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The Debt of Time
Parte Um - A Dívida de Vida
Capítulo 4 - Alguma Festa de Boas-Vindas
"...Someone who knows when you're lost and you're scared
There through the highs and the lows
Someone to count on, someone who cares
Beside you wherever you go..."
(Gift of a Friend - Demi Lovato)
23 de julho, 1997
A Toca - Residência dos Weasley
No final da tarde, todos os membros da Ordem se reuniram na sala d'A Toca. Um por um, chegaram por meio da Rede de Flu que o Senhor Weasley deixou ligada durante a noite. À medida que cada bruxo e bruxa iam chegando, outro membro estava lá para fazer a pergunta de segurança previamente estabelecida. Considerando que toda a Ordem estava planejando se envolver em uma missão com a Poção Polissuco em apenas alguns dias, eles, mais do que ninguém, sabiam quão apertada a segurança precisava ser.
Senhora Weasley tinha feito um banquete como de costume, no entanto, em vez de se sentar para comer no final da reunião como muitas vezes eles fizeram, a maioria das pessoas deslocou-se para longe da mesa de comida, envolvidos em uma ou outra conversa. Todos, menos Hermione, claramente perguntando por que a reunião foi convocada em primeiro lugar.
Chamas verdes iluminaram a sala de estar e todos se viraram para encarar a lareira quando Tonks atravessou rapidamente, um olhar emocionado em seu rosto. Tão rápido, antes que alguém tivesse a chance de até mesmo dizer 'Olá' a ela, Alastor Moody se aproximou da jovem Auror. "Seu primeiro dia como Auror oficialmente, você entrou no meu escritório e tropeçou. O que você quebrou?" ele perguntou rispidamente.
Tonks riu para ele. "Dois bisbilhoscópios, um novo espelho de inimigos, e um sensor de segredos."
"Sim, e você ainda me deve um novo, um de cada", ele resmungou. "Onde está seu marido e sobre o que é este encontro todo?"
"Aprenda a ter um pouco de paciência", ela o repreendeu. "E pare de se preocupar tanto." Ela sorriu e atirou um recadinho para Hermione, que parecia como se estivesse prestes a vomitar. "Calma, amor. Tudo vai ficar bem. Tudo e todos," ela acrescentou, "está tudo bem".
"Eles estão?" Hermione perguntou nervosamente. "Nada de errado?"
A Metamorfomaga riu suavemente. "Um pouco irritado, mas isso é normal, né?"
O Flu abriu de novo com outra labareda de fogo verde e Remus saiu da lareira, seus olhos rapidamente achando Tonks e Hermione, e ele deu um sorriso tranquilizador para a jovem bruxa, balançando a cabeça como se dando a ela uma aprovação silenciosa do que ela tinha feito, e, ao mesmo tempo deixá-la saber que ela tinha o seu apoio nesta reunião.
"Remus!" Gui Weasley deu um passo à frente. "Se é você mesmo..." ele olhou desconfiado com um sorriso no rosto. Entre os dois homens, que poderiam facilmente sentir o cheiro da licantropia um no outro, as questões de segurança eram inúteis. Mas, para apaziguar a multidão ansiosa, Gui perguntou "Quando eu acordei na enfermaria do hospital no mês passado, qual foi a primeira coisa que você me disse?"
"Espero que você goste de carne mal passada." Remus sorriu e abraçou o filho mais velho Weasley. "Falando nisso, está tudo certo?" ele perguntou rapidamente.
"Melhor do que você, eu imagino." Gui encolheu os ombros. "Fiquei um pouco ansioso algumas noites atrás, lua e tal, mas nada que eu não conseguisse lidar." O desfazedor de feitiços assentiu, e Remus deu um tapinha em suas costas, feliz por ver que Fenrir Greyback não conseguiu arruinar outra vida.
"Agora que os filhotes estão todos juntos", Moody interrompeu com um grunhido. "Quem vai me dizer o que diabos era tão importante que precisávamos arriscar outro encontro tão perto de recuperar Potter?" O homem cheio de cicatrizes parecia completamente no limite.
Hermione começou a se agitar e Remus, ouvindo a mudança em sua taxa de respiração e do coração, colocou uma mão reconfortante em seu ombro. Ele ignorou a censura de Moody sobre "filhotes". "Nós não estamos todos aqui, na verdade", Remus declarou. "Agora, antes que eu chame nosso último membro, eu preciso que todos mantenham uma mente aberta, e mantenham a calma," ele insistiu. "Vocês podem fazer todas as perguntas de segurança que quiserem, mas mantenham suas varinhas onde elas estão. Vocês já falaram com Tonks e comigo, vocês sabem que nós somos quem dizemos ser e, portanto, eu vou pedir a vocês para confiarem em nós."
A maioria da Ordem concordou ansiosamente, enquanto alguns - notavelmente Moody - pareciam nervosos pelos detalhes terem sido deixados de lado sobre o que quer que estivesse acontecendo. Instintivamente, Hermione estendeu a mão e apertou a mão de Ron com força, usando a outra mão para apertar as vestes de Tonks. Remus se aproximou do Flu, jogou em pó e gritou "O Recanto!" antes de afundar a cabeça nas chamas verdes. "Venha para cá", ele disse em voz alta antes de recuar para abrir espaço.
As chamas verdes brilharam mais fortes e mais altas e, quando elas finalmente abaixaram, todas as varinhas da sala levantaram enquanto os membros da Ordem arregalavam os olhos defensivamente encarando o fundo dos olhos cinzentos de Sirius Black.
"Que bela 'Festa de Boas Vindas'." Sirius encarou todas as varinhas. "Óbvio que só uma ou duas são necessárias." Ele olhou para Remus, que parecia irritado com a reação dos seus companheiros membros da Ordem. "O que vai acontecer se todo mundo atirar uma maldição de uma vez só?" Perguntou Sirius. "Toda maldita casa vai desmoronar." Sirius viu a dona da casa e mostrou seu sorriso bem conhecido. "Molly, você está ótima."
O queixo dela caiu e ela estava agarrando Arthur com a mão sem varinha. "Você está vivo!" ela gritou.
"E bonito como nunca," Sirius disse com um sorriso. "Tudo bem, Remus disse que vocês usam muitas perguntas de segurança agora, certo?" Ele tirou o pó de suas vestes. "Vamos acabar logo com isso. Tem muito tempo desde que eu tive alguma comida caseira boa, e eu posso sentir o cheiro da torta de melaço daqui."
Arthur estava boquiaberto. "Como você está vivo?"
"Essa," Sirius disse, apontando para o patriarca ruivo, "é uma pergunta de segurança horrorosa, Arthur. Tente de novo."
"Hum... Eu... Qual música você não parava de cantar quando passamos o Natal juntos no Largo Grimmauld?" Arthur deixou escapar, claramente não tirando tempo o suficiente para pensar em uma pergunta boa o bastante.
"God Rest Ye, Merry Hippogriffs," Sirius declarou ao sorrir. "É bom ver você, velho amigo. Eu soube que você está com a minha moto. Eu gostaria de tê-la de volta." Ele olhou para o homem com cuidado e Arthur riu em resposta, ainda em choque. "Próximo?" Sirius previsivelmente se virou para Moody.
Moody cerrou seu olho bom na direção do Animago e perguntou cuidadosamente, "Quando fomos escoltar Harry Potter para a Estação Kings Cross, quais foram as últimas palavras dele para você antes que deixássemos você no Largo Grimmauld?"
Sirius sorriu. "Pergunta maldosa! Eu fui com você, e você estava bem irritado por causa disso." Ele sorriu presunçosamente. "Por nenhuma razão, eu devo acrescentar. Eu atuei como um bom e obediente cachorro." Vários membros na sala riram, alguns bufaram, Moody rosnou.
"Está bem, está bem." Moody olhou para ele. "Agora responda a primeira pergunta de Arthur. Como diabos você está vivo?"
"Magia?" Sirius sugeriu com uma piscada.
Remus advertiu o amigo, "Sirius, você está forçando a barra."
"Bom, o que diabos eu deveria dizer?" Sirius encarou o lobisomem. "Eu acordei no seu sofá não sabendo onde diabos eu estava ou porque sua nova esposa não quis me dar uma bebida aceitável!" Seu foco desviou para a prima, mas seu olhar rapidamente foi para a bruxa que estava agarrada nas vestes de Tonks. Sirius deu a ela um sorriso doce como se a sala inteira de repente girasse em torno dela. Ele sorriu enquanto observava cor inundar as bochechas dela.
"Quer dizer que você não sabe como ou por que está vivo?" Senhora Weasley deu um passo a frente. "Você estava mesmo morto? Onde você estava?" Ela perguntou em tom acusador.
"Sim, morto morto, mas não sei aonde eu estava." Sirius balançou a cabeça e, em seguida, inclinou-se rápido para dar Molly um beijo na bochecha. "Você está tão temperamental como sempre, Molly. Adorável para ver você."
"Sirius Black," Senhora Weasley assobiou entre os dentes cerrados, "você não pode simplesmente entrar via Flu na minha casa depois de estar morto por um ano e esperar que continue como se nada tivesse acontecido! Isso é sério!" Ela gritou e apontou um dedo em seu rosto quando ela o pegou prestes a falar. "Não se atreva a dizer isso!" Sirius sorriu e saltou de um pé para o outro, visivelmente se divertindo ao causar estragos nos nervos de Molly Weasley.
Moody quebrou a tensão quando limpou a garganta, e alguns membros levantaram suas varinhas em resposta. "Como sabemos que isso não é algum tipo de trama por Você-Sabe-Quem?"
Sirius zombou em voz alta. "Oh, pelo amor de Deus!"
"Não é culpa dele!" Hermione gritou e em breve todos os olhos caíram sobre ela enquanto ela estava ao lado de Sirius, com as mãos tremendo quando as apertou. "Eu... Eu fiz isso", ela confessou rapidamente. "Eu encontrei... Eu encontrei uma maneira de trazê-lo de volta."
"E eu serei grato para sempre, gatinha." Sirius sorriu e se inclinou para frente a fim de dar um beijo em sua testa.
Hermione sorriu nervosamente, especialmente quando um calor subiu por seu pescoço. Ela se virou para o resto da multidão amontoada, a maioria parecendo chocada, assustada, ou irritada. Exceto os gêmeos, que estavam a aplaudindo silenciosamente.
"E como você fez isso?" Moody se aproximou agressivamente, mas antes que ele chegasse perto, ambos Remus e Sirius ficando em seu caminho, um rosnado baixo saindo de ambas as gargantas.
Os olhos de Hermione se arregalaram com o movimento, e ela respirou fundo enquanto observava Tonks que parecia relaxada e orgulhosa. Como os dois marotos encaravam silenciosamente o Auror irritado, Hermione espiou sob o ombro de Remus para olhar a reação de todos. Kingsley parecia aliviado, mas curioso. Senhor e Senhora Weasley estavam obviamente no limite, mas parecia ser com a eminente luta e não com a aparição de Sirius. Os irmãos Weasley, exceto por Ron, pareciam prontos para entrar, todos liderados por Gui que estava observando agressivamente os movimentos de Remus, como se esperando por um comando silencioso. Ron era o único que ainda encarava, de boca aberta, o agora vivo Sirius Black.
"Não importa como eu fiz. Está feito. Eu achei o feitiço enquanto pesquisava para a missão que Dumbledore deu para Harry, Ron e eu. Nos livros do próprio Dumbledore," ela esclareceu pensando que isso bastaria para a Ordem saber que ela não usou Magia Negra. O que ela, tecnicamente, não usou. Nem toda Magia de Sangue era negra, apesar de não ser exatamente legal - por isso que ela não estava dando os detalhes na frente de tantos Aurores.
"Eu estava lá quando ela fez. Eu vi e ouvi o feitiço, vi o corpo dele saindo do Véu, vi quando ele acordou," Remus disse, olhando para Moody cuidadosamente. "Sirius está vivo de novo, Hermione o trouxe de volta. Agora saiam de perto dos dois."
"Não gosto disso," Moody murmurou.
"Percebe-se," Sirius respondeu. "Então se já acabamos de medir nossos pa-"
"Sirius," Remus resmungou.
"Estou faminto. Molly?" Sirius voltou sua atenção para a matriarca Weasley. "Sem querer exigir nada, mas eu adoraria jantar. Tonks e Remus mal sabem como fazer uma xícara de chá. Estou surpreso que eles conseguiram sobreviver juntos sem ninguém para alimentá-los." Ele deu um passo atrás de Remus, que ainda estava guardando Hermione. Seus olhos caíram sobre a jovem bruxa e ele estendeu a mão para ela, empurrando gentilmente um cacho de seu cabelo atrás da orelha. Ela sorriu, sentindo-se grata - mais do que qualquer coisa, mesmo! -que ele tenha se recuperado tão bem.
Um por um, os membros da Ordem saíram da sala de estar, seguindo Sirius quando ele botou comida num grande prato, sobrando apenas Molly, Remus, Ron e Hermione na sala, o lobisomem ainda de pé na frente dela como se o velho Auror representasse uma séria ameaça.
Hermione chegou a colocar uma mão suavemente no braço de Remus. Ele ficou tenso sob seu toque. "Remus?" sussurrou ela e viu como ele relaxou ao ouvir o som de sua voz. "Remus, está tudo bem. Eu sabia que isso iria acontecer. Eu sabia que iriam ter perguntas." Moody fez um barulho tipo um grunhindo e ela voltou sua atenção para ele. "Perguntas que eu ainda não vou responder,", acrescentou ela e viu como Olho-Tonto a olhou por alguns breves momentos antes de dar-lhe um breve aceno de cabeça e sair da sala.
Remus se virou e olhou Moody antes de voltar sua atenção para Hermione. "Tem algum jeito de eu conseguir te convencer a ficar aqui enquanto o resto de nós busca Harry?" Ele perguntou, seus olhos verdes com mechas de dourado e âmbar na luz.
"Não." Hermione balançou a cabeça. "Eu vou junto."
O nariz do lobisomem torceu em um desafio silencioso com as palavras dela, mas ele assentiu e apertou o ombro dela de leve. "Muito bem. Suponho que vou ter que confiar em Molly para manter Sirius aqui, então, sozinha. Nós não seremos capazes de manter Harry seguro se ele souber que Sirius está vivo. Ele só poderá saber quando chegar aqui."
"Gina vai ajudar. Vá e coma alguma coisa. E mantenha um olho nele." Ela riu. "Estou preocupada que ele vá irritar alguém e jogar por água abaixo todo o árduo trabalho que eu tive para trazê-lo de volta." Remus riu com as palavras dela, a deixando para fazer o seu caminho através da multidão que se reuniu rapidamente em torno de seu melhor amigo.
"O que infernos sangrentos você fez?" Uma voz veio do seu lado e Hermione virou para olhar Ron, ainda de olhos arregalados, a encarando.
"Você deveria estar do meu lado," ela o lembrou.
"Eu estou do seu lado!" Ron insistiu enquanto se aproximava rapidamente dela. "Mas eu não sabia que você sabia como trazer pessoas de volta da porra da tumba!"
"Língua!", ela o repreendeu e, em seguida, acrescentou "e mantenha seu tom de voz baixo, Ronald!" Ela o repreendeu de novo. "E eu não sei como trazer de volta qualquer um." Ela revirou os olhos. "Eu não posso reverter uma Maldição da Morte," ela esclareceu. "Foi assim que eu encontrei o feitiço. Harry queria que eu encontrasse um jeito de trazer Dumbledore de volta. Eu sabia que era inútil, mas eu queria talvez achar uma maneira de nos proteger quando saíssemos nessa missão. Eu tropecei no feitiço que encontrei, fiz a conexão, e pedi ao Remus e Tonks para irem comigo ao Ministério, desde Tonks é um Auror e poderia me botar para dentro."
Ron suspirou. "Puta merda."
Ela bateu em seu braço. "Olha a língua!"
"Você pode imaginar a cara de Harry quando ele vir Sirius?" Ron sorriu ironicamente.
"Isso é tudo o que eu tenho imaginado, Ron," Hermione sorriu. "Se tivermos que ir nesta caçada, é isso. Este é o fim, eu posso sentir isso. Harry vai enfrentá-lo em breve." Ela assentiu com a cabeça. "E eu precisava dar isso a ele. Ele precisa de nós e ele nos tem, mas... Harry precisa de sua família. Ele precisa ter algo de si próprio para lutar." Ela enxugou uma lágrima que caía pelo seu rosto.
oOoOoOo
27 de julho, 1997
A Toca - Residência dos Weasley
"Senta e fica!" Gina Weasley disse firmemente, a varinha apontada para o bruxo com cabelos cor de corvo em frente a ela, um sorriso diabólico no rosto.
"Eu não sou um cachorro." Sirius olhou para ela e ela bufou. "Não agora," ele esclareceu. "Eu já disse que vou ser bonzinho até que todos cheguem aqui. O que eles já deveriam ter feito!" ele gritou, sua cabeça virando para a cozinha onde a Senhora Weasley estava, olhando para fora pela janela.
"Ali uma chave do portal!" Senhora Weasley gritou e correu porta fora.
Sirius se moveu para levantar, mas Gina balançou a cabeça e apontou sua varinha mais uma vez. "Não, Sirius, você prometeu. Se algo deu errado, temos de descobrir o que aconteceu e cuidar de qualquer um que possa ter sido ferido. Harry não vai conseguir se focar se vir você." A ruiva tinha um tom de voz estranhamente similar à outra bruxa de cabelos ruivos de seu passado, e Sirius quase foi forçado a se render pela memória dela.
"Tudo bem", ele admitiu. "Vá ajudar a sua mãe," ele rosnou sob sua respiração. Gina olhou para ele com desconfiança, mas acenou com a cabeça e correu para fora da porta. No segundo que ela se foi, no entanto, Sirius se transformou em sua forma Animaga e o grande cão preto deslizou rapidamente para a porta aberta, deslocando-se para as sombras dos arbustos que cercavam a Toca, observando à distância com os olhos cuidadosos.
No momento que seus olhos caíram sob Harry, Sirius sentiu uma dor em seu peito e ele audivelmente gemeu, suas patas implorando-lhe para seguir em frente, mas ele sabia que não devia. Tinha sido sua imprudência que o fez ser morto da última vez e ele sabia que não só iria colocar Harry em mais dor se ele fizesse algo assim de novo, mas sua impaciência iria demonstrar uma falta de gratidão que ele precisava mostrar a Hermione por tudo que ela tinha feito por ele.
"Os Comensais da Morte estavam esperando por nós," Harry disse à Senhora Weasley. "Nós estávamos cercados no momento em que partimos... eles sabiam que iria ser hoje... não sei o que aconteceu com os outros; quatro deles nos perseguiram, foi tudo o que poderíamos fazer para ficar longe, e então Voldemort nos alcançou..."
Sirius rosnou com a menção de Voldemort, seu grande corpo tremendo enquanto olhava seu afilhado, a imagem de James, e sabendo que o bruxo que tinha matado seu melhor amigo tinha atacado Harry nessa noite fazia o sangue de Sirius esquentar de raiva.
Ao longe outra luz azul apareceu. Quando os humanos viraram para ver seus amigos, Sirius rapidamente captou o cheiro de sangue e seus olhos arregalaram quando Remus apareceu, carregando com ele o corpo machucado de George Weasley. Ainda na borda de suas patas, Sirius ficou onde estava, desejando que ele pudesse fazer algo para ajudar, mas lembrando das precauções de todos. Espere para que todos voltem, em seguida vá para Harry.
Todos caminharam para dentro da casa e Sirius estremeceu, sabendo que logo Gina e Molly notariam sua ausência. Ele ouviu em silêncio do lado de fora como Molly cuidava da ferida de seu afilhado; nada que ameaçasse sua vida pelos sons dele. Apesar de Sirius sentir um pouco de temor pelo garoto - um companheiro Maroto - que certamente não iria mais se parecer com seu gêmeo.
"Que criatura estava em um canto na primeira vez que Harry Potter visitou o meu escritório em Hogwarts?" Remus perguntou, dando uma sacudida em Harry. "Responda!"
"Um... Um grindylow em um tanque, não era?"
"Que foi isso?" rugiu Hagrid.
"Desculpe, Harry, mas eu precisava verificar," Remus disse tenso. "Nós fomos traídos. Você poderia ser um impostor."
Do lado de fora, Sirius voltou a olhar o terreno d'A Toca, esperando que mais alguém chegasse, os olhos checando a área cuidadosamente, suas orelhas de pé ouvindo qualquer ameaça. Remus disse que foram traídos. Sirius mentalmente revisou os nomes dos membros da Ordem que ele lembrava, rosnando quando sua memória o mostrou Mundungo Fletcher. Remus tinha dito que a ideia de usar Polissuco tinha sido dele. Sirius sabia que Dunga não era esperto o suficiente para sugerir algo desse tipo. Tinha que ser uma armadilha.
Sirius continuou guardando A Toca, ouvindo tudo enquanto Remus repreendia Harry dentro da casa. Ele estava quase no seu limite com o volume e tom que seu melhor amigo estava usando com seu afilhado - embora Sirius tivesse que admitir, fosse para o próprio bem do garoto.
"Harry, o tempo de desarmar alguém já acabou! Essa gente está tentando capturar você para matá-lo! Pelo menos estupore, se não está preparado para matar!"
"Estávamos a grande altitude! Lalau não estava normal, e se eu tivesse o estuporado ele teria caído e morrido como se eu tivesse usado a Maldição da Morte! Expelliarmus me salvou de Voldemort dois anos atrás."
"Sim, Harry," Remus disse contendo-se, "e um grande número de Comensais da Morte presenciaram o acontecido! Me perdoe, mas foi uma tática muito insólita para alguém sob iminente risco de vida. Repeti-la hoje à noite, na frente de Comensais da Morte, que ou presenciaram ou ouviram contar sobre aquela primeira ocasião, foi quase suicídio!"
Outra luz azul apareceu no terreno e Sirius sentiu o cheiro quase imediatamente, cada pedaço da sua alma o empurrando para frente como se ficar parado fosse muito doloroso uma vez que o cheiro o dominou. Ele esforçou-se para lutar contra o instinto, e ver Harry e Remus correndo para fora da porta para atender Kingsley e Hermione finalmente ajudou a impedir Sirius de continuar avançando. Ele viu de perto como Harry envolveu Hermione em seus braços e, como se ela soubesse exatamente onde ele estava, Sirius sentiu os olhos dela imediatamente sobre ele. Ela parecia exausta, mas grata por estar viva. Ele se levantou, se movendo incerto nas quatro patas, até ela balançou a cabeça para ele por cima do ombro de Harry, silenciosamente pedindo que ele parasse. Ele choramingou, fisicamente ferido por não ser capaz de ir ao encontro dos dois, mas obedeceu à ela, - desta vez- e recuou para as sombras.
"Cadê George?"
"Ele perdeu uma orelha," Remus disse.
"Perdeu uma..." Hermione repetiu com uma voz aguda.
"Obra de Snape."
"Snape?!" Harry gritou. "Você não disse -"
"Severo perdeu o capuz durante a perseguição. Sectumsempra sempre foi uma especialidade dele. Eu gostaria de poder dizer que lhe paguei na mesma moeda, mas tudo o que pude fazer foi manter George montado na vassoura depois que foi ferido, ele estava perdendo muito sangue."
Incapaz de se conter por mais tempo, Sirius rosnou alto quando a imagem de Snape entrou em sua mente. Ele tinha visto Sectumsempra em uso antes, e a memória causava em Sirius uma tremedeira de raiva. O Sonserino imundo tinha não só traído e matado Dumbledore, mas agora estava usando seus velhos favoritos para atacar os jovens membros da Ordem.
Harry virou com o barulho. "Você ouviu isso?" Ele apontou a varinha para as sombras onde Sirius permaneceu escondido.
"Harry, preste atenção, precisamos esperar por Ron e os outros." Hermione tentou distraí-lo, mas Harry não se intimidou nem um pouco quando ele deu um passo adiante, varinha iluminada à frente. Sirius estremeceu com a visão, imediatamente lamentando o fato de que Remus tinha acabado de insistir para que o menino não hesitasse em usar táticas ofensivas.
"Harry!" Hermione gritou para ele, ficando na frente do amigo.
"Sai Hermione, tem alguém lá!" ele gritou.
"Harry!" Kingsley gritou e os membros da Ordem que tinha chegado se moveram em direção ao menino, mas Hermione balançou a cabeça. Ela deu um olhar silencioso para Remus que entendeu e olhou para as sombras onde podia ver claramente esconderijo Almofadinhas.
"Todos para dentro então!" Senhora Weasley chamou e um por um todos entraram, menos Harry, Hermione e Remus.
Hermione botou as mãos no peito de Harry. "Para, Harry. Eu posso explicar."
"Explicar o que?" Os olhos verdes de Harry repletos de pânico. "Hermione, o que está acontecendo? Quem está lá atrás?"
Sabendo que era inevitável agora que ele tinha ferrado tudo, Sirius se transformou novamente para sua forma humana e, lentamente, saiu das sombras, apertando as mãos em sinal de rendição para mostrar seu afilhado que ele estava desarmado. Ele deu um breve olhar de desculpas para Hermione, que parecia indecisa se devia ser solidária com a sua necessidade de ver Harry, ou incrivelmente irritada com sua impaciência.
Sirius sorriu. "Harry."
"O que... não, não... Sirius... mas..."
Remus botou uma mão no ombro do jovem bruxo. "Harry, é realmente ele."
"Não." Harry balançou a cabeça, lágrimas começando a se formar em seus olhos, fazendo-os parecer pouco natural à luz bruxuleante que refletia do lado de fora das janelas da casa. "Não, Sirius morreu, eu o vi morrer. Você me disse Remus, você me disse que ele tinha ido embora!"
Sirius deu um passo cuidadoso para frente e parou imediatamente quando a mão de Harry que segurava a varinha enrijeceu. "Pergunte-me então," Sirius falou baixinho. "Pergunte-me qualquer coisa para me identificar. É o que a Ordem faz agora, sim?"
"Eu... Eu..." Harry rapidamente usou uma mão livre para enxugar seu rosto embora sua voz tremesse quando ele perguntou "Quais foram as primeiras palavras que você falou para mim?"
Sirius sorriu. "Eu suponho que você se refira à Casa dos Gritos. Nesse caso, eu lhe disse que pensei que você viria para ajudar seu amigo, como seu pai teria feito o mesmo por mim. Mas se quisermos ser técnicos, as minhas primeiras palavras para você foram, "Merlin, olhe para este ninho de cabelo", "ele disse com uma risada.
Harry abaixou a varinha. "Sirius?"
"Sou eu mesmo, filhote." Sirius sorriu largamente e deu um passo a frente.
Hermione parou de apertar Harry e observou com lágrimas nos olhos, como os dois bruxos colidiram. Sirius puxou Harry em um abraço apertado, acariciando suas costas e carinhosamente esfregando o cabelo bagunçado. Uma risada escapou da boca de Hermione vendo a cena e ela fungou, passando as costas da mão pelos olhos. Ela sorriu ao sentir mãos grandes descansarem em seus ombros, e ela imediatamente as reconheceu como sendo de Remo. "Você fez bem", ele sussurrou e ela assentiu, alcançando uma de suas mãos em um aperto, como uma gratidão silenciosa.
"Vá esperar Tonks." Ela olhou por cima do ombro para o lobisomem. "Eu vou ficar com eles." Remus assentiu com um sorriso tenso enquanto virava e caminhava de volta para o campo.
"Eu não entendo," Harry finalmente disse quando se separou de Sirius, apesar de não soltar as vestes do padrinho, claramente preocupado com a possibilidade de soltá-lo e ele desaparecer. "Como isso é possível?"
Sirius sorriu e apontou por cima do ombro de Harry para onde Hermione estava sorrindo silenciosamente para a cena na frente dela. "Você tem uma bruxa muito inteligente do seu lado, filho."
"Hermione?" Harry se virou e olhou para ela. "Você... o trouxe de volta?" Ela assentiu. "Como? Você disse que-"
"Eu não pude trazer Dumbledore de volta," ela repetiu. "Mas eu continuei pesquisando. E eu encontrei um feitiço." Ela sorriu, esperando que ele não precisasse saber todos os detalhes que Hermione mesma não tinha parado completamente para olhar.
Sem palavras, Harry relutantemente soltou Sirius e correu para Hermione, puxando-a para um abraço caloroso e enterrando o rosto em seu ombro. Ela fechou os olhos e se agarrou ao seu melhor amigo, silenciando seus resmungos de contínua gratidão. "Você já fez muito, Harry," ela insistiu. "Teve muito levado embora. Eu vi uma chance, e eu não pude desperdiçá-la. Para dar algo de volta para você. Especialmente com o que temos de fazer a seguir."
"Desculpe, o que temos que fazer a seguir?" Sirius disse, os interrompendo.
Harry se afastou de Hermione, limpando os olhos antes de voltar sua atenção de volta para seu padrinho com um sorriso brilhante e determinado. "Nós venceremos essa guerra."
N/A: Eai, o que acharam do reencontro de Harry e Sirius? É uma das minhas partes favoritas da Parte Um!
No próximo capítulo começa a caça às Horcruxes e vamos ter mais ação.
Espero que estejam gostando e não deixem de comentar :)
Felicia Malfoy: muito obrigada pelo comentário, Felicia! Fico muito mais animada para postar quando vejo algum retorno! Essa fic também é a minha favorita, amo amo amo Sirius e Hermione. Fica tranquila que eu não pretendo demorar a atualizar não, por enquanto vou postar as quartas e aos domingos. Aproveitar que estou de recesso da faculdade hahaha
