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The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Trinta e Um: Nossa
"...I'm goin' home, gonna load my shotgun
Wait by the door and light a cigarette
If he wants a fight well now he's got one
And he ain't seen me crazy yet..."
(Gunpowder & Lead - Miranda Lambert)
3 de novembro, 1973
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
O Grande Salão
Levou dias para que os Marotos e Mia voltassem ao normal após lidar com o Bicho-Papão. Nenhum deles falou sobre o que aconteceu, especialmente James, que continuou fingindo como se a turma toda não tivesse visto seu maior medo. Apesar do que aconteceu, Mia ainda se esgueirava silenciosamente para o quarto dos meninos no meio da noite, subia na cama de James e abraçava forte o irmão para espantar os pesadelos. Pesadelos agora que a atormentavam com visões dele morto, em vez da habitual sessão de tortura com Bellatrix. Algumas vezes, os pesadelos iriam mudar e ela veria Sirius e Remus sendo torturados de novo na Floresta Proibida. Então, ela levantaria em silêncio, para não acordar o gêmeo, e iria checar os outros meninos, como se precisasse ver com os próprios olhos para garantir que eles estivessem a salvo.
Ela permaneceu assim por mais de um mês. Os paralelos deste terceiro ano com o original dela, que teve lugar em 1993, eram estranhamente similares. Sirius tinha passado o seu primeiro mês de detenção com McGonagall, lembrando-a que foi em seu terceiro ano original que o Sirius Black adulto fugiu de Azkaban. Remus estudava como nunca, tendo reuniões sozinho com o Professor Prewett. O modo como o lobisomem lidava com os estudos a fazia sorrir e pensar no brilhante Professor Lupin que ela conheceu ano atrás, que levou os estudos dela de Defesa Contra as Artes das Trevas a um nível muito maior. Em qualquer momento em que ela olhasse para James, ela iria franzir o cenho e a felicidade iria ser sugada dela como se um Dementador estivesse por perto. De fato, foi no terceiro ano original de Hermione que ela se deparou pela primeira vez com a criatura das trevas. Mia suspirou desejando que pudesse conjurar seu Patrono para animá-la sem que ninguém visse.
"Hogsmeade!" Sirius gritou com um sorriso enquanto se jogava ao lado de James no café da manhã, no primeiro final de semana de Novembro, o que significava final de semana em Hogsmeade. "Muito bem, companheiros," Sirius sorriu. "Temos nossas listas?" Ele perguntou.
"Eu vou querer saber o que vocês estão tramando?" Mia levantou uma sobrancelha, desconfiada.
"Só um pequeno projeto, gatinha," Sirius sorriu para ela.
"Sirius encontrou uma passagem secreta que leva a Hogsmeade ano passado," Remus riu. "Ele quer procurar por mais enquanto estivermos lá."
"Ei!" Sirius se engasgou. "Isso era um segredo Maroto! Remus, você é a pior pessoa para guardar um segredo!"
"Ele não é!" Mia soltou para Sirius, surpresa com como as palavras engatilharam algo bem dentro dela. "Na verdade," Mia respirou. "Vocês sempre devem confiar seus segredos com Remus," ela disse olhando para Sirius primeiro e depois para James, antes de encarar Peter. "Sempre."
Peter sussurrou, "Eu sou bom em guardar segredos." Mia internamente fez uma careta, lembrando das palavras que tinham sido trocadas entre Harry, Peter e Sirius naquela noite fatídica na Casa dos Gritos.
"Oook," Sirius levantou uma sobrancelha com o estranho rumo que a conversa tinha tomado. "Voltando ao plano. Estão todos dentro?" Ele perguntou.
"Eu tenho algo a fazer antes," James disse e levantou. Imediatamente os Marotos gemeram com o movimento, claramente sabendo o que o bruxo de cabelos bagunçados estava planejando fazer enquanto se levantava do banco e começava a andar para o outro lado da mesa.
"Isso vai ser feio," Remus balançou a cabeça e olhou para longe. Sirius, por outro lado, estava observando ansioso, um sorriso maligno no rosto.
"Quem quer apostar que ele vai acabar com o que ela estiver comendo na cabeça?" Ele deu uma risada meio latido e Mia revirou os olhos.
"Bela manhã, não é, Evans?" Eles podiam ouvir James se declarando. "Não tão bela quanto você," ele acrescentou e Mia estremeceu, cobrindo os olhos. "Então, que tal você deixar eu mostrar esse seu rostinho bonito em Hogsmeade, ein?"
Houve um alto barulho de algo quebrando seguido de um baixo som de risadas e aplausos enquanto James voltava para o lugar dele parecendo genuinamente devastado, enquanto uma tigela de cereal descansava em sua cabeça. O leite morno escorria pelo rosto dele.
"Poderia ter sido pior," Sirius sugeriu.
"Como?" James fez beicinho.
"Você poderia tê-la chamado para sair ontem à noite," ele riu. "Ela tomou sopa no jantar." Remus, Mia e Peter abafaram as risadas enquanto James tirava a tigela da cabeça devagar e pegava a varinha para limpar o cabelo com um Scourgify, que parecia pior ainda quando limpo, apontando para todos os lados na parte de trás. "Agora que a sua castração semanal nas mãos da Evans está completa, podemos voltar aos nossos planos de Hogsmeade?" Sirius perguntou.
"Você vai para Hogsmeade, Black?" Uma doce voz falou de trás e Mia se virou para ver uma Corvinal loira do quarto ano sorrindo para Sirius. Para a sua irritação, Sirius se virou também e sorriu para a garota.
"O que tem, McKinnon?" Sirius perguntou, deixando os olhos percorrerem a garota.
Mia fechou os punhos com toda a força.
"Ah, eu só estava pensando em quem iria me acompanhar até lá," ela pressionou os lábios e Sirius imediatamente voltou os olhos para eles. "É uma caminhada terrivelmente longa para se fazer sozinha. Você não estaria ocupado, né, Sirius?" Ela perguntou.
"Bom, eu estava planejando passar o dia com esses lastimáveis amigos," Sirius apontou para os meninos, todos parecendo ligeiramente ofendidos. Mais pelo fato de ele estar enchendo o saco deles sobre esse dia há semanas para agora dispensá-los por uma garota. "Mas que tipo de cavalheiro eu seria por deixar uma garota bonita andar sozinha?"
"Te vejo lá fora então," a garota piscou para ele e saiu rebolando.
"Mudança de planos, companheiros," Sirius se virou de novo e sorriu para eles. "Eu tenho um encontro!" Ele disse animado e levantou da mesa, dando um tapinha no ombro de James antes de sair correndo do Grande Salão, deixando uma mesa silenciosa atrás de si.
Toda garota do terceiro ano da Grifinória estava encarando Mia. Algumas das outras mesas tinham virado para se embasbacar com a cena também. Não era todo dia que uma quarta anista pedia para ir à Hogsmeade com um terceiro anista, mas então, este era Sirius Black afinal de contas. Mesmo alguns Sonserinos passando estavam olhando.
"Quem é essa?" Alice sussurrou pra Lily.
"Marlene McKinnon," Lily respondeu. "Ela claramente não sabe de nada."
"Ela obviamente não conhece Mia," Mary acrescentou.
"Está tudo bem," Mia deu de ombros, encarando o prato mas sem vontade de comer. "Sirius é perfeitamente capaz de cuidar de si mesmo. Ele é livre para sair com quem ele quiser. Eu só pensei que ele teria classe o suficiente para sair com alguém da idade dele," ela disse, mas rapidamente tentou engolir de volta as palavras hipócritas.
"Ela é uma vadia," Mary murmurou.
"Eu disse que está tudo bem," Mia fechou a cara. "Sirius não é meu namorado nem nada," ela bufou.
"Você deveria ir para Hogsmeade com nós garotas," Lily sorriu para Mia brilhantemente. "Nós vamos ao Três Vassouras beber Cerveja Amanteigada," ela sorriu. "E depois talvez passar pela Dedos de Mel. Não, Remus," Lily disse enquanto via o garoto de repente virar na direção dela. "Você pode comprar o próprio chocolate, você também vai estar lá!"
"Eu vou pensar, Lily," Mia assentiu.
"Está bem, nos encontre la na frente se quiser ter um dia das meninas," a ruiva sorriu e levantou para ir embora. "Eu tenho que terminar um dever de Feitiços antes de me aprontar. Encontro vocês aqui," ela disse para Alice e Mary que sorriram para a amiga enquanto ela saía da mesa.
"Tem certeza que não quer que eu bata na McKinnon?" Mary sussurrou.
"Você está tão chateada assim por Sirius ter um encontro?" Remus perguntou, um olhar de irritação no rosto enquanto falava com Mia. Ela olhou para ele e revirou os olhos.
"Só acho imaturo da parte dele fazer planos com os amigos e depois dar para trás por causa de uma garota," ela zombou.
"Problemas no paraíso, Potter?" Uma voz arrastada veio de trás de Mia e ela se virou para ver Snape ao lado de Regulus Black e um primeiro anista da Sonserina que parecia familiar.
"Sai daqui, Ranhoso!" James soltou.
"Ele não estava falando com você, traidor do sangue!" O jovem Sonserino rebateu e imediatamente os Grifinórios ficaram em guarda quando James levantou.
"Calma, Barty" Regulus riu. "Ele é emotivo, esse aqui," o irmão de Sirius e deu um tapinha no ombro do garoto.
Mia fez uma careta ao ouvir o nome do garoto. Barty. Esse é o jovem Bart Crouch Jr. As mãos estavam tremendo enquanto ela olhava para frente. Essa não era a melhor manhã para encarar tantos futuros Comensais da Morte, independentemente do fato de que dois deles iriam desertar; todos eram Comensais da Morte. Não melhorava que enquanto fossem adolescentes eles fossem incríveis babacas.
"O que você quer, Snape?" Mia soltou.
"Apenas ver se você está bem," ele sorriu. "Isso pareceu bem desconfortável da onde eu estava," ele riu e o som roçou na pele dela.
"É embaraçoso, ver meu irmão correndo atrás de Corvinais," Regulus zombou. "Ele deveria escolher melhor. Na próxima vez ele vai estar agarrando Sangue-ruins," Regulus cuspiu.
Remus e James ficaram furiosos, mas Mia chegou lá antes – CRACK!
E foi tão bom quanto socar Draco. Ela socou Snape bem no rosto com toda a força que ela conseguiu reunir. Snape caiu para trás, os olhos pretos arregalados enquanto tocava o lado esquerdo da mandíbula. Regulus e Crouch pareciam chocados com a visão e James e Remus a encaravam de boca aberta.
"Seu covarde, hipócrita, podre!" Mia gritou, encarando Snape.
"Eu não disse nada!" Snape gritou para ela.
"Não! Mas você estava satisfeito em sentar e permitir que os outros Sonserinos mostrem o preconceito por você," Mia rosnou para o menino de cabelos negros. "Além disso," ela estreitou os olhos para Regulus. "Sirius já bateu nesse aqui por ser um babaca."
"Srta Potter!" Professora McGonagall se lamentou e Mia se virou para olhar a bruxa mais velha. "Se importa em se explicar?" Ela perguntou.
"Não," Mia balançou a cabeça. "Não vai fazer diferença," ela soltou olhando de Snape para Regulus que ainda a olhavam com ódio.
'Nada que você faça irá mudar o que é para ser.' As palavras da carta de Remus voavam pela sua mente. Fazia tanto tempo desde que ela tinha lido, mas ela precisava das palavras agora. Ela precisava lembrar do seu guia e regras. Lembrar que ele disse que ela não conseguiria salvar as vidas que deveriam ser salvas. Ela não podia interromper uma guerra que não podia ser interrompida. E ela não poderia resgatar aqueles que nesse momento eram irresgatáveis.
"Posso assumir que vou direto para detenção, Professora?" Mia perguntou. "E que estou proibida de ir a Hogsmeade?"
"Absolutamente, mocinha!" McGonagall assobiou. "E eu ainda quero uma explicação adequada sobre o seu comportamento."
"Muito bem," Mia quase sorriu enquanto pegava suas coisas e virava para olhar os muitos satisfeitos James, Remus e Peter. Ela sorriu para seu irmão e melhor amigo antes que seus olhos caíssem sobre o rato e ela o encarou. "O que eu posso dizer, Professora," Mia falou, mas seus olhos nunca deixaram Peter. "Eu simplesmente não consigo me controlar quando as pessoas que eu amo são ameaçadas," os olhos dela estavam vazios e frios, e sua linguagem corporal estava estranhamente calma e serena, e Peter parecia ter parado de respirar, só conseguindo recuperar a função de seus pulmões quando ela parou de olhar para ele e virava um olhar mordaz para os Sonserinos antes de sair do Salão Principal.
oOoOoOo
Torre da Grifinória
Sirius deslizou pelo buraco do retrato para a Sala Comunal da Grifinória com um brilhante e presunçoso sorriso espalhado pelo rosto. Seus lábios estavam ligeiramente inchados e seu cabelo estava desgrenhado agradavelmente. Havia alguns remanescentes primeiro-anistas nos sofás, debruçados sobre rolos de pergaminho, ainda em pânico tentando encontrar a rotina confortável entre dever de casa e vida que os alunos mais velhos tinham rapidamente se afundado desde o início do ano. Sirius praticamente pulou das escadas para os dormitórios e abriu a porta feliz, vendo Remus sentado em sua cama com um grande livro aberto em suas mãos, seu corpo cercado por papéis de bala vazios e várias figurinhas de Sapo Chocolate.
"Olá, meu querido amigo peludo," Sirius cumprimentou Remus, se jogando na própria cama e descansando a cabeça preguiçosamente nos braços cruzados.
Por mais feliz que Sirius parecesse, Remus era o extremo oposto. O jovem lobisomem olhou através do quarto para o amigo. "Onde diabos você estava?" Ele soltou. "O toque de recolher foi há uma hora atrás."
"Você vai ser um maravilhoso – ou bem inconveniente – Monitor um dia," Sirius riu. "Eu estava em Hogsmeade," ele se gabou presunçosamente.
Remus não parecia surpreso. "Todo esse tempo?" Ele sentou e fechou o livro, dando a Sirius toda a sua atenção. O bruxo de cabelos negros soube que algo tinha acontecido. Remus e Mia simplesmente não fechavam os livros por nada no mundo, especialmente quando pareciam estar no meio do capítulo. "Nós fomos te procurar e você não estava em lugar algum," Remus disse em um tom acusador.
"Marlene e eu ficamos perto da Casa dos Gritos," Sirius balançou as sobrancelhas e franziu a testa um pouco quando Remus torceu o nariz com a palavra. "Você sabia que ela é, aparentemente, assombrada?" Sirius brincou, na esperança de trazer um pouco de humor ao menino que o olhava muito sério. "As meninas adoram," ele sorriu.
"Isso é ridículo," Remus revirou os olhos. Claro que eles tinham ouvido os rumores. Fantasmas tinha sido ouvidos ondulando fora da Casa dos Gritos e a cidade de Hogsmeade tinha sido instruídos a evitar o lugar como se fosse Varíola de Dragão. Os Marotos sabiam a verdade, é claro, e Remus não pareceu achar divertido que os casais estivessem usando o ponto da sua 'casinha de cachorro', como Sirius estava propenso a chamá-la – para dar uns amassos.
"Ridículo, mas verdade, amigo!" Sirius gargalhou.
"Então, você esteve agarrando uma garota enquanto olhava a minha... jaula," os olhos de Remus brilharam âmbar e ouro. "Que romântico," ele disse sarcasticamente, revirando os olhos enquanto eles voltavam a ser os suaves verde de normalmente.
"Se você estivesse sendo agarrando do jeito que eu acabei de ser," Sirius deixou escapar um suspiro satisfeito. "Você talvez visse o lugar com outros olhos."
"Improvável," Remus rosnou.
"O que mordeu a sua cauda?" Sirius sentou e olhou para o amigo. "Eu tive a melhor tarde da minha vida e você está agindo como um idiota," ele franziu o cenho desapontado. "Você deveria estar pedindo detalhes e eu comentaria os detalhes depois de umas garrafas de Cervejas Amanteigadas com os meus melhores amigos!"
"Então vai atrás de James e Peter, eu não estou com humor para isso," Remus soltou e abriu de novo o livro.
"O que aconteceu?" Sirius franziu o cenho de novo, mas então tentou dissolver a tensão. "Dedos de Mel estava sem Sapos de Chocolate?"
"Mia está em detenção agora," Remus respondeu rapidamente, fechando o livro com um barulho alto.
"Isso não é normal," Sirius disse, não acreditando "O que ela 'supostamente' fez?" Ele perguntou.
"Nada de 'supostamente'," Remus insistiu. "Ela fez na frente de cinquenta alunos e metade dos professores."
"Puta merda," Sirius foi subitamente cativado por palavras de Remus. "O que aconteceu? O que ela fez?"
"Você se importa?" O lobisomem rosnou.
Sirius de repente se levantou defensivamente, os olhos cinzas escurecendo. Ele estava oficialmente de saco cheio com o humor de merda de Remus. "Que porra isso quer dizer?" Ele perdeu a cabeça. "Ela está bem? O que aconteceu com ela!?" Um pânico o inundou de repente. Algo grave tinha acontecido com Mia? Será que os Sonserinos retaliaram a brincadeira que eles fizeram no ano passado? Ela foi detida por algo que não fez?
"Bem, uma vez que você saiu correndo para o seu maldito encontro," Remus lentamente levantou de sua cama, sem medo da súbita reação de Sirius. O lobisomem parou centímetros mais alto do que o jovem herdeiro Black. "Mia estava sendo consolada por seus amigos pelo fato de que você é um idiota cego que não merece o que não pode sequer ver!" Remus lutou para controlar seu temperamento.
"Do que diabos você está falando?" Sirius ficou de boca aberta em uma genuína confissão. Sua ignorância parecia atiçar o fogo no lobisomem já indignado.
"Mia gosta de você, babaca!" Remus gritou e Sirius de uns passos para trás, pego fora de guarda com a declaração e o insulto, considerando que demorava muito para Remus insultar alguém com raiva e não apenas provocando. "Ela estava chateada com você correndo atrás da McKinnon!" Remus continuou. "E depois Snape e seu maldito irmão vieram rir dela," os olhos de Remus brilharam de novo – a mudança de cor não passou despercebida por Sirius. "Então, Regulus chamou você de maldito traidor do sangue e disse que você começaria a levar para casa Sangue-ruins e tenho quase certeza que ele até ameaçou sua vida, amigo."
"Eles riram dela?!" Sirius rosnou, as sobrancelhas de unindo em uma demonstração de raiva.
"Esse não é o ponto, Sirius," Remus fechou a cara para o amigo. "Não era sobre ela. Era sobre você," Remus disse, a voz transparecendo um pouco de inveja. "Ela socou Snape bem no rosto, sangrando e tudo e McGonagall viu tudo." Sirius arregalou os olhos. Mia socou Ranhoso? "Ela fez isso por você. E você estava fora, agarrando uma Corvinal qualquer que você nem conhecia antes."
Silêncio cobriu os meninos.
"Eu... eu não sabia," Sirius admitiu baixinho, não sabendo como se sentia com isso tudo. Mia não era como as outras garotas que ele conhecia. Ela era a irmã de James, mas não irmã de Sirius. Ela sempre foi amiga dele, mas mais do que amiga. Ela era o porto seguro dele desde que a tinha conhecido.
"Você nem se incomoda em tentar," Remus acusou amargamente.
"O que eu devo fazer com isso, Remus?" Sirius perguntou, os olhos arregalados. "Ela é a irmã de James... ela é a Mia... ela é nossa amiga... ela é..." ele murmurava enquanto andava de um lado para o outro no quarto. Ele estava na neve não tinha nem uma hora, tendo seu primeiro amasso com uma Corvinal do quarto ano que obviamente gostava dele. Foi uma das melhores noites da vida dele, e isso não queria dizer muito considerando que sua vida tinha sido uma bosta até Hogwarts. Até que ele conheceu James e Remus e Peter e...
Mia.
"Ela é nossa," Remus disse fimermente. "Nossa para cuidar. Nossa para proteger," ele continuou, os olhos como facas. "Nosso trabalho, lembra, Sirius?"
"Eu lembro," Sirius sussurrou e assentiu. Era aterrorizante. Ele pensou que os Potters eram a família perfeita com os filhos perfeitos. Mia e James sempre exalavam alegria e amor. Ouvi-la gritando no meio da noite tinha aterrorizado Sirius. Lembrou de observar como James tinha subido na cama dela e a puxado com força contra ele e subitamente ela se acalmou. Tinha sido como... mágica. Sirius lembrava de ter sentido inveja do amigo por ter um poder que parecia tão importante. Sirius queria aquele poder. Queria ser capaz de acalmar os gritos dela, secar as lágrimas dela. Então, ele tinha tomado para si dar a declaração de que ela pertencia a todos eles. A James, Sirius e Remus.
Parecia o certo na época. James era o irmão dela e Remus sempre foi o melhor amigo dela e Sirius era... era...
Ah, merda.
"Então faça!" Remus gritou. "Cuide da garota e para de magoá-la sendo um babaca arrogante! James não pode cuidar dela para sempre e se você não crescer e o fizer," ele olhou para o jovem bruxo. "Alguém vai fazer."
"Ah, alguém como você?" Sirius virou os olhos cerrados para o amigo e de repente eles não eram mais crianças. Não eram mais garotos que brincavam com brinquedos de dragão e falavam só sobre Quadribol. Uma garota estava envolvida e não era qualquer garota. Uma garota que de algum modo os dois queriam, mesmo que nenhum deles soubesse o que isso significasse por enquanto.
"Alguém deveria!" Remus rebateu.
"O que está acontecendo aqui?" Uma voz distraiu os dois e eles viraram para ver James parado na porta, uma expressão preocupada no rosto enquanto observava os dois melhores amigos se encarando como se estivessem prestes a lançar feitiços.
"Nada," os dois falaram ao mesmo tempo e se separaram, indo cada um para a sua cama.
"Ok," James ficou observando os amigos, não querendo provocá-los ainda mais. Depois de um momento de silêncio, ele andou até sua cama e olhou o melhor amigo. "Como foi seu encontro, Sirius?"
"Bom," Sirius franziu o cenho. "Foi... não acho que vou vê-la de novo."
"Azar," James suspirou. "Você deveria ter ficado um pouco mais. Remus contou que Mia socou o Ranhoso?" James riu. "Foi hilário. A única vez que eu a vi com tanta raiva foi quando você ficou na Ala Hospitalar no ano passado."
oOoOoOo
Mia só voltou ao Salão Comunal bem depois de meia noite. Ela estava exausta depois de passar o dia inteiro ajudando a Professora McGonagall a organizar os trabalhos de Transfiguração do primeiro ano, e depois – já que seu delito tinha sido de natureza violenta – ela passou a noite polindo cada um dos candelabros do Grande Salão. Em vez de subir para o próprio dormitório, ela desabou no sofá em frente a lareira e se sentiu sonolenta.
Seu descanso não durou muito e logo ela sentou bem acordada, o coração acelerado. Ela cobriu o rosto com as mãos e desejou que as lágrimas voltassem enquanto ela forçava para longe a imagem de Voldemort. Forçava os sons de Sirius e Remus gritando para longe da mente. Ela se levantou e olhou para as escadas que levavam aos dormitórios das meninas e hesitou. Ela odiava os sonhos que envolviam os meninos. Sempre a faziam se preocupar que, de algum modo, se ela não os visse com os próprios olhos, eles não estariam seguros.
Devagar e em silêncio ela subiu as escadas para o dormitório deles e se esgueirou para dentro, onde o irmão dividia o quarto com os Marotos. Ela rapidamente deu uma olhada em James, que estava num sono profundo, largado na cama, uma perna jogada para fora. Ela sorriu e passou os dedos pelo cabelo bagunçado dele amorosamente, o deixando pior.
Seus olhos castanhos, em seguida, caíram sobre a silhueta de Remus contra a luz da lua, que parecia tão dolorosamente linda. Ela o observou atentamente enquanto seu peito subia e descia com respirações superficiais. Ela não fez nenhum movimento para mais perto dele, sabendo que quando estava perto da lua cheia ele tinha um sono leve.
Antes que ela virasse para ir embora – e tirando o fato de que ela estava irritada com ele – Mia se virou e viu através das cortinas Sirius. Ele estava deitado de lado com um braço cruzado sobre o peito, segurando o outro gentilmente. As sobrancelhas dela se juntaram enquanto ela se lembrava de um Sirius mais velho. Era assim que ele dormia na cama da barraca quando eles estavam na corrida pelas Horcruxes. Ela se lembrou de aparatar para longe de Godric Hollow e Sirius estrunchando. Ela tinha enfaixado e reparado o ferimento dele assim como ele havia feito com os seus meses antes e, embora ele raramente se queixasse sobre a lesão que ela tinha assumido a responsabilidade, ela tinha notado que ele preferia o braço ferido em seu sono.
"Você está bem?" Sirius murmurou enquanto abria os olhos e via Mia olhando para ele.
Ela franziu o cenho.
"Desculpa," Mia sussurrou. "Eu não quis acordar você."
"Quer que eu busque James?" Sirius sentou e esfregou os olhos, virando para olhar James que estava inerte. "Ah bem," Sirius deu de ombros. "Eu posso acordá-lo."
"Não, não acorde," Mia balançou a cabeça. "Eu estou bem," ela admitiu, apesar de Sirius ver que ela estava mentindo. Os olhos dela atravessaram o quarto hesitantemente até a cama de Remus e Sirius não conseguiu evitar estreitar os olhos.
"Venha," Sirius disse e puxando para trás o colchão.
"Não," Mia insistiu.
"Você quer Remus?" Sirius franziu o cenho.
"Como foi o seu encontro?" Ela falou e de repente Sirius pensou como ele não tinha percebido antes. Sem responder, ele estendeu a mão e pegou a dela, a puxando até que ela caísse na colcha. Ela sibilou, mas manteve o silêncio não querendo acordar os outros. Até que ela conseguisse se endireitar e sentar na cama, a cabeça de Sirius estava no colo dela e Mia deixou escapar um rosnado frustrado.
"Fique quieta e me faça cafuné," ele insistiu.
"Sirius," ela gemeu, pronta para ameaçá-lo e empurrá-lo, mas Sirius falou e a parou.
"O encontro foi horrível," ele mentiu. "Eu deveria ter ido com os meus amigos."
Mia franziu o cenho.
"Sinto muito que você tenha tido um mau dia," ela disse e de repente passava os dedos pelos longos cabelos negros dele. "Se te faz sentir melhor, também não tive o melhor dos meus dias," ela zombou.
"Me contaram," Sirius sorriu. "Você sabe que é nosso trabalho defender e proteger você, certo?" Ele deixou escapar um riso.
E bem assim Mia estava de novo na barraca fugindo com Harry, Ron e Sirius. Só que dessa vez, nas memórias dela, não era Sirius na cama com um braço estrunchado, era ela na cama, uma longa cicatriz nas costas, lentamente curando enquanto ela descansava, os Contos de Beedle o Bardo abertos em uma mão, a outra gentilmente passando pela pelagem negra de um gigante cachorro que dormia com a cabeça no colo dela. Mia franziu o cenho enquanto gentilmente passava os dedos pelo cabelo de Sirius.
"Talvez a gente concorde em sempre tomar conta um do outro," ela ofereceu.
Sirius sorriu.
N/A: ok, eu estou conseguindo estudar, mas não consegui me segurar!
Ainda mais sabendo que esse cap mostra finalmente o primeiro "confronto" entre Sirius e Remus sobre Mia.
O que acharam? Fui muito boazinha postando mais de um capítulo hoje, mereço um retorno, né? :)
Agora só quinta que vem, beijos!
Motoko Li: você foi rápida! Hahahaha mesmo por celular, muito obrigada pelos comentários!
Também adoro, sou team Sirius eternamente! Mentira, gosto de algumas fanfics Remus/Hermione, mas nessa aqui sou totalmente a favor do Sirius 3
Com certeza é algo que Sirius faria, adoro essas partes hahahahaha
Foi uma pergunta retórica sobre Lily ou Remus ou você realmente quer saber? Porque já tomei muito esporro por dar spoilers e outras pessoas podem ler por aqui. Manda uma mensagem pra mim se quiser saber mesmo essas coisas! Adoro falar spoilers mas não quero que alguém leia por acidente e fique nervoso hehe
Mia e Remus são bem melosos mesmo, mas é fofo, não sei... Às vezes me irrita, à vezes eu gosto, é um dilema porque quero ela com Sirius desde o início e para sempre.
Sempre o imaginei como um pegador, desde que li os livros, não sei porque. Quando vi a maioria das pessoas falando a mesma coisa, achei que fosse isso mesmo.
James é o meu personagem favorito dessa fanfic e me parte o coração saber que ele vai morrer. Tipo, muito. JK muito má por ter feito isso (acho que eu já te falei de uma fanfic Storm of Yesterday, que é da mesma autora dessa e ele sobrevive, lê depois!)
Eu achei bem interessante o medo do Sirius, o do Remus foi meio previsível mesmo, e o da Mia eu gostei muito. Não gostar gostar porque, né, é triste, mas é bem compreensível. Ela realmente tem medo de que eles vão odiá-la no futuro, quando perceberem que ela não é do tempo deles original e que 'poderia' ter feito algo pra impedir a morte dele.
Ahhhh, aí você quebra tudo. Adoro os seus chutes sobre o que vai acontecer, me divirto muito!
Obrigada pelos comentários, sei que posso contar com você pra me animar a continuar postando!
Até quinta!