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The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Trinta e Quatro: Que Os Jogos Comecem
"...We're both looking for something
We've been afraid to find
It's easier to be broken
It's easier to hide..."
(First Time - Lifehouse)
2 de setembro, 1974
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Ala Hospitalar
Já que a lua cheia caiu no 1º de setembro, Remus não estava a bordo do Expresso de Hogwarts. Em vez disso ele tinha chegado na escola um dia antes para que pudesse ser levado à Casa dos Gritos sem atrair atenção para si, devido à grande quantidade de alunos retornando. Mia levou a sério o conselho da mãe e decidiu tentar aproveitar a vida no momento – com Remus. Após a Seleção dos novos alunos e o festival de boas vindas ter acabado, Mia se retirou para a Ala Hospitalar para esperar Remus, algo que ela não fazia há alguns anos. Madame Pomfrey inicialmente pensou em mandar Mia de volta a Torre da Grifinória, mas Mia usou um pouco da sua parte da Sonserina aperfeiçoada com a convivência com a nova mãe e fingiu estar doente, a fim de passar a noite.
Quando Remus foi trazido na manhã seguinte, Mia ficou feliz em ver que as feridas dele não estavam tão ruins quanto ela se lembrava. Ela observou da cama dela enquanto Madame Pomfrey curava as costas dele e os pequenos arranhões que ele tinha feito em si mesmo, incluindo um novo ao longo do peito. Se ele não estivesse machucado, Mia teria corado com a visão. Remus costumava ser muito magro, no limite, mas aparentemente ficar jogando Quadribol com James e Sirius no verão, sem mencionar o estresse físico que as transformações mensais causavam, tinham dado uns músculos ao lobisomem. Quando Madame Pomfrey saiu da Ala Hospitalar para deixar Remus dormir, Mia abriu a cortina dele, sentando na cadeira ao lado da cama e rapidamente pegando a mão dele.
Olhos verdes suaves lentamente se abriram e olharam para ela. "Bom dia," Remus bocejou.
"Bom dia," ela sorriu suavemente para ele.
"Como foi o trem?" Ele perguntou para ela. "Desculpe por não ter ido. Tive um compromisso," ele brincou e Mia não conseguiu segurar uma risada.
"Um pouco chato sem você lá," ela admitiu, ainda segurando a mão dele, maravilhada com como ela estava muito maior do que a dela, agora que eles estavam mais velhos. "Jamie pediu para Lily se sentar conosco, já que tinha um lugar extra, e ela o azarou com um feitiço que fez o cabelo dele ficar espetado." Remus piscou com a história. "Eu sei," Mia riu. "Se alguém não precisa de um feitiço desses, é Jamie," ela gargalhou.
Remus estendeu a mão livre dele e pegou um dos cachos dela. "Eu acho que todos os Potters deveriam evitar esse feitiço em particular," ele sorriu suavemente.
"Engraçado," ela sorriu, cerrando os olhos. "Sirius deixou a cabine com uma hora de viagem para ir agarrar alguma Corvinal," ela revirou os olhos e imediatamente notou como o olhar de Remus se tornou frio com as palavras. "O que tem?" Ela apontou para o rosto dele. "Por que os olhos nervosos?"
"Sirius não deveria fazer isso na sua frente," Remus resmungou.
"Eu estou bem," ela admitiu. "Sirius fez a escolha dele e eu não vou ficar sentada como um bom cachorrinho apaixonado esperando por ele," ela falou confiante. "Ele disse que eu mereço mais," ela sorriu tristemente.
"Você merece," Remus insistiu. "Você nunca me disse exatamente o que aconteceu entre você e Sirius."
"E importa?" Ela perguntou. "Eu só quero seguir em frente." Quando ele não respondeu, mas continuou a encarando, Mia suspirou. "A gente se beijou," ela admitiu. "Ele surtou e disse que eu merecia mais," ela deu de ombros, deixando de fora a parte da história que Sirius a dizia que Remus estava apaixonado por ela. "É melhor assim," ela sorriu e apertou a mão dele.
Remus engoliu com a sensação da pele dela e ele correu a ponta do polegar em pequenos círculos sobre os nós dos dedos dela. "Então," ele inalou lentamente e pegou o perfume dela no ar, tão perto dele e tão perto depois da lua cheia que era avassalador, inebriante; levou um momento para Remus falar novamente. "Onde estava Peter enquanto Sirius estava fora confirmando os rumores, agora bem fundamentados, e James estava sendo enfeitiçado?" Ele perguntou.
Ela franziu o cenho.
"O que?" As sobrancelhas de Remus se juntaram em confusão.
"Ele vai ficar em detenção a semana toda," ela zombou. "Peter foi visto roubando coisas do carrinho de comida."
"Roubando?" Remus franziu o cenho. "Peter tem bastante dinheiro para pagar pelas coisas e, mesmo se ele não tivesse, Sirius e James o emprestariam alguns sicles."
"Pego bem no ato. Querendo atenção, eu acho," ela deu de ombros. "Não vamos falar sobre Peter, por favor," ela pedir e sorriu enquanto entrelaçava os dedos com os dele. "Como você está se sentindo?"
"Muito bem agora," ele sorriu docemente para ela.
"Mesmo?" Os olhos dela brilharam. "O que está diferente? Eles te deram uma nova poção ou..."
"Não, a transformação foi a mesma de sempre," ele estremeceu com a lembrança. "A parte de acordar que está boa até agora," ele sorriu e Mia corou.
"Eu pensei que você ficaria nervoso comigo por eu estar aqui. Você pediu a Madame Pomfrey para me deixar fora, alguns anos atrás," ela franziu o cenho com a memória.
"Eu só não queria você brincando de Medibruxa comigo," ele suspirou, envergonhado. "Eu não gosto que você me veja assim. A única coisa pior seria você me vendo transformado," ele franziu as sobrancelhas.
Mia manteve o rosto neutro com as palavras, sabendo que tinha sim o visto transformado em um grande lobisomem. Um grande lobisomem que tinha se virado para ela, Harry e Ron. Um lobisomem que tinha perseguido Harry e ela na Floresta Proibida. "Mas você está bem comigo aqui, agora?" Ela perguntou ansiosa.
"Eu seria um idiota por dizer não ao acordar do lado de uma linda garota em qualquer dia do mês," Remus sorriu. Mia sentiu as bochechas esquentarem e percebeu que os olhos de Remus brilharam ouro e âmbar com essa reação, o que só fez com que ela corasse mais. Ela evitou o olhar dele por um momento, fazendo o seu melhor para não discutir com ele por a ter chamado de linda.
"Eu sei que ainda falta um pouco," Mia mordeu o lábio inferior nervosamente. "Mas você gostaria de ir a Hogsmeade comigo?" Ela perguntou hesitante, devagar voltando a olhar para o amigo. Remus estava deitado, pálido e com os olhos arregalados com as palavras dela, de novo os verdes suaves, a cor do musgo da floresta.
"Você... você quer ir a Hogsmeade comigo?" Remus perguntou, a garganta de repente seca.
"Sim," Mia sorriu.
"Nós já fomos a Hogsmeade antes," ele esclareceu, percebendo que a mão dela que ele ainda segurava estava ficando suada. "Você nunca precisou me perguntar antes."
"Porque foi só como amigos," ela soltou antes que tivesse a chance de pensar direito. Ela percebeu seu erro imediatamente e desviou o olhar, humilhada, mas Remus apertou a mão dela novamente para obter sua atenção e ela levantou os olhos para o rosto dele.
"Você quer dizer... um encontro?" Remus perguntou, precisando esclarecer. "Com... comigo?"
"Se você não quiser, eu entendo... eu só pensei que..." ela franziu o cenho.
"Isso é por causa do Sirius?" Remus perguntou, as sobrancelhas unidas e o olhar de repente sombrio.
"Não," Mia respondeu imediatamente, muito rápido para o gosto dele e ela flagrou o olhar no rosto dele. "Não... eu..." ela franziu o cenho de novo. "Eu acho que não. Eu não estou te convidando porque Sirius partiu meu coração ou algo do tipo," ela revirou os olhos. "Porque ele não fez isso. Eu não o beijei, para começar, ele me beijou," ela admitiu, o que era verdade – ambos os beijos. "Eu não vou mentir e dizer que ele ter ido embora não machucou um pouco, mas..." ela respirou profundamente, lutando contra a estranheza da situação. "Eu... Eu gosto de você, Remus," ela declarou baixinho. "Eu gosto desde que te conheci."
Claro que Mia estava pensando na primeira vez que tinha visto um Professor Lupin mais velho que tinha salvado ela e os amigos dos Dementadores. O primeiro Patrono que ela tinha visto. Ele era sábio, gentil e poderoso, e uma paixonite adolescente tinha se desenvolvido rápido. Tinha desaparecido ao longo do tempo, é claro, apenas para ressurgir aqui neste momento sob a forma de uma grande e profunda amizade.
"Eu... eu não quero ser um substituto," Remus murmurou.
"Você não é um substituto. Você merece mais do que ser o substituto de alguém," Mia disse firmemente, mas franziu as sobrancelhas. Não era isso que ele era? Ela sabia do vínculo com Sirius e sabia que Remus não iria encontrar Tonks até muitos anos a frente, e ela não queria que ele ficasse sozinho todo esse tempo. Ela também não queria ficar sozinha.
"Eu não sou como Sirius. Eu não vou simplesmente levar uma garota para Hogsmeade, ficar com ela e voltar para o castelo sozinho," ele rosnou baixinho, lembrando da noite em que Sirius voltou do encontro com Marlene McKinnon.
"Então, você está dizendo que quer algo sério comigo?" Mia perguntou suavemente, o coração batendo contra o peito violentamente. Remus aparentemente ouviu a mudança do ritmo e pareceu culpado com a reação dela.
"Eu... Não... Você merece mais do que eu..." Remus admitiu.
"Eu estou ficando realmente cansada dos garotos falarem isso para mim," Mia cerrou os olhos.
"Estou falando sério, Mia," ele resmungou. "Nós nunca poderíamos... Quer dizer," Remus engoliu e segurou a mão dela mais forte, levantando as mãos entrelaçadas dele no nível dos olhos dela. "É isso," ele disse firmemente. "Não é justo com você. Você merece alguém que possa..." mas ele não terminou a sentença com palavras, apenas passou seu olhar sobre o corpo dela, demorando o olhar nos lábios dela e depois lambeu o próprio. "Eu nunca poderia..." ele estremeceu e fechou os olhos, incapaz de olhar para ela quando disse, "Eu nunca poderia te beijar."
"O quê?" Mia ficou boquiaberta. "Isso é ridículo! Claro que você poderia!"
"Não, eu não poderia!" Remus rebateu. "Mia, você viu o meu Bicho-Papão, meu maior medo é machucar ou infectar você."
"Seu maior medo é me atacar na forma de lobisomem," Mia argumentou. "Se você pensa que eu sou estúpida o suficiente para ir beijar o seu focinho na Casa dos Gritos, então temos problemas maiores do que eu pensava," ela olhou para ele, ignorando a contração de seu nariz quando ela mencionou o 'focinho' dele. Ela sabia que ele odiava quando ela fazia referências sobre as especificidades do seu alter-ego canino, mas Mia também sabia que ele precisava superar isso.
"Não vai acontecer em forma humana também," ele prometeu.
"Licantropia só pode ser transmitida pela mordida de um lobisomem completamente transformado em uma noite de lua cheia," ela estreitou os olhos se lembrando de um argumento familiar de um Sirius e um Remus adultos no Largo Grimmauld, na noite em que descobriram sobre a gravidez de Tonks. Mia suspirou. Se um Remus adulto ainda se preocupava sobre sua Licantropia ser transmitida a outros sem uma mordida na lua cheia, então ela sabia que iria sofrer para convencê-lo agora. "Remus, eu me recuso a deixar que você não aproveite cada aspecto da vida porque você tem medo de machucar as pessoas. Me machucar."
"Eu me recuso a botar você em apuros," Remus rosnou e tentou tirar a mão da dela. "Por isso que você merece mais," ele insistiu. "É isso," ele segurou a mão dela, que ela parecia não querer soltar. "Ou nada. Isso é tudo que alguém pode ter comigo," ele hesitou, mas então acrescentou tristemente. "Para sempre."
"Está bem," Mia fez uma careta e se levantou, soltando a mão dele. Remus a observou e os olhos se suavizaram tristemente, algo o apertando dentro do peito e em algum lugar na mente dele, outra voz parecia sussurrar, 'Não! Nossa!'. Remus empurrou o pensamento para longe e voltou os olhos para longe dela, não querendo vê-la se afastar.
"Então, te vejo na aula," Mia declarou. "Você deveria conversar com Jamie antes de Hogsmeade. Ainda faltam dois meses, mas mesmo assim... ele provavelmente vai querer fazer toda aquela 'conversa de irmão mais velho'," ela revirou os olhos. Como se James tivesse algum direito em dizer a ela quem namorar, considerando o espetáculo que ele fazia ao pedir uma pena emprestada a Lily.
"Espera... O quê?" Remus piscou confuso enquanto olhava para ela. "Mas eu pensei que..."
"Você pensou que eu fosse aceitar a sua condição nos últimos três anos de amizade e, em seguida, virar as costas," ela sorriu. "No momento em que se tornasse inconveniente para mim?" Ela perguntou. "Eu disse a você, Remus. Eu não tenho medo de você. E eu não tenho medo das suas regras ridículas," ela declarou com firmeza. "Embora, apenas para te deixar confortável – por enquanto – eu vou cumpri-las."
Ele sentou em silêncio, boquiaberto.
"Descanse um pouco," ela sorriu docemente e se inclinou para dar um beijo na bochecha dele. Ela iria obedecer as regras dele como uma boa Grifinória, mas o Chapéu Seletor quase a botou na Sonserina, e se Sonserinos sabiam algo, era como explorar brechas.
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3 de setembro, 1974
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Grifinórios e Sonserinos passaram pela porta das masmorras parar entrar na sala de Poções. Caldeirões já tinham sido postos em cada bancada e Slughorn estava de pé na frente da classe sorrindo brilhantemente. O olhar no rosto dele era incrivelmente desconcertante para Mia que sabia que o homem nunca estava feliz sem uma razão que o favorecesse.
"Bom dia! Bom dia!" Slughorn sorriu. "Eu estou muito animado hoje. Alguns de vocês demonstraram nos últimos anos uma aptidão para Poções," o bruxo disse olhando Snape, Lily, Damocles Belby, Adrian Abbot e Mia. "Outros ainda precisam de um pouco de aperfeiçoamento," os olhos deles caíram sobre os Marotos; nenhum deles parecendo mais irritado do que Remus. "Pelos próximos meses, além de preparar as poções pré-aprovadas dos livros, eu vou passar a cada um de vocês um ingrediente específico de poções. Eu quero ver a habilidade de vocês para descobrirem e inventarem!"
Os olhos de Mia se arregalaram. Dependendo do ingrediente, isso poderia se tornar um desastre. Ela só podia imaginar o que Frank iria fazer se recebesse algo como Aliguente, o ingrediente comum na Poção do Riso, que também era conhecida por causar histeria.
Slughorn então distribuiu a lista. Alice recebeu presas de Chizácaro, Amycus Carrow recebeu raízes de dente de leão, e sua irmã, Alecto, recebeu essência de lichia. Frank – graças a Merlin – recebeu olho de salamandra, que não era conhecida por explodir de nenhum jeito. Mary recebeu muco de vermes cegos e Elora Zabini pegou Cimicifuga (um tipo de planta venonosa). Agora só restava os Marotos e os futuros membros do Clube do Slug – apesar de Mia estar determinada a evitar isso a qualquer custo.
"Sr Black," Slughorn sorriu e botou um pequeno frasco na frente dele. "O seu ingrediente é asa de fada."
"Elas são usadas em poções de beleza," Sirius olhou para o frasco. "Dê para alguma das garotas." Tanto Lily quanto Mia se viraram e fizeram uma careta para ele. Slughorn simplesmente ignorou a explosão de Sirius e continuou.
"Sr Potter, você tem essência de cebola," ele sorriu.
"A única coisa que você pode fazer com essência de cebola é uma poção para remover fungos," James franziu o cenho.
"É bem fácil de fazer também," Slughorn sorriu. "Espero que você consiga," ele acrescentou e James zombou do professor quando ele virou.
"Sr Pettigrew," Slughorn pôs um frasco na frente de Peter.
"Baço de ra-ra-rato?" Peter empalideceu. Os Marotos riram de forma audível e Mia não poderia deixar de rir silenciosamente consigo mesma.
"Sim, é bem comum em Poções de Encolhimento. Você pareceu bem experiente na fabricação, penso que você vai se sair bem," Slughorn sorriu e continuou. "Sr Lupin," ele se dirigiu a Remus que ainda parecia irritado com o fato de ser inferior em alguma aula. Remus olhou o ingrediente com um olhar em seu rosto que dizia que ele não gostou nem um pouco. Ele olhou para os outros três Marotos, assim como Mia, todos parecendo perfeitamente inocentes.
"Pedra da Lua, Senhor?" Remus levantou a sobrancelha.
"Sim," Slughorn sorriu. "Quando na forma de pó pode criar uma bela Poção da Paz. Mas cuidado," o velho bruxo riu. "Ela também é conhecida por ser um ingrediente ativo em Poções do Amor," ele continuou e deu uma boa gargalhada, enquanto Remus corou.
"Cuidado com a Pedra da Lua," Sirius riu baixinho. "Moony."
Os olhos de Mia se iluminaram com o som do apelido e ela se virou para olhar os rapazes, todos parecendo se divertirem com a piada de Sirius, exceto Remus que se virou e lhe deu um soco no ombro. "Cala a boca, Padfoot," ele rosnou.
Mia engoliu. Ela sabia que os meninos tinham começado o treinamento Animago e, apesar das muitas piadas sobre ratos em detrimento de Pedro, ela não tinha percebido que eles poderiam estar tão longe no treinamento ao ponto de terem descoberto todas as suas formas animais e terem criado os apelidos que iriam acompanhá-los ao longo da vida. Ela não podia deixar de sorrir com orgulho com o progresso deles, o que só a fez perceber que ela queria seguir o exemplo deles no treinamento Animago – por conta própria – e ela sequer tinha começado as meditações para iniciá-lo.
Adrian Abbot tinha recebido erva-moura, Lily pegou um frasco de ovos de cinzal (uma cobra), sobrando Snape, Mia e Damocles Belby.
"Sr Snape," Slughorn disse o nome orgulhoso. "Um frasco de losna," ele sorriu abertamente e Snape pareceu presunçoso enquanto pegava o ingrediente. Mia revirou os olhos sabendo que Snape já planejava fazer uma Poção do Morto Vivo. Previsível.
"Srta Potter," Slughorn sorriu e estendeu um pote com sanguessugas. Ela sorriu com a visão do principal ingrediente da primeira poção avançada que ela fez: Poção Polissuco.
"Obrigada, Sr," Mia sorriu debochada.
"E finalmente, Sr Belby," Slughorn botou um pequeno pote na frente de Damocles.
"Acônito," Damocles assentiu curiosamente e Mia arregalou os olhos.
"Também chamada de Hemeróbio," Snape se intrometeu.
"Sim, Sr Snape, cinco pontos para a Sonserina!" Slughorn sorriu.
"Também chamada de Mata-Cão," Mia acrescentou.
"Também! Apesar de poucos saberem disso," Slughorn sorriu impressionado. "Dez pontos para a Grifinória!" Mia se virou e sorriu para Snape, que a encarava em resposta.
Ela voltou sua atenção para Damocles com um sorriso gentil. Existiam poucos Sonserinos que podiam manter uma conversa sem espirrar ou cuspir insultos e Damocles era um deles. "Estou animada para ver o que você vai criar," Mia sorriu. "Eu li bastante sobre isso."
"Você leu?" Damocles perguntou pensativo. "Geralmente é usado como um aliviante para a dor ou como um veneno," ele franziu o cenho com o pensamento. "Eu não consigo evitar pensar nas propriedades que exalam quando o caule, as folhas e flores são fervidas ou cozidas separadamente," ele comentou calmamente.
"Os ramos são usados como ingredientes para a Poção do Despertar," Mia comentou. "Talvez possam ser utilizados como ingredientes para manter a nitidez da mente?" Ela propôs timidamente e sorriu quando Damocles pareceu pensar em sua sugestão. Ela se virou na cadeira para ver James e Sirius olhando para ela com expressões curiosas em seus rostos.
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Uma hora depois, todos trabalhavam silenciosamente enquanto Slughorn dormia na sua cadeira macia atrás da mesa dele, em vez de estar sentado adequadamente. Mia estava ocupada examinando suas sanguessugas para preparar a Poção Polissuco, apesar de estar seriamente considerando fazer alguns ajustes para ver se conseguia inventar algo novo. Ela sempre foi ótima na criação e ajuste de seus próprios encantos e transfigurações, mas poções era algo que ela sempre sentiu que precisava seguir à risca o livro. No entanto, Snape – e, portanto, Harry no 6º ano – era prova de que poções poderiam ser alteradas para melhor.
"O que você está aprontando?" James perguntou enquanto se aproximava da mesa em que ela estava trabalhando com Snape, Damocles e Lily. Damocles tinha deixado a cadeira dele para ir vasculhar os ingredientes de Slughorn, oferecendo a James a primeira chance de ver o que Mia estava conversando com o Sonserino.
"Nada," Mia disse inocentemente.
"Eu vi você conversando com Belby," James murmurou. "Ainda pesquisando sobre Acônito?" Ele perguntou e ela voltou os olhos para ele cuidadosamente, mas acenou em silêncio. James sorriu, se lembrando claramente de quando ele a questionou sobre a planta tóxica em uma lista que ele tinha reconhecido a escrita dela, ela tinha admitido que ela estava querendo usá-lo para, potencialmente, criar uma poção que poderia ajudar Remus com o seu 'pequeno problema peludo', como Sirius estava chamando nos dias de hoje.
"Falando nisso," James disse, virando a cabeça na direção do caldeirão de Damocles. "Eu ouvi um rumor de que uma certa irmã minha está tentando se envolver com um certo amigo meu," James sorriu debochadamente para ela, esperando uma reação explosiva com as palavras dela.
"Não é um rumor," Mia falou firmemente. "Eu chamei Remus para Hogsmeade e ele não é do tipo de ser casual sobre essas coisas. Eu falei para ele conversar com você em vez de você acabar descobrindo por outra pessoa e pensar que nós estávamos guardando segredo," ela disse para o irmão, duvidando que ele a desafiasse.
"Você convidou Remus para Hogsmeade?" Lily perguntou antes que James tivesse a chance de dizer alguma coisa. Mia se virou para ela e sua boca caiu. Ela sabia que Lily gostava de Remus alguns anos atrás, mas tinha esquecido, e agora ela se sentia mal por, talvez, ter machucado os sentimentos da amiga.
"Hmmm... Sim," Mia franziu o cenho. "Sinto muito, Lily, eu devia ter..."
"Não," Lily sorriu. "Eu acho que vocês dois combinam," ela disse sinceramente.
"Por que você se importa?" Snape fez uma careta, voltando sua atenção para Lily.
"Porque Mia e Remus são meus amigos, Sev," ela franziu o cenho, o repreendendo em silêncio, antes de estender a mão para mexer no caldeirão. James olhou para a mão dela e o coração dele despencou até o estômago.
"Evans," ele se engasgou. "Isso é... isso é um anel de noivado?" Os olhos brilhantes avelãs dele estavam apavorados. Todos na mesa – e em várias outras mesas – se viraram e encararam Lily, em choque. Não era completamente anormal que bruxas fossem prometidas tão cedo, pelo menos entre as famílias Puro-sangue tradicionais, mas todos sabiam que Lily era Nascida-trouxa.
"O quê?" Lily estava boquiaberta. "Isso?" Ela levantou a mão. "Isso é um anel de humor, seu idiota," ela revirou os olhos. "Meus pais compraram para mim nesse verão. É uma coisa Trouxa," ela balançou a cabeça e Mia riu quando James deixou escapar um suspiro de alívio.
"Como os Trouxas fazem anéis que dizem o seu humor?" James perguntou. "Isso parece como mágica."
"Não é mágica," Mia respondeu. "Tem cristais no anel que reagem com mudanças de temperatura alterando a cor do anel," ela explicou e quando ela se virou para ver James – e vários outros – olhar para ela perplexo, ela revirou os olhos. "Ah, Jamie, honestamente, vai ler um livro!"
"Então, qual o seu humor agora, Evans?" James sorriu encarando o anel no dedo dela.
"Irritada," Lily respondeu imediatamente e se virou para longe dele, voltando a se focar no caldeirão dela. Mia virou e balançou a cabeça para James, enquanto ele franziu a testa inocentemente para ela, genuinamente confuso sobre como ele tinha bagunçado tudo.
"Então," Mia conseguiu a atenção total dele ao pegar a bochecha dele com os dedos para evitar que ele encarasse Lily ainda mais. "Remus. O que ele disse?"
"Não muito. Muita gagueira," James riu. "Sirius ainda está tirando sarro dele por isso," os dois olharam para a mesa dos Marotos onde Sirius realmente estava sussurrando para um Remus bem vermelho que parecia estar tentando se concentrar em transformar a Pedra da Lua em um pó.
"Seja legal," Mia franziu o cenho.
"Absolutamente não. Ele é um cara que quer agarrar minha irmã. Maroto ou não, tem um processo que ele precisa passar," James disse firmemente, um traço de malicia nos olhos.
"Ele não quer me agarrar," ela rosnou e segurou o rosto dele com mais força, e os olhos de James se arregalaram com o mudança drástica. "Ele é um perfeito cavalheiro e sempre foi. Muito mais que você ou Sirius poderiam ser," ela bufou. "Eu vou namorar com quem eu quiser, James Charlus Potter, e você vai superar isso!" Ela rebateu e o soltou com um rápido empurrão e ele caiu no chão, olhando para a irmã chocado – mas impressionado.
Mia se virou para o caldeirão e olhou com raiva para ele, resistindo à vontade de encarar Lily, que estava abafando o riso depois de assistir sua amiga, literalmente, colocar James Potter em seu lugar. James levantou-se e fez o seu caminho para a parte de trás da sala de aula, onde estava sua mesa e Mia suspirou, esperando que o estranho momento tivesse acabado.
Não tinha.
"Eu pararia aqui com essa Poção do Amor, Remus," James falou em voz alta. "Eu realmente não acho que ela precise!"
A sala de aula explodiu em gargalhadas e Mia ficou vermelha de raiva enquanto ela girava no seu banquinho e estreitava os olhos para o irmão, que estava rindo presunçosamente para a pequena cena que ele tinha causado. Sirius estava sorrindo ao lado dele e Peter estava rindo em silêncio, tentando evitar o olhar de Mia. Remus tinha enterrado a cabeça nos braços, mas ela ainda podia ver que as orelhas dele estavam em um tom berrante de vermelho. Os olhos castanhos dela olharam de volta para o irmão e ela sorriu ameaçadoramente.
Que os jogos comecem.
N/A: olá, gente!
TeamRemus deve estar feliz com esse cap hahahaha
Mesmo eu preferindo o Sirius, tenho que admitir que eles são muito fofos e Mia vai ajudar MUITO Remus a lidar com a Licantropia :)
Os dois vão se ajudar bastante, é muito lindo!
MileMayfer: hahahaha sei bem como é ler antes de dormir... Realmente, nada é mais forte do que o sono, também sofro disso!
Acho que sua questão sobre os sentimentos de Mia em relação ao Remus foram explicadas! Ela vai seguir o conselho da Dorea e tentar com Remus, vamos ver como vai ser :)
Dorea é maravilhosa, melhor Sonserina do mundo! Hahahah
O James, para mim, tinha que aparecer em todos os capítulos, melhor personagem da vida!
Tonks vai saber de tudo o que aconteceu, isso é um fato. Como companheira do Remus, ele a põe a cima de qualquer coisa e não existem segredos entre eles... Mas vai ser muito interessante quando Mia voltar pro tempo original dela e 'conhecer' Tonks sendo Mia, não só como Hermione. Amei quando li!
Ainda não consegui ler os outro livros da JK, mas eles estão na minha listinha de futura leitura! Hahahaha
Espero que tenha gostado do cap, até o próximo!
