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The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Trinta e Oito: Um Monte de Porcaria
"...Maybe there's a way out of the cage where you live
Maybe one of these days you can let the light in
Show me how big your brave is..."
(Brave - Sara Bareilles)
24 de junho, 1975
Estação Kings Cross
"Meu pai quer me levar para acampar nas próximas semanas," Remus disse enquanto segurava a mão de Mia, a ajudando a sair do trem com um sorriso.
Ele dormiu por seis horas durante a viagem, bem como ele disse, e parecia bem melhor agora. Mia ficou sentada durante a viagem de volta a Estação Kings Cross com os pés de Remus no colo dela, forçando James, Sirius e Peter a se espremerem no banco da frente. Ela tinha terminado de ler o livro que Remus deu a ela sobre Runas Antigas, enquanto James e Peter jogavam Snap Explosivo – e mesmo assim Remus continuou dormindo pesadamente – e Sirius passava as páginas de uma revista antiga sobre motos Trouxas.
"Me mande uma coruja quando chegar em casa, então," ela pediu a ele. "Eu vou começar a fazer a poção no minuto em que chegar na Mansão para que você possa levar para casa com você. Ou," ela sorriu. "Deixar lá em casa. Nós podíamos botar uns feitiços fortes no Pomar perto do rio," ela ofereceu sorrindo radiantemente. "Você não ficaria preso em uma..." ela franziu o cenho.
"Eu estou acostumado a jaulas," ele deu de ombros. "E eu não quero arriscar ficar tão perto de você," ele a puxou gentilmente para um abraço e beijou a testa dela. "Mas eu, com certeza, vou beber essa poção de novo," ele riu e ela pôde sentir a vibração no peito dele.
"James! Mia!" Os Potters chamaram.
"Vamos," Mia pegou a mão de Remus. "Você vai ter que ir para a nossa casa primeiro de qualquer jeito, já que você perdeu a sua Chave do Portal," ela insistiu e viu quando Remus estremeceu. "Já esqueceu disso?" Ela perguntou e ele concordou.
"Meus queridos!" Dorea Potter sorriu para os filhos e Sirius, que estava bem ao lado de James, o cabelo ainda não tinha abaixado desde a azaração de Lily. "Ah meu Merlin," ela observou a confusão de cabelos do filho e estremeceu quando tentou abaixá-los. "James, querido, como está a jovem Srta. Evans?" Dorea perguntou, como se soubesse quem estava por trás do novo penteado de James.
"Ela é a futura Sra. James Potter," James declarou, não se intimidando nem um pouco.
"Quão ruim foi dessa vez?" Dorea perguntou a Sirius, Mia e Remus.
Sirius riu alto.
"Ele pediu a mão dela," Mia explicou.
"De novo?" Charlus franziu o cenho.
"Dessa vez foi na frente do trem," Sirius continuou rindo. "Ela o acertou com uma azaração que eu nunca vi antes."
"Feitiço Estático," Mia respondeu. "Ela o inventou," ela riu suavemente, ignorando o jeito que Charlus observava a mão dela e a de Remus entrelaçadas.
"Os Trouxas são demais," Sirius sorriu.
"Remus," Dorea sorriu e se inclinou para beijar a bochecha do garoto afetuosamente. "Não posso nem dizer como eu e Charlus estamos felizes com isso," ela apontou para as mãos de Mia e Remus com um grande sorriso no rosto.
"Estamos?" Charlus levantou uma sobrancelha, mas imediatamente abaixou quando Dorea se virou para ele com os olhos cinzas cerrados. "Ah, sim, com certeza," ele limpou a garganta. "Vocês combinam. Não devemos ir?" Ele disse rapidamente, apontando para a fila do Flu.
"Remus!" Uma voz chamou de trás.
"Pai?" Remus e Mia se viraram e com os olhos arregalados viram Lyall Lupin que parecia abatido e vestia o que parecia ser vestes feitas a mão, um olhar severo no rosto. Remus imediatamente largou a mão de Mia no momento em que os olhos do pai caíram sobre eles. "Desculpa," Remus franziu o cenho. "Eu sei que eu deveria ter pego a Chave do Portal, mas eu acabei no trem e não tinha nenhum jeito de mandar uma coruja e eu acabei dormindo, então..."
"Está tudo bem," o Sr. Lupin disse asperamente. "Vamos, sua mãe está no carro."
"Vocês têm um carro?" Charlus e Sirius falaram ao mesmo tempo com os olhos brilhando de interesse.
"Hmm... Sim," O Sr. Lupin respondeu com a testa franzida. "Minha esposa é Trouxa," ele explicou como se esperasse que alguém questionasse a escolha dele de se casar com ela. Quando todos os Potters sorriram para ele como se o pronunciamento da esposa dele fosse menos interessante do que o fato dele ter um carro, ele pareceu relaxar um pouco.
"Obrigado," O Sr. Lupin limpou a garganta. "Por cuidarem do... do garoto," ele apontou para Remus, mas se recusou a fazer qualquer contato físico com ele. Mia rosnou baixinho com a visão, observando como o namorado confiante dela desabava na sombra do pai. A lembrou muito de Lucius e Draco, apesar dela saber que Lyall Lupin não era um Comensal da Morte. Apenas um homem confuso que não compreendia como o filho dele era maravilhoso.
"Se despeça dos seus amigos, filho," Sr. Lupin instruiu. "O Professor Dumbledore já mandou as suas coisas."
Remus acenou e se virou rapidamente para apertar as mãos de James e Sirius, sorrindo gentilmente enquanto Dorea se inclinava e o abraçava suavemente, e então Charlus estendeu a mão para o garoto e Remus nervosamente a apertou com um sorriso triste. Antes que ele tivesse a chance de pensar, Remus sorriu para Mia e se abaixou, dando um beijo rápido nos lábios dela e a abraçando fortemente. "Eu te amo," ele murmurou no ouvido dela e ela sorriu brilhantemente com as palavras.
"Eu também te amo," ela admitiu, os olhos indo até o pai de Remus que estava parado atrás deles, parecendo apavorado com o que estava vendo ou ouvido, ou ambos.
"Remus, vamos," o homem insistiu e Remus assentiu educadamente para o pai, dando um olhar arrependido para os Potters antes de seguir atrás de Lyall Lupin até a saída Trouxa.
"Entãooo..." Charlus limpou a garganta, enquanto olhava para a filha. "O garoto Lupin, hm?" Ele perguntou com uma sobrancelha levantada que o fez parecer demais com James quando ele estava tentando ser sério em uma situação esquisita. Mia riu com a visão quando percebeu que Harry fazia a mesma coisa.
"Ele é um perfeito cavalheiro," Mia insistiu enquanto pegava o malão e seguia a família.
"É, um perfeito cavalheiro que ficou a agarrando no trem," Sirius disse com um sorriso, que apenas cresceu quando Mia o encarou.
"Isso foi antes ou depois que James pediu a mão da menina Evans?" Dorea perguntou como se isso fosse uma conversa normal, o rosto relaxado dela o extremo oposto do de Charlus, que parecia que ia enfartar enquanto seguia a esposa e as crianças.
"Antes," Sirius sorriu debochado. "Tenho certeza que Evans foi uma jogada estratégica da parte de Remus," ele riu. "O amigo ama Xadrez Bruxo e ele sabe como movimentar os peões."
"Evans não é um peão!" James soltou.
"Eu não disse que ela era um peão," Sirius riu em silêncio.
"Não gosto disso," Charlus apontou.
"Charlus," Dorea repreendeu, nem mesmo olhando para o marido. "Mia, querida, faço questão que você mande uma coruja para Remus e os pais dele quando chegarmos em casa. Vamos marcar um dia para recebê-los para um jantar. Conhecê-los."
"Eu vou," Mia sorriu tristemente. "Mas eles vão acampar nas próximas semanas e Remus tem... um compromisso," ela pensou na próxima lua do mês. "Então, eu não esperaria nada até Julho ou Agosto," ela suspirou.
oOoOoOo
14 de julho, 1975
Mansão Potter – Residência dos Potters
Apesar dela não esperar ver Remus por um mês mais ou menos, ela esperava que ele tivesse mandado uma coruja ou uma mensagem através do Flu, avisando que ele e a família dele tinham chegado em casa. Ele avisou nos últimos anos desde que a conheceu, então quando Mia acordou no dia seguinte e nenhuma carta tinha chegado, ela ficou mais e mais preocupada. Ela tentou mandar uma mensagem pelo Flu para a casa dos Lupin, que depois ela iria conhecer como O Recanto, mas a rede de Flu deles parecia estar bloqueada. James e Sirius constantemente tentavam animá-la, insistindo que não tinha como Remus estar simplesmente a ignorando e que ele provavelmente devia estar em algum lugar longe com o Pai, estendendo a viagem ao acampamento.
A carta de Lily ajudou também.
Querida Mia,
Antes que eu peça por detalhes do seu beijo de filme (é uma coisa Trouxa, eu te mostro um dia) com um jovem Senhor Lupin, eu preciso que você saiba que seu irmão mencionou algo sobre querer me dar o anel da sua mãe, então, por favor, fique de olho nele. Eu não vou ser o motivo dele roubar uma herança de família.
Agora, sobre meus dois nerds favoritos. Eu tive a impressão que vocês dois mantinham suas manifestações de afeto na vida privada de vocês, mas aquilo foi outra coisa! O trem todo estava falando sobre o beijo. Eu tentei acabar com a fofoca, juro. Mary vai ficar comigo no verão e está me implorando por detalhes muito inapropriados para eu perguntar.
Me avisa se ainda está de pé outro piquenique no rio na sua casa. Eu vou levar refrigerante para você experimentar. É como uma cerveja amanteigada gelada e com gás.
Com amor,
Lils
oOoOoOo
Querida Lily,
Em primeiro lugar, minha mãe agradece em relação ao paradeiro do anel de opala da Vovó Black, que realmente está sumido desde o dia em que chegamos em casa. James agora está sem a vassoura dele, que foi confiscada e ficará longe dele até que ele te mande uma carta pedindo desculpas. Então, me avise quando isso acontecer.
Diga a Mary que os detalhes do meu relacionamento privado são exatamente isso – privados. Além disso, o único detalhe desse relacionamento estava bem a vista de todo o trem. Aquele foi o nosso primeiro beijo. Seguido docemente do nosso segundo e terceiro, então do nosso quarto, quinto e assim em diante, desde que subimos no trem. Obrigada pelo grande sacrifício que foi distrair meu irmão. Eu sei que foi um incômodo para você, mas me deu a oportunidade de dizer ao Remus que eu o amo sem um irmão mais velho implicante pronto para se divertir as nossas custas.
Falando sobre o Remus... ele não me escreveu, acho que tem algo errado. O pai dele o encontrou na estação Kings Cross e parecia bem irritado. Eu acho que ele não sabia sobre o nosso namoro e não gostou.
Não tenho certeza sobre o rio esse ano. Se o Remus não me escrever logo, eu duvido que vá estar com humor para celebrar algo.
Com amor,
Mia
PS: eu sei o que filmes e refrigerantes são.
oOoOoOo
Querida Mia,
A carta do seu irmão chegou esta manhã. Por favor, diga à sua mãe que ele pode ter a maldita vassoura de volta, mas eu estou enviando o "pedido de desculpas" dele junto, para que os seus pais possam ver o tipo de coisas ridículas que eu tenho que aturar diariamente. E apesar de você ser uma irmã maravilhosa (e eu adoraria substituir a minha por você) a minha resposta para o pedido de casamento dele continua a mesma: por cima do meu cadáver.
Sinto muito pelo Remus. Ele já escreveu? Tenho certeza que não é nada. Ele me disse que vai acampar com o pai muitas vezes e duvido que eles levem uma coruja, a menos que seja uma emergência. Nós duas sabemos que vocês se amam há muito tempo, mas é bom saber que vocês finalmente admitiram um para o outro! Mary está fora de si, positivamente, e quer saber quando você vai casar e começar a ter pequenos Lupins! Eu disse que a nossa Mia iria ter uma carreira adequada e não acabaria sendo a dona de casa de alguém.
Me avise imediatamente quando ele escrever para você.
Com amor,
Lils
oOoOoOo
24 de julho, 1975
Mansão Potter – Residência dos Potter
A família Potter – atualmente sem Sirius, que eventualmente teve que voltar para o Largo Grimmauld no início de julho – estava aproveitando o final da noite, ouvindo o rádio bruxo que tocava música instrumental.
Charlus e James estavam concentrados em um jogo de Xadrez Bruxo enquanto Dorea e Mia tinham um livro cada em mãos. Quando chamas verdes subiram pela lareira, todo mundo se virou para ver um Remus desgrenhado sair, sem se importar em tirar as fuligens das vestes.
"Remus!" Mia gritou e correu, lançando os braços em volta do pescoço dele e apertando forte. "Onde você esteve? Por que não me escreveu?" Ela chorou, se afastando para examinar o rosto dele como se estivesse à procura de ferimentos – um hábito antigo que ela manteve depois de lutar em uma guerra. Remus, por alguma razão parecia estar fazendo o mesmo com ela.
"Você está bem?" Ele ofegava, pânico nos olhos cansados. Ela poderia dizer que ele não dormia há algum tempo. Mia sabia que a lua cheia foi na noite anterior e ela esteve tão preocupada, porque Remus ainda não tinha escrito para pegar a poção Mata-Cão que ela tinha feito para ele. "Você não está ferida?" Ele perguntou, tocando o rosto dela e olhando para os ombros e os braços. "Você não é... Você não..."
"Eu estou bem, amor," Mia murmurou com um olhar apavorado no rosto.
"Graças a Godric," Remus disse caindo, os joelhos atingindo o chão enquanto ele enfiava a cabeça nas mãos, para cobrir a vergonha em seu rosto.
"Remus?" Mia sussurrou e botou uma mão no ombro dele, mas ele se afastou dela.
"Mia, querida, vamos pegar um chá para o nosso convidado," Dorea disse educadamente enquanto se levantava e levava a filha que estava em pânico. Ela voltou os olhos cinzentos para o marido, que parecia preocupado e confuso, e para o filho que parecia triste. Quando os dois olharam para ela de volta, ela deu um olhar que dizia claramente 'Cuidem disso!'
"Moony," James sussurrou e se ajoelhou na frente do amigo. "Moony... Remus, o que aconteceu, parceiro? Mia disse que você deveria ter escrito para ela há mais de uma semana. Ela tem estado fora de si, um verdadeiro pesadelo, preocupada com você." James botou uma mão no ombro do amigo, o sacudindo um pouco o forçando a tirar as mãos do rosto.
"Eu... Eu não pude... Meu pai," Remus franziu o cenho e olhou para Charlus, que encarava o garoto com preocupação. "Senhor, eu..." Remus engoliu. "Eu sinto muito por invadir sua casa assim, foi muito... muito rude da minha parte," ele voltou os olhos verdes para o chão.
"Ele realmente é um cavalheiro," Charlus riu. "Venha se sentar, filho," ele apontou para a poltrona que Dorea desocupou. "Venha ter uma conversa sobre minha filha e porque você estava tão preocupado que ela estivesse machucada na sua ausência."
Remus se virou em pânico para James que assentiu para ele. "Você precisa ter mais do que a gente para se apoiar, Remus," James franziu o cenho. "Você tem que aprender a confiar nas pessoas, parceiro."
"Isso é sobre o lance de lobisomem?" Charlus perguntou e os dois garotos se viraram para ele atônitos. "O quê?" Charlus deu de ombros. "Vocês pensaram que eu e Dorea não sabíamos?" Ele riu. "Filho," ele deu um tapinha no ombro de Remus. "Eu leio os jornais e posso até não sair tanto de casa, mas eu ainda tenho contatos no Ministério. Eu lembro de ouvir sobre o seu ataque. Eles deixaram de fora do Profeta, claro, mas eu lembro dos rumores e das histórias," ele deu de ombros mais uma vez. "Além do que, você está no registro," Charlus suspirou. "É um monte de porcaria, mas está lá para quem quiser procurar. Dorea procura um monte de coisas," ele disse com um sorriso divertido.
"Mas eu... Mas você," Remus começou a tomar curtas respirações.
"Mas você pensou que nós fôssemos te perseguir com tochas e machados?" Charlus levantou uma sobrancelha. "Devagar," ele deu um tapinha de novo. "Você vai desmaiar já já se não se acalmar. Pode se tornar um pouco embaraçoso se Mia voltar e ver você gelado no chão," ele sorriu. "Ela iria pensar que um de nós fizemos," ele apontou para ele mesmo e James, que parecia incrivelmente orgulhoso e divertido.
"Com todo o respeito, senhor, como você pode deixar sua filha namorar um lobisomem?" Remus perguntou desconfiado.
"Eu não sabia até que vi vocês dois na plataforma Kings Cross," ele respondeu claramente. "Claro que Dorea parecia saber," ele murmurou. "Bruxa atrevida," ele sorriu.
"E agora?" Remus perguntou. "Agora que você sabe?"
"Filho, eu estou mais preocupado com o fato de você ser um bruxo adolescente do que você ser um lobisomem," Charlus admitiu e se sentiu um pouco satisfeito quando Remus teve o senso de corar, claramente entendendo o significado. "Agora, antes que eu dê o discurso que eu vim preparando para o dia que minha filha trouxesse um garoto para casa," ele se sentou reto com um olhar de suave excitação. "Eu ainda quero saber por que você veio para a minha casa de Flu parecendo em pânico."
Remus olhou para baixo, a vergonha passando pelo rosto dele de novo. "Meu pai me viu... me viu dar um beijo de despedida em Mia," ele confessou. "Eu fui estúpido e ridículo e egoísta," ele estremeceu. "A noite passada foi lua cheia e eu vim o mais rápido que eu pude. Eu tive que esperar até que meus pais..." ele limpou a garganta e murmurou. "Até que meus pais me deixassem sair," ele engoliu em seco.
"Você pensou que Mia fosse uma lobisomem?" James estava boquiaberto. "Por quê? Você mordeu ela?"
"Não!" Remus gritou, os olhos ficando arregalados e a boca se escancarando, horrorizado com a sugestão que ele faria uma coisa dessa. "Mas eu... Prongs, você viu o que eu fiz!"
"Você a beijou," James piscou. "Sem ofensas, companheiro, foi bem nojento de ver," ele riu. "Mas da última vez que eu vi, um pouco de beijo não transforma alguém em lobisomem," James gargalhou, mas Charlus pareceu fazer uma careta com a notícia que sua filha foi beijada pelo garoto que estava praticamente soluçando em sua sala.
"Meu pai sempre me disse..." Remus franziu a testa. "Que eu não poderia... e ele trabalhava para o Departamento de Regulação e Controle de Criaturas Mágicas, ele saberia, não saberia?" Remus perguntou em voz alta.
"Você sabia que existem algumas famílias Puro-sangue que acham que Nascidos-trouxas possuem lama em vez de sangue, de verdade?" Charlus perguntou.
"Isso é um absurdo," Remus zombou.
"É tão absurdo quanto pensar que um lobisomem pode infectar alguém em qualquer dia do mês, ao invés de um," o homem insistiu. "Ainda temos que levar em conta que somente dentro de doze horas. A metade de um dia," ele sorriu. "Eu tenho certeza que minha filha poderia lhe dizer a porcentagem de quando você é realmente perigoso..."
"Grosseiramente falando, são 1,643835616438356%, se nos basearmos em um ano com trezentos e sessenta e cinco dias," Mia disse, parada na porta ao lado da mãe, com as xícaras na mão. "Apesar de ter que considerar os anos bissextos e quantas luas cheias existirem," ela olhou para a mãe. "Nós temos algum livro de Aritmância que eu ainda não tenha lido?"
Remus deixou escapar uma risada como se estivesse a segurando por muito tempo.
"Eu te disse incontáveis vezes," Mia suspirou enquanto botava as xícaras e o bule em uma mesinha, se ajoelhando na frente de Remus, segurando as mãos dele. "Eu não tenho medo de você. Você não vai me infectar. Você não vai me machucar," ela franziu o cenho. "Como foi a noite passada?" Ela perguntou tristemente.
"A pior lua da minha vida," ele admitiu se virando para o lado, mostrando uma nova cicatriz que corria pela bochecha dele. "Eu estava preocupado com você," ele respirou lentamente, franzindo as sobrancelhas ao ver como as mãos dela eram pequenas. 'Nosso trabalho,' Sirius tinha dito. 'Nosso trabalho protegê-la.' E Remus pensou que tinha falhado.
"Muito bem, senhoritas," Charlus se levantou. "Para trás," ele insistiu. "Agora que o assunto depressivo passou e esse rapaz está voltando a ficar feliz, eu preciso garantir que ele não fique tão feliz," ele estreitou os olhos para Remus que imediatamente soltou as mãos de Mia.
"Charlus," Dorea revirou os olhos para o marido. "Você está sendo um pouco ridículo."
"Eu já fiz o discurso para ele, Pai," James sorriu. "Além disso, não é como se ele fosse como Sirius," ele riu.
"Graças a Merlin por isso," Charlus riu e Mia empalideceu. Dorea riu suavemente no canto e Remus voltou os olhos para Mia parecendo presunçoso, como se ele tivesse vencido o amigo em alguma competição de dominação.
"Isso me lembra," Mia disse com um sorriso malicioso enquanto se levantava e pegava um envelope, o entregando para Dorea. "Lily queria que eu mostrasse que tipo de carta James escreve para ela."
"Mia, não!" James pulou da poltrona e mergulhou pelo envelope, errando feio quando Dorea levantou acima da cabeça no último minuto, fazendo com que o filho caísse de rosto no tapete vermelho e dourado.
"Oh, James, querido," Dorea franziu o cenho enquanto lia a carta que o filho tinha enviado para Lily Evans, que havia mandado de volta para sua filha. "Sua ortografia e caligrafia são atrozes. E tão," ela olhou de volta para a carta. "Encantadores os olhos da Srta. Evans sejam, nenhuma garota quer ouvir que ela lembra a grama do Campo de Quadribol." Dorea suspirou enquanto balançava a cabeça. "Tome isso," ela entregou a carta para o irmão que estava aterrorizado. "E tente de novo."
"O quê?" James piscou.
"Eu disse para ir para o seu quarto, pegar algum pergaminho e tentar de novo. Esqueça todas as comparações dos atributos dela com esportes e aprenda mais de um jeito de falar à uma garota que ela é linda," ela balançou a cabeça desapontada. "E pare de falar sobre você mesmo," ela repreendeu. "Humildade é uma virtude em jovens que, muitas vezes, parecem excessivamente confiantes."
"Sirius é excessivamente confiantes e ele sempre pega as garotas," James fez beicinho.
"Ah, querido, Sirius herdou as características da família Black. Você tem o cabelo dos Potters," ela sorriu docemente e bagunçou os cabelos do filho. "Remus," ela se virou e sorriu para o menino. "Por favor, envie uma mensagem por Flu para os seus pais, para que eles saibam que você está aqui. Tão ignorantes e irritados eles possam estar," ela zombou, seu lado Sonserino deslizando pela língua. "Eles te amam e provavelmente ficarão preocupados se virem sua cama vazia."
"Sim, senhora," Remus assentiu.
"Isso não quer dizer que você não é bem-vindo aqui, com a permissão deles," Dorea sorriu e, então, flagrou o olhar de Charlus. "Sim, querido," ela revirou os olhos e se virou de novo para Remus. "Contanto que você fique no seu próprio quarto à noite. Sem perambular," ela piscou para ele e riu quando o garoto ficou completamente vermelho e sua filha combinava com a cor de tomate dele.
N/A: Me desculpem qualquer erro pessoal, não tive muito tempo para revisar.
Hoje teve que ser rapidinho e o capítulo é curto, mas espero que gostem.
No próximo cap eu respondo os comentários, eu sempre os leio e adoro recebê-los! Vocês não sabem como eles me deixam feliz :)
Até domingo!
