The Debt of Time

Parte Um - A Dívida de Vida

Capítulo Catorze: Fingindo-se de Morto

"...This is my darkest hour
A long road has lead me out here
But I only need turn around to face the light
And decide flight or fight..."
(Hercules - Sara Bareilles)


Capítulo 14 - Fingindo-se de Morto

Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

O Grande Salão

"Hermione, você viu Harry?" Ron perguntou quando se aproximou dela enquanto ela aplicava Ditamno em algumas queimaduras causadas por um Incendio no braço de Lilá Brown. Ela sorriu para a loira que parecia surpresa com o gesto gentil da mão de Hermione.

"Ele foi para o escritório do Diretor há um tempo atrás com Sirius," Hermione explicou.

"Oi Lil," Ron sorriu para a ex namorada, encolhendo-se com a visão de seu braço queimado. "Como você conseguiu isso?" Ele perguntou com os olhos arregalados.

"Comensal da Morte," Lilá encolheu os ombros. "Pôs minhas vestes em fogo," ela respondeu claramente como se combater fogo lançado por Comensais da Morte fosse tão cotidiano como ondular seu cabelo. Hermione teve que segurar uma risada ao ver o olhar de estranha admiração no rosto de Ron.

"Ron, vá achar Harry," Hermione sorriu. "Temos que começar a planejar o que fazer a seguir," ela disse enquanto enxotava o ruivo para longe e para as portas do Grande Salão. Os olhos castanhos voltaram-se para Lilá e ela lhe ofereceu um doce sorriso. "Acho que você vai ficar bem," Hermione acenou. "A não ser que a dor seja muita. Estamos sem Poção para Dor, mas eu devo ter alguma Solução de Murstico aqui em algum lugar," os olhos examinaram o salão.

"Por que está sendo tão boa comigo, Hermione?" Lilá perguntou.

"O quê?" Hermione levantou uma sobrancelha surpresa. "Lilá, estou fazendo meu trabalho. Estou cuidando de todos que precisam ser curados," ela respondeu.

"Sim, mas você poderia ter sido má comigo considerando tudo que aconteceu com Ronald ano passado," Lilá encolheu os ombros. "Estou surpresa por você deixá-lo falar comigo agora."

"Ron é livre para falar com quem ele quiser," Hermione revirou os olhos enquanto finalmente viu onde estava a Essência de Murstico e o pegava com Neville. Ela lançou-lhe um olhar agradecido e ele acenou para ela com apreciação. "Ele é livre para namorar quem ele quiser também," Hermione acrescentou, depois de ter flagrado o olhar compartilhado entre os dois ex-namorados.

"Vocês não estão juntos?" Lilá engasgou com Hermione. "Mas eu pensei... Gina disse que vocês estiveram fugindo juntos por um ano. E você quer dizer que nada aconteceu?" Ela tinha a voz de fofocas, a voz que Hermione passou anos tentando se adaptar.

"Ron e eu não estamos junto, nunca estivemos juntos e nunca ficaremos juntos," Hermione disse o mais claramente possível. "Entendeu?" Ela sorriu irritada.

"Entendi," Lilá disse, pensativa, enquanto seus olhos se viraram e examinaram a direção que Ron tinha ido lá para fora. "Então você não se importa se eu..." ela começou.

"Contanto que você não faça isso na minha frente," Hermione empalideceu com a imagem que apareceu a sua mente. "Aqui," ela suspirou e usou sua varinha para lançar um Limpar o resto da pomada cicatrizante das suas mãos. "Pronto. Talvez seja melhor esperar até a batalha acabar para ir agarrar Ron?" Ela acrescentou. "Só uma sugestão." Claro que quando as palavras saíram da sua boca, a lembrança das mãos grandes de Sirius a puxando para o colo dele surgiu na sua mente. Ela instantaneamente recordou a sensação firme do peito dele quando ela pressionou as mãos contra ele e o gosto de seus lábios e a forma como ele soou quando ele gemeu em sua boca...

"Filho da puta!" Sirius gritou enquanto invadia o Grande Salão, com o corpo rígido enquanto ele se movia, seu cabelo voando atrás dele na velocidade de seus passos. Tirando-a de seu torpor, a atenção de Hermione voou em direção ao Animago furioso e ela correu para seu lado, vendo um Ron parecendo furioso segui-lo.

"O que aconteceu?" Ela perguntou ansiosa. "Cadê Harry?"

"Nunca pensei que eu viveria para ver o dia em que eu iria concordar com o maldito Ranhoso!" Sirius berrou enquanto se movia para a saída. "Ele realmente é tão arrogante quanto pai!" Os olhos cinzentos de Sirius sacudiam com raiva e preocupação, quase escurecendo contra a luz distância e Hermione empalideceu ao ver a expressão em seu rosto.

"O que aconteceu?" Ela perguntou de novo, tentando acompanhar os longos passos que eles estavam dando. Ron pareceu parar por um momento, correndo para onde Kingsley Shacklebolt estava parado entre o bando de Weasley, bem como Neville e Luna.

"Ele se foi!" Sirius soltou.

"Se foi?!" Hermione rapidamente se deu conta do Harry havia feito. "Você não quer dizer..."

"Sim, eu quero dizer isso," Sirius rosnou e continuou andando. "As memórias de Snape mostraram Dumbledore dizendo ao maldito seboso o que Harry tinha que fazer..." mas ele não terminou a frase. "Meu próprio afilhado me enfeitiçou!" Ele gritou. "E agora ele se foi e..."

"Está dentro dele, não está?" Hermione perguntou e Sirius deu um tranco e a encarou.

"Você sabia?" Ele a olhou.

"Não até você me contar o que aconteceu!" Ela disse na defensiva. "De qualquer jeito eu concordo com você," Hermione fez uma careta e fez seu caminho para as grandes portas do castelo. "Ele é um idiota arrogante!"

"Espere até ver o pai dele," Sirius murmurou incoerentemente sob a respiração enquanto a seguia. A dupla fez seu caminho rapidamente através das terras, indo em direção a Floresta Proibida. Um olhar de preocupação e raiva no rosto de Hermione, um olhar de estresse e fúria no de Sirius.

Os olhos castanhos de Hermione viraram-se e viram quase todos os ocupantes do Grande Salão seguindo atrás deles. "O que vocês todos estão fazendo?" Ela perguntou.

"Harry está lá?" Neville perguntou, a Espada de Gryffindor nas mãos. "Ah sim, você esqueceu isso. Pensei que poderia ser importante," ele corou um pouco, arrastando a espada enquanto ele se movia contra a grama, aproximando-se de Hermione e Sirius.

"Segure-a para mim, Neville," Hermione sorriu. "E sim, nós pensamos que Harry foi para a Floresta."

"Então vamos nos apressar," disse a professora McGonagall enquanto andava em direção às sombras das árvores na frente deles. Todo mundo parou para olhá-la a salvo de Sirius que seguiu seus passos. McGonagall voltou uma vez e olhou para a multidão. "Então?" Ela soltou com impaciência e imediatamente o grande grupo entrou em ação, passo atrás de passo em direção à floresta.

oOoOoOo

A Floresta Proibida

Antes de chegarem à orla da floresta, no entanto, sombras escuras pairavam acima deles e a atmosfera ficou imediatamente fria. Hermione suspirou e sentiu o frio no ar em sua garganta. Formas saíram da escuridão, virando figuras de negritude concentrada, movendo-se em uma grande onda para o castelo, os seus rostos encapuzados e suas respirações chocalhando... Dementadores, e mais do que Hermione já tinha visto, mesmo durante o terceiro ano. Seus olhos se arregalaram e ela instintivamente pegou a mão de Sirius, sabendo de sua história com as criaturas. Ele apertou a dela de volta e apertou sua outra mão com firmeza em torno da varinha.

"Pensamentos felizes todo mundo," Hermione murmurou nervosamente.

"Eu tenho um bom," Sirius sorriu e levantou sua varinha, gritando, "Expecto Patronum!"

Um grande cão prateada irrompeu a partir do final da varinha de Sirius e rosnou violentamente para os Dementadores, avançando apenas quando uma pequena lontra atingiu seu lado. Um por um, aqueles que poderiam lançar Patronos fizeram isso e logo o grande Sinistro e a lontra foram seguidos por uma lebre, um gato, um terrier, um cisne, uma cabra, um coiote, uma hiena, um grande urso e uma pequena doninha. Hermione sorriu com a visão e fez uma nota mental para encontrar a quem pertencia cada Patrono. O grande grupo andou em frente, movendo a barreira de seus Patronos para cima dos Dementadores que passaram a recuar, apesar de não todos. O foco da Ordem e dos alunos era seguro, e só vacilou uma vez quando os gritos de vozes por trás da multidão ecoaram: "Expecto Patronum!"

Mais três Patronos se juntaram à luta. O grande familiar dragão chegou voando por cima, para o agrupamento de dementadores, espalhando-os, flanqueado de cada lado por dois Patronos de lobos maciços que chegaram à frente. Sirius empalideceu com a visão e mudou seu foco, girando nos calcanhares para detectar o que ele tinha temido. Avançando para a briga tinha Draco Malfoy, varinha apontada para o alto controlando seu dragão, à sua esquerda estava Remus Lupin e, à sua direita, Tonks.

"O que diabos você está fazendo aqui, Moony!?" Sirius gritou.

"Salvando você dos Dementadores," Remus sorriu. "De novo."

"Harry me salvou dos Dementadores, seu idiota," ele rosnou.

"Eu ensinei a Harry como conjurar um Patrono, então posso tomar os créditos por isso," Remus retrucou debochadamente.

"Ah é, e quem ensinou a você?" Sirius olhou para ele, sentindo que iria ganhar essa discussão.

"Ainda acho isso, desde que eu ensinei a Harry e Harry, no fim das contas, ensinou a ela, eu ainda saio por cima aqui," o velho lobisomem riu até que Sirius lhe deu um soco no ombro, atrapalhando sua concentração e baixando a varinha com um grunhido.

"Pegue sua esposa e vá para casa!" Sirius rebateu.

"Não! Aqui é onde devemos estar," Remus respondeu de volta, "Eu não estava lá quando deveria estar por James e Lily!" Remus levantou a voz. "E eu cheguei muito tarde quando você morreu. Eu serei amaldiçoado se ficar em casa esperando que mais amigos morram."

Sirius bufou, não gostando que suas ordens fossem ignoradas. Também não gostou de Remus ter trazido James e Lily num momento como esse, quando tudo que Sirius queria era manter a cabeça. Isso era muito emocional e ele odiava pensar sobre a morte do passado que o assombrava. Então, ele decidiu trazer uma morte no presente para ajudar a dar energia aos dois.

"Eu mencionei que Greyback está morto?" Sirius perguntou e observou como os olhos de Remo tornaram-se ouro e âmbar instantaneamente e ele parecia querer sair do peito.

"Quem o matou?" Remo perguntou.

"Draco," Sirius respondeu, apontando para o jovem bruxo loiro. "Há um tempo," ele concordou. "Agora, com a vitória em sua cabeça, você vai dar o fora daqui?" Ele perguntou.

"Bela tentativa, Padfoot," Remo revirou os olhos.

"Eles se foram!" Hermione o chamou. "Sirius, os Dementadores se foram!"

"Ótimo," Sirius olhou para Remo e se transformou na forma Animaga, usando sua força e agilidade extra que esse estado lhe proporcionava para entrar na floresta, deixando os galhos e arbustos perto do chão chicotearem seu corpo enquanto ele corria para as sombras, cheirando o ar e respirando a familiar essência de Harry e correu de cabeça para a direção que chamava por ele. Ele podia sentir Remus correndo atrás dele, e o doce cheiro de Hermione logo atrás do lobisomem, mas Sirius se esforçou em velocidade recorde.

Durante todo o tempo correndo pela floresta, ele amaldiçoou Remus e seu estúpido senso de honra e lealdade; amaldiçoou Hermione por segui-lo até a borda da floresta e colocando-se tão perto de perigo; amaldiçoou Harry e sua arrogância e amor sacrifical pelos seus amigos. E ele amaldiçoou James e Lily para sempre pensando que ele era capaz de lidar com seu obstinado, teimoso, mas oh tão amoroso filho.

O cheiro no ar mudou e Sirius virou em uma clareira e seus olhos se arregalaram foram atraídos para baixo em cima de uma visão que ele esperava nunca mais ver. Harry. Não. Sirius vigiando de perto das sombras, tentando ver se conseguia ouvir a respiração de Harry. Ouvir os sons suaves de um bater do coração. Era impossível com a multidão em suas costas indo ao seu encontro, e os Comensais da Morte reunidos a sua frente aglomerados ao redor de outro corpo.

"Meu Lord... meu Lord..." a voz de Thor Rowle sussurrou.

"Meu Lord..." murmurou Yaxley e Sirius rosnou baixinho, o reconhecendo do Ministério. Esse era o Comensal da Morte responsável por estrunchar Hermione.

"Isso vai servir," disse a voz de Voldemort. "O garoto... ele está morto?"

Houve um completo silêncio na clareira. Ninguém ousava se aproximar de Harry.

"Vocês têm medo de uma criança morta?!" Voldemort gritou e imediatamente vários Comensais da Morte se puseram a agir, indo em direção ao corpo de Harry Potter.

Sirius rosnou, um sentimento paternal protetor inundando seu rígido corpo e ele pulou dos arbustos com um rosnado, colocando-se entre os Comensais da Morte e Harry, rosnando ferozmente. Todos os Comensais da Morte deram um passo para trás, pegando suas varinhas e apontando-as para a besta. Sirius continuou a rosnar enquanto caminhava para frente, os olhos postos nas esferas vermelhas do próprio Voldemort. Enquanto o sangue de Bellatrix tinha parecido vingança em sua boca, o sangue de Voldemort certamente iria parecer com justiça.

Ele preparou seu corpo para pular, sabendo que com empenho ele poderia facilmente atravessar a clareira e se pôr na frente do Mestre deles. Sirius deixou escapar um último rosnado e se lançou para frente, patas e garras ansiosas para rasgar através da pele, boca aberta à espera de carne. Não havia um plano, só havia fúria e visão turva. Um dia, esse traço de personalidade foi um que sempre voltava para beliscá-lo na bunda. Correndo de cabeça para enfrentar Peter em um beco escurecido para ser acusado de assassinato. Desobedecendo a ordens e de forma imprudente correndo para o Ministério da Magia apenas para ser explodido através desse maldito Véu. Agarrando Hermione na passagem secreta. Também teria consequências para isso, mas ele pouco se importava.

"Crucio!" A voz de Yaxley falou e Sirius caiu no chão em uma pilha aos pés do Lord das Trevas, choramingando quando a dor atravessou seu corpo em golpes afiados e profundas queimaduras.

"Não!" Ele ouviu um grito abafado e sentiu uma onda de movimento em torno dele e o som da familiar voz de seu melhor amigo. Remus entrou na clareira, varinha sacada e apontada para o alto.

Com a Varinha das Varinhas na mão, Voldemort lançou outra maldição para Sirius, assumindo o lugar de onde Yaxley parou, mas estranhamente esta não era tão ruim. Ele se manteve imóvel certamente, mas ele se sentia quase insensível ao ponto em que se perguntou se tinha sido morto novamente. Não foi, até que ele ouviu Remus tomar a ofensa e fez Sirius se lembrar de que ele estava de fato vivo.

"Incendio!" Remo gritou, apontando o feitiço direto na cobra. Voldemort riu e o feitiço ricocheteou na sua Horcrux favorita, sem saber que a maldição ricocheteada acertou Rowle no peito, pondo o Comensal da Morte em chamas. O homem gritou bem alto, na tentativa de extinguir suas vestes, mas antes que pudesse alcançar sua varinha, Remo gritou "Expelliarmus," e desarmou-o.

Voldemort parecia zombar da cena e com a Varinha das Varinhas apontada para Sirius, Voldemort usou magia sem varinha sobre o lobisomem, sibilando para fora, "Mobilicorpus!" Remus congelou no lugar, seu corpo levitando em direção ao próprio Lorde das Trevas.

Remus virou um olhar frio sobre Voldemort antes de apontar sua varinha para baixo gritando "Bombarda Maxima!" O chão, aos pés de Voldemort explodiu para cima em uma nuvem de poeira e pedra, e Remus foi libertado do feitiço, apressando-se para baixo para pegar Sirius. Mas antes que eles pudesse se mexer, o Lord das Trevas e três Comensais apontaram as varinhas para a dupla, cada um lançando um alto, "Crucio!" simultaneamente.

Ambos os homens caíram no chão, seus gritos ecoando na floresta. A dor era tanta, que Sirius inconscientemente voltou à forma humana como se o ataque o tivesse quebrado da transformação. Os dois estavam tão perdidos na dor que não sentiram o cheiro dela se aproximando rapidamente da clareira.

Tem que querer, tem que querer, tem que querer, Hermione repetia o mantra de novo e de novo enquanto ela se aproximava da extensão em que os Comensais da Morte e Voldemort se reuniam.

Tem que querer.

Seus olhos castanhos olharam para as orbes vermelhas de Voldemort e ela gritou "Avada Kedrava!"

Ela errou.

Voldemort não saiu da direção do raio verde, mas meramente puxou um dos seus Comensais da Morte para sua frente, como um escudo. Os olhos castanhos de Hermione se arregalaram quando sua maldição, sua primeira maldição da morte, acertou o corpo do Sr Crabbe, em vez de Tom Riddle. Um engasgo saiu de sua garganta com a visão, mas ela não teve tempo para reagir quando seu corpo pareceu duro e ela era puxada na direção dele.

"Ora, ora, ora," Voldemort riu sarcasticamente. "Um traidor de sangue," ele olhou para baixo na direção de Sirius, "um mestiço," seus olhos negros voltaram para Remus. "E uma sangue ruim," os longos dedos pálidos agarraram o queixo de Hermione e ela entrelaçou seu grito de desespero com um grunhido. Ela podia ouvir Sirius e Remus atrás dela, se debatendo e gemendo no chão, enquanto os Comensais da Morte mantinham suas maldições Cruciatus constantemente. "O trio perfeito," Voldemort riu e a largou seu corpo, permitindo que pousasse em frente aos bruxos no chão. Seus olhos em pânico olharam para o lado da floresta que ela tinha vindo, esperando e rezando para que o reforço estivesse perto da clareira. Mas eles não estavam à vista.

"Permita-me mostrar como uma maldição da morte deve se parecer," Voldemort sibilou e levantou a Varinha Anciã para Hermione.

Ela deixou escapar um soluço, tranquila com a visão dele, e o tempo pareceu parar, mas esticou os braços para o lado, colocando-se em volta das formas de Sirius e Remus atrás dela. Seja como Lily, ela pensou. Seja corajosa como a mãe de Harry. Hermione fechou os olhos por um segundo, lembrando do amor que sentia por aqueles que ela iria proteger. Por Harry cujo corpo descansava ao seu lado. Por Remus que sempre foi tão bom e gentil com ela, que sempre a ensinou tanto e sempre confiou nela. Por Ron, Ginny, Neville, Luna e todos de Hogwarts que estavam ao seu encontro.

Por Sirius.

Por Sirius.

Seus olhos castanhos abriram mais uma vez e ela olhou desafiante para frente. Sim, ela podia fazer isso. Hermione iria deixar a história se repetir. Deixe-se ser tomada, deixou-se ser sacrificada e seu amor irá proteger a todos. Voldemort não veria chegando, não de novo. Não de uma garota de dezoito anos. Ela iria morrer, mas se ele tentasse machucar algum dos homens atrás dela depois que ela se fosse, a maldição ia ricochetear e o atingiria - de novo. Então, tudo o que tinham que fazer era matar a cobra.

A cobra.

Os olhos dela voltaram para a criatura que a encarava como se ela fosse seu jantar. As orbes dela olharam para o lado e ela teve a visão mais maravilhosa do mundo. Neville Longbottom, a espada de Gryffindor nas mãos e um olhar de determinação no rosto. Hermione levantou a varinha e a apontou para o Lord das Trevas. Ele parou, olhou para ela e soltou uma alta, aguda e fria risada.

Mas a varinha caiu vários centímetros enquanto ele estava distraído e ela gritou "Alarte Ascendare!" apontando para a cobra que imediatamente voou seis metros no ar e para longe de Voldemort.

Quando a besta Nagini caiu perto da borda das árvores, Neville apertou a mandíbula e apertou sua mão na espada. Ele não falharia com Harry Potter e com a confiança todos posta nele. Ele iria provar a si mesmo grande. Ele não foi capaz de se vingar de seus pais sobre Bellatrix, mas isso teria de ser suficiente.

Quando o grande corpo de Nagini caiu com um baque no chão da floresta, Neville usou a poeira que se levantou como um escudo e levantou a espada. O jovem Grifinório, Filho da Muy Antiga e Nobre Casa Longbottom, decapitou a última Horcrux e Voldemort soltou um grito violento e levantou sua varinha em Hermione novamente.

"Avada Kedrava!" Ele gritou e ela fechou os olhos.

Ela poderia fazer isso.

Ela estava pronta.

"Expelliarmus!" Uma voz familiar gritou e seus olhos abriram para ver Harry Potter ajoelhado protetoramente na frente dela.

O bang foi como uma bola e canhão e as chamas douradas que erupcionaram entre os dois bruxos marcaram o ponto em que os feitiços colidiram. Hermione viu o jato verde de Voldemort encontrar com o feitiço de Harry, a Varinha das Varinhas voou para o céu, uma fina varinha escura contra o nascer do sol que gentilmente surgia entre as árvores. E Harry com a inegável habilidade de Apanhador, apanhou-a com a mão livre enquanto Voldemort caia para trás, braços abertos, as fendas oculares vermelhas rolando para cima. Tom Riddle atingiu o chão com uma finalidade mundana, seu corpo fraco e encolhido, as mãos brancas vazias, o rosto de cobra vago e desconhecido. Voldemort estava morto, morto por sua própria maldição que se recuperou, e Harry ficou com duas varinhas na mão, olhando para a concha de seu inimigo.

Um breve momento de silêncio ocorreu antes da Ordem e os outros estouraram através das árvores, todas as varinhas apontadas aos Comensais da Morte, a maioria dos quais tentaram apenas para fugir para ser atordoada, amarrada e amordaçada antes que pudesse sequer pensar em Aparatar. Hermione chorou, abraçou Harry firmemente por trás.

"Você está vivo!" Ela gritou e ele virou para encará-la.

"Você ia mesmo deixá-lo simplesmente te matar?" Ele olhou para ela com olhos cerrados, claramente irritado por ela ter se posto em caminhos perigosos. Hermione riu e beijou suas bochechas.

"Por que não? Você deixou!" Ela revidou incapaz de ficar irritada com ele considerando o fato de que ele estava vivo e tinha acabado de derrotar o maior Bruxo das Trevas de todos os tempos.

A mandíbula de Harry se contraiu, mas ele finalmente abriu um sorriso e abraçou-a de volta com força, murmurando baixinho sobre como ela nunca teria permissão para fazer algo tão estúpido novamente. Ela pensou em argumentar seu ponto, mas logo sentiu braços a envolverem por trás e Sirius e Remus ecoaram a afirmação de Harry com vigor.

"Harry como você fez isso?" Ron disse enquanto se aproximava da festa do abraço em Hermione, seus olhos azuis aliviados com a visão do melhor amigo, claramente vivo. Ron não tinha visto seu corpo estirado no chão apenas minutos atrás, então ele tinha um olhar de descrença quando seu olhar passou por Sirius e Hermione que fizeram parecer como se Harry tivesse saído do castelo para caminhar em direção à morte.

"Varinha das Varinhas," Harry a levantou. "Na Casa dos Gritos Voldemort matou Snape porque achava que Snape tinha ganhado a varinha de Dumbledore," Harry explicou. "Mas a varinha não estava esperando que alguém matasse seu Mestre, apenas o vencesse," ele encolheu os ombros.

"Malfoy," Hermione murmurou, olhos arregalados.

"O que tem eu?" Draco apareceu na clareira, uma careta no rosto enquanto observava de longe os membros da Ordem prenderem os Comensais da Morte, fazendo um objetivo ficar o mais perto possível das pessoas que sabiam da sua verdadeira lealdade para evitar ser preso.

"Você desarmou Dumbledore," Hermione engasgou.

"Sim, seu ponto Granger?" Ele estreitou os olhos. "Honestamente você poderia uma vez terminar de vocalizar um pensamento?"

"Você é o Mestre da Varinha das Varinhas, seu idiota!" Hermione soltou.

"Sério?" Ele piscou e olhou para Harry. "Potter?" Draco sorriu debochadamente e estendeu a mão, não acreditando de verdade que Harry fosse entregar por vontade própria a varinha mais poderosa do mundo, mas como mais ele deveria reagir com a declaração?

"Claro," Harry sorriu com deboche para Malfoy e entregou a varinha de pilriteiro para Draco com ânsia. "Obrigado pelo empréstimo," ele se virou para Hermione quando Draco pareceu aceitar sua própria varinha com facilidade, tratando-a como uma amiga perdida há muito tempo, em vez de um prêmio de consolação. "Eu desarmei Malfoy na Mansão", explicou Harry para Hermione.

"Inferno sangrento," Ron parecia chocado.

"Importa-se em explicar o negócio de se fingir de morto?" Sirius estreitou os olhos para o afilhado, ameaçando qualquer um que ousasse fazer a piada sobre truques de cachorro com as suas palavras. Ninguém se moveu para falar, exceto Harry que removia os pedaços quebrados da sua varinha de azevinho e fênix, usando a Varinha das Varinhas em sua mão para consertá-la.

"Ah eu morri," Harry acenou. "Voltei," ele sorriu sarcasticamente para Sirius. "Mas comparado a você acho que isso não é novidade."

Apesar do estresse do momento, Sirius soltou uma típica gargalhada mais parecida com um latido e Harry se juntou a ele, agarrando seu padrinho carinhosamente pelos ombros e deixou o momento seguir. Voldemort tinha ido embora. A guerra tinha acabado.

Tudo estava bem... por enquanto.

Fim da Parte Um

Parte Dois... O Vira-Tempo

"Está pronto."

"Você acha que ela vai ficar irritada com a gente?" Sirius empalideceu ligeiramente.

"Comigo?" Remus pensou cuidadosamente. "Possivelmente," ele concordou. "Com você? Sem dúvidas."

"Puta fantástico," Sirius disse sarcasticamente.


N/A: Entãooooo, chegamos ao fim da Parte 1! Postei o capítulo hoje porque minha aula foi cancelada, mas vou postar quinta e domingo mesmo. :)
O que acharam? Pessoalmente, achei a luta final do livro muito boa (ao contrário do filme, que foi uma droga), mas fiquei muito triste por Remus e Tonks terem morrido. Gostei desse final da fanfic por ter mostrado mais ele e Sirius. Amo os Marotos!
Mudando de assunto, vocês já leram a série Instrumentos Mortais? Ganhei os livros e vou começar a ler.

thaaferreiirasantos: Muito obrigada pelo elogio, Thaa, apesar de só estar traduzindo! Mas realmente, o enredo dessa fanfic é maravilhoso, prende a gente, né? Espero ver você comentando mais vezes, fiquei muito feliz :))

Motoko Li: Hmmm, vamos ver como vai ser isso direitinho a partir do capítulo 16 hahahaha
Eu não sei como me sinto em relação ao Snape. Acho que realmente não tem justificativa para tudo que ele fez, mas ver que ele se arrependeu no final e fez de tudo para que Voldemort não vencesse, não sei, não consigo desgostar tanto dele, entende?
Ahh, agora tá explicado! Tenho família no RS também, mas eles são de uma cidade quase na fronteira com a Argentina. Queria ir conhecer um dia, aqui no Rio de Janeiro só sabe fazer calor, não aguento mais :(