The Debt of Time

Parte Dois – O Vira-Tempo

Capítulo Quarenta: Em Breve

"...You think the only people who are people
Are the people who look and think like you
But if you walk the footsteps of a stranger
You'll learn things you never knew you never knew..."
(Colors of the Wind - Vanessa Williams)


1 de outubro, 1975

Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

A maldição dos professores de Defesa Contra as Artes das Trevas continuou. O professor do primeiro ano deles, Professor Fenwick, não durou nem até o final do ano, já que ele foi chamado para alguma emergência que Mia assumiu ser relacionada a Ordem. Professor Dearborn, no segundo ano, conseguiu ir até a Páscoa, quando ele quase foi envenenado pelo próprio elfo-doméstico. Professor Prewett, o melhor professor de DCAT que eles tinham tido até agora, foi mandado embora no final do ano por causa de muitas reclamações dos pais – todos Sonserinos. No ano passado, Professor Proudfoot teve um infeliz acidente onde um feitiço Incendio saiu de controle e queimou a sala inteira. Ele passou um mês no St. Mungus e até o final de setembro, a posição de Professor de Defesa ainda não tinha sido preenchida.

Então, quando a notícia surgiu nos Salões Comunais informando os alunos de que as aulas de DCAT iriam ser na próxima quarta feira, a maioria ficou excitada com a perspectiva de ter mais uma vez a matéria favorita. E logo o bolão de apostas de quanto tempo o novo professor iria aguentar foi reaberto pelas mãos de Sirius e James, que tinham sido considerados dignos de continuar a "nobre tradição" de Fabian e Gideon Prewett, que se formaram há alguns anos.

Mia estava estranhamente nervosa quando entrou na sala de aula com seu irmão, Sirius, Peter, segurando a mão de Remus. Ela não tinha muitas boas memórias de Defesa Contra a Arte das Trevas no seu quinto ano original. Se tinha alguém na história da magia que Mia odiasse tanto quanto Bellatrix Lestrange, era Dolores Umbridge. Apesar dela não ter ideia do que a troll estava fazendo durante essa linha do tempo, Mia sempre se lembrava da crueldade dela toda vez que olhava nos belos olhos de Remus. Seria Umbridge a redigir a legislação anti-lobisomem, que tornaria mais difícil para Remus encontrar um trabalho no futuro.

"Vocês não estão animados?" James perguntou enquanto os cinco entravam na sala e pegavam os costumeiros lugares quase na frente da sala, a única aula em que James e Sirius não ficavam lá atrás.

"Acho que sim," Mia disse, balançando a perna nervosamente embaixo da carteira, como se esperasse que um borrão rosa entrasse pela porta seguida de um agudo 'Hem hem!'. Mas nada rosa cruzou a porta. Pelo contrário, na verdade.

Um homem alto e magro com óbvios traços de sangue puro no rosto - embora não tão bonito como os Blacks, os Potters, ou até mesmo os Malfoys. Possuía um queixo pontudo e as maçãs do rosto bem altas e, quando o homem se virou, Mia não se surpreendeu em ver pálidos olhos prateados cheios de julgamento olhando para eles. Típico Puro-sangue. O que tinha surpreendido Mia era que, em vez de usar o típico robe de Professor, esse homem usava as cores do que ela só pode assumir ser da sua antiga casa de Hogwarts. Uma camisa social verde com uma gravata prateada, coberto com um robe negro com um forro verde escuro. Os Sonserinos estavam além de si de diversão.

Os Grifinórios estavam todos com idênticas caretas de desgosto ou horror nos rostos.

"Eu sou o Professor Higgs, sejam bem-vindos à Defesa Contra as Artes das Trevas," ele disse em um tom cortante, as sobrancelhas franzidas com uma expressão no rosto que dizia que ele não estava nada feliz por estar ali. "Peguem seus livros," ele ordenou e se virou para o quadro negro.

"Ainda animado?" Mia murmurou para James, que já estava de cara feia enquanto tirava 'As Forças das Trevas: Uma Guia de Auto Proteção' da mochila, seguido de um rolo de pergaminho. Sabendo que os garotos, tirando Remus, iriam esquecer, Mia conjurou extras penas para James, Sirius e até Peter, com quem Mia estava tentando fingir ser legal desde a perseguição na Casa dos Gritos.

Quando os cincos olharam para o quadro negro, se preparando para fazer anotações, todos os quatro garotos empalideceram com as palavras no quadro e Mia engasgou audivelmente. Escrita em uma bela caligrafia na frente deles, estava uma curta lista – parecida com uma nos livros deles. Numerado de um a cinco, eles leram: Lobisomens, Vampiros, Megeras, Veelas e Zumbis. E bem acima da lista: 'Como Matar'.

"Professor?" A mão de Mia subiu imediatamente. "Me desculpe, mas você realmente está defendendo assassinato em uma aula cheia de adolescentes?" Ela perguntou para o homem que mediatamente estreitou os olhos para ela.

"Claro que não, Srta..."

"Potter," Mia fervia.

"Srta. Potter. Assassinato é definido como uma ilegal matança premeditada de um ser humano para outro," ele zombou. "Como as bestas nessa lista não são humanos, eu não estou defendendo assassinato. Você pode chamar de caça, se quiser," ele disse revirando os olhos e com uma leveza na voz que dizia que tais palavras significavam pouco para ele.

"É assassinato," ela olhou para frente.

"Zumbis são humanos, Srta. Potter?" O Professor perguntou claramente.

"Não, senhor, eles eram humanos, tecnicamente considerados mortos-vivos," ela rangeu os dentes. "Entretanto, tem se pensado que eles estão relacionados com Inferi."

"E você pediria educadamente a um zumbi para não comer sua carne, ou talvez você pense que uma besta incapaz de pensar como ser humano e que não tem capacidade de desenvolver consciência consiga tomar decisões?" Ele disse com uma arrogância que rivalizava com um Lucius Malfoy adulto, algo que só a irritou mais ainda.

"Não, senhor," ela disse, as mãos apertadas e tremendo. "Mas lobisomens, vampiros, megeras e veelas, são por outro lado..."

"Inofensivos?" O professor a encarou com um sorriso brincando no canto dos lábios.

"Não, claro que não," seu semblante escureceu. "Mas..."

"Então, eu devo permitir que meus estudantes deixem essa sala sem o conhecimento adequado sobre como se defender contra essas criaturas horríveis?" Higgs a olhou.

"Eles não são criaturas horríveis!" Mia rebateu. "O Ministério, na verdade, classificou todos como 'Seres', e, dentro dessa definição, um ser é qualquer criatura que tenha inteligência o suficiente para entender as leis da comunidade mágica e assumir parte da responsabilidade na formação de tais leis," ela quase citou legislação de 1811 palavra por palavra.

"Dez pontos da Grifinória pelo seu tom, Srta. Potter," Higgs cortou. "E apesar de você estar correta na classificação do Ministério, tais classificações caem no Departamento de Regulamentação e Controle de..." ele pausou e a olhou como se esperasse que ela completasse a frase, mas antes que ela tivesse a chance, ele continuou. "Criaturas Mágicas."

"Eu não acho que o Professor Dumbledore iria querer que algum aluno soubesse como matar alguém," James se intrometeu, uma expressão de justiça no rosto. "Mia está certa, matar é apenas outra palavra para assassinar."

"Muito bem," Higgs revirou os olhos e com um movimento da varinha, a palavra 'Matar' no quadro atrás dele mudou para 'Se Defender Contra'.

"Isso não é necessário agora que já sabemos suas intenções," Mia apontou. "Lobisomens e Vampiros não nascem assim, eles são transformados, e não devem ser tratados de forma diferente. Eles não são mais perigosos com suas condições do que um bruxo arrogante com sua varinha," ela estreitou os olhos. "Ou um Trouxa com uma arma," ela acrescentou.

"Essa pode ser a sua opinião, Srta. Potter," Higgs começou.

"É um fato, Professor," Mia rosnou.

"Mais dez pontos da Grifinória pela insolência," ele rosnou para ela.

"Mia!" Mary sibilou de trás, implorando para que ela calasse a boca e não perdesse mais pontos da Grifinória. Mia se virou e olhou para a amiga ferozmente, indicando que ela não tinha nenhuma intenção de perder essa discussão;

"Eu iria guardar isso para a semana que vem, mas já que o coração da Srta. Potter não se importa com as consequências de lidar com criaturas das trevas," ele andou até sua mesa e pegou um punhado de fotos de dentro de uma bolsa de couro de dragão que parecia bem cara. "Um amigo que trabalha no Departamento dos Aurores me emprestou," ele explicou e jogou as fotos na frente de Mia. Ela se recusou a olhar para baixo, já sabendo o que era.

"Se importa em me dizer o que você vê, Srta. Potter?" Higgs perguntou.

"Não, senhor," ela apertou a mandíbula, ainda se recusando a olhar para baixo.

"Sr. Black," ele olhou para Sirius que encarava o novo Professor tanto quanto James que estava ao seu lado. "E Sr. Potter," ele acrescentou. "Passem as fotos. São vítimas de ataques de Vampiros e Lobisomens. Enquanto o Sr. Potter está certo de que o Professor Dumbledore não iria aprovar as minhas aulas, o Ministério acha que vocês estão em uma idade que precisam conhecer o que está lá fora no mundo," ele apontou para a janela, da onde se via a Floresta Proibida.

Enquanto as fotos passavam, a maior parte dos alunos ficava boquiaberta com a visão, outros olhavam para longe horrorizados e Frank estava no canto vomitando em uma lixeira. Até os Sonserinos pareciam um pouco atingidos. James, Sirius, Mia e, surpreendentemente, Lily se recusaram a olhar. Peter olhou e seus olhos lacrimejantes se arregalaram. Ele também foi o único a chamar atenção para Remus, que estava sentado ao lado de Mia, vergonha cobrindo o rosto.

"Existem algumas bruxas e bruxos que gostam de pensar que criaturas das trevas podem ser assimilados dentro de uma sociedade civilizada," Higgs disse, encarando de propósito Mia. "Eles estão errados. Você precisa estar preparado para se defender. Essa matéria se chama Defesa Contra as Artes das Trevas e criaturas das trevas são abordadas no livro por uma razão," ele explicou friamente. "Sr. Lupin," Higgs se virou para Remus que quase pulou da cadeira e olhou para o Professor nervosamente.

"Senhor?" Ele perguntou baixinho.

"Você é o filho de Lyall Lupin, sim?" Ele perguntou.

Remus assentiu lentamente.

"Bom," Higgs acenou. "Se eu me lembro bem, Lyall Lupin é bem conhecido por seu trabalho no Departamento de Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas," ele sorriu. "Ele fez um ótimo trabalho lá," ele concordou. "Você poderia, por gentileza, informar aos seus amigos o que o seu pai – um homem familiar com a classificação de seres e bestas," ele disse olhando para Mia, "tem a dizer sobre... Qual era a divisão dele?"

"Lobisomens," Remus murmurou, olhando para a própria mesa.

"Sim, o que ele tem a dizer sobre lobisomens?" Higgs perguntou.

"Eu... eu..." Remus hesitou. "Eu não me lembro palavra por palavra, senhor."

"Tente," Higgs insistiu. "Se eu me lembro direito, ele ficou bem famoso com a declaração," ele riu.

"Lobisomens," Remus de novo hesitou. "Não são nada além de criaturas más e sem alma," ele pausou e deu uma longa respirada antes de terminar. "E não merecem nada além de morrer."

"Foda-se isso!" Sirius se levantou, chutando a cadeira para longe. "Eu não deixei a minha família preconceituosa de merda para vir aprender em Hogwarts como ser um preconceituoso de merda!" Seus olhos cinzas estavam frios e encaravam o professor como se o desafiasse.

"Cinquenta pontos da Grifinória pela linguagem e insolência," Higgs o encarou. "e detenção comigo toda sexta feira pelo resto do mês."

"Como se isso fosse uma coisa nova," Sirius zombou. "Eu vou embora," ele pegou a mochila e marchou para fora da aula, parando apenas uma vez na porta para olhar para trás como se soubesse que James iria se levantar para segui-lo e se surpreendeu em ver Lily atrás de James. Um por um, cada Grifinório se levantou e saiu da sala, restando apenas Peter, Mia e Remus.

"Eu vou ver o Professor Dumbledore," Mia insistiu enquanto pegava a bolsa. "Remus, vamos," ela esticou a mão, mas ele hesitou em pegá-la, não olhando para ela. "Remus," ela disse em um tom mais brusco, tentando tirá-lo dos pensamentos horríveis em que ele estava preso. Eventualmente, ele se levantou para segui-la, mas não pegou a mão dela.

"Peter?" Ela olhou para o pequeno garoto que continuava sentado e não fez nenhum movimento para levantar. "Imaginei," ela xingou em voz baixa enquanto seguia o resto de sua Casa, chutando a porta atrás de si.

oOoOoOo

"Aquele puto!" Sirius estava do lado de fora do corredor gritando quando Mia e Remus saíram. James tinha uma mão no ombro de Sirius tentando acalmá-lo. "Onde está Peter?" Sirius perguntou quando os viu.

"Ele ficou," Mia bufou.

"Aquele merda," Sirius disse enquanto ia em direção da sala para buscá-lo, mas foi impedido por James.

"Deixa," James insistiu. "Você entrar lá de novo só vai piorar as coisas," ele precaveu o amigo.

"Onde está todo mundo?" Mia perguntou, olhando em volta e vendo apenas alguns Grifinórios.

"Frank foi para a Ala Hospitalar e Alice foi junto," Lily franziu o cenho. "Mary foi direto procurar Professora McGonagall para contar o que houve e ver se podemos ter nossos pontos de volta," ela revirou os olhos e Mia percebeu que Lily não se importava com os pontos. "Eu estou indo ver Dumbledore," Lily insistiu. "Isso foi um pesadelo," ela balançou a cabeça. "Eu não me importo com o que aquele bruxo pensa sobre lobisomens, vampiros ou megeras... aquelas fotos não deveriam ter sido mostradas para um grupo de quinto-anistas."

"Talvez eles... talvez nós devêssemos saber o que pode acontecer," Remus murmurou. "Ingenuidade não é algo seguro," ele acrescentou, as mãos enfiadas nos bolsos do robe.

"Como é?" Mia se virou e o encarou, mas foi Lily que surgiu instantaneamente na frente de Remus, os olhos verdes brilhando com determinação.

"Absolutamente não!" Ela soltou. "Aquele homem não estava nos ensinando a ser ingênuos, Remus, ele estava tentando nos ensinar a odiar. Todas as criaturas e seres possuem a habilidade de causar dor ao outro. Até unicórnios podem te pisotear até a morte se você os assustar," ela insistiu. "Pessoas como ele odeiam Trouxas, porque, historicamente, Trouxas são conhecidos por queimarem bruxos em um poste ou afogá-los em rios..."

"Isso é estúpido," Sirius revirou os olhos. "Eles podiam usar um simples encantamento para congelar as chamas ou um feitiço de cabeça de bolha," ele zombou. Lily, no entanto, continuou, ignorando completamente Sirius.

"... e eles odeiam Nascidos-trouxas porque eles pensam que nós roubamos mágica." Lily balançou a cabeça. "Meu nome também deveria estar naquele quadro?"

"Absolutamente não!" James gritou.

"Cala a boca, Potter, eu não estou falando com você," Lily sibilou e voltou sua atenção para Remus. "Vocês são ingênuos por confiarem em mim? Talvez eu só esteja esperando para roubar toda a mágica de vocês!"

"Claro que não," Remus olhou para a companheira de Monitoria.

"Então, nós estamos entendidos? Posso ir reclamar com Dumbledore agora? Ou talvez eu deva voltar para essa sala e aprender como matar pessoas," os olhos dela brilhavam com propósito e Mia imediatamente se lembrou de Harry.

É daqui que ele herdou, ela pensou com um sorriso. É daqui que Harry herdou aquele fogo.

"Eu acho que todos devemos falar com Dumbledore. Talvez quanto mais reclamações ele ouvir, mais rápido aquele babaca é demitido," James se intrometeu e Lily pareceu acenar em concordância, apesar dela não se importar em olhar para ele.

"Vai indo, Lily," Mia sorriu. "Nós vamos estar bem atrás de você." Lily assentiu, dando a todos um último olhar, antes de ir andando para o escritório de Dumbledore. Uma vez que ela estava fora de vista, James se virou para os outros.

"Então, Evans sabe?" Ele perguntou.

"Claramente," Mia concordou.

"Espera, o quê?" Remus piscou. "Ela sabe? Sobre mim?"

"A não ser que ela esteja namorando secretamente um vampiro, eu tenho certeza que esse pequeno discurso foi sobre você, companheiro," Sirius sorriu. "Eu vou falar com Dumbledore mais tarde, eu preciso de um cigarro," ele disse enquanto descia o corredor em direção ao Campo de Quadribol.

"Eu vou garantir que ele não se meta em problemas," James falou antes que Mia ou Remus insistissem e logo ele seguia atrás do amigo.

"Você está bem?" Mia perguntou a Remus, botando uma mão na bochecha dele. Com o toque, Remus pareceu estremecer, o que fez Mia franzir o cenho. "Não faz isso," ela pediu. "Não deixe uma pessoa horrível arruinar algo que você trabalhou tanto. Eu não me importo com que ele disse ou com o que seu pai disse antes que ele mudasse de opinião," ela se inclinou e o beijou gentilmente, franzindo o cenho ainda mais quando ele se recusou a retornar o carinho. "Remus, você é a personificação da bondade," ela prometeu.

"Eu ainda sou um lobisomem," Remus engoliu.

"E você ainda é um bruxo, um bruxo brilhante diga-se de passagem," ela sorriu. "E eu vou provar isso a você," ela sorriu debochadamente quando um pensamento cruzou a mente. "Na verdade, você vai me ajudar em um projeto. Nós vamos aprender Defesa esse ano, adequadamente e não com aquele bruxo horroroso," ela olhou para a porta fechada.

"Eu não gosto desse seu olhar," Remus disse levantando uma sobrancelha. "Você fica igual ao Sirius quando fica com esse olhar. É perigoso," ele acrescentou com um pequeno sorriso.

"Me beija e eu vou sumir com esse olhar," ela sorriu para ele.

Ele hesitou somente por um momento antes de se inclinar para baixo e gentilmente encostar os lábios nos dela, antes de moldar sua forma a dela terna e propositadamente, como se ele estivesse usando esse momento para se lembrar de que era humano. Mia não se importava. Uma parte dela queria que ele usasse tudo dela se fosse trazer de volta o bruxo confiante que ela agarrou durante todo o verão. Foi um momento gentil e amoroso até que Mia sorriu e puxou o lábio inferior dele e deu uma leve mordida. Algo primitivo dentro de Remus acordou e de repente Mia se encontrou sendo carregada pelo corredor até um armário de vassouras.

"Nós não deveríamos estar aqui," Mia disse provocando enquanto botava os braços ao redor do pescoço de Remus.

"Quem vai sentir a nossa falta?" Remus sorriu e a puxou para mais perto, se perdendo em um beijo que rivalizava com o primeiro deles. Ao contrario do gentil e doce beijo de momentos atrás, este estava repleto de paixão, desejo, poder, fome e a mágica entre eles vibrava agradavelmente como se tentasse se fundir em algo totalmente novo.

Remus se afastou dela para dar pequenos beijos ao longo da linha da mandíbula dela, traçando um caminho até que ele gentilmente começou a sugar um ponto sensível atrás da orelha dela e Mia deixou sair um gemido trêmulo com o toque. As mãos dela saíram de trás do pescoço do menino e foram até o peito dele, tirando os robes da frente para revelar uma simples blusa vermelha de algodão. Mia puxou o tecido, tirando de baixo da calça dele e, uma vez livre, ela mergulhou as mãos por baixo da bainha e colocou a palma contra a pele quente e as subiu até o peito dele.

Com a repentina sensação de pele na pele, algo em Remus acordou. Ainda com os olhos verdes e humanos, as mãos dele foram até embaixo, agarrando as nádegas de Mia e a levantando contra a parede, enquanto ela envolvia o quadril dele com as pernas. Mia tirou as mãos debaixo da blusa dele para agarrar o cabelo desgrenhado dele, puxando uma vez quando a língua dele trilhou um caminho pela clavícula dela. Ela sentiu o eco dos seus tremores quando um rosnado veio de dentro do peito dele.

"Remus," Mia gemeu o nome dele e com o som as mãos dele se fecharam com mais força ainda no traseiro dela. Deixe marca, ela não conseguiu evitar pensar. Ela se inclinou para frente, encostando os lábios na orelha dele e sussurrou, "eu quero você."

"O quê?" Remus respirou, se afastando da pele dela e olhando para a piscina de chocolate cheia de luxúria que o encarava de volta. "Você quer dizer..." ele começou e Mia acenou freneticamente. Ele ficou parado, de repente nervoso e as engrenagens em sua cabeça começaram a trabalhar em um ritmo alucinante. Vendo a hesitação dele e sabendo que tinha tudo a ver com a Licantropia dele, Mia balançou o quadril até que ela sentiu o contato mais extraordinário com Remus. A sensação o atingiu rapidamente e Remus caiu para frente, as mãos agora segurando fortemente as coxas dela, enquanto ele ofegava contra a garganta dela, sussurrando, "Porra," suavemente contra a pele dela.

"Não," ele finalmente disse no auge de uma expiração.

"Não?" Mia piscou. "Não," ela repetiu a palavra. "Você está dizendo não para mim?"

"Eu estou dizendo..." Remus gemeu quando o prazer momentâneo começou a se transformar uma dor desconfortável. "Eu estou dizendo... ainda não," ele finalmente admitiu. "Eu estou dizendo não aqui," ele olhou em volta. "Não com latas de Removedor de Bagunças Mágicas da Sra. Skower nas prateleiras atrás de nós," ele deixou escapar uma risada e Mia se juntou a ele. Lentamente ele a soltou, mas gemeu com o contato que o corpo dela fez contra o dele enquanto ela deslizava até que os pés tocassem o chão.

"Em breve," Mia sussurrou e depois de um momento em que ele pesava os prós e contras na cabeça, Remus concordou e repetiu, "em breve."

oOoOoOo

7 de outubro, 1975

Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

"Eu ainda não acredito que ela conhecia essa sala e não contou para gente," Sirius fez beicinho no canto da Sala Precisa ao lado de James que tinha os olhos avelãs fixos na parte de trás da cabeça de Lily que conversava com Remus e Mia. "Uma sala que muda magicamente para o que você quiser," ele continuou balançando a cabeça. "Aposto que foi aqui que ela fez o treinamento Animago, não acha?"

"Provavelmente," James concordou. "Nós a pegamos no corredor aqui em frente naquela noite, lembra?" James olhou para Sirius. "É impressionante," ele sorriu olhando ao redor da sala que tinha se transformado em uma sala de DCAT com livros de todos os tipos nas estantes, e uma plataforma de duelo no centro da sala.

"Seria melhor se fosse um poste de strip," Sirius apontou para a plataforma. "Bem ali."

"Cala a boca, Pads," James riu.

"Muito bem," Mia limpou a garganta. "Todos vocês sabem porque estão aqui. Nós tivemos péssimos instrutores de Defesa e esse ano..."

"Nós pegamos um babaca preconceituoso," Sirius comentou.

"Bom, hm... sim," Mia suspirou. "Nenhum de vocês é estúpido e eu sei que alguns de vocês leem o Profeta. Não são só os Trouxas e Nascidos-trouxas que estão sendo alvos. Vocês tem ouvido o que os Sonserinos falam. Traidores do sangue," ela apontou para ela mesma, James e Sirius. "Isso é o que nós somos," ela disse claramente. "E nós somos chamados disso porque lados foram escolhidos. Uma guerra está chegando e eu não sou estúpida em pensar que nós estamos a salvo porque somos adolescentes," ela admitiu.

"Você realmente pensa que uma guerra está vindo?" Frank perguntou com o cenho franzido.

"Eu acho que ela já está aqui, mas não nos contam nada," Mia admitiu. "Eu não posso falar muita coisa, mas ouvi meus pais conversando," ela suspirou.

"Eu também," Frank concordou. "A Mãe teve uma reunião com o Professor Dumbledore no verão. Depois que ele foi embora, ela veio me pedir para levar a sério as aulas de Defesa e Poções," ele acrescentou. "Eu acho que ela quer que eu me torne um Auror quando me formar."

"Isso seria maravilhoso," Alice disse com excitação.

"Nós precisamos ser capazes de nos defendermos," Remus falou ao lado de Mia, na frente do grupo. "Tenho certeza que todos vocês já ouviram falar dos Comensais da Morte. Nós precisamos saber lutar contra eles se necessário."

"Não apenas contra Comensais da Morte," a voz amarga de Mary falou, com os braços cruzados. Sua pele normalmente impecável e bonita estava marcada com um machucado roxo e preto que começava na mão esquerda e passava pelo ombro e clavícula, terminando abaixo da mandíbula.

"Não," Mia franziu o cenho. "Não apenas contra Comensais da Morte. Acho que os Sonserinos estão sendo recrutados aqui," ela admitiu. "Todos viram o que Mulciber fez com Mary na semana passada. Aquilo era magia das trevas, mas já que ninguém conseguiu provar nada, ele se safou. Os Sonserinos estão aprendendo Magia das Trevas," Mia disse claramente, não perdendo o olhar de mágoa que cruzou o rosto de Lily enquanto a ruiva olhava para o chão.

"Também é por isso que nenhum deles está aqui nesse grupo. E por que vocês assinaram um pacto secreto," Remus levantou um pergaminho com todos os nomes escritos.

"Eu deveria avisar vocês que esse pergaminho está azarado," Mia admitiu. "Se vocês falarem sobre esse grupo ou sua localização, o rosto de vocês ficará com várias espinhas roxas que soletrarão TRAIDOR em todo o rosto. Eu não vou remover," ela declarou firmemente. "Então, mantenham a boca fechada."

"Nós deveríamos dar um nome para o grupo," Lily falou tentando acabar com o momento de tensão.

Mia sorriu. "Concordo."

"Que tal..." Sirius se levantou e sorriu. "Círculo Invisível de Crianças Desilusionadas?" Ele sugeriu. Mia olhou para ele e após um momento pensando sobre o nome, James começou a gargalhar com Peter logo atrás.

"Não," ela o encarou.

"Cultivação de Conhecimento de Combate?" Sirius sorriu.

"Sirius!" Mia sibilou.

"Varinhas Treinadas Contra Tiranos!" Sirius gritou e com essa, até Remus começou a rir, fazendo o seu melhor para esconder com uma série de tossidas.

"Eu estou te avisando, Sirius Black," Mia rosnou para ele.

"Está bem, está bem, todos a favor de Clube dos Noviços Unidos..."

"Jamie, tire ele daqui!" Mia gritou.

"Vamos chamá-lo de Assistência em Defesa," Lily rapidamente falou para acabar com o comportamento de Sirius. "E ponto final!" Ela olhou para Mia. "Quer dizer, se estiver tudo bem."

"Está ótimo. A A.D.," ela assentiu.

"Quem exatamente vai nos ensinar?" Peter perguntou.

"Remus e eu," Mia respondeu rapidamente e houve sussurros por toda a sala. "Tem algum problema?" Ela perguntou.

"Sem ofensas," Otto Bagman, da Lufa-lufa, falou. "Eu sei que vocês são uns dos mais inteligentes do nosso ano, mas... o que os tornam qualificados para ensinar o resto de nós?" Ele perguntou e alguns Corvinais parecem concordar.

"Nos desarmem," Mia lançou o desafio. "Qualquer um de vocês," ela insistiu, mas deu um olhar severo para James e Sirius que foram avisados para guardarem as varinhas, enquanto os Grifinórios concordaram que Mia e Remus eram os alunos mais qualificados e que tinham a habilidade de liderar com responsabilidade. Sirius e James, enquanto ótimos duelistas, se distraiam muito facilmente.

"Vão em frente," Remus repetiu o desafio. "Ainda vou aceitar algumas azarações, quer dizer, se vocês conseguirem acertar alguma," ele sorriu debochado.

"Expelliarmus!" Alguém gritou do fundo.

"Protego!" Remus gritou de volta, a varinha firma na mão.

"Expelliarmus! Glacius!" Uma Corvinal gritou, apontando a varinha para Remus, na esperança de que ele não iria esperar ser o alvo duas vezes.

"Protego! Levicorpus!" Mia falou e observou enquanto a bruxa perdia a varinha e flutuava no ar pelos tornozelos. Ela viu no fundo da sala que os olhos de James e Sirius se iluminaram e ela piscou, percebendo o que tinha acabado de fazer. Ela usou a azaração criada por Severus Snape, a mesma que ela sabia que James e Sirius iriam usar nele mais tarde. Provavelmente naquele mesmo ano, se ela lembrava direito. Droga. "Liberacorpus," ela disse e abaixou a menina.

"Acabamos?" Mia perguntou. "Ou algum de vocês quer ver como é um Stupefy?"


N/A: oi, queridos!
Enquanto detesto esse capítulo graças ao novo professor Higgs, amo que a AD dessa linha do tempo tenha sido formada!
E finalmente estamos tendo avanços nesse namoro, já não era sem tempo.
Não, gente, não sou tarada, mas adoro essas partes das fanfics hehe :)
Por isso que ela foi marcada como M, no final das contas!
Não esqueçam de me contar o que vocês acharam ou até mesmo deixar uma crítica, sabem que eu não me importo e até gosto.
Até quinta!

Nanda Soares: raposa super combinou com ela, né? Nossa, como torci para que ela conseguisse dar pelo menos uma mordidinha naquele rato, mas fazer o que...
Também fico chateada por causa do Sirius, mas ele mereceu. Ainda vai demorar pros dois se acertarem.
Até o próximo cap, beijos! :))

stefagui: que bom que você está gostando! Adoro quando os leitores novos tiram um tempinho para deixar um comentário, fico muito feliz!
Obrigada pelo elogio e infelizmente não tenho nenhuma beta, então desculpa se em algum momento tiver um errinho ou outro hahaha eu sempre reviso, mas também sou filha de deus!
Queria muito que Mia pegasse o rato do Wormtail, masssss não foi dessa vez. É realmente complicado para ela saber o que acontece e não poder fazer nem falar nada :(
Ainda bem que consegui passar em tudo, vou ter mais uma semaninha de férias por causa disso! E mais tempo para traduzir os caps que perdi...
To traduzindo um por dia, aí vai dar para adiantar um pouco até minhas aulas voltarem.
Até o próximo cap, espero que você continue comentando e me deixando feliz :))

Motoko Li: tragédia grega, nem me fale! Mas faz parte, pelo menos consegui salvar os caps anteriores aqui pelo site... Tenho TOC e gosto de ter tudo salvo, organizadinho, etc.
Sempre me apego aos personagens, cara, me apaixono e fico reclamando com meu namorado porque eles não existem para me amar de volta! Ele fica rindo da minha cara, safado hahahaha
O romance dela com Remus é bom, né, fofinho. Até ela e Sirius se acertarem, só a aprovo com Remus. Quero nem saber :)
Adorei ela Animaga ser uma raposa, super a cara dela!
Não vou desistir não, fica tranquila. Posso demorar mais a postar, mas não vou desistir. Tenho trauma com autores que largam uma fanfic no meio... Meu maior trauma foi Magids e Apollyon... Nossa, Apollyon tinha que ter um final. Ainda comento para ver se os autores estão vivos.
Espero que tenha tido uma ótima Páscoa também!
Quanto as minhas férias... Nada melhor do que o despertador ficar desligado e não precisar acordar as 5am hahahaha
Até o próximo cap!