The Debt of Time

Parte Um - A Dívida de Vida

Capítulo Doze - Como Firewhisky

"...Now that I know what I'm without
You can't just leave me
Breathe into me and make me real
Bring me to life..."
(Bring Me to Life - Evanescence)


Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

Passagem Secreta do Quarto Andar

"Hermione, por favor, acorde," ele chorou, embalando-a contra o peito desesperadamente, pela primeira vez em décadas lágrimas se formando nos olhos dele e caindo suavemente nas bochechas, percorrendo ao longo as trilhas deixadas pela água que tinha tentado matá-lo apenas a momentos atrás. "Mia," ele sussurrou. "Por favor, acorde." Seus lábios roçaram suavemente contra sua testa e ele cerrou os olhos fechados tão apertados que ele viu estrelas por trás de suas pálpebras. Ele tinha visto estrelas como essas antes. Há muito tempo atrás, em circunstâncias muito mais alegres do que essa. Seu coração ameaçou quebrar dentro de seu peito enquanto ele quis que seu próprio calor entrasse no corpo dela, para trazê-la de volta para ele. Como ele queria que sua própria respiração entrasse para...

"Lily!" Ele engasgou quando a memória veio para a superfície de sua mente. "Sabia que deveria ter prestado mais atenção," ele se amaldiçoou, seus olhos brilharam com determinação e ele rapidamente moveu o corpo de Hermione para longe dele, colocando-o delicadamente contra o chão de pedra fria, seus olhos cintilando sobre ela com foco e determinação, enquanto tentava se lembrar de algo que tinha visto apenas uma vez, tantos anos atrás. "Maldição," ele gemeu. "Como é que Mia fez isso mesmo?" Ele murmurou quando ele chegou para frente, levantando o queixo dela com os dedos e inclinando a cabeça para trás.

Ele beliscou o nariz pequeno dela com seus grandes dedos calejados e ajustou o queixo para separar os lábios para ele. Inclinando-se, Sirius inalou, apertando as mãos quando ele abaixou seus lábios nos dela. Se tivesse sido qualquer outro momento de sua vida, se não tivesse tentando salvá-la, se ela não tivesse sido tão fria sob seu toque, Sirius teria saboreado o toque de seus lábios contra os dela. Ele teria gemido dentro dela, devorado a sensação de sua boca e bebido da doçura de sua respiração com fome e desejo. Mas ela não tinha fôlego.

Assim, ele lhe deu o seu.

Respiração atrás de respiração ele empurrava o ar para dentro dela, parando apenas para botar as mãos entre os seios dela, fazendo compressões para baixo várias vezes, repetindo o processo vezes e mais vezes. Silenciosamente pedia a Merlin e Circe e Morgana e Grodic e, infernos, Salazar Sonserina para que trouxesse a garota de volta para ele.

Quando a luz vinda da jarra contendo o fogo azul oficialmente morreu, submergindo Sirius e Hermione na mais pura escuridão, ele sentiu o corpo dela tremer debaixo de suas mãos e ela de repente se levantou, tossindo e cuspindo a água que tentou tirá-la desse mundo. Hermione engasgou alto e chorou e Sirius a puxou contra ele, soluçando silenciosamente em sua confusão de grossos cachos molhados.

"Sirius?" Hermione disse, a voz quebrada através de um sussurro enquanto suas mãos apertavam a blusa molhada dele.

"Acabou," ele assegurou. "Merlin, nunca mais morra perto de mim de novo," ele murmurou, beijando a testa dela de novo e de novo, não se importando que não pudesse ver nada, ou que em algum lugar no castelo acima deles começassem a surgir barulhos. Ela estava viva. Tirando o fato de que seu coração ainda estava acelerado no peito, ela estava viva.

Ele podia ouvi-la gemer contra ele e ela virou o corpo, jogando os braços em volta do pescoço e ombros dele, abafando seus gritos na curva do seu pescoço, e ele trouxe seus dedos contra sua coluna, deixando para trás trilhas suaves com seu toque gentil. Ela deixou escapar um soluço alto contra ele e o som parecia quebrá-lo de novo. Seus braços a seguravam forte, lembrando a alma dele de que ela estava mesmo viva, mas como seu espírito se recusava a acreditar, ele foi forçado a checar de novo. Alcançando o rosto dela, Sirius segurou seu rosto com as mãos e puxou-a para longe da curva de seu ombro. Embora não pudesse vê-la, ele podia sentir sua respiração deslizando suavemente sobre a pele de sua mandíbula.

"Você está viva," Sirius disse as palavras como se fossem uma oração e ele pode sentir Hermione concordando com a cabeça.

"Estou viva," ela murmurou, e as doces palavras que saiam da voz dela desmoronaram o pouco de determinação que lhe restava. Remus insistiu que ela iria sobreviver a isso. Fazia sentido, mas Sirius tinha quase a perdido, e agora, mais do que nunca, ele viu a finalidade da guerra e da morte e ele não podia deixar mais um momento escapar sem adorá-la adequadamente.

Sem segundos pensamentos para lembrá-lo das malditas consequências, Sirius pressionou seus lábios contra os delas, deleitando-se com o calor que estavam neles de novo. Ele esperou que ela lhe desse um forte tapa no rosto. Mas quando um doce suspiro escapou de sua garganta e foi de encontro com os lábios dele, Sirius estava surpreso, mas contente, e ele capturou o som ansiosamente, engolindo-o enquanto seus lábios se moviam languidamente sobre os dela. Ele tinha pouco freio e a dor em seu corpo exigiu que ele a saboreasse.

Sirius passou a ponta de seus dedos pelos braços dela, descendo até que eles roçassem contra as costelas dela, e ela engasgou em resposta. Os lábios dela abriram e ele se aproveitou imediatamente do convite inconsciente, deslizando sua língua para o úmido calor da boca dela e rosnou de apreciação quando ela empurrou a língua dela para frente, tocando gentilmente a sua. Ele gemeu profundamente quando um antigo pensamento familiar cruzou sua mente.

O sabor dela era como Firewhisky.

Ele pensou que tinha esquecido, preocupado que tivesse imaginado tudo. Mas isso era real e ela estava viva e em seus braços, dando-lhe tanto quanto estava tomando e ele afundou-se na sensação dela. Ele cravou a mão livre no emaranhado desarrumado dos cachos castanhos na nuca dela, segurando-a firmemente contra ele, enquanto a besta faminta dentro de seu peito rosnava por mais.

Ela fazia doces barulhos de choramingos contra seus lábios e ele bebeu até o último deles, prometendo persuadi-la por mais como se fosse o único propósito de toda a sua criação. Seus gemidos suaves alimentaram um fogo dentro dele que ele não havia sentido em quase dezenove anos e, de repente, sentiu como se ela nunca o tivesse deixado. Nenhuma morte, nenhuma guerra, nenhum Peter ou Voldemort. Nenhuma traição, nenhuma perda, nenhuma Azkaban sangrenta e certamente nenhum Véu. Apenas ela, só neste momento na escuridão, mordiscando o lábio inferior dela com fervor e lambendo a marca imediatamente depois.

Ela murmurou seu nome e Sirius moveu suas mãos para o quadril dela, a puxando para seu colo e contra seu corpo duro. Ele sentiu a pressão das mãos dela contra seu peito, esperando ser empurrado para longe, mas se assustou quando ela começou a explorá-lo. Ele gemeu com o toque, inclinando a boca sobre a dela e acariciando sua língua como uma tentativa desesperada para passar silenciosamente todos os pensamentos de sua cabeça e de seu coração. Ele queria que ela soubesse de tudo, soubesse a verdade, e ele temia que estivesse morto antes que o momento certo chegasse para ela saber de tudo.

As pequenas mãos dela subiram por sua nuca, enfiando seus dedos no seu longo e negro cabelo, e ela gemeu contra ele, aumentando o aperto que tinha nos cabelos dele. A escuridão facilitou. Deu a ela a confiança que ela não sabia ter. Ela queria vocalizar tudo que estava sentindo, mas não tinha a capacidade de formar adequadamente pensamentos coerentes e muito menos expressá-los em voz alta. Ela queria dizer a ele que este beijo era tudo para ela. Ao abrir os olhos, ela sentiu o formigamento persistente em seus lábios que lhe disse como ele tinha salvado a vida dela, e uma parte do soluço que ela deu em seu ombro era o fato de que o formigamento estava desaparecendo e ela nem se lembrava de como era. Ela queria dizer a ele que ela sentiu o formigamento agora. Eles espalhavam Fogo Maldito contra a pele de seu pescoço, descendo por seu peito e os enterrando-se como uma piscina em seu estômago. Ela queria dizer a ele que ele tinha gosto de Penas de Açúcar e, como ela fazia quando estava no modo profundo de estudo, ela chupava o doce ansiosamente, um pensamento que criava fantasias eróticas e inadequadas na sua mente, fazendo-a empurrar-se fortemente contra ele, tentando derreter na sensação das mãos dele pressionadas contra suas coxas.

Ela quer dizer muitas coisas a ele, mas esconder outros segredos lá no fundo. Ela queria esconder sua ansiedade e preocupações. Ela queria esconder o fato de que estava aterrorizada com o fato de que era o vínculo mágico que ela tinha criado com magia de sangue que o levava a tocá-la, provocá-la, saquear sua boca com movimentos tão energéticos. Ela queria esconder sua inexperiência e o fato de ter sonhado com um beijo desses por anos, embora nunca tenha provado um como o dele. Ou nenhum ao todo.

Victor tinha sido nada além de um cavalheiro quando ele acompanhou-a até o Baile de Inverno no quarto ano, e apesar divagações amargas de Gina, Victor tinha deixado Hogwarts com um mero toque dos lábios nos nós dos dedos de Hermione na despedida, nada mais. Cormac McLaggen tinha chegado perto, indo tão longe como tentar prendê-la debaixo do visgo encantado na festa de Natal de Slughorn, mas Hermione tinha escapado sem nunca tocar seus lábios, embora suas mãos tivessem andado em torno de sua bunda mais do que ela gostaria de admitir. Todos tinham assumido que ela e Ron terminariam juntos, mas vendo o que aconteceu no último ano com Lavender, a jovem bruxa ficou com outra visão dele, e quaisquer que fossem os sentimentos de infância suaves que ela tinha criado pelo ruivo, viraram fraternais muito rapidamente.

Suas fantasias e pretendentes anteriores tinham sido todos meninos, a salvo pela paixão constrangedora que ela uma vez teve por Gilderoy Lockhart, bem como uma queda mais reservada para outro determinado professor de Defesa Contra as Artes das Trevas em seu terceiro ano. Mas isso ... este homem em seus braços era só isso. Um homem. Ele não era atrapalhado com seus movimentos e não a tocou com hesitação. Seus toques não eram desajeitados ou apressados, mas precisos sem ser previsíveis, um fato surpreendente considerando quão imprudente e impulsivo ele sempre tinha sido. Seus toques acendiam um fogo em seu baixo ventre e quando os dedos dele roçaram o lado de seu seio, sua cabeça caiu para trás e soltou um lamento suave e um calafrio desceu pela espinha como água fria no dia mais quente do verão.

A empurrando devagar, Sirius pôde ouvir um choramingo, buscando por ar e uma parte dele sentiu culpa por desprovê-la de oxigênio considerando a falta que ela teve quase a tendo matado alguns minutos atrás. Apesar de seus lábios não estarem mais conectados, Sirius se sentiu incapaz de soltar o corpo dela, sabendo que no momento que o fizesse, ela o deixaria para sempre. Ele a tinha beijado. Ele acabou de beijar Hermione, a garota de dezoito anos, melhor amiga do seu afilhado. E ele não tinha só acabado de beijar a garota, ele tinha certa e completamente agarrado ela. Metade de Sirius queria que o momento nunca acabasse para que ele nunca tivesse que enfrentar as consequências dos seus atos. A outra metade dele estava desesperada por uma luz para que ele pudesse ver o estado desgrenhado que ele sabia que ela estava. Ele queria testemunhar por si mesmo seus cachos silvestres, suas bochechas coradas e os lábios inchados dela.

"Hermione..." Sirius finalmente falou, mas sua voz foi imediatamente silenciada por outra. Uma voz alta e fria que penetrava as paredes ao redor deles. Não havia como dizer de onde vinha. Como o monstro que tinha uma vez comandado, poderia ter permanecido adormecida por séculos.

"Eu sei que vocês estão se preparando para lugar. Seus esforços são inúteis. Vocês não podem lutar comigo. Eu não quero matar vocês. Eu tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Eu não quero derramar sangue mágico. Entreguem-me Harry Potter," disse a voz de Voldemort, "e ele não será derramado. Entreguem-me Harry Potter e eu deixarei a escola intocada. Entreguem-me Harry Potter e serão recompensados. Vocês têm até meia noite."

O silêncio mais uma vez os engoliu e parecia que o tempo estava segurando a respiração deles. Hermione foi a primeira a quebrá-lo, tanto vocal quanto fisicamente, enquanto saía do colo de Sirius. "Nós temos que ir," ela insistiu. "Nós temos que ajudar Harry."

Sem outra palavra sobre o que tinha acabado de acontecer, Sirius assentiu e se levantou, alcançando sua varinha e murmurando, "Lumus," e olhou para a Horcrux destruída. Entregando a taça quebrada para Hermione que rapidamente colocou a Horcrux em sua bolsinha de contas, Sirius pegou a espada e fez o seu caminho até a porta fechada acima deles.

Enquanto os dois faziam o seu caminho para fora do corredor, uma enxurrada de atividades foi acontecendo acima e abaixo deles. Alguma coisa estava atacando o castelo e os danos causados pelos feitiços em torno deles estavam fazendo o chão tremer debaixo deles. Alunos e professores pareciam mover-se como um, e Hermione viu Neville, que estava seguindo a Professora Sprout com uma meia dúzia de outros estudantes, carregando o que parecia - e soou - como Mandrágoras. Isso é inteligente, Hermione pensou.

"Parece que quase ficamos de fora de toda a diversão," Sirius deu uma risada gutural enquanto ele alcançava ansiosamente sua varinha.

Hermione corou, a memória do longo beijo no corredor escuro tinha sido mais do que divertido e ela, de bom grado, negociaria lutar em uma guerra pela doce escuridão e os lábios de Sirius.

"Sala Precisa," Hermione soltou, tentando tirar dela a memória recente para poder se concentrar. "Nós temos que ver se a Ordem chegou," ela disse e se moveu rapidamente, subindo as escadas, fazendo caminho para o sétimo andar. Quando ela virou a esquina seus olhos arregalaram com a visão de Harry e Malfoy sentados contra a parede, respirando pesadamente, com o que pareciam ser cinzas nos rostos. Os óculos de Harry estavam parcialmente embaçados devido a resquícios de calor e fumaça, e o cabelo normalmente loiro quase branco de Draco estava manchado de cinza. Os corpos inconscientes de Crabbe e Goyle amontoados em uma pilha próxima, os dois rapazes claramente atordoados e amarrados.

"O que diabos aconteceu com vocês dois?" Sirius perguntou, os olhos cinza arregalados.

"Malfoy..." Harry respirou. "Me salvou."

"Você salvou Harry?" Hermione engasgou.

"Onde eu pego minha Ordem de Merlin?" Malfoy disse, arquejando.

"Encontramos," Harry fez um gesto, jogando uma tiara quebrada e enegrecida nos pés de Hermione. "E vocês?" Ele perguntou, uma risada saiu de sua garganta, várias tosses seguidas, tirando a fumaça de seus pulmões.

"Destruída," Hermione disse, sendo vaga. "Como vocês destruíram a de vocês sem a espada?" Ela perguntou a Harry. "E por que vocês estão cobertos por... fuligem?" Ela acrescentou.

"Eu me lembrei de ter visto o diadema no ano passado quando você me fez jogar fora o livro de Poções," ele disse com um olhar suave e um resquício de amargura no tom de sua voz. "Eu entrei para pegá-la e dei cara a cara com Malfoy e aqueles dois", ele gesticulou para Crabbe e Goyle.

"Eles tentaram lançar um AK em Potter," Draco murmurou, sacudindo a cabeça em óbvia desaprovação. "Mesmo se eu não estivesse do lado de vocês, era um movimento estúpido," ele admitiu. "Todos sabem que o Lorde das Trevas o quer para ele. Eu os nocauteei antes que eles o pegassem," Malfoy falou lentamente.

"Não antes que eles lançassem o Fogo Maldito na sala das coisas escondidas," Harry deixou escapar.

"Fogo Maldito!?" Hermione gritou. "Como vocês escaparam?!"

"Diminua uma oitava, Granger," Draco resmungou. "Você está olhando para os dois melhores Apanhadores que essa escola já teve o prazer de testemunhar. Nós voamos," ele apontou para as duas vassouras apoiadas contra a parede oposta. Draco revirou os olhos percebendo o olhar que Sirius estava lançando para os Sonserinos apagados e falou, "Eles são como eu," Draco insistiu. "Mas não tiveram como sair a tempo," Malfoy franziu a testa.

"Eles tentaram matar o meu afilhado," Sirius rosnou.

"E eles vão a julgamento por isso. Você se lembra de julgamentos né primo?" Draco debochou. "Se me contaram certo, você nunca teve um. Você não me deixou matar os pais deles. Você disse que eu não era um assassino," Malfoy levantou e ficou cara a cara com Sirius. "Não seja um hipócrita."

Hermione se surpreendeu ao ver que os homens se equiparavam em altura. Só outro lembrete que a infância tinha acabado; eles eram todos adultos crescidos agora no meio de uma guerra. Era chocante ver a semelhança familiar também. O cabelo sujo de Draco ajudou a disfarçar o fato de que ele foi muitas vezes confundido com o pai, mas sob essa luz, ela podia ver o sangue Black nele, especialmente considerando seus olhos cinza combinando com os de Sirius quase perfeitamente. Como se os homens percebessem a mesma coisa, silenciosamente, percebendo os traços familiares um no outro, deram um passo para trás. Nenhum admitindo derrota, mas em vez disso chamando de trégua.

"Tire-os de vista," Sirius disse a Draco firmemente.

De repente Hermione deixou escapar um alto suspiro e todos os três bruxos viraram para olhá-la com expressões intensas e varinhas empunhadas. Ela cobriu a boca e deu um olhar de culpa a Harry e Sirius, se desculpando por tê-los assustado. "Desculpa," ela murmurou. "Só percebi agora. Harry, a cobra é tudo o que falta!"

Antes eles tinham a chance de responder a ela, o chão tremeu e uma explosão na outra extremidade do corredor pôde ser ouvida, seguida por gritos distintos e o som de feitiços ricocheteando pelas de superfícies de pedra. Os quatro correram na direção da comoção e encontrar três ruivos entre uma grande pilha de entulho.

"Ron!" Harry gritou.

"Estou bem," Ron gemeu e empurrou as grandes pedras para longe de seu corpo. Fred e Percy estavam de pé protetoramente em volta dele, cada um duelando com um Comensal da Morte no caminho. "Malditos Comensais, estão surgindo pelo castelo agora!" Ron rosnou quando Harry pulou para ajudá-lo a ficar sobre os pés. "Alguma novidade?" Os olhos azuis tinham um quê de alegria neles quando Fred e Percy riram enquanto lançavam encantos deslumbrantes e maldições destrutivas na direção de seus adversários.

"Ah você sabe, lutei com alguns fogos, destruímos duas Horcruxes, fiz alguns novos amigos," Harry riu.

"Nós não somos amigos, Potter." Malfoy olhou para ele e Harry riu mais ainda.

"Chega," Hermione fez uma careta com a cena. "Harry, é tempo de acabar isso. Nós temos que encontrar a cobra," ela manteve, avançando para agarrar os óculos nas mãos, lançando um rápido Impervius sobre as lentes antes de entregá-los de volta para ele. "Você precisa descobrir onde Voldemort está, porque ele vai ter a serpente com ele, não vai? Faça Harry... olhe dentro dele!"

Harry fechou os olhos sob o comando dela e o resto o olhou cuidadosamente, Draco virando para ajudar Fred, Ron e Percy a derrotarem seus adversários, Sirius olhando de um lado para outro para se certificar que não fossem atacados por trás. Com um engasgo, Harry voltou e abriu os olhos no mesmo momento que seus ouvidos eram assaltados com sons de guinchos e choros, os estrondos da batalha.

"Ele está na Casa dos Gritos. A cobra está com ele, e tem algum tipo de proteção mágica ao redor. Ele está lá com Snape," Harry desembuchou.

"Voldemort está sentado na Casa dos Gritos?" disse Hermione, ultrajada. "Ele não... ele não está nem LUTANDO?"

"Ele não acha que precisa lutar," disse Harry. "Ele acha que eu vou até ele."

"Mas por quê?" Hermione soltou.

"Ele sabe que eu estou atrás das Horcruxes... ele está mantendo Nagini do lado dele... obviamente vou ter que ir atrás dele para chegar perto da coisa..." Sirius notou que Harry estava hesitando com o frasco de memórias que Snape tinha lhe dado horas antes.

"Certo," disse Ron, ajustando seus ombros. "Então você não pode ir, é o que ele quer, é o que ele espera. Você fica aqui cuidando de Hermione e eu vou e pego a coisa..." Harry cortou Ron.

"Vocês dois fiquem aqui, eu vou debaixo da Capa e volto o mais rápido que conseguir."

"Que capa?" Draco se intrometeu.

"Ele tem uma Capa da Invisibilidade," Ron respondeu.

"Claro que ele tem," Draco revirou os olhos.

"Não," disse Hermione, "faz muito mais sentido se eu pegar a Capa e..."

"Potter," Draco murmurou.

"Eu sou tão capaz quanto o resto de vocês!" Hermione rebateu.

"POTTER!" Malfoy gritou e todos viraram para olhar. "Pegue sua maldita capa e vá para a Casa dos Gritos. Leve Black com você," ele apontou. "Weasel vai ficar aqui com os outros Weasels para manter os Comensais da Morte do lado de fora, enquanto Granger e eu cobrimos vocês," ele mandou.

"O que te dá o direito de dar ordens?" Ron rosnou.

"O fato de que ninguém mais o está fazendo!" Draco zombou e antes que os dois homens colidissem, Hermione se enfiou no meio deles com a varinha levantada.

"Vá, Harry," ela insistiu. "Ponha um final nisso," ela implorou e se apressou para puxar o melhor amigo num apertado abraço, beijando sua bochecha. Harry sorriu para ela e se virou para ir, mas Sirius parou olhando para Hermione e ela acabou de perceber que não tinham feito contato visual desde que saíram da passagem escura e cedida. Não que eles tivessem feito muito com os olhos lá embaixo, em primeiro lugar. Ela esperou se sentir estranha, mortificada e envergonhada. Ela esperou ver pena nos olhos cinza dele, mas em vez disso ela viu tristeza e preocupação.

"Vá," ela murmurou e abraçou Sirius com força. "Voltem a salvo, os dois," ela pediu docemente e Sirius sorriu e beijou sua testa antes de virar nas suas botas de dragão, seguindo Harry.

"Vamos, Granger," Malfoy mandou, mencionando andar, mas antes que ele pudesse, Ron segurou forte suas vestes e o encarou.

"Ela não vai com você," Ron insistiu, os olhos queimando.

"Não temos tempo para isso!" Hermione gritou e se virou para ir atrás de Harry e Sirius, se Ron deixou Draco ir atrás dela que fosse, mas ela não iria ficar ali para assistir outra partida de quem tem o instrumento maior, enquanto seu melhor amigo e seu... e seu... e Sirius corriam risco de vida.

Hermione correu para a próxima escada e se viu bem no meio de vários duelos. Os quadros nos dois lados dos lutadores estavam repletos de figuras gritando conselhos e encorajamento, enquanto Comensais da Morte, ambos mascarados e não mascarados duelavam contra alunos e professores. Dino com a varinha do Batedor que o sequestrou encarava Amico Carrow, Parvati com Avery, Simas com Jugson. Foi nesse momento que Malfoy a alcançou, apesar de parecer possuir um machucado no queixo. Hermione levantou uma sobrancelha e Draco a encarou, levantando sua mão direita mostrando juntas ensanguentadas. "Os outros caras parecem piores, acredite em mim," ele disse com um sorriso sarcástico e ela o encarou.

Os dois olharam para o ataque devastador na frente deles, examinando a multidão para Harry ou Sirius, mas não conseguiram encontrar nenhum deles. Eles se prepararam, procurando a oportunidade de agir, mas antes que pudessem veio um grande "Wheeeeee!" e olhando para cima, Hermione viu Pirraça zumbir sobre eles, deixando cair potes de Arapucosos nos Comensais da Morte, cujas cabeças foram subitamente envolvidas em tubérculos verdes se contorcendo como vermes gordos.

"Tem alguém invisível aqui!" gritou um Comensal mascarado, apontando para onde Hermione sabia ser Sirius e Harry embaixo da capa.

"Vingardium Leviosa!" Hermione falou e o Comensal mascarado subiu no ar, seus membros se debatendo enquanto ele gritava em fúria. Hermione deu um suspiro de alívio quando viu o grande cão negro sair de debaixo do manto, e fazer uma corrida para o Salgueiro Lutador, seguido de perto pela imagem da capa verde encharcada de Harry correndo atrás dele.

"Sério, Granger?" Draco olhou para ela incrédulo. "Um feitiço do primeiro ano?"

Hermione manteve o olhar de Draco sem emoção no rosto. Com o menor aceno de varinha, o Comensal da Morte flutuante foi lançado ao castelo com um estalo alto e caiu no chão em um montão inconsciente.

"Eu vou negar se você contar para alguém, mas... isso foi bem impressionante," ele sorriu. O momento foi de curta duração, no entanto, quando um grupo de Comensais da Morte os atacou por trás. Hermione se escondeu atrás de um grande pilar de pedra para evitar uma magia impressionante e o rosto de Draco mudou imediatamente, parecendo sempre o menino assustado que ele costumava ser, levantando seus braços em sinal de rendição.

"Eu sou Draco Malfoy, sou Draco, estou do lado de vocês!" Draco implorou para os Comensais mascarados.

"Malfoy?" Eles o encararam. "Onde diabos você esteve, garoto?"

"Everte Statum!" Draco gritou, e subitamente todos os três Comensais da Morte voaram para trás, caindo sobre suas costas. "Expelliarmus!" Draco falou várias vezes até que todos os três tivessem perdidos as varinhas.

"Idiotas," Draco sorriu com deboche.

"Você está morto seu pequeno traidor de sangue!" Um deles gritou.

"Incarcerous," Hermione disse e observou quando cordas saíram de sua varinha, aprisionando os Comensais da Morte. "Epoximise," ela acrescentou e viu as cordas grudarem no chão abaixo dos prisioneiros.

"Mostrando as garras, Granger?" Malfoy zombou.

"Ainda não," Hermione riu e chibatou a varinha. "Avis," ela murmurou e uma a uma pequenos canários saíram da ponta de sua varinha.

"Ainda estamos em guerra aqui," Malfoy resmungou.

"Opugno," ela sorriu com deboche, um toque de malícia nos olhos quando os canários voaram, descendo e atacando cruelmente os Comensais da Morte que começaram a gritar a bater contra as cordas sem sucesso. Draco, contra o seu bom senso, parecia estar se divertindo com a visão e Hermione sorriu em resposta.

"Cuidado, Granger," Malfoy deu a ela seu famoso sorriso debochado. "As pessoas podem achar que você está flertando comigo, e algo me diz que você já está comprometida," ele piscou para ela e o rosto dela ficou vermelho na hora. Draco girou nos calcanhares e fez o seu caminho de volta para o castelo acenando sua varinha e expulsando os Comensais da Morte através das janelas de vidro do Grande Salão enquanto se movia através dele com fluidez.

"O que você sabe?!" Hermione gritou quando o alcançou.

"Eu sei que não sou tão estúpido quanto o resto," Draco riu. "Eu sei que Black convocou uma dívida de vida com minha mãe lá na Mansão, e quando ela hesitou, ele ameaçou usar um feitiço muito antigo e muito poderoso. Você sabia Granger, que dívidas de vida, quando usados de maneira certa, podem até trazer os outros da morte?" Ele virou e sorriu para ela, um brilho nos olhos, enquanto observava a reação dela, que foi positivamente deliciosa.

"Não é magia negra!" Ela se defendeu seu razão.

"Não, é magia de sangue," o sorriso de Draco aumentou no rosto. "É magia de vínculo."

"Malfoy, eu juro que se você falar alguma coisa, eu vou..."

"Ah, eu vou guardar seu segredinho, Hermione," ele usou seu primeiro nome e riu quando ela fez uma careta pelo som saindo de sua boca. "Afinal," ele sorriu diabolicamente. "Nós somos praticamente família agora."

Antes que ela pudesse falar outra palavra, um silêncio caiu pelo castelo. Todos pararam, e os Comensais fizeram uma saída rápida, como se tivessem sido comandados para isso. Antes que pudesse soltar a voz e perguntar o que tinha acontecido, as paredes ecoaram mais uma vez na voz alta e fria que ela sabia pertencer a Voldemort. Seus olhos castanhos voltaram para Malfoy, esperando por uma explicação, mas o bruxo loiro que parecia sem medo contra múltiplos Comensais da Morte, tremeu contra o som do Lorde Negro falando.

"Vocês lutaram," disse a alta e fria voz, "valorosamente. Lorde Voldemort sabe valorizar a bravura. Vocês sofreram pesadas baixas. Se continuarem a resistir a mim, todos morrerão, um a um. Não quero que isso aconteça. Cada gota de sangue mágico derramado é uma perda e um desperdício. Lorde Voldemort é misericordioso. Ordeno que as minhas forças se retirem imediatamente. Vocês têm uma hora. Deem um destino digno aos seus mortos. Cuidem dos seus feridos."

"Eu me dirijo agora diretamente a você, Harry Potter. Você permitiu que os seus amigos morressem por você no lugar de me enfrentar pessoalmente. Esperarei uma hora na Floresta Proibida. Se ao fim desse prazo, você não tiver vindo ao meu encontro, não tiver se entregado, então a batalha recomeçará. Desta vez eu participarei da luta, Harry Potter e o encontrarei, e castigarei até o último homem, mulher e criança que tentou escondê-lo de mim. Uma hora."

Hermione olhou para cima, aterrorizada com o pensamento de que Harry e Sirius não conseguiram chegar a Casa dos Gritos se Voldemort ainda estava vivo. Mas ele chamou por Harry especificamente, o que significava que Harry ainda estava vivo. Seus olhos castanhos examinaram o Grande Salão onde os feridos estavam sendo trazidos em massa. Olhou brevemente para Draco que estava se recuperando do anúncio, um olhar de preocupação no rosto como se estivesse tentando decidir se tinha escolhido ou não o lado certo.


N/A: Pessoal, sinto muito de novo. Quarta pelo visto é um dia horrível no novo período da faculdade, chego em casa morta. Acho melhor mudar as postagens para quinta e domingo, o que acham? Assim fica melhor para mim e eu não atraso :)
O que acharam? Finalmente o primeiro beijo deles! Falei que seria emocionante hahahaha

Felicia Malfoy: sim, muita tensão! Quero muito saber o que você achou desse capítulo! Acho que vai gostar!

Mile Mayfer: ihhh, essa história quase nos mata várias e várias e várias vezes hahahaha que bom que está amando e fiquei muito feliz pelo comentário!

Motoko Li: muito muito obrigada pelo seu comentário, mesmo! Adoro receber críticas, sejam boas ou ruins, mostra que a pessoa realmente se envolveu com a história. Eu realmente não estava botando as vírgulas, o corretor do Word pregou uma peça comigo nisso, mas agora já estou prestando mais atenção!
É muita dedicação mesmo traduzir 154 capítulos, mas eu fiz para que outras pessoas, assim como eu, pudessem ter a oportunidade de ler essa história, que me deixou tão apaixonada! Espero que continue gostando! E comentando também quando possível hahahaha :)