Título: Irresistivelmente Atraído.
Autora: Cherry-in-Wonderland.
Anime: Fruits Basket.
Pares: Yuki/Kyo.
Classificação: Yaoi Lemon.
Sumário: Yuki de repente descobre-se atraído por Kyo. O que fará agora com a descoberta deste novo sentimento? Yaoi / lemon.
Disclaimer: Não possuo os personagens, estes pertencem a Natsuki Takaya. Esta fic não tem fins lucrativos.
Agradecimentos: As minhas amigas do msn: Aiko e Yume Vy, ao pessoal das reviews: Yue-chan, Mo de Áries, Carolzita Malfoy, Shido Kurokawa. Brigadão gente, espero que curtam este capítulo também.
Capitulo 2 – The Speed of Pain
Yuki fitava o teto, desolado. O silêncio de Kyo fazia com que se sentisse ainda mais inseguro.
"O que faria agora, depois de tudo o que acontecera? Conhecendo Kyo, saberia que não seria nada simples." Pensou entristecido.
Seus pensamentos foram abruptamente interrompidos pelo garoto possuído pelo espírito do gato, que levantou-se bruscamente catando sua roupas que estavam espalhadas pelo chão.
Yuki ouviu-o caminhar apressado a passos largos em completo silêncio e sumir dali.
"Realmente, não será nada simples..." Ele suspirou, seria um longo dia.
Kyo largou-se em cima de sua cama, ainda seminu. Fechou seus olhos rubros
com força como se assim pudesse esquecer o que havia acontecido.
"O que eu fiz?" ele repetia mentalmente sem parar.
No quarto ao lado, Yuki dividia-se entre a ansiedade e a exasperação, sem saber realmente dizer qual das duas era mais dolorosa.
"Como serão as coisas daqui pra frente?" perguntava-se. Afinal havia deixado que sua aparente máscara de indiferença caísse. Não agüentava aquele silêncio do primo. Havia esperado outra reação. Seria melhor se tivesse gritado, se tivesse lhe agredido como sempre fazia. Qualquer coisa. Menos aquele silêncio. Não sabia como lidar com aquele Kyo...
A noite caiu rapidamente. O rato parecia ainda mais entristecido enquanto observava as estrelas.
"O que houve com você?" perguntou Shigure sentando ao seu lado.
Silêncio. O rapaz de cabelos cinzentos pareceu não escuta-lo.
"Onde está Kyo?" insistiu o outro.
"Por que eu saberia dizer onde aquele estúpido está!" sobressaltou-se a menção do nome do primo o fez sair de seus devaneios.
"Aconteceu algo entre vocês?" fitou-o com intensidade o primo mais velho.
"Nada que não aconteça normalmente"mentiu rapidamente.
"Sei"
Yuki ignorou o tom sarcástico de Shigure e levantou-se.
Kyo também não apareceu durante o jantar deixando Tohru preocupada. Shigure tentou acalma-la sem muito sucesso. Yuki limitou-se a sorrir fracamente para não somar mais preocupações. Não queria que ela percebesse o tormento que se instalara em seu coração. Sabia que o cão o analisava em silêncio tentando descobrir o que ele escondia. Mas era difícil, Yuki mantinha-se calmo e impassível.Não revelando nem mesmo em seus olhos o desespero que sentia.
Já perto da meia noite, Shigure quase espancou a porta do quarto de Kyo sem obter resposta. Se estava lá, não queria mesmo ser incomodado.
"É melhor falar com o Hatori. Talvez ele consiga arrancar algo daqueles dois..." Pensou.
Na manhã de sábado, Yuki achou por bem ir falar com Kyo. Não agüentava mais aquele silêncio. Aquilo o estava matando. Sabia que não seria uma conversa fácil. Ele nunca havia mantido uma conversa saudável com ele. Não sabia nem por onde começar.
Kyo estava sentado no telhado da casa dos Soumas. Fitava o horizonte, perdido em pensamentos.
"Posso falar com você?" começou Yuki, sentando-se ao seu lado numa distância segura para ambos.
"Já está falando, não é?" Kyo continuou fitando o horizonte.
"Sobre o que aconteceu ontem..."
"NÃO ME FALE DISSO!" Kyo explodiu pela primeira vez desde a tarde passada.
"Não precisa falar tão alto, gato idiota." Yuki perdeu a calma por um momento.
"Fique longe de mim!" Kyo disse encarando-o.
Yuki respirou fundo contando até dez. "Qual é o seu problema?"
"Problema?" Kyo o encarou incrédulo. "Você! Você é que tem um problema!Você é que se jogou em cima de mim ontem!
"Ah, vai ser um maldito covarde e jogar a culpa toda em cima de mim, não é?" Yuki pareceu extremamente irritado agora.
"Aquilo foi..." murmurou Kyo com a voz trêmula. "um maldito erro..."
Aquelas palavras atravessaram Yuki com eficácia arrebatadora. Por um momento, ele sentiu lágrimas amargas arderem em seus olhos violetas. Lutou tentando retê-las o máximo que pode. Levantou-se de repente, deixando o primo sem uma única palavra.
Kyo arrependera-se quase instantaneamente das palavras que dissera ao outro quando viu a dor estampada nos olhos dele.
"Maldição!" exclamou levando ambas as mãos a cabeça. Não conseguia controlar sua impulsividade.
O rato passou boa parte de sua manhã trancado no quarto.
"Idiota" pensava. "Sou mesmo um grande pude pensar que depois do que fizemos, ele fosse me amar? Ele agora sente nojo. E ainda me odeia. Talvez me odeie ainda mais agora..."
No domingo, eles mal se viram já que Kyo tinha ido ao dojo treinar com seu mestre Kazuma. O gato não quis se abrir com seu pai. Ele apenas queria esquecer o assunto no momento. Deixaria pra pensar depois. Antes tinha que esgotar suas energias num bom treino exaustivo. Mesmo quando chegou cansado foi difícil conciliar o sono e passou boa parte da noite acordado.
Na segunda de manhã, no colégio Kaibara, Tohru e Yuki avistaram Kyo na sala de aula. Ele tinha uma aparência péssima. Parecia que tinha dormido mal. Tinha suave olheiras debaixo dos olhos rubros, a pele pálida.
Os olhos de Yuki e de Kyo encontraram-se brevemente. O rato sustentou o olhar do gato por uns segundos e sentiu-se estremecer. Aqueles olhos. Não saberia decifrar aquele olhar.
Tohru percebeu que Kyo queria ficar sozinho já que estava sentado no fundo da sala. Então apenas acenou hesitante. Ele correspondeu o aceno e murmurou-lhe bom dia fracamente.
"Ele não está nada bem. E Souma também, apesar de sorrir parece que algo o preocupa." Pensou a garota.
No intervalo das aulas, Hatsuharu Souma encontrou Kyo deitado no telhado.
"Sempre tão previsível..." murmurou sorrindo.
"Suma daqui"
"E tão cheio de tato" disse irônico.
"Você não me ouviu?" Kyo encarou-o irritado.
"O que houve com você hoje?" perguntou Haru encostando-se a parede.
"Não enche."
"O que você fez para o Yuki?"
"Meta-se na sua vida, Haru"
"Não antes de você me responder" replicou estreitando os olhos castanhos.
"CAI FORA!"
"Ah...Vai começar a gritar comigo, não é? Este é o Kyo que eu conheço!" disse Haru com um brilho característico no olhar.
"Merda..." exasperou-se Kyo. "O maldito virou black... Só me faltava essa!
O gato levantou-se pronto para se defender se precisasse. Mas Haru foi ainda mais rápido vencendo a pouca distância entre eles. Com um movimento inesperado, Kyo foi lançado de encontro a parede.
"ME DEIXE EM PAZ" esbravejou, seus olhos rubros agora brilhando de fúria.
"O que você fez com ele? Hã?" Haru tinha um olhar demoníaco.
"ME LARGA!" Kyo lhe deu um forte empurrão. E antes que o boi revidasse ele desapareceu dali o mais rápido que pode.
O gato matou o resto das aulas. Sua consciência não o deixava em paz um minuto sequer e seu mal-humor atingira níveis insuportáveis assim como a confusão em sua cabeça. Era melhor mesmo estar sozinho, não seria legal explodir com uma pessoa que não tinha nada a ver com seus problemas.
"O que me resta fazer agora? Já fiz o que não deveria ter feito...Mas foi tão bom...O Quê? Não, não foi bom, seu idiota! Aquilo não deveria ter acontecido!"Kyo tentava ao máximo se convencer embora soubesse, no fundo, que estava apenas enganando a si mesmo. Isso o deixava ainda mais irritado.
Depois de debater consigo mesmo, decidiu que deveria dizer algo a Yuki. Não sabia exatamente o quê. Mas achava que o deixara magoado e isso o incomodava.
Yuki chegara em casa com Tohru, Hatsuharu e Momiji. Achava legal que os outros primos viessem fazer-lhe uma visita. Assim poderia esquecer um pouco o que o atormentava tanto.
Tohru foi logo oferecendo um café com bolo para os rapazes. Yuki sorriu para ela. Era tão doce e sempre tão prestativa. Antes tivesse se apaixonado por ela ao invés de Kyo.
"Não devo pensar naquele estúpido" repreendeu-se mentalmente. Neste exato momento, Kyo irrompeu pela sala. Seus olhos rubros recaíram sobre os violetas do primo. E ele ficou terrivelmente frustrado que Haru e Momiji estivessem na casa. Emburrado, tomou o rumo das escadas e subiu para seu quarto.
O rato limitou-se a refazer sua pequena farsa e fingir que nada havia mudado entre eles. Sorriu com desdém embora estivesse em profunda agonia, desesperançado diante da reação fria da pessoa que mais amava.
"Não é melhor que eu suba e tente falar com ele?" perguntou Tohru, aflita.
"Ele não quer falar com ninguém, eu já tentei" murmurou Haru.
"Mas ele já está assim há dias...Não há nada que possamos fazer?"
"O tempo é o melhor remédio pra ele..." respondeu Momiji com a expressão anormalmente séria.
Yuki, Haru e Tohru o olharam com estranheza ante a resposta dada. Momiji então desviou o assunto para algo mais descontraído. Sabia o que estava acontecendo ali. Sabia que a causa da tristeza de Yuki e a irritação de Kyo era apenas uma. Descobriram que se gostavam. Bom, conhecendo Kyo, ele devia estar negando isso exaustivamente dentro daquela cabeça dura. E Yuki, coitado tava pagando seus pecados com isso. Mas não deveria se intrometer. Eles já tinham idade para lidar com o assunto. Dissera isso a Hatori na sede no dia anterior. Shigure também já estava desconfiado.
"Somente Tohru para não enxergar..." Pensou enquanto sorria.
Kyo não agüentava mais de fome, afinal passara o dia inteiro sem comer. Já estava até sentindo tonturas. A perspectiva de descer e encarar Yuki e os outros não o agradava nem um pouco. Tampouco tencionava continuar a sentir-se tão mal. Resolveu por descer e ignora-los ao máximo.
"Falo com a ratazana, depois, quando estivermos a sós."
Quando estava descendo os degraus da escada deu de cara com Haru.
"Ah, vossa majestade resolveu nos dar a honra..." riu-se o rapaz de cabelos brancos. "Deixou a Tohru preocupada, bichano."
"Por que você não vai encher a ratazana?" devolveu-lhe o gato.
"Calma, não está mais aqui quem falou..." levantou suas mãos em sinal de paz.
Kyo revirou os olhos e o empurrou para o lado. Aturar aquele cara era demais pra sua pouca paciência. Ele só perdia mesmo para o Ayame.
"Aquela serpente pervertida e sem noção..." pensou.
"Fiz o chá que você gosta" Tohru sorriu meio insegura da reação dele, ofereceu a xícara.
"Obrigado" murmurou o ruivo, pegando-a da mão da garota. Sentou-se o mais longe possível de Yuki.
Haru estava de acordo com Momiji que não deveriam se intrometer na vida daqueles dois, todavia achava que Kyo fazia seu amado Yuki sofrer em demasia. Não sabia o que ele lhe dissera ou fizera. Imaginava apenas que tinha sido algo doloroso. Tinha visto isso nos olhos violetas dele. E não apenas vislumbrara isto. Via também pela tristeza velada do primo que ele estava profundamente apaixonado pelo gato.
"O que eu não daria para que Yuki olhasse pra mim do jeito que olha pra ele?" suspirou lançando um olhar irritado para Kyo a seu lado.
"O que foi?" perguntou Kyo.
"Hã? Nada não." Apressou-se a dizer Haru.
"É melhor eu me contentar em ter a amizade de Yuki. Ele realmente ama este idiota. A única coisa que posso fazer é tentar juntar estes dois. Uma ajudinha não pode fazer mal." Ponderou consigo mesmo o boi.
De repente Haru teve uma idéia.
"Tohru, podemos jantar aqui hoje?" perguntou casualmente.
Kyo lançou um olhar assassino para Haru por cima da xícara de chá. Este fingiu que nem percebeu
"Claro que sim" respondeu a menina de cabelos castanhos. "Shigure-san vai adorar."
"Vocês são sempre bem vindos a esta casa" concluiu Yuki.
"Eu mereço..." pensou o gato resignado.
"Me dêem licença, vou começar a preparar o jantar"
"Posso te ajudar, Tohru?"
"Seria ótimo, Momiji-kun."
"Visitas!" exclamou Shigure que acabara de chegar. Achava esplendido ter os outros dois primos por ali. A casa parecia muito triste. Estava até considerando a idéia de chamar o Aya...Oh, Yuki certamente não gostaria disso. Era melhor deixar pra outro dia, quando ele estivesse com humor mais apropriado.
Resolveu ir tomar um bom banho relaxante e ligar pra sua serpente favorita. Tinha que contar a Ayame suas suspeitas em relação a seu irmão. Queria saber a opinião dele a respeito daquilo.
"O que você acha de darmos uma volta lá fora, Yuki" o boi perguntou.
"Hã...humm, pode ser" o rato levantou-se deixando Kyo sozinho.
"Então é assim? Aqueles dois malditos acham que podem fingir que ele não existi, é? E por que aquele besta do Haru o tinha convidado pra dar uma volta?
"Por que você se importa?" outra voz em sua cabeça lhe perguntava.
"Eu não me importo!"
"Mentiroso..."
"Não mesmo! Se ele quer ficar sozinho com a ratazana maldita, que fique!"
"Então vai deixa-lo sozinho com o Yuki? Vai deixa-lo mesmo sabendo que ele o ama?" a voz insistia, deixando mais perturbado.
"Ele não ama o Haru..."
"Exato, ele ama você!" a voz lhe alfinetou. "Você é que deveria estar lá fora com ele!"
"O quê? Devo estar ficando maluco...Duas porcarias de vozes ecoam em minha cabeça."
"Vá até lá e acabe logo com isso, diga o que você sente, pra que todo este sofrimento?"
"Por que eu tenho que escutar você, afinal?"
"Você deve ouvir a voz do seu coração...Não pode fugir de si mesmo.Não pode mentir para si próprio, você sabe o que o motivou naquela ê sabe! Sabe que não o odeia...Você o tenha amado durante todos estes anos..."
O cão havia voltado para falar algo importante com Tohru mas deteve-se ao olhar para o gato. Ele tinha uma expressão séria e ao mesmo tempo tão sombria.
"Por que tá fazendo estas caretas?" Shigure estava a uns segundos observando Kyo dividido entre a preocupação e o divertimento. Kyo deu um pulo e o encarou aborrecido.
"Não é da sua conta!" Kyo levantou-se e foi lá fora decidido a ter uma conversa esclarecedora com o primo. Caminhou apressado antes que desistisse , aquela voz infernal recusava-se a deixa-lo em paz sem que o fizesse. Ouviu vozes ali por perto, não deveriam estar muito longe.
Deparou-se com uma cena que fez seu estomago revirar. Haru estava a ponto de beijar Yuki. Tinha uma das mãos em seu cabelo a outra rodeava sua cintura. Kyo ficara tão chocado que não conseguiu se mexer por um breve momento. Soltara apenas uma exclamação inaudível e sumiu dali assim que suas pernas se mexeram de novo. Nem ouviu quando Yuki o chamou de volta. Lágrimas de raiva caíam-lhe pelo rosto. Ele correu como um louco, não importando o caminho. Queria apenas estar longe dali.
Continua...
N/A: Gente, peço mil desculpas pela demora na atualização. A culpa é dos milhões de trabalhos que eu tive que fazer para a faculdade. Final de semestre é fogo... espero que estando agora de férias o próximo capítulo saia mais rápido. Espero que minha criatividade apareça...rsrsrs. Quem sabe se eu receber bastante reviews eu não fique inspirada... sério pessoal, os comentários de vocês são poderosos, não deixem de comentar, por favor. Deixem de preguiça! Mil beijos e até a próxima.
04/06/06.
