The Debt of Time

Parte Um - A Dívida de Vida

Capítulo Sete - Terrível Cão de Guarda

"...Cause without you I can't breathe
I'm not gonna ever, ever let you leave
You're all I've got, you're all I want..."
(I Will Be - Leona Lewis)


7 de setembro, 1997

Na Fuga

"Nós precisamos ir embora em breve, Harry," Ron murmurou fora da barraca enquanto os dois ficavam de guarda. Harry sentia que estava a dias observando o acampamento. Ron estava ansioso para assumir a guarda, só para sair da barraca e fugir da tensão que estava lá dentro.

"Eu sei," Harry concordou. "Mas você acha que ela já está boa o bastante para Aparatar?" Ele perguntou ao amigo.

"Como diabos eu vou saber?" Ron sacudiu a cabeça. "Não posso chegar perto para olhar. Não quando ele está usando aquela coisa maldita." Seus olhos azuis voltaram para a porta da barraca onde batia uma brisa. "Vá e vê se consegue descobrir," Ron sugeriu. "Vá dormir um pouco depois."

Harry concordou e caminhou para a barraca. Abriu a porta e a fechou firmemente atrás de si para não deixar o frio entrar, seus olhos verdes se ajustando a escuridão. Agitando a varinha, algumas luzes nos cantos da barraca acenderam. Ele lentamente se aproximou com as mãos para cima mostrando que não era uma ameaça. O grande cão negro olhou para ele cuidadosamente enquanto ele andava para frente, um medalhão dourado ao redor do pescoço.

"Sirius?" Harry perguntou em voz baixa. "Seria muito bom se eu pudesse conversar com você. Eu preciso sabe como Hermione está." Harry apontou para o corpo da garota dormindo atrás do Animago. Sua pequena figura estava enrolada em alguns cobertores, mas as bandagens ao redor das costas delas ainda eram visíveis do ângulo em que ele estava.

Harry se culpava claro, como sempre, embora Sirius e Ron se revezassem em carregar o peso dessa culpa. Eles haviam invadido com sucesso o Ministério após Mundungo Fletcher chegar ao Largo Grimmauld, sendo arrastado até lá contra sua vontade por um cansado elfo doméstico sob ordens diretas de Hermione. Dunga tinha dito como tinha perdido o medalhão, e depois apontando para o novo dono no Profeta Diário. Dolores Umbridge.

Após ouvir Hermione e Ron conversando sobre a cicatriz na mão de Harry, demorou pouco para que Sirius percebesse que aquela Umbridge tinha machucado seu afilhado permanentemente. Não somente isso, mas ela esteve por trás de várias coisas terríveis em Hogwarts, e agora estava por trás do maldito Ato de Registro de Nascidos Trouxas. Sirius queria ir atrás dela ele mesmo, e precisou de ambos Harry e Hermione suplicando - com o acréscimo da ameaça de petrificá-lo e deixá-lo para trás só com Monstro para vigiá-lo - que o fez parar. Completamente contra o plano deles, Sirius seguiu o trio até o Ministério da Magia, andando do lado de fora em sua forma Animaga, enquanto eles se infiltravam na instituição, sob o disfarce da Poção Polissuco.

Levou menos de uma hora para que ele se encontrasse dentro da entrada, um grande banheiro onde homens e mulheres enfileiravam-se fora das cabines. Parecendo ser um cão perdido, Sirius esperou impacientemente pelo trio. De vez em quando alguém parava para fazer carinho em sua cabeça, o que fazia Sirius revirar os olhos. Ele queria rosnar e morder, mas sabendo que isso só traria mais atenção do que ser gentil, ele se segurou e rangeu os dentes quando algumas velhinhas passavam a mão no topo da sua cabeça enquanto o chamavam de 'bom cachorrinho'. Só uma vez que um homem olhou para ele, gritando 'É o Sinistro!' antes de correr, fazendo Sirius rir no processo.

Quando Ron, Harry e Hermione finalmente saíram do Ministério, foi com grande pressa. Vendo os Comensais da Morte atrás deles, Sirius se transformou de volta e pegou a mão de Harry, que pegou a mão de Hermione, que por sua vez pegou a mão de Ron. Era perigoso e estúpido, mas eles não tinham outra escolha já que um Comensal da Morte conhecido como Yaxley estava quase alcançando Hermione. No meio da Desaparatação, Hermione empurrou Yaxley, mas só depois que ele tinha visto a entrada do Largo Grimmauld. Aparatar lado a lado com quatro pessoas era perigoso. Três pessoas já era demais. Quatro era suicídio.

Quando Hermione os aterrissou na floresta onde tinha acontecido a Copa Mundial de Quadribol, os homens caíram no chão estremecendo e abraçando seus corpos enquanto o ar era empurrado de volta para seus pulmões. Harry e Ron caíram três metros longes um do outro, olhos turvos e confusos. Sirius também teve dificuldades para recobrar os sentidos, mas a primeira coisa que o inundou foi um fraco odor acobreado. E ele sabia que alguém tinha estrunchado.

Quando Ron e Harry se recobraram completamente, eles olharam horrorizados um Sirius coberto de sangue vasculhar dentro da bolsinha de Hermione, jogando as coisas para fora, até ele encontrar o pequeno frasco de Ditamno que ela tinha usado meses atrás em Remus na cozinha do Largo Grimmauld. A cor saiu do rosto de Harry quando ele olhou o padrinho ajeitar o ombro de Hermione de volta depois que o trabalho de Aparatar quatro pessoas tinha feito ela se estrunchar. Um longo corte rasgou seu braço direito, passando por todo o seu ombro e ia para baixo da blusa, que estava encharcada de sangue. Sirius tinha rasgado a roupa para longe, não revelando nada além de uma pele rasgada, depois ele aplicou o Ditamno com cuidado, usando sua varinha para fechar as feridas o mais rapidamente possível.

"Tem uma barraca, montem," ele mandou rapidamente e com um tom frio que disse aos dois garotos que ele não iria admitir nenhuma hesitação. Sirius se moveu ao redor deles, constantemente cuidando do pequeno e inconsciente corpo de Hermione, nunca olhando nenhum dos dois nos olhos, e os garotos fizeram o mesmo. Em algum momento, eles tinham ferrado tudo e Hermione estava sofrendo por causa disso. Cada bruxo pegou sua parcela de culpa silenciosamente, embora Ron e Harry parecessem mais inclinados a conversar um com o outro.

Uma vez que Hermione estava segura dentro da barraca e em uma cama que Sirius tinha aumentado, ele pegou um pequeno kit de primeiros socorros e começou a pegar poções e empurrá-las a baixo da garganta de Hermione. Harry reconheceu várias imediatamente. Poções para Dor e Repor Sangue. Ele fechou os olhos tentando se livrar da imagem nítida em suas pálpebras de Hermione, jogada sangrando no chão. Quando ele os reabriu, Sirius estava em sua forma Animaga, deitado ao pé da cama de Hermione, montando guarda.

E lá ele ficou.

Em voz baixa os dois garotos discutiam sobre a Horcrux enquanto esperavam Hermione acordar ou Sirius se transformar de volta. Quando ficou óbvio que eles deveriam revezar o uso do medalhão, o grande cão saiu de perto da cama, inclinando sua cabeça para Harry num pedindo silencioso para botar a Horcrux. E assim os dias passaram. Sirius continuou vigilante com a recuperação de Hermione, voltando à forma normal somente quando Ron e Harry estavam lá fora procurando por comida ou de vigia. Durante esses momentos ele cuidaria de Hermione, trocaria seus curativos, daria as poções necessárias, andaria o suficiente com ela para que ela tivesse a oportunidade de comer, apesar deles terem pouca comida disponível. Nesses momentos, ele disse tão pouco quanto era possível, recusando-se a olhar para ela, apesar dela implorar para que ele a olhasse. Incapaz de deixá-la ver como estava quebrado, Sirius retornou para sua forma Animaga, sabendo que era quase impossível para ela para dizer a expressão no seu rosto canino.

O medalhão infelizmente piorou tudo. Sirius o usaria durante a noite e sonharia com Azkaban e Dementadores. Ele teria visões de James e Lily morrendo, da zombaria de Pedro e de uma garota que ele amou há muito tempo desaparecendo no nada, o deixando sozinho no mundo. Agradecido em se livrar da maldita coisa todas as manhãs, ele observou cuidadosamente como o Horcrux infectava os outros dois homens. Harry encolhia-se para si mesmo muito parecido com Sirius fazia, e o seu padrinho mantinha um olho vigilante, muitas vezes removendo o medalhão mais cedo se percebia Harry sendo puxado para baixo por ele muito rapidamente. Ron reclamava constantemente, apesar de um pequeno rosnado de Sirius ser o suficiente para calá-lo rapidamente. Apesar dos protestos dela, Sirius foi insistente ao dizer que o pedaço da alma de Voldemort não devia tocar em nenhuma parte de Hermione em nenhum momento.

Olhando para Harry que entrava na barraca, Sirius abaixou a cabeça, permitindo que a Horcrux fosse retirada do seu pescoço. No momento que estava livre, o cachorro deixou escapar uma pequena respiração e Sirius voltou à forma humana, esfregando o músculo do pescoço. "Sou só eu ou essa coisa está ficando mais pesada?" Ele perguntou ao afilhado.

"Você está bem?" Harry perguntou em voz baixa, não querendo acordar Hermione.

"Melhor hoje," Sirius olhou rapidamente para Hermione que dormia e suspirou.

"Você vai me contar o que está acontecendo?" Harry perguntou.

"Não cabe a mim," Sirius balançou a cabeça. "Só... ela me salvou. E eu quase a deixei -"

"Nós," Harry corrigiu. "Isso tudo é nossa culpa, não só sua."

"É meu trabalho cuidar de todos vocês," Sirius tentou explicar.

"É meu trabalho salvar o mundo," Harry disse encolhendo os ombros. "Ela está no mundo, logo ela é meu trabalho. Você não pode tirar o meu trabalho, Sirius. Você não é O Escolhido. Eu sou."

"Ah chega dessa besteira de O Escolhido," Sirius revirou os olhos.

"Ela pode viajar?" Harry perguntou, ignorando o pedido de Sirius. "Ela está pronta? Você sabe que não podemos ficar no mesmo lugar por muito tempo. Já estamos aqui há dias," Harry explicou.

"Você ainda tem tido visões?" Sirius perguntou a ele, percebendo a expressão cansada no rosto de Harry. Ele desviou o olhar do padrinho e suspirou, assentindo.

"Eu quero parar, mas nenhum de nós está bem o suficiente para praticar Oclumência agora. Só nos deixaria mais fracos," Harry admitiu triste. "Ele está procurando por uma varinha," Harry contou a Sirius. "Sequestrou Olivaras e matou Gregorovitch."

"Pode ser a Varinha da Morte," Sirius sugeriu.

"O que é isso?" Harry perguntou.

"É só um mito," uma voz murmurou atrás deles.

"Volte a dormir, amor," Sirius instruiu, mas Hermione o ignorou e se virou para olhar Harry.

"É um mito sobre uma varinha imbatível," Hermione explicou a Harry. "Tem uma história sobre ela no livro que Dumbledore me deu."

"Aquele livro está escrito todo em Runas. Quando você teve a chance de traduzir?" Sirius perguntou a ela com uma sobrancelha levantada.

"Eu estou deitada aqui há dias," Hermione encolheu os ombros.

"Você deveria estar descansando," Sirius estreitou os olhos para ela.

"E você é um terrível cão de guarda," Hermione riu. "Você cai no sono constantemente. Quando você faz isso, eu leio," ela explicou, pegando o livro que mantinha embaixo do travesseiro. "A história fala sobre três irmãos que conseguiram escapar da Morte, apesar da Morte não ser uma pessoa real," ela revirou os olhos. "A Morte oferece a cada um deles um presente. Um irmão pede uma varinha poderosa o bastante para vencer qualquer bruxo. Eu suponho que essa varinha do conto de fada é a mesma conhecida como Varinha da Morte, ou Varinha do Destino. Professor Binns mencionou algumas vezes em História da Magia," ela encolheu os ombros.

"Então, você acha que ela existe mesmo?" Harry perguntou.

"Talvez," Sirius encolheu os ombros.

"Claro que não," Hermione disse ao mesmo tempo. "Sirius é ridículo até mesmo pensar que algo assim poderia existir."

"Ah é? Conte a Harry o que os outros dois irmãos pediram na história," ele apontou como se desse espaço para ela tomar seu lugar no palco. Hermione cerrou os olhos para ele, mas decidida a jogar esse joguinho, então falou.

"Está bem," ela deu de ombros. "O segundo irmão recebeu uma pedra que traria de volta os mortos. E o terceiro irmão pediu uma Capa da Invisibilidade."

"Então, uma Capa da Invisibilidade, mas não uma capa qualquer, uma capa que nunca perdesse o encanto, que nunca se partisse ou rasgasse, e imune a qualquer feitiço ou azaração," Sirius sorriu debochadamente quando pensava que já tinha vencido a discussão. "Eu penso onde nós poderíamos encontrar tal objeto," ele bateu o dedo indicador no lábio de cima, ignorando o olhar que Hermione estava direcionando a ele.

"Mesmo se a capa existir, os outros dois são irracionais," ela revirou os olhos.

"Sim, é irracional pensar que as pessoas possam voltar dos mortos," Sirius concordou, seu rosto parecendo quase angelical exceto pelo brilho de malícia nos olhos, que Harry não podia deixar de rir.

"Harry, Horcruxes," Hermione disse, tentando focar o amigo. "O que nós precisamos fazer é nos preocupar em como vamos conseguir destruir o medalhão, e depois achar os outros." Ela insistiu. "Eu tenho pesquisado," ela esticou o braço para a bolsinha.

"Quando diabos você tem descansado?" Sirius resmungou.

"Quando Ron está aqui," ela respondeu encolhendo os ombros. "Vocês dois não me deixam em paz," Hermione explicou. "Agora, só existem dois meios conhecidos para destruir uma Horcrux. Veneno de Basilisco e Fogo Maldito." Hermione disse pesarosamente.

"Você sabe conjurar Fogo Maldito, Sirius?" Harry perguntou.

"Conjurar? Sim," Sirius concordou. "Controlá-lo? Bom... é complicado," ele sacudiu a cabeça. "É como um último recurso," ele explicou. "Se chegarmos a esse ponto, eu conjuro. Mas nós estamos falando de Aparatar para uma ilha deserta, deixar as Horcruxes nessa ilha, conjurar o fogo e depois meter o pé antes que ele consuma tudo."

"Último recurso, entendi," Harry concordou. "Vou falar para Ron que vamos conseguir sair hoje," Harry sorriu para Hermione. "É bom ver você parecendo você de novo."

oOoOoOo

17 de outubro, 1997

Na Fuga

"Achei que você soubesse o que estava fazendo!" Ron gritou enquanto Sirius entrava na barraca. "Achei que Dumbledore tivesse dito o que fazer, achei que você tinha um plano de verdade!" O Animago voltou seu olhar azedo para o garoto que ousava levantar a voz para seu afilhado, mas como não era do seu feitio - nos dias de hoje - pular numa briga sem uma adequada provocação, Sirius olhou para Harry e Hermione a espera de uma explicação.

"Eu perdi alguma coisa importante?" Sirius perguntou.

"Achamos ter encontrado um jeito de destruir a Horcrux," Hermione disse meio entusiasmada. "Harry usou a Espada da Grifinória para matar um Basilisco no nosso segundo ano, e a espada foi feita por duendes, então..."

"Só absorve o que a fortalece," Sirius terminou sua frase. "Inferno sangrento, isso é... inspirador," Sirius riu e coçou o queixo pensando. "Então, o que fazemos agora?" Ele perguntou.

"Nada," Ron disse sombrio. "Porque essa maldita coisa foi roubada de Hogwarts, então mesmo que a gente conseguisse se esgueirar até o castelo - o que não podemos porque ele está sendo controlado por malditos Comensais da Morte - a espada nem estaria lá para nós pegarmos!" Ron gritou, olhando para eles como se seus olhos fossem punhais.

"Cuidado com o tom, rapaz," Sirius rosnou para ele, não gostando nem um pouco de sua atitude, nem do jeito que ele estava olhando para Harry e Hermione.

"É por causa do medalhão," Hermione disse franzindo as sobrancelhas. "Ron tire isso. Você não estaria falando assim se não tivesse usado isso o dia todo."

"Sim, ele teria," Harry olhou para Ron. "Ele não tem feito nada além de reclamar todo o tempo! Ele está faminto, como se o resto de nós não estivesse. Você reclama mais do que qualquer um de nós, e Hermione estrunchou e quase morreu!"

"Cai fora, Potter!" Ron estreitou os olhos para o seu melhor amigo e Sirius rosnou, pegando sua varinha.

"Por que você ainda está aqui?" Harry perguntou a ele.

"Não faço ideia," Ron respondeu.

"Vá para casa então," Harry disse.

"Sim, talvez eu vá mesmo!" Gritou Ron, e ele andou vários passos na direção de Harry, que permaneceu parado.

"Ron, tire o medalhão!" Hermione gritou.

"Vá para casa, para sua família, e deixe sua mãe cozinhar um belo jantar e limpar seu rosto depois," Harry rebateu para seu amigo. "Isso é o que você quer de qualquer jeito."

"O que eu quero é ter certeza de que minha família está viva! Está tudo bem para você né, com seus pais a salvo fora do caminho..." Ron gritou para Harry.

"Uh oh," Hermione murmurou baixinho, mas não foi rápida o bastante com sua varinha antes que Sirius agarrasse o colarinho de Ron e o levantasse no ar apesar da diferença de altura. O Animago parecia sombrio, parecendo com o primeiro encontro deles na Casa do Grito, seus olhos normalmente cinzas claros estavam quase pretos quando ele encarou Ronald.

"Foi muito longe," Sirius disse com uma quantidade assustadora de controle em sua voz.

"Sirius," Hermione implorou. "Ponha-o no chão."

"É, ponha ele no chão para que ele possa ir embora." Harry disse encarando Ron.

"Tudo bem," Sirius devagar botou Ron de volta no chão, o encarando nos olhos durante todo o tempo. Sem largar o colarinho dele, Sirius usou a outra mão para tirar o medalhão do pescoço de Ron com força e depois o soltou com um empurrão para longe. "Se você voltar a falar com eles desse jeito de novo alguma vez, garoto," Sirius ameaçou. "Eu vou transfigurar o que sobrar de você de um jeito que ninguém vai saber para onde olhar," ele rosnou baixo e ameaçadoramente.

Ron, impulsivo como sempre, respondeu pegando sua varinha. Sirius era muito mais rápido, claro, mas antes que qualquer um deles pudesse falar um feitiço, Hermione em silêncio jogou um escudo entre eles. O largo escudo se expandiu pela barraca, separando Ron dela, Harry e Sirius, mostrando visivelmente como os laços de amizades tinham sido cortados.

"Você vai mesmo ficar aqui?" Ron olhou para Hermione. "Quem eu quero enganar? Claro que você vai ficar aqui," Ron a encarou e depois desviou os olhos para Sirius.

"Claro que vou ficar! Nós prometemos ao Harry!" Hermione gritou, a varinha ainda para cima, segurando a força do escudo.

"Besteira, Hermione," Ron fez uma careta. "Você não está aqui pelo Harry. Você está aqui por ele," ele disse, apontando a varinha para Sirius que só rosnou em resposta. "Seja lá o que você fez para trazê-lo de volta mudou você," Ron sacudiu a cabeça. "Ele deveria ter continuado morto."

"Sai daqui!" Hermione gritou e empurrou o escudo na direção de Ron, o forçando a sair da barraca. "Você não pertence a esse lugar. Vá embora, cresça, e quando essa guerra acabar e você finalmente tiver amadurecido um pouco, venha e peça perdão a nós," ela o instruiu friamente. "Mas nós estamos fartos."

"Pode apostar que eu estou," Ron disse a encarando e depois saiu da barraca.

"Eu pego a primeira vigia," Harry anunciou em voz baixa enquanto alcançava a Horcrux na mão de Sirius, reparando a corrente para que pudesse botar em seu pescoço. Ele passou a mão pelo cabelo negro bagunçado em frustração.

"Tem certeza?" Sirius perguntou a ele, botando uma mão no ombro do garoto.

"Sim, preciso de um tempo para pensar de qualquer jeito. Vocês dois descansem," Harry acenou para Hermione com um sorriso pequeno, e ela retribuiu brevemente, seus olhos voltando para Sirius. Quando os olhos se encontraram, Hermione desviou imediatamente e Sirius franziu a testa olhando para baixo.

"Você acha que ele está certo?" Sirius perguntou a ela.

"Não," Hermione sacudiu a cabeça enquanto voltava para cama. A mesma cama que ela vinha compartilhando com Sirius desde que ela tinha sido estrunchada, embora nunca em sua forma humana. De alguma forma ela tinha esquecido o fato de que o grande cão negro ainda era, na verdade, um bruxo totalmente crescido, embora, na sua forma Animaga parecesse menos ameaçadora, e certamente menos inadequado. Ela iria se aconchegar debaixo das cobertas e ele rastejaria para o lado dela, girando uma vez em um círculo antes de acomodar seu focinho contra suas patas dianteiras, e distraidamente Hermione iria estender a mão e acariciar sua pele como se fosse um velho animal de estimação amado da família, e não o padrinho de Harry, um homem que ela tinha usado Magia de Sangue para trazer de volta à vida, se ligando a ele através da mágica antiga. Mas agora, com ele em pé na sua frente com seus olhos cinzentos grudados nela, Hermione tremeu debaixo da intensidade do olhar dele.

"Talvez eu devesse ter continuado -"

"Não!" Hermione bateu nele. "O medalhão o fez falar aquelas coisas. Se você não estivesse aqui, ele teria encontrado outra coisa para reclamar," ela insistiu. "Não se atreva a dizer que deveria ter continuado morto."

"Ele não está completamente errado," Sirius disse calmamente enquanto se aproximava dela, incapaz de olhar para longe dela. A luta com o menino o tinha irritado, e a falta de comida e estresse constante havia quebrado algumas barreiras que ele já tinha sido capaz de colocar entre eles ao longo dos anos. "Você não está aqui só pelo Harry," Sirius olhou para baixo, encontrando o olhar dela, diminuindo a distância entre os dois até que ele estivesse a apenas centímetros dela, o calor dos corpos se chocando, "Nem eu," ele admitiu.

"Por favor, não faça isso, Sirius," ela implorou, olhando para baixo, incapaz de levantar o olhar para ele. Sirius, no entanto, a forçou a isso botando um dedo embaixo do queixo dela, levantando seu rosto para encontrar o dele. Hermione fechou os olhos bem apertados para evitar olhar para ele e ele pôde ver lágrimas saindo pelos cantos.

"Não posso esperar para sempre, gatinha," Sirius suspirou. "O garoto estava certo sobre outra coisa. Seja lá o que você fez para me trazer de volta, mudou alguma coisa." Ele disse suavemente, correndo a ponta do polegar contra a linha de sua mandíbula, bebendo a imagem dela enquanto seu coração batia dolorosamente contra seu peito. "Você não é a única que é boa em magia, Hermione," Sirius se inclinou para perto, pressionando sua bochecha com barba por fazer contra ela enquanto se inclinava, roçando seus lábios contra seu ouvido. A respiração de Hermione se prendeu na garganta com o contato. "Eu sei sobre o ritual da dívida de vida", ele sussurrou antes de se afastar, enquanto os olhos de Hermione se arregalavam.

"Você... você sabe? Você sabia? Esse tempo todo?" Ela perguntou a ele.

"Sobre o Vínculo?" Sirius assentiu. "Não é magia negra, mas o que você fez foi magia de sangue, o que em algumas famílias significa a mesma coisa. A Casa Black não é exceção," ele sentou-se na grande poltrona de frente para a cama, levantando o pé até descansar sobre o joelho oposto. "Nós vamos ter que conversar sobre isso alguma hora."

"Eu nem sei o que isso significa," Hermione olhou para longe dele.

"No final dessa guerra, nós vamos ter muito o que conversar," Sirius acenou. "Vamos marcar um dia, sim?" Ele sorriu para ela quando ela voltou sua atenção para ele com olhos cerrados. "No seu aniversário," ele sorriu de repente como se o peso do mundo não estivesse mais nos seus ombros.

"Meu aniversário?" Hermione levantou uma sobrancelha. "Por que no meu aniversário?"

"Tudo bem, no dia seguinte do seu aniversário," Sirius sorriu com deboche. "Nos dá quase um ano para acabar com isso, e se tivermos sorte, um pouco de tempo para nos recuperarmos depois do que deve ficar conhecida na história Bruxa como a noite que todos foram esmagados."

"Ou lamentar," Hermione franziu a testa.

"Não," Sirius balançou a cabeça. "Cansei de lamentar. Já tive muito luto na minha vida e vou passar o resto dessa guerra dando certeza de que nunca mais vou ter que lamentar de novo," ele disse, seu tom de voz de novo firme e forte, e esse som fez Hermione estremecer e enrubescer. Sirius percebeu imediatamente e riu, fazendo com que Hermione desviasse os olhos de novo.

"Um dia você não vai fazer mais isso," ele disse enquanto levantava e pegava sua jaqueta.

"Fazer o que?" Hermione perguntou em voz baixa enquanto ele andava para a porta da barraca.

"Ficar com vergonha com o que eu a faço sentir," ele esclareceu com um olhar sério sobre ela. Hermione deixou escapar uma respiração trêmula e observou enquanto ele quebrava o contato dos olhos e saía da barraca, a jaqueta e maço de cigarros na mão.

"Eu quero saber?" Harry perguntou quando o padrinho se aproximou dele por trás, um cigarro pendendo nos lábios enquanto ele vestia a jaqueta, levando os dedos ao cigarro e exalava, deixando a fumaça ser levada pelo vento.

"Belo feitiço," Sirius comentou quando olhou para cima, vendo a chuva cair em cima deles, mas nunca passar de um círculo seco que Harry criou. "Sua mãe era muito boa com feitiços desse tipo," ele riu.

"Evitando a pergunta, Almofadinhas," Harry disse, usando o nome Maroto de Sirius num tom de voz quase idêntico ao de James. Sirius riu suavemente com o jogo.

"Eu sei o que você está fazendo," ele acenou. "Você desvendou a mim e a Remus muito fácil," ele deu outra tragada no cigarro. "Você percebeu que quando você quer informações, nos chama de Almofadinhas e Aluado num tom de voz que nos faça pensar no seu pai, o que nos faz," ele concordou. "E quando você quer impor sua opinião, você encara."

"Imagino que minha mãe tinha um jeito de ser driblada?" Harry perguntou com um pequeno sorriso de deboche no rosto.

"Sua vó teria te adorado," Sirius deixou escapar uma risada latido. "Ela era uma Sonserina, sabe."

"O chapéu quase me colocou na Sonserina," Harry deixou escapar.

"Sim, eu também, filhote, eu também," ainda ignorando de propósito a pergunta inicial de Harry.

"Acho que quero ir a Godric's Hollow," Harry admitiu.

"Considere feito," Sirius concordou.


N/A: Mais um capítulo para vocês! Espero que gostem e digam o que acharam :)

LadyHarukaS2: Eu adorei essa parte também e a pergunta de segurança do Remus hahahaha o Monstro é um caso a parte e eu concordo com o que a Hermione disse, que ele é um produto do ambiente em que vivia, mas o Dobby é especial