The Debt of Time
Parte Um - A Dívida de Vida
Capítulo Nove - Quebre o Resto
"...Raise your voice, sticks and stones may break my bones
I'm talking loud not saying much
I'm bulletproof, nothing to lose
Fire away, fire away..."
(Titanium - David Guetta)
27 de março, 1998
Mansão Malfoy - Residência da Família Malfoy, Quartel General dos Comensais da Morte
"Hermione... amor?" Sirius se transformou enquanto se arrastava até a bruxa, embalando a cabeça dela suavemente em suas mãos, correndo os dedos pelos cabelos bagunçados. Seus olhos se abriram brevemente e ele sorriu e correu seu polegar ao longo da bochecha dela carinhosamente. "Hermione? Você consegue dizer algo?" Ele perguntou, precisando avaliar sua clareza mental.
"Sirius?" Ela estremeceu, a dor da persistente Maldição Cruciatus ainda fazendo danos. "O que aconteceu?" Seus olhos castanhos olharam ao redor da sala, onde ela viu vários corpos, uma grande quantidade de sangue, e os rostos de Narcissa Malfoy e Draco olhando para ela.
"Ela vai ficar bem?" Draco perguntou e os olhos de Hermione arregalaram em choque ante o breve olhar de preocupação que passou pelo rosto dele.
"Ela vai melhorar, só precisa de descanso e tempo para se recuperar," Sirius deixou escapar um alto suspiro de alívio.
"Você precisa tirar ela e os outros daqui," Draco insistiu. "Rápido. Eu preciso chamar o Lorde das Trevas," ele levantou a manga da blusa, revelando a marca, mas não a tocando.
"Desculpe?" Sirius olhou para o garoto e rosnou.
"Não é o que você está pensando," Draco levantou a mão antes que o Animago pegasse qualquer raiva que ainda sobrasse e descontasse nele, caso matar Bellatrix não tivesse resolvido. "Estou do seu lado."
"Besteira," Sirius cerrou os olhos para ele.
"Eu tenho Veritasserum em um cofre se você quiser me testar," Draco ofereceu e Sirius encarou o garoto por um longo minuto até que sentiu Hermione apertar sua blusa forte quando outra onda de dor se apossou de seu corpo. Sirius olhou para ela preocupadamente e depois para o jovem Malfoy e sua mãe. "Vá," ele disse rápido, pensando se tinha feito a decisão certa.
"Onde estão Harry e Ron?" Hermione perguntou. "E eu ouvi certo? Malfoy está do nosso lado?"
"Possivelmente," Sirius descansou a cabeça dela no chão. "Eu a levantaria, amor, mas você só sentiria mais dor a cada movimento. Você precisa ficar ai até que seja seguro partir. Depois nós iremos a algum lugar apropriado para que você possa ser curada," os olhos dele voltaram para a palavra marcada no braço dela e ele rosnou.
"Isso não vai sarar, vai?" Ela perguntou a ele, deixando escapar mais algumas lágrimas.
"Não," Sirius balançou a cabeça. "Vai cicatrizar. A faca dela estava amaldiçoada," ele olhou para longe. "Sinto muito."
"Eu também," a alta voz de Narcissa sussurrou enquanto ela se ajoelhava ao lado da menina, um travesseiro nas mãos. Ela fez um gesto para Sirius, que parecia excessivamente protetor com a bruxa e Narcissa não iria tocá-la sem permissão. Sirius levantou a cabeça de Hermione para ela e Narcissa fez o que pôde para tornar a garota mais confortável na posição em que estava. "O que vamos fazer Sirius?"
"Aparentemente esperar pelo seu filho," ele voltou sua atenção para a prima. "Ele está falando a verdade?"
"Eu não sei," Narcissa admitiu. "Eu nunca fui permitida a ir às reuniões. Draco sempre foi com Lucius... ele é diferente quando está com o pai e os outros. Em casa, só comigo, ele sempre foi um bom garoto," ela franziu a testa. "Eu fiquei de coração partido quando Lucius o levou para o círculo íntimo, o marcando assim," ela deixou algumas lágrimas escaparem. "Eu deveria ter te ouvido há anos atrás."
"Eu peguei," Draco disse enquanto entrava na sala de novo, mas antes que ele pudesse entregar a Sirius, uma voz gritou atrás dele.
"Expelliarmus!" A varinha de espinheiro voou da mão de Draco. O bruxo loiro se virou e fez uma careta para Harry Potter que vinha ao lado de Ron, ambos com as varinhas em mãos quando desarmaram Draco, que levantou as mãos em sinal de derrota.
"Você está cometendo um erro, Potter," Draco zombou. Independentemente de qual lado ele estava, havia uma animosidade constante entre os meninos que estava determinada a nunca desaparecer completamente. "Pergunte ao seu maldito padrinho."
"Sirius?" Harry olhou para ele, mantendo a varinha apontada para Draco. Foi só quando viu Hermione no chão, que Harry desviou a atenção e correu para o lado dela. "Hermione!"
"Está tudo bem, Harry," Hermione concordou. "Ouça Sirius," ela insistiu.
"O que está acontecendo, Sirius?" Harry perguntou ao padrinho, que deu um tapinha nas suas costas.
"Primeiro, onde está Rabicho?" Sirius perguntou.
"Morto," Ron disse atrás dele, a varinha ainda apontada para o rosto de Draco. "Tentou matar Harry, até que o lembramos da dívida que ele devia a Harry," Ron explicou. "Quando ele o soltou, a mão de prata se virou e o estrangulou até a morte."
Sirius não sabia como processar a informação. Um homem que um dia considerou um amigo, um irmão, estava morto. Mas esse mesmo homem foi a razão disso tudo. A razão de James e Lily estarem mortos. A razão dele ter perdido doze anos para Azkaban. A razão de Voldemort ter retornado em primeiro lugar. Não, Sirius nunca iria lamentar por Rabicho. Nenhuma versão dele.
"Isso é bom, na verdade," Draco insistiu. "Vai ajudar na história que eu precisarei criar."
"Do que ele está falando?"
"Se você falar ao seu bichinho Weasley para apontar a varinha para outro lugar, eu ficaria mais do que feliz em te contar, Potter," Draco rosnou. "Isso é Veritasserum, passe para Granger se você não acredita em mim, ela pode confirmar, tenho certeza."
Ron pegou o frasco de Draco e passou para Sirius que o entregou a Hermione. A bruxa olhou cuidadosamente, abrindo a tampa e cheirando. "Não tem cheiro."
"Claro que não, Granger, não tem cheiro," Draco revirou os olhos.
"É uma armadilha," Ron fez uma careta. "Está envenenado."
"Alguém diga ao Weasel Rei porque essa ideia é imbecil," Draco insistiu.
"Porque o Veritasserum não é para nós," Sirius explicou. "É para ele."
"Eu vou tomar, e então vocês podem esperar e ver se eu vou morrer. Depois um de vocês toma para testar, para terem certeza de que eu não estou fingindo," Malfoy sugeriu. "Concordam? Honestamente, nós não deveríamos estar enrolando aqui," sua mandíbula ficou rígida, seus olhos virando para Ron.
"Dê para ele," Harry acenou e olhou enquanto Sirius levantava, entregando o frasco para Draco, que abriu a tampa, usando o conta gotas para botar uma gota em sua língua, sabendo que não deveria botar muito. Ele estava disposto a provar sua lealdade, mas não era estúpido o suficiente para deixar o soro da verdade ficar em seu sistema tempo o suficiente para Potter e Weasley tirarem proveito da situação. "Só Black pode fazer perguntas", Draco solicitou, entregando o frasco de volta para o homem que por sua vez entregou a Harry.
"Agora um de nós..." Harry murmurou, abrindo o frasco, mas antes que ele tivesse a chance de beber a poção, Hermione a afastou.
"Você perdeu a cabeça?" ela o repreendeu. "Você vale muito para se arriscar," Hermione revirou os olhos e antes a impedisse, botou uma gota da poção na língua. Harry e Sirius a olharam boquiabertos, um claramente mais irritado que o outro, mas ambos igualmente ansiosos. Ela esperou alguns segundos e depois acenou. "Muito bem, alguém vai me perguntar algo?" Ela perguntou.
"O que aconteceu no segundo ano quando você estragou a Poção Polissuco?" Ron disse antes que alguém tivesse a chance de pensar em uma pergunta para verificar a poção. Hermione virou-se e deu-lhe o olhar mais hediondo e mortífero possível e Harry imediatamente desviou o olhar enquanto esperava a resposta.
"A poção não estava estragada," Hermione disse, incapaz de continuar em silêncio quando as palavras saíram de sua boca contra a sua vontade. "Mas eu acidentalmente peguei um pelo de gato em vez de cabelo humano, e acabei me tornando um gato," ela rosnou quando a frase acabou. "Você está morto para mim, Ronald Weasley!" Ela gritou.
"Ela se transformou em um gato?" Sirius riu olhando para Harry, que segurava a própria risada, mas assentiu.
"Bom, é mesmo Veritasserum," Ron sorriu. "Ela não repetiria essa história para ninguém além de nós dois."
"Por que vocês três fizeram uma Poção Polissuco no nosso segundo ano?" Draco perguntou, aproveitando a situação sabendo que Hermione ainda estava sob o efeito do soro da verdade.
"Porque nós pensamos que você ou era ou sabia quem era o herdeiro da Sonserina, então Harry e Ron tomaram a poção, virando Crabbe e Goyle e se esquivaram para o salão comunal da Sonserina para interrogar você," Hermione soltou e imediatamente depois cobriu a boca com as mãos, olhos arregalados.
"E eu sou o desonesto?" Draco zombou. "Muito bem, Black, vamos acabar com isso antes que passe o efeito. Mas no final dessa guerra, eu vou ter algumas malditas perguntas para fazer," ele disse, apontando para Hermione e Harry, ignorando de propósito Ron que ainda tinha a varinha apontada para Draco.
"Tudo bem, quem tem a sua lealdade?" Sirius perguntou.
"Minha mãe," Draco disse imediatamente.
"Não os Comensais?" Sirius perguntou.
"Não," Draco insistiu.
"Você é um Comensal da Morte?"
"Tecnicamente," ele disse através dos dentes.
"Você diz que está do nosso lado, como?"
"No final do quarto ano eu fui recrutado como um espião. Todo mundo achava que eu ia ser puxado para dentro das fileiras por causa do meu pai, e por isso fui considerado um ativo valioso," Draco explicou. "Eu estive observando, passando informações e ajudando a Ordem da Fênix desde então."
"Quem o recrutou?" Sirius perguntou.
"Severo Snape."
"Deixe-me enfeitiçá-lo!" Ron gritou com raiva.
"Severo Snape é um maldito traidor!" Sirius rosnou. "Ele matou Dumbledore!"
"Não," Draco balançou a cabeça. "Eu... eu não sei todos os detalhes, mas eu soube que Snape e Dumbledore tinham um acordo. Quando me mandaram matar Dumbledore, eu fui puxado para o lado depois e me falaram para completar a missão perfeitamente, com a exceção de matar Dumbledore. Me mandaram desarmá-lo e esperar Snape aparecer. Eu não sabia que ele ia matá-lo."
"Ele está dizendo a verdade," Hermione admitiu, apesar de chocada pela confissão.
"Mesmo se Snape tiver traído a preciosa Ordem, eu não traí," Draco insistiu.
"Prove," Ron disse.
"Provar? Eu estou sob Veritasserum, seu maldito babaca."
"O que você fez que pode ser contado como prova que sua lealdade ainda pertence à Ordem?" Harry perguntou.
Draco respirou profundamente antes de voltar o olhar para Hermione. "Seus pais conseguiram chegar à Austrália," ele confidenciou com um olhar convencido no rosto. Hermione engasgou em resposta, os olhos se arregalando. Os bruxos ao redor dela encararam Draco. "Eles não deveriam conseguir, para constar. Acabamos?" Ele zombou de Ron.
"Deixe-o ir," Hermione insistiu.
"Hermione, você não pode estar falando sério!" Ron fez uma careta.
"Faça!" Ela falou.
"Qual o plano?" Harry perguntou.
"Vocês saiam daqui e levem minha mãe," Draco insistiu. "Eu trarei Greyback do outro quarto para cá," ele apontou para o corpo de Bellatrix. "Ela foi atacada," ele olhou para Sirius. "O Lorde das Trevas não precisa saber por quem. Eu o convocarei depois que vocês forem embora, falar para ele que Greyback e Scabior se voltaram contra nós quando Bellatrix se recusou a pagá-los. Nós lutamos, os Batedores morreram, mas Potter escapou porque Rabicho nos traiu," ele olhou para Sirius. "Viu? Funciona a nosso favor."
"E ele vai acreditar em você?" Hermione perguntou.
"Eu sou um excelente Oclumente," Draco disse cheio de si. "Por isso que vocês estarão levando minha mãe. Ela não é," ele a repreendeu, como se a falta de talento dela o ofendesse.
"Eu não vou sair daqui sem você," Narcissa insistiu.
"Eu não estou pedindo," Draco olhou para ela. "Você é uma traidora do sangue agora. Então se esconda não importa o que aconteça," ele voltou para Sirius. "Mantenha-a salva."
"E seu pai?" Sirius perguntou, olhando para o corpo no chão.
"Potter o matou," Draco explicou. "Ele já é conhecido por saber usar o Sectumsempra," ele olhou para o garoto de cabelos negros que o encarou de volta. "Levem todas as varinhas," Draco apontou para as poucas jogadas no chão. "Mãe, me dê a sua."
"Por que você não pode simplesmente pegar a sua de volta?" Harry perguntou, segurando a varinha de pilriteiro na mão.
"Prior Incantato," Malfoy explicou. "Se o Lorde suspeitar de mim, ele vai checar minha varinha e ver que eu matei Lucio. É melhor se você me desarmar, matar meu pai e eu pegar a varinha da minha mãe quando ela escapar. Falando em escapar, levem Olivaras, o Duende e os outros dois," Draco apontou para o porão.
Ron e Harry se olharam.
"O que?" Draco perguntou.
"Eles já foram embora."
"Embora? Como?"
"Dobby os Desaparatou," Harry explicou. "Elfos domésticos podem Aparatar em lugares que bruxos não conseguem."
"Dobby está contente em ajudar Harry Potter," uma voz baixinha veio de cima. O grupo olhou para a direção e viram o pequeno elfo se balançando no grande lustre pendurado em cima da sala. Ele sorriu, olhando brevemente para seu antigo Mestre, e balançou a cabeça por um momento, suas grandes orelhas se agitando.
"Dobby? Você consegue Aparatar com todas essas pessoas para fora daqui?" Harry perguntou e Dobby acenou, desaparecendo do lustre e reaparecendo no chão, na frente de todos. Ele olhou rapidamente Draco como se avaliasse o caráter do menino, sorrindo com o resultado antes de alcançar a mão de Harry. Um por um o grupo ligado, deixando Narcissa para dizer um curto adeus a Draco.
"Eu mandarei um Patrono se ouvir algo," Draco prometeu.
"Malfoy pode conjurar um Patrono?!" Ron engasgou. "O que é? Uma doninha?"
"Saiam," Draco resmungou e antes que Ron pudesse falar outra palavra, Dobby os Desaparatou para fora da Mansão Malfoy. Draco deixou escapar um grande suspiro antes de se mover rapidamente, levitando a forma inconsciente de Greyback e o deitando em cima do corpo de Bella, e então com a varinha de sua mãe, lançou a maldição da morte no lobisomem antes de se dirigir para a porta da frente para fazer o mesmo com os Batedores inconscientes no pátio.
oOoOoOo
4 de abril, 1998
Casa de Tonks - Residência Atual de Andromeda, Tonks e Remus Lupin
O grande grupo já estava com Gui e Fleur há uma semana agora e o pequeno chalé estava muito cheio. Três quartos tinham sido separados para os feridos, Grampo, Olivaras, e Hermione, que insistiu que seu quarto tinha que ser compartilhado com Luna. Dino, Ron e Harry se refugiaram no sofá e no chão da sala de estar. Sirius tinha escoltado Narcissa para a casa de Andromeda após o envio de um Patrono para Remus e Tonks que ele sabia estar vivendo com ela. Sendo o fiel do segredo da casa de Andromeda e da sua própria, Remus encontrou com Sirius fora dos feitiços para autorizá-los a entrar. Ele tinha sido relutante em trazer Narcissa, mas Sirius tinha dado sua palavra que sua prima ia se comportar adequadamente. As duas irmãs conseguiram se reconectar, não antes de um bom grito agudo conjunto que fez Sirius gemer sobre o fato de que ele tinha prometido manter Cissa na linha. Não conseguiu até que cada uma descobriu a característica em comum de serem viúvas recentes, e caíram em uma poça de lágrimas nos braços umas das outras. Andromeda amava o marido, tinha perdido a família inteira por causa dele, mas ele valia a pena. Narcissa tinha medo do marido, e perdeu o senso de amor próprio por causa dele, mas tudo valeu a pena por causa de Draco.
Sirius pôs uma série de feitiços complicados ao redor da casa de Andromeda para proteger as primas, junto da ajuda de Gui que por ser um desfazedor de feitiços iria testá-los por via das dúvidas. Apesar da enorme barriga, Tonks levantou para uma rodada de tentar testar os feitiços, pois como uma Auror ela se sentiu muito qualificada. Todas as mulheres se refugiaram na cozinha para beber chá, enquanto Remus e Sirius foram para o porão para dividir um firewhisky e atualizar um ao outro sobre a guerra.
"Como eles estão?" Remus perguntou.
"Você quer dizer como ela está?" Sirius olhou para ele, uma expressão cansada.
"Eu tenho um coração grande o bastante para pensar em todos na guerra, Sirius," o lobisomem fez uma careta.
"Você sabia, não sabia?" Sirius perguntou. "Mansão Malfoy. Bellatrix."
Remus assentiu.
"E você nunca me contou," Sirius rosnou. "Eu poderia ter evitado. Eu estava lá. Se eu soubesse quando e onde estávamos indo e eu soubesse o que iria acontecer..."
"Você não poderia ter feito mais do que fez," Remus o interrompeu com um pouco mais de dureza do que pretendia. "Ela me mostrou em uma Penseira. Quando eu notei as cicatrizes, a confrontei. Foi quando ela me contou tudo. Implorou para que eu só te contasse quando o tempo se acertasse, o que ela insistiu que ainda demoraria pelo menos uma década... e então ela me fez fazer um Voto Perpétuo sobre Bellatrix e Mansão," Remus sacudiu a cabeça. "Disse que eu estaria livre dele quando tudo passasse."
"Por que diabos ela faria isso?!" Sirius rosnou e jogou o copo no chão com um movimento violento do braço.
"Pelo o que eu me lembro da memória que ela me mostrou," Remus olhou para ele. "Bellatrix tinha informado a ela que se ela não cooperasse você seria o próximo, seguido de Harry."
"Eu deveria saber," Sirius balançou a cabeça. "Todo esse tempo, minha maldita prima," ele rosnou de novo e depois botou a cabeça nas mãos. "Você lembra o que eu te disse do que aconteceu no casamento de Narcissa?" Sirius olhou para Remus. "Ela... eu nunca a vi tão..."
"Transtornada?" Remus perguntou.
"Isso é um eufemismo," Sirius quase riu. Quase.
"O ódio dela por Bellatrix não era por causa disso sabe," Remus apontou em voz baixa. "Não tem quase nada a ver com o que aconteceu na Mansão Malfoy. Nada a ver com a maldição, ou o braço dela. Foi terrível, claro, não me entenda mal," ele disse, levantando uma mão defensivamente na frente quando os olhos cinzas de Sirius cruzaram a mesa. "Mas depois que ela me disse a verdade eu perguntei."
"E?"
"Ela odiava Bellatrix por sua causa," Remus sorriu tristemente. "Por causa do Véu."
"Ela começou a ter pesadelos," Sirius sussurrou, ignorando a culpa que continuava a crescer no seu peito. Ele não queria saber que ela sempre esteve pensando nele em vez de preocupar com si mesma. Ele não queria conversar sobre o fato de que Hermione aparentemente se sacrificou para salvar Harry e ele, ou o fato dela ter feito isso sob tão boa vontade, sob a Maldição Cruciatus.
"Ela sempre teve pesadelos," Remus respondeu.
"Não," Sirius balançou a cabeça. "Hermione começou a ter pesadelos. Essa é a fonte. Esse é o começo," ele franziu as sobrancelhas.
"Talvez seja por isso que ela me fez jurar segredo," Remus sugeriu.
"Por que isso?"
"Ela tomou conta de nós constantemente," Remus sorriu. "Sempre rondando a minha volta, tendo certeza que eu estava curado e nunca sozinho. Mas ela sempre esteve vulnerável à noite. Isso nos deu uma chance de cuidar dela." O lobisomem se abaixou e pegou o copo de Sirius, o botando de volta na mesa e alcançando a garrafa de firewhisky para repor o amigo. Ele deslizou a bebida pela pequena mesa e ofereceu um sorriso consolador.
"O que acontece se eu não conseguir mantê-la viva? Nenhum deles?" Sirius olhou para cima, uma ansiedade genuína nos olhos cinzas.
"Isso é coisa do tempo," Remus sorriu suavemente. "É um looping, vê. Cada momento já aconteceu, nós só o estamos revivendo. O próprio fato de ainda lembrarmos, significa que ela sobreviveu. O fato de que ela não está completamente quebrada deve significar que tudo se acerta no final," ele ofereceu.
"Eu sinto falta do Aluado pessimista e estressado," Sirius olhou para ele. "Como você está tão calmo com uma esposa grávida pronta para explodir a qualquer segundo e uma lua cheia em uma semana?"
"Ah a dosagem de Poção Calmante que eu estive tomando durante os últimos três meses teriam deixado um humano normal em coma," Remus sorriu debochadamente e Sirius o encarou abertamente, finalmente percebendo os olhos nublados de Remus e que a pupila debaixo da pálpebra estavam incrivelmente dilatadas. Remus sorriu e levantou o copo para um brinde. "Aplausos para o poder de cura do lobisomem, companheiro."
oOoOoOo
13 de abril, 1998
Chalé das Conchas - Residência de Gui e Fleur Weasley
"Então o que vocês querem fazer com o resto?" Hermione perguntou, segurando um bando de varinhas na mão. A sua tinha voltado para ela, apesar dela quase odiar segurá-la agora, sabendo que Lucius Malfoy tinha usado para lançar a Cruciatus em Sirius e quase matar a esposa com ela. Mas era dela e ela se forçou a segurá-la afetuosamente, determinada a usá-la para trazer mais bem do que o mal que tinha brevemente causado.
"Quebre-as," Harry acenou.
"Tem certeza de que não quer pegar uma do amontoado?" Ron perguntou Harry quando o Menino Que Sobreviveu continuou a treinar com Sirius do lado de fora do Chalé das Conchas, a pequena multidão junta na porta da frente para observar Harry que continuava tentando desarmar Sirius, a varinha de pilriteiro com pelo de unicórnio, razoavelmente flexível de Draco nas mãos.
"Não, eu preciso dessa varinha," Harry insistiu enquanto levantava um escudo para bloquear o feitiço que Sirius lançou. "Olivaras disse que é minha, pelo menos por enquanto. Sua lealdade mudou no momento em que desarmei Malfoy. A varinha escolhe o bruxo. Eu não sei explicar, uou!" Harry olhou para o padrinho que tinha arranhado sua perna de leve com um feitiço. "Mas por agora, eu preciso dessa varinha."
"Mas quebrar o resto?" Hermione perguntou, checando mais uma vez as instruções de Harry.
"Sim, Hermione! Essas varinhas pertenciam a Comensais da Morte e Batedores. Quebre todas!"
"Com prazer," Hermione deu o punhado para Ron, deixando a de fibra de dragão inflexível com ela. Com algo que parecia com um sorriso vingativo no rosto ela pegou uma varinha e a quebrou ao meio, atando fogo aos pedaços. Sentindo-se um pouco mais rejuvenescida, Hermione pegou o punhado de novo e o entregou a Dino e Luna, os oferecendo uma para cada já que a deles tinham sido roubadas depois da captura e provavelmente destruídas. Então ela pegou o restante das varinhas e moveu-se para quebrar todas de uma vez.
"Espera!" Harry gritou. "Sirius, pausa," ele disse para o padrinho. "Eu tenho uma ideia melhor," Harry se aproximou da bruxa com um sorriso malvado. "Dobby!"
O pequeno elfo apareceu com um alto estalido e olhou para Harry Potter com seus grandes e expressivos olhos e um sorriso largo. "O Grande Harry Potter chama por Dobby?" Seus olhos do tamanho de uma bola de tênis olhando para a multidão reunida, dando a cada um deles um sorriso, suas orelhas se agitando quando uma pequena brisa passou pela porta.
"Dobby, eu queria que você quebrasse essas varinhas," Harry disse, pegando o punhado de varinhas de Hermione e o passando para o elfo.
"Harry Potter quer..." Os olhos de Dobby ficaram maiores ainda, se era possível. Ele imediatamente começou a balançar a cabeça. "Não, não, não... elfos não devem tocar nas varinhas dos bruxos. Não devem, não devem." Os grandes olhos se moveram para ver ao redor e Harry soube imediatamente o que ele estava tentando fazer.
"Dobby, não se atreva a se machucar," Harry advertiu o elfo que começou a tremer. "Dobby, essas varinhas não pertenciam a bruxos. Eles pertenciam a homens fracos que abusaram da mágica. Eles não estão aptos a serem bruxos", disse Harry firmemente. "Essas varinhas lançaram magia negra, ferindo muitas pessoas e criaturas. Elas foram usadas para capturar e escravizar. Eu acho justo que um elfo livre seja o ser a quebrá-las e a colocar essas maldades para descansar."
Hermione sorriu abertamente e ignorou Sirius que estava revirando os olhos atrás do afilhado, espelhando a imagem de Ron que estava ao lado de Hermione. Luna parece abundantemente contente com a ideia, enquanto Dino, Gui e Fleur assentiram com a cabeça, esperando que seus sorrisos encorajassem o pequeno elfo a tomar coragem.
"Vamos lá, Dobby," Hermione alegrou-se. "Você é melhor do que esses bruxos."
"Se Harry Potter insiste," Dobby disse, dando um passo bem hesitante ao punhado de varinhas finamente esculpidas, cada uma com cores e núcleos diferentes, mas todas com um histórico de violência e morte. Bem devagar, o pequeno elfo pegou uma varinha, uma preta feita de olmo que Hermione reconheceu como sendo de Scabior, o Batedor que os levou para a Mansão Malfoy. Como uma inicial relutância, Dobby segurou a varinha com as duas mãos pequenas e cerrou os olhos com força, como se esperasse que alguém fosse bater nele se ele tentasse continuar. Quando ninguém se moveu Dobby quebrou a varinha ao meio e abriu bem os olhos que brilhavam lindamente ao sol. Um grande sorriso cruzou seu rosto e ele deixou escapar uma risada alta de pura alegria e pulou no ar, jogando a varinha quebrada no chão e pisando nela vigorosamente.
Como se fosse sua nova coisa favorita no mundo, Dobby ansiosamente se voltou para o pacote de varinhas, tirando cada uma com entusiasmo, rindo e pulando quando cada um caiu no chão em uma grande pilha. Hermione sorriu largamente para a cena e uma vez que o pacote se foi, Dobby olhou em volta ansiosamente como se pudesse encontrar mais se tentasse. Harry riu e estendeu a mão para Dobby.
"Obrigado, Dobby," Harry sorriu. "Você tirou um grande peso dos meus ombros."
"Dobby sempre está feliz em servir Harry Potter, senhor," o elfo irradiava alegria.
N/A: Espero que gostem!
LadyHarukaS2: Eu gosto quando alguns capítulos começam devagar e depois vai aumentando a tensão, mas se todos fossem assim seria estranho, concordo com você. O Rony nessa fic é diferente dos livros, aí eu acho que ele é apaixonado pela Hermione, mas ele precisa amadurecer e mudar em algumas coisas, o que vai demorar.
Sobre o Sirius e Hermione, acho que o fato deles estarem viajando juntos, ele ter cuidado dela quando ela estrunchou e o mais importante, eles dividirem um vínculo mágico, foi o que deu abertura p clima surgir.
Eu sou apaixonada pelo Draco nessa fic! E sobre a morte da Bellatrix eu achei bem maneira, não gostou não? Padfoot ter arrancado o pescoço dela fora vendo o terror nos olhos dela? Achei bem merecido pra ela :)
Acho que você vai gostar do Dobby no final do capítulo! Hahahaha
