de se convencer que deveria esperar amanhecer para obter uma resposta dos amigos. Enviara corujas a Ron e Hermione explicando tudo e aguardava uma resposta a boas cinco horas. Revirou-se uma última vez na cama antes que ouvisse o barulho de uma coruja em sua janela. Pichí voava animadamente em círculos do lado de fora de sua janela com um pergaminho muito bem amarrado às suas patinhas. Depois da incessante luta para que o animal permanecesse no mesmo lugar por mais que alguns segundos, Harry já podia ler a carta de Rony.
Harry,
Eu realmente sinto muito, mas não vou poder ajudar. Mamãe está cada vez mais sensível com o medo de ter mais Weasleys na Ordem do que ela desejava. Não contei a ela o que vamos fazer depois das férias. Vou avisá-la por coruja quando já estivermos longe o suficiente. Não faça essa cara. Ela jamais entenderia nossas razões e não poderia dar todas elas. Você sabe que ela contaria para todos e isso é um segredo.
Agora, honestamente, não deveria ter dito nada à Mione. Ela não vai gostar nada da idéia e eu acho que a última coisa que você precisa agora é de alguém implorando pra que dê pra trás.De qualquer maneira, eu acho que tem razão, não me pareceu tão má idéia embora seja absurdamente óbvio o tamanho do risco.
De qualquer maneira boa sorte e anime-se: é seu último verão com os trouxas
RonyHarry não pôde deixar de sorrir ao ler a carta do amigo, embora não contivesse boas notícias para ele. Pensou momentaneamente no que Rony lhe dissera e já alimentava um certo arrependimento por ter escrito à Hermione. Mas ele lhe devia isso.
Nesse mesmo momento, Edwiges planava suavemente sua escrivaninha, depositando ali o que Harry sabia ser a resposta de Hermione. Bem, eles me fazem esperar horas e de repente recebo uma coruja atrás da outra. Que coisa...
Querido Harry,
Não me darei o trabalho de dizer o quanto me incomodou sua idéia. É insano, simplesmente insano, correr atrás da primeira pessoa que lhe envia uma coruja pedindo que se encontre com ela em um lugar afastado perto do anoitecer, especialmente quando é óbvio que se trata de um bruxo.
Espero que um dia eu consiga pôr mais juízo na sua cabeça Harry. Nos vemos.
Hermione.
Perfeito, realmente era tudo que ele precisava para fechar a noite- como Rony lhe dissera- alguém para fazê-lo dar pra trás. Mas ele estava decidido. Havia feito sua parte- havia contado a eles. E com ou sem Rony e Hermione, ele havia tomado uma decisão.
Mais tarde, naquele mesmo dia, Hermione olhava o teto de seu quarto, cheio de miniaturas de corpos celestes que brilhavam no escuro. Harry havia enlouquecido. Terminantemente. Havia se correspondido com Rony antes de escrever à Harry. Aparentemente ele havia se esquecido que no dia seguinte se reuniriam e partiriam para Godric´s Hollow. A garota havia se ocupado em adiar o encontro até que aquele pequeno empecilho fosse resolvido.
Já se passava da meia noite, mas ela tinha certeza que seus pais ainda estariam acordados.
-Achei que já tivesse ido dormir, querida.
-Não, só estava escrevendo para meus amigos.
-A essa hora?
-Eles estão acordados, de qualquer maneira foram eles que escreveram primeiro.
Seu pai chegava abria a porta com uma bandeja nos braços.
-Ah, Hermione, se soubesse que estava acordada pegava outra xícara. Quer chocolate?
-Ah sim, papai.
-Só um momento então.
Então saiu. Hermione não pôde evitar sentir seu estômago revirar ao fitá-lo enquanto se virava. Afinal, se havia entendido bem...
-Não fique remoendo idéias, querida.- disse sua mãe em um tom de quem termina uma conversa. Não conseguiria nada produtivo dali agora.
-Na verdade, mamãe, houve uma pequena mudança de planos. Amanhã eu vou na realidade para a casa de Harry. Preciso ajudá-lo a resolver algumas coisas.
-Hmm. Eu e seu pai ficaremos quatro dias fora. Negócios do consultório. Vou pedir à Liza que fique com você.
-Sabe, eu não preciso de babá. E os dois seguranças na guarita não seriam o bastante?
-Se você soubesse cozinhar...
-Quem disse que eu não sei cozinhar?
-Os trinta cookies queimados da semana passada.
Hermione corou. Seu pai voltava agora com mais uma xícara.
-Muito bem, o que perdi?
-Bem, papai, será que o senhor poderia me levar até Surrey amanhã no início da tarde?
-Mas você não ia até a casa daquele seu amigo Weasley?
-Ah, sim, mas mudamos os planos. Preciso ajudar Harry a resolver algumas coisas antes.
Sua mãe levantou uma sobrancelha ameaçadoramente.
-Então vão começar a loucura sozinhos?
-Você sabe que não, mamãe.- um certo frio correu por sua espinha.
Era culpa. Embora seu pai tivesse saído brevemente por um período abençoado de tempo naquela manhã, o bastante para não ouvir sobre as horcruxes, sua mãe sabia de tudo. Sabia de tudo sobre algo que ninguém deveria saber.
-Mamãe, posso falar com você em particular por um momento?- olhou para o pai nervosamente.
-Claro, vamos para...
-Não é necessário. Eu aproveito para pegar umas bolachas.- seu pai saiu apressadamente para o lugar de onde acabara de voltar.
-Escute mamãe, isso é muito sério. Eu preciso que você não diga à ninguém, realmente a ninguém, o que eu lhe disse sobre horcruxes. Somente três pessoas deveriam saber sobre elas, mas no momento em que decidi abrir o jogo, me esqueci. Eu preciso que você guarde segredo. Eu até faria a senhora esquecer se não fosse ilegal e totalmente inútil.
-Mas...
-Estamos em guerra. Guerra. Poderiam torturar a senhora para ver até onde sabe, até onde eu sei. Isso não é bom. Nem o próprio Voldemort sabe que existe mais alguém com esse conhecimento além dele mesmo.
Sua mãe soltou a respiração pesadamente.
-Sabe, não são muitas pessoas que dizem o nome dele com tanta convicção.
-Hábito.
-Obviamente não quero falar disso agora, mas pode ter certeza de que eu realmente sei guardar um segredo. Podem tentar o que quiser em mim. Graças a Deus seu pai não sabe de nada.- Pausa.- Quase nada pelo menos. Ele não é um idiota, sabe?
-Nunca disse isso.
-John, será que você pode voltar aqui? Estou faminta já.
O pai de Hermione voltava então como pote de biscoitos dessa vez.
-Homem de Deus, foi fabricá-los?
-Eu só queria dar espaço para o blábláblá de mãe e filha, ok?
-Bem, o senhor não respondeu ainda, papai.
-E quando foi que eu neguei alguma coisa.- e riu.
-Esse seu amigo Potter, como é que se chamam esses tios dele?
-Dursley.
-Dursley?
-Sim.
-Você quer dizer, Valter e Petúnia Dursley?
-Vocês os conhecem?
-Seu pai de uns negócios para construção. E digamos que Petúnia é uma velha amiga.
-Esse passeio vai ser melhor do que eu esperava. Então depois de tudo, que bom que a senhora pôde entender dessa vez.
-Não ache que eu esqueci daquilo, mocinha!
-Mamãe...
-Não criei uma menina por quase dezoito anos longe de tudo que pudesse lhe fazer mal para vê-la dar as costas e seguir o caminho de volta.
-Eu realmente não entendo.
-Você vai entender. Mais cedo do que imagina.
Já se passava da uma e meia da tarde e o verão parecia não querer se despedir da Inglaterra. Foi isso que pensou Harry ao se abanar em seu esconderijo no jardim dos Dursley. Estava injuriado. Não podia fingir que não ficara aborrecido com a resposta de Hermione na noite anterior.
E para ajudar seu bom humor, Tio Valter iria receber essa tarde um cliente e ele teria que brincar de garoto invisível mais uma vez. Talvez ele devesse ficar já desde cedo fora para que não tivesse a necessidade de pular a janela ou tentar sair sorrateiramente pela porta. Ou talvez, ele se vestisse decentemente e surpreendesse os Dursley na sala. Não, não arrumaria problemas. Por mais que não gostasse de sua pseudofamília, não se agradava com a idéia de deixar a casa com rancor atrás de si.
Subiu para seu quarto e começou a pensar no que faria para esconder sua capa de invisibilidade sem um casaco. Colocou roupas trouxas decentes que havia ganhado da amiga de aniversário. E nesse momento esqueceu de seu aborrecimento. Deu uma boa olhada no espelho e viu que o voluma da capa era mínimo. Mágica. E Merlin abençoe Hermione. Desceu as escadas para avisar à tia sobre aonde iria e encontrou-a bem próxima ao hall, apertando um pente nos cabelos loiros do filho, que agora parecia um bebê porco grande demais.
-...e eles têm uma filhinha da sua idade, Dudoca. Trate de receber bem a mocinha, viu?
-A senhora realmente acha que estou bem assim?- deu uma volta.
-Está lindo, filhinho, vai arrasar corações.
Os olhos de Duda brilharam de maneira estranha. Foi então que Harry se lembrou de uma coisa óbvia: Duda era um garoto de dezessete anos. Com essa forma física, deveria ser um desastre com garotas. E do que se espera dos clientes de Tio Valter, Harry imaginou por um momento uma versão feminina de Duda cruzando a porta, e uma cena de amor à primeira vista. Cada um com seu par, certo? Mas onde será que arranjaria uma casa grande o bastante para uma família de hipopótamos?
Harry não conteve uma risada no mesmo momento em que se ouviu a porta de carro batendo do lado de fora. Tio Valter deu um pulo apressado na sala, ao lado das bebidas, ao mesmo tempo em que Tia Petúnia mergulhou para a cozinha. Passos do lado de fora. Duda olhou feiamente para o primos parado ali, ao sopé da escada. Duda abriu a porta e tia Petúnia veio apressada da cozinha, como se tivesse estado o tempo todo lá. Harry subiu da maneira mais rápida que podia os degraus e podia ouvir atrás de si as vozes dos visitantes. Teria de partir para o plano B.
Mas ao chegar quase no topo, não conseguiu reprimir a curiosidade. Na porta se encontrava um homem de estatura media, de cabelos castanhos bem cortados, aparência muito bondosa e familiar. Atrás dele, aparecia uma mulher mais branca, com cabelos mais escuros e olhos de um castanho muito bonito. Não aparentava a idade que tinha, porque Harry sabia que conhecia a mulher. E finalmente, uma menina, da sua idade, vestia um jeans muito bonito com uma blusa muito simples e uma sandália rasteira, aparentemente muito simples, mas numa combinação que naquele corpo atiçaria os hormônios do sexo oposto. O resultado era evidente no garoto abaixo dele. Mas Harry não gostou nada disso. Porque ele conhecia aquela menina.
-Ora senhor, por favor entrem, minha esposa estava assando bolinhos e...
-Harry?
-Hermione?
Valter e Duda pararam estarrecidos ao perceber que aparentemente, aquela bela garota conhecia seu incômodo familiar. Harry desceu correndo as escadas e deu um apertado abraço na amiga.
-Achei que você ia me deixar na mão.
-Ora, mas o que é que você acha que quer dizer "nos vemos em breve"?
Mas a conversa dos dois foi interrompida por uma outra que acabara de se iniciar.
-Petúnia.- a mãe de Hermione fez um cumprimento com a cabeça.
-Sarah.- Tia Petúnia parecia ter levado um raio na cabeça. Olhava incrédula para a mulher em sua frente. E de repente o sorriso de boas-vindas tornou-se uma careta impossível de se distinguir.
-Bem, então todos já se conheciam, não é mesmo?- Valter Dursley era tão estúpido que não percebera a tensão entre as duas mulheres e parecia se interessar mais pelos dois jovens.
Todos foram para a sala e Valter parecia querer matar seu sobrinho Harry Potter. Talvez já tivesse o feito, se não fosse a maneira perigosamente intensa que a menina, que agora andava de braços dados com o dito cujo, fitava seu rosto. O homem estava intimidado. Intimidado por uma garota de dezessete anos.
-Hm.- pigarreou ao ver que todos haviam se sentado- vejo que a senhorita já conhece meu sobrinho Harry.
-Ah sim. Claro que nos conhecemos. Nós estudamos juntos.
Silêncio.
-Ah, você quer dizer quando eram menores, não é? Então você também conhece nosso filho Dudley.
-Não, não. Eu quis dizer no presente mesmo. Nós estudamos juntos desde os onze anos. Na verdade, somos melhores amigos. Sabe, eu também sou uma bruxa.
Mais silêncio. Hermione acabara de quebrar a sagrada regra de nunca pronunciar aquela palavra debaixo daquele teto. Tio Valter se dobrava, indeciso sobre agradar um cliente e manter seus princípios.
-Ah sim, vejam só que coincidência.
E o primeiro de seus princípios era conseguir a maior quantia que pudesse. Fim do dilema. A mãe de Hermione resolveu falar, para horror de Tia Petúnia.
-Ah sim. Nós adoramos seu sobrinho, um ótimo menino. Não sei o que seria de nosso tesouro sem ele e Rony por perto. Você não acha que eles estão enormes, Petúnia?
Ela parecia tentar engolir algo grande demais.
-Ah, claro. Maiores a cada dia.
-Ainda me lembro de quando estava grávida. Parece que foi ontem. A cara que Lílian fazia ao pensar em ficar daquele tamanho, mas no final ela amou a experiência. Todas amamos.
Harry teve que piscar várias vezes para tentar entender que tipo de peça Hermione havia tentado pregar. Olhou para a garota ao seu lado e viu que ela estava tão horrivelmente assustada quanto ele.
-Mamãe, eu...
-Hermione, Harry, será que eu poderia falar com vocês dois a sós por um segundo?
-Claro- se aprontou Harry- vamos para o quintal. O sol é menos forte lá.
-Eu disse, querida, que haveria uma hora em que eu deveria te contar, e naquele momento achei que deveria. Além de não poder perder por nada no mundo a chance de fazer Petúnia ficar embaraçada.
-Não acho justo, mamãe. Quero dizer, na frente de todo mundo, e...
-A senhora conheceu minha mãe?
Harry fitava Sarah de uma maneira totalmente nova, como se a visse pela primeira vez.
-Vamos contar a história toda. Certo? Ou você quer que eu comece apenas...
-Não mamãe, está tudo bem. Sem mais segredos essa tarde.
-Bem, nossa história começa a vinte anos atrás. Mas antes, acho que você deveria saber Hermione, que minha avó foi um aborto.
-Mas...
-Não interrompa, por favor. Descobri ao encontrar o diário dela no meu sótão e desde aquele dia fiquei obcecada. Descobri muito sobre bruxos através de seus livros. Mas como eu ia dizendo, naquele dia eu almoçava num café em uma parte não muito bonita de Londres, quando simplesmente vi uma mulher sumir em uma cabine telefônica. Achei que meu olhos estavam me pregando uma peça e fui lá conferir.
-Ministério da magia.
-Depois eu descobri que sim. Então, eu estava observando estarrecida quando do nada, crack! Um homem apareceu na minha frente. Mas eu sabia o que era aquilo que ele tinha feito e percebi que pela primeira vez na vida eu conhecia um bruxo vivo. Entrarei em detalhes uma outra hora, mas o necessário de se saber é que aquele homem se chamava Celeste Barrymore. Um grande bruxo, membro da Ordem da Fênix e o melhor amigo de Alvo Dumbledore.
O peito de Harry deu uma dolorida fisgada ao ouvir a última sentença.
-Então, isso esclarece muitas coisas, como conhecer sua mãe ou saber tanto sobre bruxos. Mais profundamente na história, eu digo que me apaixonei por esse homem, que no começo era só meu amigo. Conheci todos aqueles que valiam a pena conhecer
-Isso vai chegar aonde eu estou pensando, mamãe?
-Ah, vai. Esse homem pediu minha mão em casamento no mesmo dia em que eu lhe contei que estava esperando um filho seu. Bem, um mês depois que você nasceu ele se foi.
Hermione naquela hora duvidou que havia qualquer chão ali. De repente a gravidade pareceu uma grande piada. Ela já suspeitava de alguma coisa assim, mas não tanto de uma vez.
-Se a senhora me permite perguntar- Harry interrompeu seu devaneio a trazendo com um baque de volta à Terra- como isso aconteceu?
O olhar da senhora Granger estreitou significantemente.
-Voldemort. Um dia ele simplesmente apareceu dizendo que havia matado Barrymore. Não houve sequer um corpo.
Harry percebeu o choque no rosto da amiga. Mas se assustou ao perceber que nunca havia visto aquele olhar antes. Sarah respirou pesadamente em seu outro lado.
-E agora vem a parte mais importante. Harry, Hermione, vocês não podem contar isso a ninguém. Ninguém mesmo.
-Como é?- disse Hermione entre os dentes, falando pela primeira vez em um certo tempo.
-Não podem. Não posso explicar agora. Mas vocês têm que jurar, jurar mesmo.
-E meu pai?- Hermione parecia tão neutra que amedrontava.
-Essa- pausa- é uma outra história. Agora prometa que vai voltar para casa antes das aulas, por favor. O resto é de grande importância.
Já se passava das quatro e meia e os pais de Mione já haviam partido. Ficariam fora por quatro dias. Os Dursley sumiram rapidamente da casa como se tivessem aparatado. Ficaram com medo de Hermione e sua aura perigosa durante a tarde. Agora os dois estavam sozinhos. Harry fechou com cuidado a porta do quarto atrás de si. A amiga já se sentava em sua cama.
-É a sua cara.
Uma palavra para o quarto de Harry- caos.
-Não se preocupe, eu já dou um jeitinho- e começou a juntar preguiçosamente suas coisas.
-Não é necessário.
-Olhe, Hermione...
-Sabe, quando você acha que já ouviu de tudo...
-Eu não tenho idéia do que dizer nesse momento...
-Porque não há o que dizer- gritou Hermione, levantando-se rapidamente com lágrimas nos olhos, a raiva tão acentuada que fez quebrar a lâmpada da luminária.
-Acalme-se, por favor!
-Como é que você pode me pedir uma coisa dessas? Calma? Quero dizer, é só uma pequena mentira, não é? Como ela pôde, Harry, como ela pôde?- e atirou um pequeno orbe de vidro que se espatifou contra o guarda-roupa.
O desespero era evidente em seus olhos. Ela sentia raiva, tristeza, traição, ódio, tudo em um turbilhão rápido demais. Hermione quebrava as coisas do amigo com uma força que Harry sinceramente não sabia que tinha. Ela já chorava e soluçava em um ritmo de cortar o coração. Harry não agüentou mais. Caminhou até seu lado, obrigou-a a encará-lo e segurou-a pelos pulsos.
-Por quê, Harry, eu não...
-Shh. Viu só, acabou. Não tenho mais nada para você quebrar. Venha aqui.
Sentou-se em sua cama e abraçou-a enquanto chorava. Não se lembrava de ter tanta pena da garota antes. Não se imaginava em seu lugar. Realmente, seus tios mentiram sobre seus pais por muito tempo. Mas se tratava da mãe dela, a pessoa em quem mais confiava. Mas ele não duvidava que houvesse uma forte razão para que ela tivesse feito isso.
Hermione relatou entre soluços o que havia ouvido na noite anterior e na conversa que tivera. Harry a escutou calado apenas a reconfortando quando necessário. Eram cinco e dez quando percebeu que a amiga adormecera. Dez minutos mais tarde os Dursley chegavam em casa. E dentro de quarenta minutos ele tinha um encontro.
Hermione abriu lentamente os olhos e viu Harry guardando a capa de invisibilidade no bolso do casaco. Olhou ao redor para as coisas destruídas do amigo.
-Oh, Harry, eu sinto muito.
-Você já acordou? Pode dormir mais se quiser.
-Claro que não. Para que é que eu vim até aqui no fim das contas?- apontou com a varinha para os cacos do orbe- Reparo!
-Ah, sim. Obrigado. Menor de idade, entende!
Alguns "reparos" depois, tudo estava em sua devida ordem.
-Menos minha cabeça. Está doendo horrores.
-Nunca chore demais antes de dormir.
-...Espere um minuto, já vou me arrumar.
-Mas como? Você veio assim e não trouxe nada! Mulheres, francamente...
-Homens, quando será que vão entender?
--
N.A: Foi mtoooo mal pela demora, é que estive em semana de provas, uma loucura só... Bem, na verdade eu revelei um pouco mais do que eu queria nesse cap, mas se vocês acham que a situação em que eles descobriram foi forçada, mais para o final vcs vão descobrir q teve um bom motivo.
N.A2: Hehe, mais um cap e onde eh q estão as reviews???? Até eu fechar esse cap soh tinham 2. Muito obrigada a vcs gente!!!!! De qualquer maneira eu estive pensando que depois de terminar Medos são segredos talvez eu traduza uma fic de um outro site q eh mto bacana. Mas é claro q eu preciso da aprovação da autora e de um tempinho extra pra trabalhar...XD
N.A3: Se vcs acham q tah td distorcido...Huhauahuahuahua vcs não viram nada!!!!! Essa é a menor parte do segredo. E... cada uma vai ter q se decidir. Ou vcs amam a Sarah, ou odeiam. Pq daqui pra frente, vai depender de cada ponto de vista se o que ela faz e fez é certo ou não
Finalmente, eu calo minha boca e deixo a tds um pedido desesperado de uma autora q espreme os poucos minutinhos de folga para escrever e betar essa história, então
PLEASEEEE!!!!!!!!!DEIXEM REVIEWS E FAÇAM UMA AUTORA FELIZ!!!!!!!!!
