The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Vinte e Seis: Toujours Pur
"...I'm so sick,
Infected with where I live
Let me live without this
Empty bliss,
Selfishness
I'm so sick..."
(I'm So Sick - Flyleaf)
25 de abril, 1973
Largo Grimmauld Número 12 – A Muy Antiga e Nobre Casa Black
Levou apenas 5 dias para que o mundo de Sirius virasse de cabeça para baixo.
Sirius não estava ansioso em voltar para o Número 12 no feriado da Páscoa, mas pela primeira vez desde que ele tinha ido para Hogwarts, seus pais pareciam muito insistentes sobre seu retorno. Seu pai tinha pedido que Sirius voltasse para casa no verão passado, e ele tinha, só para que Walburga cortasse sua conexão de Flu e restringisse todo o seu uso de corujas para que Sirius não pudesse se comunicar com os amigos, na esperança de que ele fosse descobrir suas prioridades, no que diz respeito à sua família. Isso, claro, não funcionou. Então, quando Sirius e seu irmão mais novo Regulus chegaram em casa no final de abril, o menino de cabelos negros estava preparado para uma batalha contra sua mãe.
Uma batalha que não começou logo de cara.
Enquanto seus pais preparavam os filhos para a festa de noivado de sua prima Narcissa e Lucius Malfoy, a verdadeira razão dos filhos Black terem ido para casa no feriado, Sirius pensou em novas maneiras de mostrar à família dele que ele não era nada parecido com eles. Em sua primeira noite em casa, Sirius encantou suas colchas verde e prata e cortinas correspondentes para refletir seu orgulho Grifinório, as transformando para um vermelho profundo e ouro brilhante. Ele também levou as poucas fotos que tinha dele, James, Remus e Peter, cortesia de Mia, além de algumas fotos trouxas para prender na parede com um feitiço adesivo permanente modificado. As fotos não engatilharam nenhuma reação em seus pais.
Os pôsteres por outro lado...
"O que você fez?!" Walburga gritou enquanto entrava no quarto do filho para vê-lo largado preguiçosamente na cama, passando as páginas de uma revista com um olhar no rosto que dizia que ele não estava nem aí para o mundo.
"O que, Mãe?" Sirius olhou para cima com um sorriso inocente. "Eu não fiz nada, Mãe," Sirius sorriu. "Só estou sentado aqui, aproveitando meu adorável feriado com minha família maravilhosa," os olhos cinzas dele brilharam. "Relaxando um pouco e lendo," ele levantou a revista trouxa nas mãos. "Você sabe o que é uma motocicleta?" Ele perguntou em voz alta enquanto voltava a atenção para as páginas.
"Sua criança ignorante e ingrata, o que são essas coisas?!" Walburga britou e apontou para o dossel da cama de Sirius.
Ele voltou os olhos cinzas para o teto, seguindo o dedo indicador dela que tremia, como se ele não percebesse nada diferente. Sirius sorriu e virou lentamente para a mãe.
"O que, querida Mãe, elas parecem ser grandes fotografias de mulheres em diversas formas de roupas, ou sem roupas, dependendo do jeito que você quer ver," ele sorriu com deboche. "Biquínis," Sirius sorriu enquanto se recostava nos travesseiros para encarar o dossel e deixava sair um suspiro de felicidade. "Os trouxas sempre aparecem com as melhores ideias sempre."
Ela tentou remover o material ofensivo mas parecia que seu filho era extremamente talentoso em feitiços adesivos. Sirius estava se divertindo demais para admitir que ele não sabia o contra-feitiço para removê-las, mesmo que ela o ameaçasse com o Avada. Ela jurou que ele seria punido por causa disso, mas Sirius não tinha mais medo das costas da mão de Walburga Black. Ela poderia tentar e bater nele o quanto ela quisesse, mas ele não iria mais recuar.
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Mansão Malfoy – Residência dos Malfoy
Foi com esse ego arrogante que ele entrou na Mansão Malfoy alguns metros atrás de sua família que estava adequadamente vestida. Walburga em um vestido roxo bem-feito, com o braço enlaçado ao de Orion Black em tradicionais - mas elegantes - vestes pretas com seus longos cabelos de ébano amarrados para trás com uma tira de couro. Regulus - sempre o filho idolatrado – segurava a outra mão de Walburga, vestido para combinar com seu pai perfeitamente. Sirius, no entanto, entrou na Mansão vestindo calças jeans pretas, botas de couro de dragão, e suas mãos nos bolsos de suas longas vestes, que ele resolveu deixar abertsa. Seu cabelo foi deixado bagunçado e para baixo, chegando quase até os ombros agora.
"Cygnus," Walburga sorriu enquanto sua família se aproximava do irmão mais novo dela que estava orgulhosamente ao lado de Abraxas Malfoy. Cygnus, uma versão melhorada da irmã em aparência, mal deu um sorriso à presença de Walburga, o que não era nada anormal, mas uma carranca cruzou seu rosto quando ele viu o jovem sobrinho.
"Vejo que você permite que o garoto se vista sozinho hoje em dia," Cygnus balançou a cabeça. "Você está passando dificuldades, irmã? Todos os seus elfos-domésticos morreram deixando o garoto à própria sorte?"
"Narcissa está adorável como sempre," Walburga sorriu para o irmão, ignorando as palavras dele. "Ela vai ser uma boa esposa para o seu menino, Abraxas," ela se virou para o alto e loiro bruxo ao lado do irmão. "Que vergonha, claro," Walburga zombou. "Que você seja forçado a quebrar a tradição e casar sua filha fora de ordem," ela cerrou os olhos cinzas para o irmão. "Alguma notícia da querida Andromeda?"
"Ainda desaparecida," A mandíbula de Cygnus estava dura e suas narinas dilatas em raiva.
"Não que isso tudo não seja fascinante," Sirius interrompeu e todos os adultos se viraram de bocas abertas para ele, que falou sem permissão. "Mas pode um cavalheiro pegar uma bebida?"
"Seu pequeno ingrato-" Cygnus começou mas de repente uma mão apareceu em seu ombro, o silenciando.
"Deixe o garoto," uma voz de trás de Cygnus. "Quantos de nós éramos perfeitos cavalheiros aos treze anos?" O homem riu. "Eu vou tirar a pequena pulga do seu cabelo," ele sugeriu, passando por Cygnus e Walburga e botando a mão ao redor de Sirius.
"Você o mima demais, Alphard," Walburga zombou mas não disse nada a mais. Até Walburga sabia que seria melhor se Sirius estivesse longe dos círculos íntimos da festa.
"Você vai acabar dando um infarto a eles, sabe," Alphard riu profundamente enquanto ele andava com Sirius até o bar, silenciosamente sinalizando ao elfo-doméstico que estava atrás do balcão 2 dedos de Firewhisky.
"Esse é o plano," Sirius revirou os olhos. "Acho que se eu cronometrar certo, todos eles vão cair mortos ao mesmo tempo e eu posso dominar a família. Nós podemos jogar um galeão ao ar por todos os cofres e propriedades, tio," Sirius sorriu com deboche. "Ou duelar até a morte, deixando um vencedor de pé. Acha que poderia me vencer?" O menino sorriu e Alphard riu genuinamente.
"Aqui, garoto," ele estendeu a dose. "Beba."
"Firewhisky?" Sirius sorriu olhando para o copo.
"Seu primeiro?" Alphard Black perguntou e Sirius concordou. "Uma ocasião especial então. A que devemos beber então?" O Black mais velho levantou o copo.
"A essa farsa?" Sirius sugeriu.
"Cuidado, garoto," Alphard aconselhou em voz baixa. "Não pense que você é intocável."
"Você sabe que isso é errado," Sirius disse, tomando o primeiro gole de Firewhisky, que desceu queimando peça garganta dele. Ele tossiu bem alto, e Alphard deu um tapa forte nas costas dele. Sirius limpou a garganta e deixou o calor da bebida se alastrar antes que tomasse um segundo gole hesitante, que não queimou tanto enquanto descia. "Cissa vai ser miserável."
"É a tradição," Alphard deu de ombros. "Você faria bem em guardar sua opinião para você sobre isso. Sua prima vai fazer o que foi criada para fazer. Não é da natureza dela mudar as coisas. Ao contrário de você," ele sorriu afetadamente para o sobrinho. "Eu ouvi que você está criando uma reputação em Hogwarts. Você e aquele garoto Potter."
"James," Sirius concordou. "Ele é o meu melhor amigo."
"Tenha cuidado," Alphard avisou. "Seus pais tem olhos em todos os lugares. Você não vai ser um garoto para sempre. Essa bebida em sua mão é a primeira de muitas e uma vez que eles perceberem que você não é mais criança, eles farão planos mais detalhados para o seu futuro."
"O que você sugere?" Sirius perguntou. "Que eu concorde com eles?" Ele balançou a cabeça. "Deixar que eles me obriguem a entrar em uma farsa de casamento como Cissa? Merda, eu estou chocado que eles não fizeram a gente se casar," ele fez uma careta com a ideia de ter a própria prima como esposa.
"Não, nós vivemos em um mundo onde as famílias Puro-sangue estão tentando se unir. Nosso mundo está mudando, Sirius, e todos precisamos fazer decisões em como vamos nos adaptar," o homem inclinou o copo, terminando a bebida. "Se eu sair daqui e for fazer brincadeiras com pessoas que eu não gosto, em prol da família, você promete que vai ficar longe de problemas?" Alphard olhou para baixo, avaliando o sobrinho desconfiadamente.
"Quer que eu faça um Voto Perpétuo?" Sirius sugeriu com um sorriso de zombaria e Alphard riu.
"Não, acho que não," ele balançou a cabeça. "Eu gosto de ter você por perto em situações como essa, e alguma coisa me diz que você terminaria quebrando esse voto muito cedo. E, então, quem me faria companhia?" Alphard bagunçou o cabelo de Sirius antes de sair do bar e começar a circular.
oOoOoOo
Sirius teria ficado perfeitamente contente em permanecer no bar pelo resto da noite, mas seus olhos cinzas caíram sobre o borrão loiro que era o cabelo de Narcisa, que estava sendo puxada rapidamente para fora do grande Salão de Baile. Curioso e preocupado com a única prima que tinha sobrado que não era um desastre completo, Sirius deslizou pelas sombras dos corredores e seguiu atrás dela, ansiosamente procurando por vozes. Quando ele se deparou com uma porta que tinha sido ligeiramente aberta, ele pressionou a testa contra a madeira e lentamente abriu a porta um pouco mais só para poder olhar dentro, apenas para encontrar sua prima Narcissa e seu futuro marido cara a cara.
"Tudo o que eu disse era que pensava ser uma reação extrema. Os Trouxas já têm seu próprio mundo separado do nosso, por que se importar em pensar neles?" Narcissa perguntou friamente e Lucius se voltou para ela lívido.
"Você não foi dada a mim para ter opiniões, especialmente verbais," ele zombou.
"Eu não fui apropriadamente dada a você ainda, Lucius!"
"Você acha que pode sair desse casamento, amor?" Ele riu. "Eu gostaria muito de ver você tentar. Nosso arranjo foi selado com sangue," ele se aproximou dela, os narizes quase se tocando. "Apenas a morte vai nos separar agora. Então, endireite suas prioridades por conta própria, ou eu vou endireita-las por você," ele rosnou e saiu em direção à porta.
Os olhos de Sirius se arregalaram e ele se esquivou na alcova mais próxima, bem quando Lucius irrompeu pela porta, andando rapidamente de volta para o Salão de Baile. No interior, Sirius podia ouvir soluços de Narcisa. Ele abriu a porta devagar e respirou fundo antes de falar.
"Cissa?"
"Sirius!" Ela sibilou e se virou para ele, rapidamente secando as lágrimas. "O que você está fazendo aqui?! Sai!"
"Você não vai mesmo se casar com esse maldito verme, vai?" Ele perguntou incrédulo.
"Você é muito jovem para entender," Cissa fez uma careta e fez seu caminho até a porta, empurrando seu jovem primo. "E se você fosse esperto, você não questionaria o meu casamento, ou o seu futuro casamento. Eu ouvi sua mãe falar sobre isso."
"Ah, foda-se," Sirius rosnou. Ele iria garantir que nenhuma outra família Sangue-puro desagradável consideraria mesmo casar ele com qualquer uma das suas meninas. "Cissa, você precisa de ajuda?" Sirius perguntou.
"Eu disse para sair!" Ela soltou e andou de volta para o Salão de Baile, onde toda a sala tinha caído em completo silêncio, todos os olhos olhando para a lareira, onde uma cabeça de cabelos escuros recentemente entrado.
"Dromeda?" Sirius engasgou com os olhos arregalados e Narcissa em frente a ele quase chorou com a visão de sua irmã, que estava desaparecida desde que tinha deixado Hogwarts apenas um ano atrás.
"Você não achou que eu iria perder a festa de noivado da minha irmãzinha, achou?" Andromeda sorriu e Narcissa se moveu para abraçar a irmã, mas rapidamente toda a família Black, exceto por Alphard, Sirius e Regulus ficou entre as duas irmãs. "Entendo," Andromeda suspirou. "Bom, eu imaginei que isso pudesse acontecer," ela deu de ombros e mostrou um pequeno anel de diamante para a multidão. "Eu me casei. Não se preocupem," ela revirou os olhos. "Eu não esperava que nenhum de vocês fosse aparecer."
"Você não fez isso," Cygnus rosnou para a filha. "Diga-me que você não fugiu com aquele desprezível-"
"Nascido trouxa?" Andromeda sorriu quase docemente. "Ah sim," ela parecia reluzir. "Eu fugi. Ele é um homem encantador. E pensar que eu quase perdi a minha chance de encontrar amor de verdade e felicidade," os olhos dela caíram sobre Narcissa, tentando fazer uma constatação óbvia.
"Saia daqui sua traidora do sangue nojenta! Você nos trouxe vergonha, vergonha para a Grande e Nobre Casa Black!" Walburga gritou.
"Espere!" Cygnus fervia. "Andromeda, eu vou te dar uma chance para consertar isso," ele encarava a filha. "Termine esse casamento," ele cuspiu a palavra. "E você pode redimir a si mesma e a sua honra deixando que eu arranje um casamento adequado para você."
"Que homem Puro sangue iria casar com uma mulher que foi manchada por um Sangue ruim?!" Walburga guinchou.
"Eu a aceito," uma voz disse e todos se viraram para ver Abraxas Malfoy encarando a jovem Andromeda, que instantaneamente parecia enjoada. "Minha esposa morreu há alguns anos atrás e eu estou procurando por outra. Eu tenho meu herdeiro Lucius, mas..." os olhos cinzas frios como gelo dele avaliaram a garota. "Um homem tem necessidades."
"Sinto muito por partir seu coração então," Andromeda revirou os olhos. "Eu não vim apenas para ver minha irmã," ela afirmou. "Eu vim para ver você, Pai," ela deu um passo à frente procurando algo dentro do bolso dos robes, tirando uma foto de dentro o que parecia ser uma foto. Ela de repente parecia nervosa enquanto estendia o objeto para o homem, e na mesma hora congelou no lugar, o rosto empalidecendo. "Eu a chamei de Nymphadora."
"Crucio!" Uma voz gritou de trás e Andromeda caiu no chão gritando.
Sirius olhou para cima, só para encontrar Bellatrix ao lado do novo marido, o mais velho dos famosos irmãos Lestrange, ambos encarando Andromeda que estava se debatendo no chão.
"Pare!" Sirius gritou e se lançou para frente, apenas para ser impedido por Alphard, que levantou a varinha contra a sobrinha.
"Bella!" Alphard soltou. "Isso é completamente desnecessário!"
"Pai?" Bellatrix se virou para olhar Cygnus, como se esperasse permissão para ou continuar ou deixar Andromeda ir. Cygnus, olhou para a foto nas mãos e balançou a cabeça.
"Tio!" Sirius gritou, de alguma forma implorar pela vida de Andromeda.
"Deixe-a," Cygnus rosnou. "Ela não é mais minha filha. Mandem essa traidora do sangue de volta pelo Flu e nunca mais deixem que eu a veja de novo." Ele tirou os olhos de Andromeda e se voltou imediatamente para a irmã. "Você deve levar a sério o que aconteceu aqui. É uma coisa para mim perder uma filha, mas outra coisa para a nossa Casa é perder o seu herdeiro!" E então ele saiu da sala.
Todos os olhos de repente caíram sobre Sirius, que estava tremendo de raiva nos braços de seu tio.
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20 de abril, 1973
Estação de Hogsmeade
Quando Sirius e Regulus saíram do Expresso de Hogwarts em Hogsmeade depois do retorno deles do feriado de Páscoa, levaram apenas alguns minutos antes que o par de irmãos colidissem com violência. Sirius não tinha a intenção de se chocar contra o seu irmão mais novo naquele dia, mas James, Remus, Sirius e Peter desceram do trem para detectar Lily discutindo com Snape perto das carruagens sem cavalos. Ela parecia magoada quando Snape fez um gesto na direção do trem, onde um grupo de Sonserinos estava esperando por ele. Os gêmeos Carrow estavam escoltados por dois Sonserinos mais velhos, Evan Rosier e Titus Wilkes, e do lado do pequeno grupinho estava Regulus Black.
Snape suspirou quando voltou para os amigos parecendo derrotado, evitando contato visual com seus companheiros cobras. James e Sirius riram com a visão de Snape parecendo como se ele estivesse sendo silenciosamente repreendido pelo dois mais velhos e os gêmeos Carrow. Foi engraçado, até que eles ouviram a conversa.
"Já acabou de brincar de casinha com a Sangue ruim, Snape?" Wilkes cerrou os olhos para o menino.
Snape não respondeu, mas pareceu devidamente advertido.
Sirius, desencadeado pela horrível palavra imediatamente entrou em um frenesi. "DO que diabos você a chamou?!"
James seguiu o exemplo e se moveu para ficar na cara de Wilkes e foi imediatamente escoltado por Remus, que estava tão alto quanto os meninos mais velhos, empurrando Rosier para longe de seu amigo.
"Eu chamei a pequena vadia ruiva de Sangue ruim," Wilkes sorriu presunçosamente. "O que isso tem a ver contigo, Potter?"
James rosnou para Wilkes e Sirius se virou para Snape. "Ela deveria ser a porra da sua amiga, seu covarde de merda!" Sirius gritou. "Você não vai defendê-la, Ranhoso?" Sirius o encarou, enquanto Snape ficava em silêncio.
"Por que ele faria isso?" Amycus olhou para Sirius. "Snape sabe mais do que isso. Ele pode ser apenas um mestiço, mas ainda é muito rico para tipos como ela," ele riu. "É por causa disso, Potter?" Amycus se virou. "Ansioso para sujar a sua Casa, é?"
"Ele já sujou," Regulus afirmou. "Andando com esse traidor do sangue," ele olhou para o irmão mais velha e Sirius nem pensou duas vezes antes de socar Regulus no rosto, quebrando o nariz dele na hora.
Foi a pior briga até o momento que acabou com cinco dos garotos na enfermaria. Regulus, Peter, Snape e Amycus foram todos tratados para consertar os narizes. James quebrou a clavícula, e Remus foi deixado para escoltar Sirius até o Salão Comunal, já que o jovem Black se recusou a tratar o olho roxo, lábio rasgado e o pescoço queimado, graças a uma azaração instável. De algum modo, Remus foi o único a deixar o confronto sem nenhum arranhão, apesar dele estar bem ansioso para lutar com Wilkes e Rosier, os dois muito dispostos a usar a varinha contra o jovem lobisomem, tirando o fato de que, apesar de estar no segundo ano, Remus era muito bom em conjurar escudos.
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Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Salão Comunal da Grifinória
Mia estava preocupada.
Remus começou a se esquivar de Mia desde a primeira lua no segundo ano deles. Ela não sabia se James, Sirius e Peter contaram a Remus que sabiam do segredo dele, ou se o Juramento Bruxo que ela obrigou os meninos a realizarem incluía Remus. De qualquer forma, ninguém mencionou o assunto com ela de novo, e quando Mia chegou na Ala Hospitalar no mês seguinte para ficar com Remus, Madame Pomfrey tristemente a mandou de volta para o Salão Comunal da Grifinória, dizendo que Remus pediu para ficar sozinho.
A cada mês, durante a semana da lua cheia, Remus se retraía, ignorando tudo que ela dizia que envolvesse sua saúde ou condição. Ela tentou várias vezes falar com ele, implorar que ele a deixasse ajudar. Em um dia bom ele iria explicar, pedir educadamente que ela parasse enquanto dizia que o fato dela esperar por ele na Ala Hospitalar dificultava para ele o caminho até a Casa dos Gritos. Em dias após a lua cheia, se ela perguntasse como ele estava se sentindo, ele iria ignorá-la completamente e sair do recinto se possível. Ela sabia que em dias próximos a lua cheia, Remus estaria instável, e mais de uma vez ela o pegou olhando para ela com uma expressão parecida com a de um predador perseguindo a presa, que tanto a aterrorizavam quanto excitavam.
Eventualmente, James teve que intervir, confessando que sim, os meninos falaram sobre a condição de Remus. James pediu para que ela fingisse que não sabia do segredo dele. Quando ela perguntou o porquê, James disse que era pessoal mas que Remus não queria perder a amizade dela, só não conseguia mais lidar com ela sendo a curandeira dele.
Sirius, por outro lado, estava mais do que disposto a tomar o lugar de Remus.
"Aí estão vocês!" Mia gritou enquanto via Remus ajudar Sirius a passar pelo buraco do retrato. Era tarde da noite e o resto dos meninos ia dormir na enfermaria. Todos os outros Grifinórios tinham ido para cama, mas Mia esperou acordada, esperando por notícias sobre o que aconteceu.
"Oi, gatinha," Sirius piscou enquanto Remus o deixava largado no sofá.
"Eu tenho algumas poções para dor no meu malão lá em cima se você quiser," Remus ofereceu.
Sirius balançou a cabeça.
"Sirius," Mia franziu as sobrancelhas e sentou ao lado dele no sofá para olhar o rosto dele. "Godric, o que houve?" Ela perguntou. Sem responder, Sirius se inclinou e lentamente deitou a cabeça no colo dela. "Não, não," ela balançou a cabeça. "Você precisa de cuidados. Por que não foi a Ala Hospitalar com os outros?"
"Ele se recusou a deixar Madame Pomfrey tocar nele," Remus deu de ombros.
"Mia pode me curar," Sirius murmurou, fechando os olhos e botando um braço ao redor da cintura dela. Mia voltou a atenção para Remus que olhava a cena com um sorriso triste, como se estivesse lembrando como era bom quando era ele que estava sendo cuidado e curado. Mas ele espantou os pensamentos e Mia pode ver ele botar as barreiras de volta no lugar. Ele nunca deixaria que ela o visse sendo fraco.
"Eu estou indo deitar," Remus disse. "Você precisa de ajuda para subir as escadas, Sirius?" Ele perguntou.
"Estou bem aqui," Sirius murmurou.
"Boa noite, Mia," Remus sorriu para ela e ela sorriu tristemente para ele.
Uma vez que Remus tinha ido embora, Mia botou as mãos na cabeça de Sirius e a virou para que ele olhasse para ela. As suaves curvas no rosto do menino que ele tinha quando se conheceram no Beco Diagonal tinham dado lugar aos ângulos agudos que ele iria levar com ele pelo resto da vida. Deitado ali no colo dela com seus longos cabelos negros escondidos atrás de suas orelhas, que estavam cobertas de evidências de uma briga física, ela poderia reconhecer imediatamente o Sirius mais velho enterrado atrás dos olhos do adolescente quando ele se aconchegou ainda mais em seu colo.
"O que aconteceu?" Mia sussurrou, "Alice e eu estávamos ajudando Frank a pegar o malão e quando eu olhei para trás vocês estavam sendo levados para o castelo com os Sonserinos."
"Snape é um babaca," Sirius resmungou, pegando a mão dela e a botando em seu cabelo como normalmente fazia. Ela franziu o cenho mas ficou passando os dedos pelo cabelo dele.
"O que ele disse dessa vez?" Ela perguntou.
"Nada, não disse nada," Sirius zombou. "Wilkes chamou Lily de você-sabe-o-que e o Ranhoso apenas ficou parado ali. Nem a defendeu," ele balançou a cabeça. "E ela acha que James é desprezível enquanto aquele babaca oleoso desfila como se fosse amigo dela."
"Então você o socou por isso?" Mia perguntou.
"Não," ele balançou a cabeça. "Eu soquei Reg."
"Por que você socou seu irmão caçula?" Mia perguntou de olhos arregalados. "Sirius, ele tem onze anos!"
"Eu não a mínima, ele é um imbecil como o resto da nossa família," ele se afastou dela, algo que ele nunca tinha feito de boa vontade antes. Ele tinha um olhar perdido e se virou para encarar a lareira na frente deles enquanto Mia continuava a encará-lo.
"Venha cá, Sirius," Mia pegou a varinha e murmurou um feitiço de cura para o inchaço do olho dele. "Eu tenho algum Ditamno lá em cima se quiser que eu conserte sua boca e o queimado nos seus ombros," ela se inclinou para poder ver melhor, tocando o ombro dele. As mãos de Sirius tocaram as dela, entrelaçando os dedos.
"Você pode apenas ficar aqui comigo?" Sirius perguntou, apesar de não fazer contato visual. "Deixe que cicatrize," ele murmurou baixinho. Mia concordou e se virou para olhar a lareira.
Ela fechou os olhos castanhos e inspirou profundamente, tentando imaginar que estava de volta em casa, de volta em 1998. Era algo que ela raramente fazia hoje em dia: desejar ir para casa. James, Sirius e Remus tinham tornado fácil para ela fazer o que a carta de Remus instruía: 'Viva a sua vida. Aproveite a sua vida.' Os meninos dela tinham tornado aproveitar a vida em uma coisa simples. Mas recentemente, com Remus estava se afastando dela e Sirius constantemente se metendo em brigas, ela se lembrava que esses meninos iriam crescer para se tornar os homens machucados que ela conheceria por anos. Ela conseguia ver o início da queda de Sirius e partia o coração dela saber o futuro dele e não ser capaz de impedir.
Ela sentia falta de Sirius. Do Sirius dela.
Por um momento ela podia fingir que esse menino segurando a mão dela inocentemente no Salão Comunal da Grifinória era o homem que a beijou apaixonadamente na passagem cedida. Ela podia fingir que esse era o dia depois do aniversário de dezenove anos dela e que ela estava no Número 12, sentada no sofá da sala de estar, segurando a mão de Sirius. Eles iriam falar sobre o ritual da dívida de vida e ele iria explicar a ela o que ele sabia sobre o vínculo que aconteceu por causa do ritual. Ela iria perguntar porque ele a beijou no meio da batalha, e ela fosse muito, muito sortuda, ele iria dizer que era porque ele queria. Não por causa da mágica.
Mia abriu os olhos e olhou para o menino de treze anos sentado ao lado dela, que lambia o machucado da boca nervosamente e encarava o fogo, perdido em pensamentos. Às vezes, esse Sirius era mais fácil de lidar. Ela não sentia muito o vínculo mágico com ele, o que a deixou irritada e aliviada ao mesmo tempo. Irritada porque ela sabia que ele iria crescer e se tornar o belo homem que a beijaria até que o estômago dela desse voltas. Aliviada porque ele estava a salvo. Sem o vínculo místico que o puxava para ela, Mia podia confiar no que esse Sirius falava e fazia o que ele realmente queria. Ele era honesto.
"O que houve com a sua família, Sirius?" Ela perguntou. "Quando você e Regulus foram embora."
Sirius pensou na sua família. Na festa na Mansão Malfoy onde ele viu pessoas da mesma família darem as costas a um deles. Bella tinha lançado Crucio na própria irmã e ninguém fez nada para impedir a não ser ele e seu tio Alphard, e mesmo assim eles não tinham feito muita diferença. Andromeda tinha sido excluída da árvore da família no momento em que eles chegaram em casa, e Walburga o tinha obrigado a assisti-la fazer isso. Então, sob a mira de uma varinha e uma Varinha de Sangue em mãos, Sirius foi forçado a escrever as palavras da Casa dele – 'Toujours pur' – repetidamente até que elas estivessem cravadas na pele da mão dele. A ferida tinha acabado de sarar e ele estava feliz em ver que não tinha deixado uma cicatriz permanente,
"Só o típico drama," Sirius mentiu. "Nada para se preocupar, amor. Eu estou bem."
"Sirius?" Mia franziu o cenho. "Por favor, não esconda nada de mim."
"É apenas merda de Puro sangue, Mia," Sirius suspirou. "Meus pais aparentemente estão prontos para planejar todo o meu futuro, esposa e tudo o mais," ele riu secamente e então sorriu quando ouviu ela rosnar com a notícia. "Não se preocupe," ele sorriu com deboche. "Se eles surgirem com um casamento arranjado para mim, eu vou fugir com James. Isso vai ensinar a eles."
"Sinto muito pela sua família," Mia admitiu.
"Podemos não falar sobre eles?" Sirius perguntou, voltando a deitar nela.
"Existe alguma coisa que eu possa fazer para que você se sinta melhor?" Mia perguntou, achando doloroso olhar a expressão triste no rosto dele. Ele estava começando a afastá-la. Ela podia ver tão claramente quanto o dia. A mesma coisa que Remus estava fazendo. Mia não conseguia entender porque era tão importante para os garotos nunca deixar que ela os vissem vulneráveis.
"Qualquer coisa?" Sirius levantou a cabeça e piscou para ela.
Mia revirou os olhos.
"Bom, já que todas as minhas ideias foram recusadas..."
"Quantas ideias você teve?" Ela perguntou parecendo ofendida.
"Sobre você, gatinha?" Ele deu um sorriso sedutor. "Por volta de seiscentos e quarenta e três."
"Saia do meu colo, imediatamente," Mia riu mas ainda se moveu para empurrá-lo. Sirius sorriu e apertou os braços fortemente ao redor da cintura dela, se recusando a sair dali.
"Não, é o meu colo!" Sirius lutou. "Eu vou me comportar!" Ele prometeu.
"Você não sabe o que é isso!" Mia riu, mas continuou a empurrá-lo.
"Então se junte a mim e comece a se comportar mal!" Sirius insistiu.
"Está bem!" Mia gritou e de repente Sirius a soltou e sentou rapidamente, olhando para ela com os olhos cinzas arregalados.
"O que?" Ele perguntou boquiaberto.
"Não isso," Mia revirou os olhos. "Quer dizer, eu pensei em um jeito de te alegrar," ela sorriu. "Você disse que Regulus tem sido um idiota?" Ela perguntou.
"Imbecil. Eu disse 'ele é um imbecil'," Sirius esclareceu.
"Que seja," Mia balançou a cabeça. "O que você acha de eu te ajudar a fazer uma brincadeira com o seu irmão?" Ela perguntou e voltou seus olhos para observar Sirius se iluminar como uma árvore de Natal, um olhar de admiração e maravilha no rosto.
"Mesmo?" Ele perguntou animado.
"Talvez só essa vez," ela deu de ombros.
"Mas você disse que odeia essas brincadeiras. Você disse que eu e James éramos infantis e imaturos porque fizemos o cabelo de Rikard Stebbins desaparecer," ele sorriu com a memória.
"Porque você teve um motivo infantil," ela se defendeu.
"E você gritou comigo e Peter por enfeitiçarmos os sapatos do Ranhoso para fazer barulhos de pato quando ele andasse," Sirius acrescentou."
"Isso foi estúpido," Mia revirou os olhos. "Ele tinha acabado de trocar os sapatos. Você deveria ter botado um feitiço adesivo deles," ela comentou e então percebeu o erro quando Sirius sorriu diabolicamente para ela.
"Você quer participar das brincadeiras com a gente!" Ele estava super feliz.
"Só uma vez!" Ela sibilou. "E só porque eu acho que Regulus merece."
O pequeno imbecil foi responsável por arruinar o belo rosto de Sirius.
N/A: Meus queridos, vou escrever rapidinho porque meu amado namorado está me olhando de cara feia querendo ir para o bloco de carnaval logo.
Não sou muito fã de lugares cheios, quentes, com gente suada, mas como ele e nossos amigos gostam, estou fazendo esse pequeno sacrifício.
O que acharam desse cap? Vamos interagir, gente! Deixar a moça aqui feliz hahaha
A família do Sirius é bem complicada né, raiva da Bellatrix desde cedo e apaixonada pelo tio Alphard também hehe
Mia querendo pregar uma peça no Regulus! Realmente, essa época tá influenciando muito a nossa Hermione.
No próximo cap eu respondo a Motoko Li, porque realmente tenho que ir andando :))
Vamos fazer uma enquete: team Sirius ou team Remus?
Espero que tenham gostado e até domingo!
