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The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Vinte e Sete: O Código Maroto
"...Perfect by nature.
Icons of self-indulgence.
Just what we all need,
More lies about a world that...
...never was and never will be.
Have you no shame? Don't you see me?
You know you've got everybody fooled..."
(Everybody's Fool - Evanescence)
12 de maio, 1973
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Masmorras
Não demorou muito para que Mia surgisse com uma brincadeira decente para pregar em Regulus, mas Sirius estava excitado que envolvesse o resto da Casa Sonserina. Apesar dela não ter contado todos os detalhes da brincadeira, ela prometeu a Sirius que valeria a pena e tudo que ele precisava fazer era pegar emprestada a Capa de Invisibilidade de James.
Sobre pregar uma peça em seu irmão mais novo com Mia, Sirius teve apenas duas condições: a primeira que fosse apenas os dois deles. Não apenas porque Sirius não estava com saco de explicar aos companheiros porque Mia jogou a precaução aos ventos para manchar sua reputação de nerd sem humor apenas para deixa-lo feliz, mas porque os quatro Marotos não cabiam mais debaixo da maldita capa hoje em dia, ainda mais se surgisse uma quinta pessoa.
A segunda condição era que eles fizessem a brincadeira na noite do dia 12 de maio. Mia não perguntou o motivo na hora, presumindo que tinha algo a ver com não coincidir com o treino de Quadribol. Então, imediatamente depois do jantar do dia 12 de maio, Sirius e Mia sumiram debaixo da capa e desceram a escada de mármore, em direção às masmorras.
Ela nunca esteve tão perto do Salão Comunal da Sonserina antes, mas lembrava de quando Harry e Ron explicaram as direções de como chegaram lá durante a missão de interrogar Malfoy sobre o herdeiro da Sonserina, em seu segundo ano original. A memória de ficar na Ala Hospitalar, transformada em um gato a fez torcer o nariz em irritação. Enquanto eles se moviam para mais baixo no castelo, Mia realmente queria ter o Mapa do Maroto agora.
Hmm.
"Que pena que não tem um mapa do tesouro com um grande X em cima do Salão Comunal da Sonserina," ela riu suavemente. "Isso tornaria as coisas mais fáceis."
"Um mapa do castelo tornaria muitas coisas mais fáceis," Sirius concordou baixinho e Mia sorriu, um brilho diabólico no olhar.
Finalmente, eles chegaram ao que parecia ser um beco sem saída onde se depararam com uma grande e nua parede úmida.
"É isso?" Sirius sussurrou. "Não tem nem um quadro aqui," ele disse com uma careta.
"Quer um jeito melhor de esconder algo do que bem na cara?" Mia sorriu. "A maioria deles é grande babaca, mas Sonserinos sabem como guardar segredos," ela pensou brevemente em Draco Malfoy sendo um espião da Ordem da Fênix por quase três anos sem ninguém saber, além de Snape. De alguma forma, parada do lado de fora do ninho de cobras, ela se sentiu como se quase sentisse falta da doninha loira irritante.
"Agora fazemos o que?" Sirius perguntou praticamente pulando de excitação.
"Agora garantimos que não tenha ninguém dentro," Mia sorriu e segurou a varinha. "Homenum Revelio," ela sussurrou e esperou. "Muito bem," ela sorriu. "Eles ainda devem estar no jantar. Ainda bem que saímos cedo," ela tirou a capa de cima deles.
"Isso me lembra que, se os garotos perguntarem, nós saímos cedo para nos agarramos em um canto," Sirius piscou para ela e Mia se virou, boquiaberta.
"Sirius Black! Você não disse ao Remus e James que você ia me agarrar!" Ela o encarou, o rosto ficando vermelho.
"Você saiu uns minutos antes de mim," ele sorriu enquanto levantava as sobrancelhas sugestivamente para ela. "Você deveria saber mais do que me deixar sem supervisão por qualquer período de tempo, gatinha," ele piscou. "Estou chocado que McGonagall não tenha posto um colar rastreador ao redor do meu pescoço até agora."
Ela revirou os olhos.
"Mas então, eles realmente ficaram desconfiados quando eu saí depois de você. Pelo menos Remus ficou, e eu pensei se já que eles já estavam pensando..." Sirius riu e Mia bateu no braço dele. "Não se preocupe com a sua doce reputaçãozinha. James estava muito ocupado perguntando a Evans se ela ia torcer por ele no Quadribol semana que vem."
"E o que ela disse a ele?" Mia olhou para ele, estremecendo.
"Nada," Sirius deu os ombros com indiferença. "Mas ela derramou purê de batatas na cabeça dele e disse a Remus para encontrar amigos que não fossem idiotas", ele riu.
"Coitado do Jamie," Mia riu suavemente.
"Coitado do Remus," Sirius zombou.
"O que você quer dizer?" Mia levantou uma sobrancelha.
"Quero dizer que a Evans claramente gosta dele," Sirius deu de ombros de novo. "E mesmo que ele também goste dela, ele tem o Código Maroto para seguir. Não toque na garoto do amigo," ele disse em um tom como se encerrasse o assunto, imediatamente ciente do olhar de desgosto no rosto de Mia. "Ah, não me venha queimar o sutiã em mim, Mia," Sirius revirou os olhos. "Eu sei, você não é uma propriedade, você pode agarrar quem você quiser."
"Eu não estou agarrando ninguém!" Ela sibilou. "E nem Remus," ela acrescentou friamente.
"O que é isso?" Sirius levantou uma sobrancelha. "Ah," ele arregalou os olhos. "Então esse olhar não é por nós termos criados regras para namorar passarinhos, é por causa do Remus?" Ele riu por baixo da respiração. "Você gosta do Lupin?" Sirius sorriu brilhantemente.
"Cala a boca, eu não gosto," Mia rosnou. "Mais uma palavra, Sirius Black, e eu vou sair dessa masmorra e essa brincadeira morre," ela insistiu, o coração acelerando.
Ela não tinha direito algum sobre nenhum garoto, e certamente não sobre Remus. Ela sabia disso. Tonks era a companheira dele, apesar dela não ter nem um mês de vida nesse tempo – um fato que a fez balançar a cabeça um pouco – mas, ao mesmo tempo, os três meninos dela eram justamente isso: dela. E apesar dela estar mais do bem com o fato de que Lily Evans iria, algum dia, casar com seu irmão, ela não estava NADA bem com a amiga ruiva gostar do lobisomem dela.
Não, espera, não era o lobisomem dela.
"Tá bem, tá bem," Sirius concordou. "Mas eu me reservo o direito de zoar vocês dois se algum dia eu flagrar vocês comendo a cara um do outro," o jovem bruxo riu ainda mais com o rubor que subiu nas bochechas dela.
"Cala a boca e deixa eu me concentrar," Mia disse e voltou a varinha para a parede em frente á ela, a movimentando para frente e para trás como se ondas de calor saíssem da ponta, formando uma barreira invisível na frente da parede. "Pronto," Mia sorriu. "Isso deve dar. Claro que não poderemos ter certeza até que um Sonserino apareça."
Sirius jogou a capa de novo sobre os dois e eles foram para as sombras, se escondendo em uma alcova escura, mas que permitia ver a parede.
Ela e Sirius se sentaram, pressionando as costas nas pedras e cruzando as pernas, para que não esbarrassem acidentalmente na armadura na frente deles que os escondia.
"Você vai me dizer exatamente o que estamos esperando?" Sirius murmurou.
Mia apenas sorriu para ele.
Menos de cinco minutos se passaram e o corredor começou a se encher com estudantes vestindo robes pretos e verdes. Era como se a Dama da Sorte tivesse sorrido para os dois Grifinórios cometendo travessuras, porque o primeiro a aparecer foi o jovem Regulus Black, com o típico olhar arrogante no jovem rosto, ladeado por seus comparsas esguios.
"... eu aceito a aposta," Regulus sorriu. "Vinte galeões na Sonserina na partida da semana que vem, mais cinco de que ganhamos a Copa," ele sorriu. "E eu dou todo o meu lucro para quem do time que conseguir derrubar meu irmão traidor do sangue da vassoura," o jovem bruxo zombou e todos os amigos dele riram.
Debaixo da capa, Sirius fez um gesto rude com a mão e Mia sufocou uma risada.
"Qual a senha mesmo?" Regulus perguntou para o garoto ao lado dele.
"É Basilisco, mas..." os olhos do garoto analisavam a parede. "Mas onde está..."
"Nós viramos no corredor errado?" Regulus perguntou com as sobrancelhas levantadas, enquanto olhava ao redor.
"O que vocês primeiro anistas estão fazendo parados?" Uma voz falou lentamente atrás deles e Lucius Malfoy entrou com Mulciber, Avery, Wilkes e uma dispersão de jovens Sonserinos atrás, incluindo os gêmeos Carrow e Snape.
"Nada," Regulus disse nervosamente. "Eu só... Quer dizer..." ele engoliu envergonhado. "Nós não conseguimos achar a entrada do Salão Comunal."
"Patético," Lucius revirou os olhos e se voltou para a parede apenas para se ver em uma posição similar. Só que em vez de falar, os olhos pratas dele se cerraram e avaliaram o corredor, os lábios se curvaram, a mandíbula ficou rígida. "O que vocês fizeram? Aonde está?" Lucius olhou para Regulus.
"Eu não sei!" Regulus gritou.
"Devemos..." Alecto falou baixo. "Devemos ir e buscar Slughorn?"
"Absolutamente não!" Lucius soltou. "Você quer dizer aquele idiota que a Casa inteira dele não consegue localizar a porra do dormitório?!" Ele rosnou debaixo da respiração.
"Então, devemos dormir no corredor?" Snape revirou os olhos.
"A não ser que você prefira dormir no lago, Snape," Lucius estreitou os olhos. "O que pode ser arranjado bem facilmente."
Uma hora depois, nenhum Sonserino saiu para buscar ajuda, mas cinco começaram a brigar. Lucius Malfoy passou a maior parte da noite tentando manter os colegas longes de briga. Aparentemente, botar os já no limite e desconfiados Sonserinos em uma situação estressante sem ninguém para descontar a não ser eles mesmo, eles fizeram justamente isso. Sirius sorriu debaixo da capa enquanto ele e Mia olhavam o maravilhoso entretenimento. Ele nem ao menos reclamou quando as horas passaram e os dois finalmente saíram em silencio da alcova e passaram pelo corredor, deixando uma casa inteira de cobras deitada no chão frio de pedra, fora do Salão Comunal dela, sem nenhum jeito de entrar.
oOoOoOo
Salão Comunal da Grifinória
"Isso foi brilhante!" Sirius disse com o maior dos sorrisos. "Como você fez? Foi um feitiço de tranca?"
"Foi um feitiço ajustado do Repelente de Trouxas misturado com um Não Me Note," Mia disse orgulhosamente, o sorriso no rosto dele preenchendo algo dentro dela e a esquentando perfeitamente.
"Maravilhoso!" Sirius irradiava alegria. "Você é maravilhosa! Você vai pregar peças com a gente mais vezes," ele insistiu. "Nós precisamos do seu cérebro. Do seu esperto e sádico cérebro!" Ele se inclinou para frente e beijou a testa dela e ela sorriu para ele, surpresa com como Sirius estava, do nada, mais alto do que ela e como ela não tinha reparado até agora.
"Eu vou pensar," ela encolheu os ombros, corando.
"Melhor que sim, gatinha," Sirius sorriu de novo e beijou a bochecha dela.
A ação, de algum modo, pegou os dois fora da guarda e Sirius deixou morrer o sorriso, ficando com um olhar confuso enquanto encarava a jovem bruxa. Mia engoliu com força e tentou não olhar para os lábios dele. Os lábios que eram tão jovens e intocados pelo tempo e circunstância. A inocência dele ainda estava ali atrás dos olhos e isso a fez sorrir enquanto empurrava a memória de um Sirius adulto que a puxava para o colo dele, devorando apaixonadamente os lábios dela com os dele no calor da batalha.
"Hmm," Sirius limpou a garganta. "Obrigado," ele disse, quebrando o estranho feitiço que por um momento os deixou em um casulo de estranha tensão.
"Sempre que precisar," ela disse com um suave sorriso.
"Eu mal posso esperar para ver a cara do Regulus amanhã no café da manhã," Sirius riu. "Pensar que ele passar o aniversário de doze anos no chão das masmorras," ele deixou escapar uma risada meio latido.
"Aniversário!?" Mia arregalou os olhos e culpa a inundou.
"Nem tente se sentir mal por causa dele," Sirius insistiu. "No último Novembro, meus pais não me enviaram nada de aniversário, mas Reg enviou. Uma adorável foto onde minha cabeça foi cortada e no lugar dela ele colou uma figura do nosso elfo horroroso," Sirius zombou. "Ele mereceu, vai por mim."
"Bom..." Mia suspirou. "Ele estava tentando subornar as pessoas para te derrubar da vassoura," ela concedeu. "Falando nisso, eu não quero que você e James joguem a partida semana que bem," ela apontou. "Já é perigoso o suficiente em um dia normal, ainda mais com sua própria família conspirando contra você."
"Nada vai me impedir de voar, gatinha," Sirius sorriu. "Além disso, nós somos os únicos jogadores reservas no time e na partida contra a Corvinal, Smith e Morgan se chocaram contra a arquibancada. Eles ainda estão na Ala Hospitalar e estão proibidos de jogar. Isso dá a mim e a James a nossa chance de mostrar o que realmente podemos fazer," ele sorriu brilhantemente.
"Apenas... Me prometa que você vai ter cuidado," Mia franziu o cenho. "Jamie é meu único irmão e você é..." Meu. "Meu amigo."
"O que vocês dois estão aprontando?" Remus disse enquanto descia a escada dos dormitórios dos garotos olhando para eles com olhos curiosos. Mia olhou para ele e corou, mas Sirius sorriu debochadamente.
"Nos agarrando!" Sirius gritou.
Mia engasgou e deu uma cotovelada bem nas costelas dele.
Forte. Forte o bastante para machucar. Apesar do estômago dela ter dado algumas cambalhotas.
oOoOoOo
19 de maio, 1973
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Campo de Quadribol
Era um dia perfeito para jogar Quadribol. O sol estava brilhando, apesar de ter uma insinuação de frio no ar enquanto Sirius Black e James Potter causavam alvoroço na multidão enquanto voavam de um lado para o outro, provocando vaias na Sonserina e batiam nas mãos um do outro no meio do campo. Aproveitando um pouco demais o seu momento, Sirius voou até o chão, pegou um pouco de pedras da terra e voltou a voar para o céu. Jogando as pedras no ar suavemente, Sirius pegou seu bastão de Batedor e bateu nas pedras como se elas fossem pequenos Balaços e enquanto elas iam na direção da arquibancada da Grifinória, ele pegou sua varinha e as transformou em rosas, cada uma indo parar delicadamente nas mãos de uma garota.
As Grifinórias em questão estavam quase desmaiando.
Mia estava rangendo os dentes.
James, vendo o truque de Sirius, voou até o chão do mesmo jeito e pegou uma erva daninha da grama e voou até a arquibancada, a segurando na direção da ruiva favorita dele. "Evans," James sorriu. "Quer que eu vença o jogo para você?" Ele perguntou e segurou a erva daninha para ela na palma da mão. Assim que um raio de luz a atingiu, ela foi transfigurada em um brilhante lírio asiático vermelho e os olhos avelãs de James brilharam enquanto ele olhava para o objeto de sua afeição.
Lily, sem nenhum traço de malicia no rosto, esticou a mão para tocar na pequena flor e todos puderam ver James de repente prender a respiração. No momento em que ela tocou a bela flor, Mia pôde ver ela segurar firmemente a varinha na outra mão, e com um rápido sussurro, "Incendio!" a flor da mão de James explodiu em chamas.
"Ela está ficando mais criativa ao dizer para ele cair fora," Remus comentou com um pequeno sorriso no rosto, enquanto sentava ao lado de Mia na arquibancada.
"Ela vai superar um dia," Mia sorriu com a visão. Um pequeno arrepio percorreu os braços dela enquanto uma brisa fria passava.
"Frio?" Remus perguntou, tirando o cachecol vermelho e dourado que estava usando e o envolvia nela. Mia virou e sorriu docemente para ele enquanto observava os olhos dele brilharem âmbar e ouro. Demorou muito para que ela entendesse o que estava acontecendo com Remus e porque ele não estava mais deixando que ela ficasse com ele antes e depois da lua.
Tudo que ela queria fazer era cuidar dele, mas Remus – junto de Jamie e Sirius – estavam lentamente se tornando homens bem na frente dela e homens não queriam ser cuidados, não do jeito que Mia sentia que devia cuidar. Era pior com Remus, ela sabia, que tinha que competir com um lobo primitivo dentro dele, lutando por controle. Quando Mia parou de tentar proteger Remus, ela imediatamente notou a mudança nele, especialmente em momentos como esse quando parecia que o lobo interno dele sabia que estava protegendo Mia – mesmo com algo tão pequeno como um grande cachecol contra uma brisa fria.
"Obrigada," ela corou e o lobo dele secretamente estufou o peito, vendo a cor inundar as bochechas dela.
"Ao meu apito," disse Madame Hooch. "Três... dois... um..."
Com um rugido das arquibancadas, os jogadores deram impulso para o céu e Sirius observou de perto enquanto James voava rápido, alcançando a Goles antes de qualquer um dos dois times.
"E a Goles é pega imediatamente pelo Apanhador reserva da Grifinória, James Potter – Potter, acelerando, passa para Smythe – Smythe para Prewett, Prewett de volta para Potter e direto pela Goleira Sonserina Emma Vanity! Grifinória faz o primeiro gol do jogo!" O narrador gritava.
Mia e Remus torciam da arquibancada, gritando o nome de James e logo toda a parte da Grifinória estava gritando, "Potter! Potter! Potter!"
"Ah o ego dele nunca vai diminuir agora," Mia gemeu.
"Pelo menos, dessa vez, ele vai se gabar por algo que ele realmente fez," Remus sorriu.
"Posse agora da Sonserina," o narrador continuou. "Capitão Steve Laughalot não faz nada além de voar pelos aros da Grifinória. Laughalot lança e erra graças a um golpe do Batedor reserva, Sirius Black! Não tem nada de engraçado para os Sonserinos agora!"
James e Sirius estavam em seu elemento, e os dois garotos nunca se sentiram mais completos em seus anos em Hogwarts. James voava disparado pelo campo, desesperado para derrubar pelo menos uma cobra da vassoura. Sirius, no entanto, estava sendo surpreendentemente obediente, depois de ser mandado pelo Capitão do time para ficar perto do final do campo, para ajudar a Goleira a bloquear os aros, já que ela tinha acabado de ser liberada da Ala Hospitalar depois de quebrar o braço no mês passado.
E enquanto um brilho dourado voava através do campo, chamando a atenção dos dois Apanhadores, um brilho de outra coisa chamou a atenção de Sirius do outro lado do campo. Uma luz reluzindo em um cabelo loiro pálido. O sol acertou o cabelo em um ângulo tao certo que surpreendeu Sirius, porque enquanto todos os estudantes estavam com os olhos no jogo, esse loiro pálido deu as costas e subiu as arquibancadas lentamente até o topo.
"Cissa?" Sirius murmurou curiosamente se perguntando porque a prima estava ali. Ela odiava Quadribol, e Sirius sabia que Malfoy não jogava desde que era do terceiro ano e foi permanentemente banido por ter cometido muitas faltas. Sirius estreitou os olhos enquanto observava a prima, e quando ela abriu os braços como se fossem asas, Sirius percebeu o que ela estava fazendo.
"Não!" Ele gritou e voou a toda velocidade, soltando o bastão de Batedor no processo enquanto ele se inclinava para frente da vassoura para ganhar mais velocidade ainda bem no momento em que Narcissa Black desaparecia por detrás das arquibancadas.
"Os dois Apanhadores estão na corrida pelo Pomo de Ouro – Ei, aquele é Black? Sirius Black saiu da formação e está indo em direção aos aros da Sonserina, sem Goles nas mãos, e parece que ele perdeu o bastão! Essa é uma nova jogada secreta?" O narrador perguntou. "Black voa a uma velocidade desconhecida para essa Cleansweep, com certeza. Black voa pelos aros da Sonserina e... e... depois das arquibancadas?"
Todos se levantaram para ver agora, ninguém prestando atenção no Pomo, que desviou a direção dos dois Apanhadores, fazendo que os dois voassem em direção ao chão. Sirius, ao mesmo tempo, mergulhava sobre a borda da arquibancada, se agarrando na vassoura e engasgou quando viu Narcissa à frente dele, caindo em direção à terra, seu corpo relaxado, como se ela não estivesse à espera do impacto.
"Cissa!" Sirius gritou e se inclinou ainda mais, segurando o pé esquerdo dela e apertando tão forte quanto ele podia enquanto puxava a vassoura para cima, freando a descida deles, mas não o suficiente. Sirius perdeu contato e observou enquanto ela caía, ainda uns bons 10 metros acima do chão. "Não!" Sirius berrou e apontou a vassoura direto para o chão, botando o pé no limite do apoio e se empurrava da vassoura, se lançando para baixo.
Ele estendeu a mão e a puxou com força uma vez que ele tinha um controle sobre sua prima, girando ao redor e a puxando para seus braços bem quando costas colidiram com o solo.
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22 de maio, 1973
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Ala Hospitalar
Quando os olhos cinzas de Sirius abriram de novo, estava tudo borrado.
"Cissa?" Foi a primeira coisa que ele murmurou enquanto se lembrava do que tinha acontecido. Ele se lembrava do jogo, de ter visto a prima, e então cair até sentir dor. Sirius deixou escapar uma tosse alta e então gritou quando os músculos de suas costas esticaram. "Ai! Merda!" Ele berrou.
"Bem, é bom ver que você está acordado, Sr Black," Madame Pomfrey se aproximou. "Apesar de não poder dizer o mesmo da sua linguagem," ela estreitou os olhos para ele. "Eu vou deixar passar se você me disser quanta dor está sentindo."
Sirius, tirando vantagem da zona sem punição, soltou, "Uma dor fudida! Porra! Cu! O que diabos aconteceu?!" Ele estremeceu e, em seguida, olhou para Madame Pomfrey que o encarava com as mãos no quadril.
"Já acabou?" Ela perguntou.
Sirius deu uma breve inspiração e deixou escapar uma palavra, "Tetas".
Madame Pomfrey revirou os olhos. "Você vai ficar bem," ela fez uma careta. "Beba isso," ela empurrou uma poção para aliviar a dor nas mãos dele e Sirius tomou sem questionar. A dor deu uma lenta pulsação e foi embora, então Sirius de um suspiro de alívio.
"O que aconteceu?" Sirius finalmente perguntou.
"Você tencionou suas costas, puxando vários músculos ao bater no chão, e fraturou um par de vértebras da coluna vertebral, jovem," Madame Pomfrey suspirou com irritação. "Você está aqui há vários dias, inconsciente na maioria deles, o que é bom, considerando o que eu tive que fazer para reparar o dano muscular e ósseo. Você não teria gostado nem um pouco," ela balançou a cabeça com firmeza.
"Mia vai me matar," Sirius gemeu. Ela esteve preocupada com ele se machucar no jogo, e ele tinha transbordado o copo da preocupação dela. Apesar de tecnicamente ele poder argumentar que não tinha se machucado jogando Quadribol. "Onde está minha prima? Ela está bem?"
"Narcissa Black?" A Medibruxa perguntou. "Ela vai ficar bem," ela disse simplesmente e então foi embora.
"Espera! O que houve com ela?" Sirius chamou Madame Pomfrey. "Ela está bem?" Ele gritou, mas não teve resposta. "Alguém pelo menos pode me dizer se nós vencemos o jogo?" Sirius gemeu.
"Realmente, isso é tudo que você consegue pensar agora?!" Mia gritou enquanto irrompia pela enfermaria, as portas batendo nas paredes, seguida de perto por James, Remus e Peter. "Você quase morreu, seu idiota! Você sabe quão preocupada eu fique? Quão preocupados todos nós ficamos?!" Os cabelos dela se agitavam enquanto ela encarava os olhos cinzas de Sirius Black, que parecia sorrir em resposta.
Godric, ele amava quando ela ficava irritada.
"Sentiu saudades, gatinha?" Sirius sorriu.
Mia deixou escapar um longo grito de frustração e foi embora, usando a varinha para abrir as portas.
"Ah, ela com certeza sentiu saudades," Sirius assentiu. "Muito bem, companheiros," ele olhou para os amigos. "Primeiro, nós vencemos? Segundo, onde diabos está minha prima?"
"Bem, nós vencemos," James sorriu. "Até garantimos nossos lugares no time contanto que você esteja melhor para jogar em Setembro," ele passou os dedos pelo já bagunçado cabelo enquanto olhava para o amigo machucado. "Jogadores titulares, não apenas reservas."
"E quanto a sua prima," Remus franziu o cenho. "Ela está bem. Nada que uma Poção Calmante e uma Relaxante de Músculos não resolvessem. Você, por outro lado, tomou todo o impacto," ele balançou a cabeça e Sirius evitou seu olhar por um momento. Sirius sabia que se alguém entendia como era estar quebrado na Ala Hospitalar seria o amigo lobisomem, e o pensamento o fez sentir culpa por ter reclamado tanto, minutos antes.
"A maioria das pessoas pensa que ela tropeçou," James explicou. "Muitos Corvinais estão espalhando rumores que uma menina a empurrou porque tem ciúmes do casamento com Malfoy," James disse, revirando os olhos.
"O que Mia pensa?" Sirius perguntou e os três garotos levantaram as sobrancelhas em silencio. "Ah vao se ferrar," Sirius gemeu. "Eu sei que ela tem uma teoria. Ela sabe tudo!"
"Mia acha que alguém lançou uma Imperius em Narcissa," Remus sussurrou. "Que alguém a fez pular."
"Malfoy," Sirius rosnou.
"Mia também acha. Mas vocês não podem provar," Remus balançou a cabeça. "Mia já foi falar com Dumbledore. Da última vez que ouvimos, Narcissa disse que foi um acidente. Ela usou a desculpa do tropeço," o lobisomem franziu o cenho.
"De jeito nenhum," Sirius balançou a cabeça. "Minhas primas andam com livros na cabeça equilibrando desde os quatro anos," ele insistiu. "Narcissa não iria simplesmente tropeçar. Se Mia acha que alguém lançou a Imperius em Narcissa, então eu acredito. E tem que ser Malfoy. Ele a estava ameaçando na maldita festa de noivado, minutos antes da irmã dela receber um Crucio no chão!" Ele gritou.
"O que?!" James estava boquiaberto. "Quando diabos isso aconteceu?!"
"Merda," Sirius gemeu. Ele não queria contar isso a ninguém. "Olha, é... isso é coisa da minha família, ok," ele olhou para longe dos amigos, rosnando enquanto conseguia sentir pena saindo de cada um deles. "Minha prima Andromeda casou com um Nascido Trouxa e teve uma filha, o que causou um alvoroço nos velhos da minha família," ele zombou. "Mas esse não é o ponto. Eu ouvi Malfoy dizer a Narcissa para endireitar as prioridades dela ou ele iria fazer isso por ela. Então, disse a ela que o casamento só poderia ser cancelado com morte.
"Aurores foram chamados," Peter falou. "Malfoy estava no café da manhã hoje. Ele não foi preso."
"Sua prima estava sentada com ele," James deu de ombros como se pedisse desculpas. "Se ele realmente fez isso com ela, então ele se safou e Narcissa não parece que vai acusá-lo nem nada," ele franziu o cenho.
"Por que Mia acha que foi Lucius?" Sirius perguntou curioso. "É óbvio para mim, mas eu estou curioso."
"Eu não tenho certeza," Remus coçou o lado da cabeça. "Ela apenas disse que Lucius Malfoy era um monstro que não pensa duas vezes ao tornar a própria esposa em uma marionete," ele disse. "Então ela..." Remus franziu o cenho. "Ela disse que ele mereceu o que teve. Eu não sei o que isso significa."
Sirius franziu as sobrancelhas.
"Provavelmente a brincadeira," ele assentiu. "Ela encantou a porta do Salão Comunal, trancou todos os Sonserinos do lado de fora," ele deixou um sorriso aparecer enquanto abaixava a voz. "Deve ser isso. Ah, isso me lembra uma coisa. Mia mencionou a palavra mapa durante a brincadeira e isso me deixou pensando..."
