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The Debt of Time

Parte Dois - O Vira-Tempo

Capítulo Dezesseis: Sapos de Chocolate

"...You said, remember that life is
Not meant to be wasted
We can always be chasing the sun!
So fill up your lungs and just run
But always be chasing the sun!..."
(Chasing the Sun - Sara Bareilles)


1o de agosto, 1971

Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

Sala de Defesa Contra as Artes das Trevas

Apesar das histórias de horror sobre ficar estrunchada, e realmente vivê-la durante a fuga do ano passado, Hermione ainda preferia viajar Aparatando em vez de Flu ou Chave de Portal. Enquanto Harry e Ron preferiam a simplicidade de usar a Rede de Flu, Sirius concordou com ela com seu método favorito de ir de um lugar para outro. Mesmo ele insistindo que a razão para ela gostar de Aparatar fosse simplesmente porque ela foi a primeira da turma a conseguir a licença, e continuar a usar a habilidade que ela tinha tão rapidamente aprendido foi uma maneira silenciosa de se orgulhar sem chamar a atenção publicamente ou inflar seu ego. Hermione não discutiu com ele.

O último método de viajar favorito de Hermione era Chave de Portal. Era um processo duro que não era tão instantâneo quanto Aparatar, e ela raramente conseguia pousar na terra em pé. Imediatamente após a guerra, Hermione obteve uma Chave de Portal internacional permitindo que ela viajasse para Austrália a fim ver os pais. Ela disse que, depois de passarem a ser conhecidos, seus pais agora viviam em Melbourne, ansiosos para começar uma aposentadoria antecipada. Ela disse aos amigos mais próximos que ela tinha alterado as suas memórias para seu próprio bem. Mas aqueles que a conheciam de verdade sabiam a verdade: não havia volta na maneira que Hermione tinha Obliviado seus pais. Foi para própria segurança deles, ela sabia disso. Eles estavam perdidos para sempre. Mas mesmo assim ela requisitou uma Chave de Portal de oito horas, passou o dia na Austrália, seguindo Wendell e Monica Wilkins, só para ter certeza de que eles estavam felizes.

Quando a Chave de Portal a levou para casa, ela entrou em colapso imediatamente e quase vomitou. Agora ela realmente vomitou.

Os pés de Hermione bateram no chão depois dela ficar girando, acelerando para trás durante o que pareceu ser, pelo menos, vinte minutos. Seus joelhos se dobraram e ela bateu em um chão frio e saboreou a sensação da pedra fria contra suas bochechas. Ela se sentiu brevemente aliviada por um momento antes que seu estômago balançasse e ela botasse para fora o bolo de aniversário que Molly Weasley passou o dia inteiro fazendo para ela.

Demorou vários minutos para Hermione recobrar o equilíbrio e visão, mas no momento em que ela recobrou, ela percebeu que a correntinha dourada ainda estava em volta da sua mão enquanto a caixinha de carmesim presa no final da corrente estava na outra mão. Ela derrubou o item imediatamente e procurou por sua varinha, apenas para ver que não a tinha.

"Merda," Hermione choramingou, o suor em cima dos lábios mostrando o estresse como algo que ela raramente tinha. Alguém implantou uma Chave de Portal no seu presente de aniversário e ela foi sequestrada e, se ela lembrava corretamente, sua varinha estava na estante do seu quarto no Número 12. Ela não a tinha consigo durante a festa de aniversário visto que não tinha razão para tal, especialmente uma vez que a Guerra estava acabada. Sem jeito de examinar o objeto magicamente, Hermione lentamente avançou suas mãos para o item na frente dela. Quando nada aconteceu, ela soltou um suspiro de alívio e puxou a corrente, trazendo lentamente a outra extremidade para fora da caixa. Os olhos castanhos se arregalaram quando ela levantou em suas mãos um grande colar, onde no final estava pendurado o que não poderia ser confundido com qualquer coisa a não ser um Vira-Tempo.

"Ok, isso não é bom... nada bom," Hermione empalideceu com a visão do instrumento. Ela sentiu a ansiedade se acumulando dentro dela enquanto seus olhos finalmente examinavam o quarto ao seu redor. Não era o Largo Grimmauld, isso era certo, mas conhecia-o bem. Hogwarts. Especificamente, o que parecia ser uma sala de aula vazia e sem decoração, onde ela passou anos aprendendo Defesa Contra as Artes das Trevas.

Foi esse pequeno fator que engatilhou algo nela.

Remus.

Ela alcançou a caixa de carmesim onde o Vira-Tempo estava guardado e tirou a tampa completamente. Dentro havia um cartão típico de aniversário onde se lia:

Feliz Aniversário.

Sempre,

Remus.

Mas não foi o cartão que chamou sua atenção, mas em vez disso um pergaminho cuidadosamente dobrado abaixo dele, situada na parte inferior da caixinha. Com as mãos trêmulas, Hermione pegou o papel e lentamente o abriu para encarar um de seus piores medos.

Isso não era uma pegadinha de Fred e George. Isso não era uma explosão acidental de magia.

Remus tinha feito de propósito.

"Querida Hermione,

Eu imploro pelo seu perdão pelo o que fiz, mas em toda a honestidade eu estou preso em uma encruzilhada. Ou trair você, minha querida amiga, enganando-a a aceitar este presente, ou trair alguém que eu amei há muito tempo e que me fez prometer te trair. Por favor, saiba que eu passei anos em conflito sobre essa escolha.

Há muito tempo atrás eu tive um conhecimento que protegi durante muitos anos. Conhecimento, instruções e uma missão. Missão que agora foi concluída e você possui em suas mãos os frutos do meu trabalho. Você deve reconhecer o Vira-Tempo da noite em que você e eu invadimos o Departamento de Mistérios para resgatar Sirius. Eu o roubei da Sala do Tempo. Eu, honestamente, pensei que você estava indo lá para pegá-lo, mas isso era apenas uma ilusão da minha parte. Eu não podia deixar ao acaso. Você precisava voltar.

Se eu o encantei certo, então o instrumento em suas mãos não é somente um Vira-Tempo, mas também uma Chave de Portal. Muito espertos aqueles Inomináveis. Espero que você tenha sido levada para Hogwarts, especificamente para a sala de aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, se eu fiz meus cálculos corretamente. Primeiro de tudo, você está segura. Deve ser 01 de agosto de 1971.

De novo, eu imploro pelo seu perdão e espero que com o tempo você vá entender e me perdoar. Só estou seguindo as instruções de alguém que entendia o tempo melhor do que eu jamais entendi. Ela me disse que o tempo era um looping. Toda ação que fazemos é a causa do destino, viagem no tempo não mudará nada. Você lembra quando no seu terceiro ano você voltou no tempo para salvar Sirius? Você mencionou que a única razão que Harry foi capaz de conjurar o Patrono era porque ele já tinha visto ser conjurado. É assim que o tempo funciona. O que infelizmente significa que nada que você faça irá mudar o que é para ser. Quebra meu coração saber disso. Saber que você será a valente, auto-sacrificante Grifinória e que cairá de cabeça numa briga em uma tentativa de parar uma guerra que não pode ser parada, de salvar vidas que não podem ser salvas e de tentar resgatar pessoas que estão nesse momento de tempo, irresgatáveis.

Mas você vai tentar de qualquer jeito. Porque esse é o seu coração, Hermione. É por isso que você é tão amada.

Mas por favor, eu lhe imploro, não se culpe pelo futuro. O que está para acontecer vai acontecer independentemente de como aconteça. Viva a sua vida. Aproveite a sua vida, e espero que muito em breve você se depare com um menino muito solitário, que está com pavor de ir para Hogwarts, e está desesperado para encontrar alguns amigos compreensivos.

Seu sempre devoto e obediente amigo,

Remus.

PS: Diga olá a Dumbledore por mim. Ele e eu sempre tivemos um interesse compartilhado em Sapos de Chocolate."

"Não!" Hermione gritou enquanto o sentimento de traição a inundava. Como ele pôde fazer isso com ela? Ela estava apenas começando a viver de novo, se sentir normal de novo, tão normal quanto possível considerando que ela tinha essencialmente perdido os pais no mesmo ano em que começou a guerra, tinha sido torturada e matado um homem. E isso nem incluía o problema do vínculo que ela e Sirius tinham.

Sirius! Ele tinha a beijado e prometido conversar no dia seguinte. Eles seriam abertos e honestos e iriam lidar com as conversas de adultos estranhas como Sirius tinha de forma tão eloquente descrito há poucos minutos atrás. Ela queria aquela conversa! Ela queria respostas para as perguntas que a tinham incomodado durante todo o ano, sobre as consequências da magia do sangue que ela tinha usado para trazer Sirius de volta à vida. E agora Remus tinha tirado isso dela apenas para dá-la um novo conjunto de problemas e perguntas sem respostas.

Ela leu a carta dele de novo, incapaz de diminuir a raiva que crescia em seu peito toda vez que ela lia as palavras dele implorando por perdão. Ele roubou um Vira-Tempo, o guardou durante um ano, e tinha seguido com um elaborado plano para mandá-la embora, tudo porque alguém de seu passado lhe disse para fazer isso. Ela dobrou o papel de volta empurrando-o no bolso de suas calças jeans, deslizando o Vira-Tempo firmemente ao redor de seu pescoço e moveu-se para ficar de pé. Ela precisava de respostas, e se isso não fosse uma piada horrível que seu amigo lobisomem tinha jogado sobre ela e ela realmente estivesse em 1971, então havia apenas um lugar onde ela poderia receber a ajuda de que precisava.

oOoOoOo

Escritório do Diretor

"Sapos de Chocolate," Hermione disse para a gárgula que guardava o escritório do Diretor. Tinha sido a menos de quatro meses que ela tinha visto a escada em espiral, mas na época ela estava descendo lentamente com Harry, Ron e Sirius ao seu lado. Eles tinham vencido a guerra, e Harry tinha voltado ao escritório para falar com o quadro de Dumbledore, fazendo planos para esconder seguramente a Varinha das Varinhas. O castelo tinha sido quase destruído, apesar de agora não ser nada além de imaculado, ou tão imaculado quanto um castelo milenar poderia ser.

Fazendo seu caminho ao subir as escadas e passar pela porta, ela ficou chocada ao ver o antigo escritório parecer tanto quanto parecia quando Dumbledore - e não Snape - tinha sido Diretor da escola no futuro. A mesa estava coberta com pequenas quinquilharias e bugigangas ao lado de uma bacia de doces grande que ficava ao lado esquerdo da mesa. À direita havia um grande poleiro dourado onde o mais belo pássaro vermelho e dourado se sentava, gorjeando uma doce canção.

"Olá, Fawkes," Hermione disse suavemente, com grande afeição.

"Boa noite," disse uma voz vinda da sombra de uma janela próxima e Hermione soltou um suspiro alto. "Adorável pôr do sol," continuou ele e Hermione olhou fixamente para a figura viva de um pouco mais jovem - e, certamente, não morto - Albus Dumbledore. Os olhos do velho feiticeiro brilharam tanto, um azul não natural, e luziam com prazer, travessura e curiosidade. "Eu sempre comparo o pôr do sol de verão com as cores na cauda de uma Fênix. Você não concorda?"

"Sim, senhor," ela respondeu sem hesitação.

"Você parece estar familiarizado com as criaturas. Ou, pelo menos uma delas. Você chamou Fawkes pelo seu nome, só posso presumir que vocês dois estão familiarizados?"

"Sim, senhor."

"Criaturas leais. A minha especialmente, embora eu não tenha a intenção de me vangloriar," Hermione sorriu conhecendo a lealdade Fawkes pelas histórias de Harry em seu segundo ano, quando a bela ave veio em seu auxílio, cegando um Basilisco e, finalmente, salvando a vida de Harry. "Ele parece confiar em você. Eu gostaria de pensar que eu coloquei uma grande dose de confiança em seu julgamento de caráter."

"Espero que isso signifique que o senhor vá confiar em mim, senhor," ela disse baixinho, seus nervos a flor da pele.

"Espero também, Senhorita..."

"Granger. Hermione Granger."

"Uma prazer conhecê-la, Srta Granger," seus olhos brilharam. "Agora, eu tenho uma pergunta para você. Os feitiços de segurança ao redor de Hogwarts, feitos por minha própria varinha..." os olhos arregalados de Hermione caíram sobre a Varinha das Varinhas sobre a mesa. "... são pedaços de mágicas muito sensíveis. Eles têm a magnífica habilidade de prevenir Aparatações, entende. Sendo esse o caso, eles também me alertam quando o violam, e eu fui alertado há uma hora que uma violação sob a forma de Aparatação tinha ocorrido. Algo que não deveria ser possível."

"Não era Aparatação, senhor. Era uma Chave de Portal," ela franziu a testa. "Bom, mais ou menos... senhor, eu preciso da sua ajuda."

"Eu estarei feliz para aconselhá-la da melhor maneira possível. Eu confio que você tentará me ajudar também? Eu posso ter algumas perguntas para você." Ele sorriu, mas ela hesitou. Hermione lembrou-se das regras que haviam sido perfurados em sua mente por McGonagall durante seu terceiro ano, quando ela tinha sido dada o Vira-Tempo, e ela já tinha quebrado a mais importante. Não se deixe ser vista. Mas, sem quaisquer respostas sobre como e por que ela tinha chegado aqui - para não mencionar como voltar - Hermione entregou o pedaço de pergaminho dobrado com palavras de Remus nele.

Dumbledore parecia levar o seu devido tempo lendo a carta, seu rosto impassível não mostrando nenhuma preocupação ou medo. Hermione estava cerca de quarenta por cento certa de que ia ficar em apuros por que quer que fosse. "De que ano você vem, minha querida?" Ele perguntou e sua simples questão fez com as sobrancelhas de Hermione subissem para a linha dos cabelos.

"Você acredita em mim?" Ela perguntou, chocada.

"Enquanto eu não me considero excessivamente atento às últimas modas trouxas, eu não posso imaginar que a sua roupa é desta década," ele parecia rir. Hermione olhou para seu traje que ela não parecia achar tão estranho, mas se lembrou de ter visto fotos de seus pais a partir desta década e ela não pôde evitar, mas deixou escapar um riso nervoso.

"1998, senhor."

"Uma boa viagem."

"Eu não fiz isso," ela respondeu inocentemente.

"Não," Dumbledore concordou. "Esse Remus Lupin parece ter te enviado aqui," ele disse o nome com um sorriso nos lábios e Hermione se perguntou se o Diretor já tinha conhecido a versão mais nova do seu amigo lobisomem... ou inimigo, dependendo de como essa viagenzinha ao passado terminasse. Como se Dumbledore soubesse o que ela estava pensando, ele perguntou, "Um amigo seu, visto essa carta."

"Sim, senhor. Pelo menos..." ela hesitou.

"Você acha que ele mente, que ele te enviou ao passado com intenções maliciosas?" O velho bruxo perguntou.

"Não," ela respondeu rapidamente, sem hesitação na voz. "Eu confio nele minha vida," ela se lembrou do final da Batalha de Hogwarts na Floresta Proibida. Ela confiava em Remus sua vida, e ele tinha confiado a dele com ela. Ela quase se sacrificou por Remus e Sirius nas mãos de Voldemort. Ela não podia deixar de sentir uma profunda dor sobre o que parecia ser uma grande traição. "Pelo menos eu confiava até cerca de uma hora atrás."

"Ou algumas décadas a frente, apesar da situação certamente se apresentar com os dois," o Diretor riu.

"Eu preciso voltar," Hermione insistiu.

"A carta do Sr Lupin diz o contrário."

"Senhor, eu experimentei viagem de tempo antes," sua voz aumentando um tom. "No meu terceiro ano, eu fui presenteada com um vira-tempo, a fim de ter acesso a várias classes, sem sobrecarregar o meu horário."

"Me perdoe, minha querida, isso soa como a própria definição de sobrecarregar os horários," ele sorriu. "Funcionou bem para você?"

"Foi ... tudo bem," ela mentiu enquanto se lembrava de como tinha se sentido exausta até o final do ano, se escondendo de professores e amigos, a falta de sono tinha praticamente a envelhecido alguns poucos anos. "Mas eu tenho estudado sobre Vira-Tempo desde então e sei todas as leis e regras de magia do tempo," Hermione continuou. "Eu estar aqui, poderia ser catastrófico. Eu poderia mudar as coisas apenas por falar com você."

"De acordo com seu amigo, você estar aqui parece já ter acontecido."

"Senhor?" Ela levantou uma sobrancelha.

"Eu tenho um pensamento semelhante sobre tempo. Ao usar a magia para alterar o passado, estamos na verdade alterando qualquer coisa, ou simplesmente inserindo-nos como o catalisador que faz com que o futuro aconteça, uma vez que já aconteceu?"

"Isso é... eu quis dizer..." Fazia sentido. Remus lembrado da noite da fuga de Sirius e como Harry foi capaz de convocar seu Patrono sob o conhecimento de que ele já tinha acontecido. Círculo completo. Mas essa não era a única razão que ela precisava ir para casa. "Senhor, eu não pertenço aqui."

"Tão lamentável quanto isso possa ser, eu me sinto triste para informá-la, Srta Granger, que eu não conheço nenhuma maneira de mandá-la pra casa," suas palavras fizeram o coração dela afundar. Não. Se Albus Dumbledore não poderia ajudá-la, quem possivelmente poderia? "E mesmo se eu estivesse disponível para fazer isso, eu hesitaria em tomar medidas. Você diz que tem estudado o tempo de viagem em profundidade? Você por acaso leu sobre Eloise Mintumble?"

Claro que Hermione tinha lido sobre a famosa bruxa viajante do tempo. Ela tinha sido uma Inominável no Departamento de Mistérios fazendo pesquisas sobre o que Hermione agora sabia ser a Sala do Tempo. Durante os seus experimentos, Eloise se enviou ao passado uns cinco séculos e apesar do seu retorno milagroso - que ainda era um mistério para o mundo Bruxo uma vez que Vira-Tempos só eram conhecidos por mandar pessoas para o passado, não para o futuro - ela envelheceu os cinco séculos que ela tinha viajado e morreu.

"... Oh Merlin... você está dizendo que se você pudesse me mandar para o meu tempo, eu iria instantaneamente envelhecer trinta anos?" Seus olhos castanhos se arregalaram.

"Essa é uma grande possibilidade."

Ela pensou sobre isso por um longo momento. Valeria a pena o risco? Será que ela sobreviveria? Será que isso importava? Ela estar lá e falar com Dumbledore sozinho poderia causar um rasgo no tempo e mudar tudo. O Efeito Borboleta. Ela tinha lutado tanto e se sacrificado tanto no último ano para ajudar a ganhar a guerra. E se ela fizesse algo aqui e agora que arruinasse tudo? Não. Ela estava disposta a sacrificar sua vida pela causa há quatro meses no campo de batalha, agora não era diferente.

"Eu não me importo. Eu prefiro perder a minha vida a correr o risco de arruinar o futuro com qualquer ação que eu tomar aqui."

Dumbledore pareceu sorrir com as palavras dela, como se fazendo um análise do seu caráter. "Pensando de novo em Eloise Mintumble", continuou ele, em última análise, ignorando sua decisão. "Eu suponho que você tenha lido o que aconteceu como o resultado de suas alterações no tempo?"

"Sua intromissão com o passado é a razão pela qual o Ministério da Magia promulgou tantas leis sobre viagens no tempo. Ela tinha apagado em uma só tacada mais de vinte e cinco pessoas de história," ela repetiu as palavras como se estivesse lendo-as diretamente a partir de um livro.

"Você está familiarizado com as histórias das crianças, Srta Granger?"

"Beedle, o Bardo?" Hermione sorriu com a memória do livro que o homem a sua frente legou a ela em seu testamento.

"Um dos meus favoritos," o bruxo se irradiou. "Sim, o Bardo tira histórias de eventos reais e as escreve de um jeito a contar história, a entreter as massas, e para ensinar uma lição. Qual a sua história favorita, Srta Granger?"

"Os Três Irmãos," ela disse, mordendo de volta o sarcasmo que ela sentia ser conveniente em sua resposta.

"Sou um fã dessa também," os olhos de Dumbledore brilharam e Hermione se esforçou para não olhar a Varinha das Varinhas na mesa dele. "E você acredita que a Morte que entregou a Varinha Anciã, a Casa da Invisibilidade e a Pedra da Ressurreição era realmente um ser?"

"Não, senhor, mesmo se os irmãos e seus objetos realmente existiram, o que eu duvido muito," ela riu silenciosamente. "A Morte não é uma pessoa."

"Então, o conto foi escrito como uma instrução. Que lições as crianças talvez aprendessem com esse conto?" Ele a perguntou.

"Não tratar a morte levianamente," Hermione admitiu. "O irmão que pegou a Varinha das Varinhas pensou que poderia empurrar a morte aos outros pela força, mas no final há sempre alguém mais forte do que você. O irmão que pegou a Pedra da Ressurreição pensou que poderia roubar da morte, mas ninguém volta dos mortos. O último irmão pensou em escapar da morte se escondendo, mas a morte vem para todos nós no final."

"Que lições as crianças e adultos também talvez aprendessem com a história de Eloise Mintumble?"

Hermione olhou para o homem enquanto juntava suas palavras e então seus olhos se estreitaram e seu temperamento queimou. "Você está dizendo que ela não destruiu vinte e cinco pessoas?! Que o Ministério da Magia inventou tudo, a fim de evitar que as pessoas tolamente usassem a magia para alterar o tempo?!"

"Essa seria uma história muito astuta para se criar," Dumbledore riu.

"Sim, o autor era provavelmente um Sonserino," ela murmurou amargamente.

"Você tem o Vira-Tempo, Srta Granger?"

"Sim, senhor," ela o alcançou por baixo da gola de sua camisa, e retirou a correntinha, levantando o instrumento por cima da cabeça e o tirando para que o bruxo o examinasse.

"Admirável," disse ele com uma leveza como se estivesse olhando para uma flor bonita ou uma obra de arte em vez do dispositivo que altera a vida que ele era. "Eu mesmo só vi desenhos deles, mas não em grande detalhe. Eu estava, no entanto, sob a impressão de que, para viajar no tempo seja possível, a areia deve mover-se através da ampulheta?"

"Não, não é desse jeito que os Vira-Tempo trabalham. Você o gira e, em seguida, volta algumas horas, e então você se move até que você alcance sua linha temporal presente. A ampulheta é apenas um recipiente para as areias do tempo, eu não tenho certeza se movê-la em uma direção ou outra é o que dispara a magia," disse ela claramente. No entanto, com os olhos focados no instrumento em suas mãos, ela franziu a testa em concentração. Dumbledore estava certo. A areia na ampulheta estava parada firmemente de um lado, apesar de estar virado de cabeça para baixo em sua mão.

"Este é o Vira-Tempo que você usou antes?" Ele perguntou a ela.

"Não, senhor, esse é... o outro era..." ela se lembrava do dia em que ela e Remus tinham ido ao Departamento de Mistérios. Quando eles entraram na reconstruída Sala do Tempo. Ela se lembrou de como ele pareceu confuso que ela queria sair da sala, surpreso de que esse não fosse o objetivo dela. "Remus disse que ele tinha pegado do Departamento de Mistérios. Eu... é novo. Eu nunca vi um assim antes."

"Durante o seu terceiro ano bem tumultuado, você por acaso pegou a classe de Runas?"

"Claro, senhor," ela quase revirou os olhos. Como se não pegar Runas Antigas fosse uma opção.

"Diga-me, o que essa significa?" Ele virou o Vira-Tempo para mostrá-la uma gravura na parte inferior. Levou um momento para que Hermione decifrasse a runa.

"Predestinação."

"Algo me diz que o seu Sr Lupin sabia o que estava fazendo quando pegou este vira-tempo, em vez de outro e deu a você. Você parece ser uma moça inteligente, que segue a risca as regras," Hermione quase riu. Isso era um eufemismo. Levou uma situação de vida ou morte além de Harry Potter para levá-la a quebrar as regras. "Posso fazer uma sugestão?"

"Senhor?"

"Trate esta carta como seu novo conjunto de regras," ele segurou o pergaminho para ela e ela hesitantemente tomou-a, encarando a letra familiar de Remus.

"Eu não posso simplesmente existir nesse tempo, senhor. Eu sou... Eu sei o que está acontecendo lá fora agora. Eu sei que uma guerra vem vindo," ela explicou com o coração pesado.

"Existem rumores," ele pareceu concordar, mas se recusando a dá-la mais detalhes do que ela estava dando a ele.

"Nascidos trouxas têm sido atacados," ela declarou e olhou o rosto dele enquanto ele parecia reconhecer a declaração e concordar. "Violentamente. Eu sou um nascida-trouxa senhor," ela admitiu. "Eu não posso simplesmente cair do céu neste momento e tentar viver sem chamar a atenção para mim mesma. Francamente, eu não estou entusiasmada com a ideia de ficar frente a frente com Comensais da Morte." Mais uma vez.

"Eu tenho uma sugestão. Quanto você gostaria de retornar para Hogwarts?" Ele sorriu para ela.

"Eu tenho dezoito, senhor, ou melhor, dezenove agora. Hoje é meu aniversário. Ou era. Era 19 de setembro de 1998 quando eu fui embora," ela franziu a testa quando lembrou que era quase meia noite. O dia depois do meu aniversário. Ela e Sirius deveriam conversar. Hermione franziu de novo. Maldito o seja, Remus Lupin.

"Bem, muitas felicidades para você, Srta Granger," o diretor disse com uma voz tão genuína que a fez sorrir tristemente. "Agora, como eu estava dizendo, você já cruzou a magia do tempo, por que não empurrar essa linha um pouco mais? Eu tenho em minha posse, uma Poção de Rejuvenescimento. É mantida apenas para emergências. A cada poucos anos, eu vejo um estudante ou dois tentarem envelhecer, a fim de esgueirar-se para Hogsmeade para comprar Firewhisky. O feitiço é raramente eficaz e a ala hospitalar é muitas vezes o refúgio para um casal de idosos no terceiro ano. Eu sugiro que você tome esta poção e torne-se uma estudante em Hogwarts, mais uma vez. Eu acredito, é o lugar mais seguro para ser um nascido trouxa, como você diz."

Ela se lembrava da Poção de Envelhecimento, apesar de Fred e George não precisarem dela para roubar uma garrafa de Firewhisky, eles tinham o Mapa do Maroto para isso. Não, os gêmeos tinham usado um feitiço de envelhecimento a fim de tentar menear seu caminho para o Torneio Tribruxo. Um feitiço que saiu pela culatra e os deixou na ala hospitalar bebendo uma Poção de Rejuvenescimento para trazê-los de volta aos seus dezesseis anos de idade.

"Quão jovem?" Hermione perguntou. Ela odiava admitir derrota, mas Remus a tinha deixado claramente sem opções nessa situação terrível, e, sem saber como voltar para casa, ela precisava de um plano para assegurar sua própria segurança.

"Eu iria sugerir onze anos. Trazê-la para escola em um mês para ser sorteada junto dos novos alunos. Você não iria se sobrepor e chamar uma atenção não desejada para você."

Hermione assentiu. Fazia sentido. Botá-la com qualquer outra idade iria imediatamente chamar atenção. Hogwarts não tinha um aluno transferido há mais de um século. Ela seria tão fácil de ser vista em uma multidão como Harry tinha sido, e ela sabia como aquilo o tinha tornado um grande alvo. "Eu seria capaz de ficar dentro da escola todo o ano? Eu me destacaria quando os feriados chegassem. Eu não tenho família aqui, senhor."

"Então devemos procurar uma para você. Talvez uma boa família Puro-sangue, então poderíamos aprofundá-la sobre suas preocupações em ser reconhecida como uma nascida-trouxa," ele ofereceu, tomando nota da forma como ela reagiu à palavra "puro-sangue."

"Não posso dizer que eu seja familiarizada com boas famílias Puro-sangue, senhor," Hermione rebateu.

"Por sorte eu sou," ele falou, seus olhos de repente atraídos para as mãos dela. "Esse é um belo bracelete, Srta Granger. E eu me familiarizo com as palavras. Você é conhecida da família Potter?"

Hermione segurou seu suspiro. "Você poderia dizer isso."

"E você confia neles?"

Ela franziu a testa enquanto pensava em Harry. Harry que tinha salvado sua vida. Harry que pensou estar morto até que Voldemort apontasse uma maldição da morte diretamente nela. Mas Harry tinha estado lá para detê-lo. "Eles são..."

"Família?" Dumbledore ofereceu.

"Sim," Hermione assentiu imediatamente. Harry tinha acabado de falar nem uma hora atrás que ela era sua irmã. Que isso a tornava uma Potter. "Mas não... desculpe, senhor," ela franziu a testa e lágrimas rebeldes começaram a fugir dos cantos dos seus olhos. Será que ela veria seu melhor amigo novo?

"Nada a se desculpar minha cara," ele ofereceu-lhe um lenço e ela sorriu agradecida quando o pegou. "Posso sugerir uma viagem para a ala hospitalar? Talvez um breve descanso vá ajudá-la."

"Obrigada, senhor," ela concordou.

"Aqui está a poção que discutimos, se quiser," ele estendeu a mão para uma gaveta da mesa, recuperando a Varinha das Varinhas e agitando-a, desbloqueando-a e retirando um pequeno frasco vermelho. "Pegue isso", ele passou a poção para ela e, em seguida, tirou um pedaço de pergaminho e uma pena, rabiscando uma nota e enrolando-o rapidamente. "E essa carta para Madame Pomfrey e, se você decidir que sim, ela saberá a dosagem apropriada. Você e eu nos encontraremos novamente depois de eu ter conduzido um pequeno negócio em seu nome e, em seguida, definiremos um plano para mantê-la segura e protegida até que eu seja capaz de investigar em particular o instrumento que você trouxe consigo."

"Obrigada, senhor," ela fungou novamente. "Você está sendo abundantemente calmo sobre isso considerando todas as coisas."

"Sou um homem de muitos interesses. O futuro é um deles. Eu devo pedir, entretanto, que você não divulgue mais informações sobre suas origens com ninguém, eu inclusive. Nada que possa alterar essa linha do tempo."

"Mas, senhor, pensei que o senhor tinha dito que qualquer coisa que eu faça já havia sido feita antes."

"Você é responsável sim, por suas próprias ações," ele acenou com a cabeça. "Mas não pelas ações dos outros. Eu posso ver que você é bastante hábil em Oclumência, já que tenho tentado romper algumas das paredes que você ergueu dentro de sua mente durante a nossa conversa."

"Estou ciente senhor." E ela estava. No momento em que ela chegou ao escritório ela sentiu as cotoveladas familiares contra as barreiras na sua mente que protegiam suas lembranças. Oclumência nunca tinha sido algo em que ela era realmente hábil, mas em algumas noites da fuga Sirius tinha ajudado. E desde que a guerra tinha acabado, Sirius pareceu forçar Hermione em uma pseudo-amizade com Draco, e o jovem Sonserino tinha ajudado também, apesar dela imaginar que era mais para a própria diversão dele com o fato de que ele finalmente a tinha superado em algo.

"Perdoe-me, mas eu julguei necessário ao menos testar suas habilidade antes de oferecer minha ajuda ao integrá-la com o resto dos meus alunos."

"Eu entendo, senhor," e ela entendia.

"Eu só trago isso à tona, porque se você falar do futuro para outros que não são tão qualificados, eles poderiam facilmente divulgar essa informação para as partes que iriam colocá-la em perigo, bem como outros que possam estar privilegiados com o seu conhecimento."

"Eu entendo, senhor," ela assentiu. "Não vou falar uma palavra."

"Obrigada, Srta Granger. Por favor, descanse um pouco e eu a verei em algumas horas." Ele levantou e andou com ela até a porta, a observando desaparecer pela escada em espiral.


N/A: Olá, meus queridos! Finalmente temos a explicação do que aconteceu com Hermione! O que acharam?
Bom, estou um pouco triste porque chegamos a 1000 visualizações e isso é uma coisa muito boa! Mas o que me deixa triste é que são tão poucos os que comentam. Não estão gostando?
De qualquer jeito, sou extremamente grata aos que tiram uns minutinhos para comentar no final do capítulo, fico muito mais motivada para continuar postando! Se tiverem críticas a fazer, não me importo nem um pouco, elas também nos ajudam a melhorar!

Agora, pessoal, vou viajar sábado agora e só volto dia 3 de janeiro, e para onde vou não pega internet direito e não tem computador :(
Então, eu pensei em postar o próximo cap no sábado para que vocês não fiquem tanto tempo sem atualização, tudo bem? Depois disso, só dia 7 de janeiro mesmo.

Espero que todos tenham um ótimo Natal, cheio de amor, luz, paz, e um Ano Novo maravilhoso!

Mile Mayfer: Oi, Mile! Fico muito feliz em saber que você está gostando tanto da história! Enquanto eu lia também bolava várias e várias teorias hahahaha
Muitas pessoas vão ter o coração partido ao longo da fanfic, nosso amado lobo não escapará disso, infelizmente. Mas há males que vem para o bem, certo?
Tenha um ótimo Natal! Beijos :))