The Debt of Time

Parte Dois – O Vira-Tempo

Caítulo Quarenta e Um: Nossa Deixa Para Ir Embora

"...Let's go all the way tonight
No regrets, just love
We can dance, until we die
You and I, will be young forever..."
(Teenage Dream - Katy Perry)


24 de outubro, 1975

Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

Sala Precisa

"Eu não tenho uma memória feliz, Mia!" Sirius gritou enquanto os dois se encaravam dentro da Sala Precisa, uma semana antes do Halloween.

O grupo de Assistência em Defesa – o qual Mia ainda lutava mentalmente para não se referir como Armada de Dumbledore – se saiu maravilhosamente bem em Desarme, apesar de alguns Lufa-lufas terem precisado de um tempinho a mais do que o resto. Remus ajudava todo mundo a dominar feitiços que eles deveriam ter controlado durante seus quatro anos de estudo em Hogwarts e James e Sirius ajudavam Mia a parear os duelos, onde os dois garotos brilhavam.

Mia pegou para si a tarefa de ensinar o Patrono.

"Se esforce mais, Sirius," ela suspirou. "Você tem memórias felizes, eu sei que você tem," ela insistiu e observou enquanto o bruxo com cabelos negros lutava para manter o fiapo prateado na ponta da varinha.

"Eu não tenho!" Ele disse, admitindo a derrota. "O merda do Higgs me deixou em detenção toda sexta feira, o que significa que eu não posso ir ao Baile de Halloween."

"As garotas devem estar devastadas," Mia disse secamente, revirando os olhos.

"Elas estão!" Sirius disse, fazendo beicinho como um criança enquanto ia até o canto da sala se sentar ao lado de James, que descansava após um duelo contra Frank. O garoto se tornou bem rápido nos pés com o passar das semanas treinando exclusivamente com James, que era sabidamente o melhor duelista do grupo.

"Está indo bem, Lily?" Mia perguntou enquanto se aproximava da ruiva, a jovem amiga Nascida-trouxa que estava penando para aprender o Patrono. Até agora ninguém conseguiu fazer um Patrono corpóreo além de Mia, onde a raposa prateada brincou e dançou ao redor da sala, interagindo com todos, exceto com Peter que se escondeu nervosamente.

"Estou tendo dificuldades para pensar em uma memória feliz," Lily franziu o cenho. "Tudo de Hogwarts parece borrado," ela admitiu. "Como se o tempo passasse muito depressa, então é difícil se focar em uma única coisa. E antes de Hogwarts..." ela olhou para baixo com vergonha.

"Severus?" Mia murmurou.

"Ele era meu melhor amigo, Mia," Lily parecia a beira das lágrimas. "Como ele pode ser amigo de Mulciber e Avery?" Ela perguntou. "Depois do que eles fizeram com Mary, ele ainda anda com eles. E eu não sou ingênua para pensar que ele não sabe quando os Carrow estão aprontando alguma," ela olhou para longe e limpou os olhos.

Mia franziu o cenho. Ela sabia como essa história começava e terminava. Um solitário menino mestiço e uma confusa menina nascida-trouxa se conheceram e se tornaram amigos. Hogwarts os separou em diferentes Casas e de algum modo as influências dos outros estragaram tudo. O menino ficou amargo e obscuro, a menina permaneceu radiante e alegre. Se passariam muitos danos, dor e desilusão, e no final da história os personagens principais estariam mortos.

"Você quer saber o que eu acho?" Mia perguntou.

"Claro, Mia," Lily voltou a olhar para a amiga. "Eu confio no seu conselho."

"Eu acho que só porque um garoto pode ser cruel e inacreditavelmente estúpido não significa que ele não pode crescer e se tornar um bom homem," ela imediatamente pensou em Draco – seu próprio bulinador Sonserino. "Mas," ela hesitou. "Ele ainda é um garoto e, então, pode ser cruel e inacreditavelmente estúpido. Você é minha amiga e não quero que você saia machucada," ela admitiu suavemente.

"Obrigada, Mia," Lily assentiu.

"Não tenha medo de criar novas memórias felizes," ela sorriu para a ruiva.

"Fácil para você falar," Lily sorriu. "Não sou eu que tenho os olhos verdes luxuriosos de um lobisomem olhando para mim," ela sussurrou e Mia arregalou os olhos. "Não se preocupe," ela riu. "Eu sei desde o primeiro ano," ela admitiu. "Mantive o segredo até agora, não foi?" Ela sorriu.

"Obrigada," Mia sorriu docemente. "Falando em manter segredos, não chame os olhos do meu namorado de luxuriosos," ela riu e se virou para ver Remus a encarando intensamente.

"Vá," Lily insistiu. "Veja se você não ajuda Remus a encontrar sua memória feliz," ela riu.

"Você é terrível," Mia revirou os olhos e se encaminhou na direção de Remus.

"Estou chegando lá," Remus disse, encarando teimosamente a varinha enquanto se esforçava para manter o fiapo prateado.

"Está pensando em algo feliz?" Mia sorriu.

"Não consigo pensar em nada tão feliz," Remus riu. "Prongs está bem ali," ele apontou para James que estava no canto, consolando Sirius que ainda estava reclamando com os braços cruzados.

"Qual é o seu pensamento feliz?" Mia perguntou o abraçando por trás e apoiando a bochecha nas costas dele, sentindo o delicioso cheiro de pergaminho e grama que vinha dele. O cheiro era calmante e ela tinha certeza de que poderia produzir um Patrono apenas sentindo esse aroma.

"Pensamento feliz? Bom, tem a estação de Hogsmeade, a floresta atrás da minha casa," Remus sorriu. "Armários de vassouras," ele deu uma risada e ela o bateu de leve no braço.

"Pensamentos felizes não... pensamentos frustrantes," ela esclareceu.

"Ah, você está frustrada, Srta. Potter?" Ele a abraçou com um braço e a puxou para perto.

"Você não tem ideia, Sr. Lupin," ela corou. "Agora, chega de flertar," ela se afastou dele. "Faça o feitiço. Foque-se em algo menos... antecipatório," ela riu. "Algo do passado," ela disse com um doce sorriso.

"Assim fica fácil," Remus disse baixinho e então olhou para frente. "Expecto Patronum!" Ele falou e ao contrário dos fiapos prateados que os alunos estavam produzindo, um lobo prata totalmente corpóreo saiu da ponta da varinha de Remus para ficar parado em frente de todo mundo.

"Uau!"

"Você viu o que Lupin fez?"

"Isso é fantástico!"

"É um... é um lobo," Remus disse parecendo estremecer com a imagem.

"Um Patrono é a manifestação do que somos. A parte mais pura de nós," ela botou uma mão no braço de Remus e observou como ele pareceu lutar contra as palavras dela e contra a imagem do lobo na frente dele. "Esse é quem você é, Remus."

"Esse não é quem eu sou," ele balançou a cabeça e abaixou a varinha, fazendo com que o Patrono desaparecesse.

"Você é o lobo do mesmo jeito que eu sou a raposa," ela explicou. "Imagino que os Patronos de James e Sirius vão tomar a forma Animaga deles também," ela disse firmemente. "Pare de tentar separar vocês dois," ela pediu, tomando o rosto dele entre as mãos e olhando profundamente dentro dos belos olhos verdes dele. "Eu amo o bruxo e o lobo," ela prometeu.

"Eu amo a bruxa e a raposa," ele respondeu com um sorriso bobo o rosto.

"Contanto que você não me chame de Foxy," ela sorriu e o beijou rapidamente.

"Contanto que você vá comigo no Baile semana que vem," ele respondeu com um sorriso debochado.

"Uma condição," Mia olhou para ele, as bochechas ficando vermelhas. "A gente vem para cá no final da dança," ela murmurou suavemente.

"Aqui?" Remus levantou uma sobrancelha. "Você quer duelar com o seu par?" ele sorriu.

"Essa sala pode se transformar em qualquer coisa que a gente pedir," Mia engoliu em seco, os olhos focados e sérios enquanto o encarava. Como se ele imediatamente tivesse entendido, Remus assentiu lentamente, mas seus lábios formaram uma linha fina e ela podia ver as manivelas da cabeça dele girando rapidamente.

"Pare de pensar muito," ela o repreendeu.

"Olha quem fala," Remus zombou. "A única razão para eu não dar um sermão em você sobre pensar demais nas coisas é porque eu tenho certeza que você pensa privadamente, se recolhe, para que você possa impor seus pensamentos sobre o meu cérebro distraído," ele riu.

"Eu apenas gosto de como você fica corado, amor," Mia sorriu docemente. "Que memória você usou?" Ela perguntou. "Para conjurar o Patrono?"

"O rio," Remus sorriu. "Aquela primeira vez com todos nós atrás do Pomar. Um dia perfeito, com todos os meus amigos," ele respirou relaxado. "Você em um maiô," ele riu enquanto a puxava para um abraço. "Todos pareciam felizes."

"Foi um bom dia," Mia concordou.

"Além disso," Remus deu de ombros. "Sirius ficou ouvindo atrás da porta enquanto você e as garotas estavam se arrumando e ele ouviu você dizendo a elas que gostava de mim," ele riu e a segurou quando ela lutou para se soltar dele.

"Eu vou matar o Sirius," ela olhou através da sala para o seu alvo.

oOoOoOo

31 de outubro, 1975

Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

Salão Comunal da Grifinória

Seu vestido era de um lilás solto com algumas leves camadas ao redor de suas pernas, o corpete era suave e nada muito justo, as múltiplas alças que o mantinham no lugar eram finas, mostrando o tom dourado dos seus ombros. Ao contrário do Baile de Inverno que ela foi em seu quarto ano original durante o Torneio Tribruxo, Mia optou por deixar o cabelo solto, preso apenas na parte de trás por um pente de ouro com um rubi incrustrado. Remus amava seus cachos selvagens e várias vezes mostrou como se sentia no controle quando seus dedos mergulhavam na profundeza do emaranhado castanho, então, Mia estava muito disposta em renunciar à Poção Capilar Alisante esta noite.

Ela desceu a escada do dormitório feminino e sorriu com a visão dos seus meninos no Salão Comunal. Sirius não estava ali, claro, preso em uma detenção com o Professor Higgs como em todas as sextas até o final do mês, escrevendo linhas, lavando quadros-negros e até polindo a coleção de sapatos do Professor. James e Remus se viraram ao som de passos, olhando Mia descendo as escadas.

"Merlin," Remus murmurou enquanto passava os olhos pela bruxa.

Os olhos verdes e o olhar penetrante dele queimavam contra sua pele. Ela estava certa de que, se ela quebrasse o contato visual e olhasse para baixo, ela veria uma marca em algum lugar de sua carne, em qualquer lugar onde ele estivesse olhando. Ela corou sob o olhar intenso dele e quase perdeu o fato de que seu irmão estava olhando de boca aberta para algo atrás dela.

Mia se virou e sorriu docemente quando viu Lily descer as escadas atrás dela, usando um vestido de um tom verde escuro, combinando com os olhos dela. Seu longo cabelo ruivo tinha ganhado cachos nas pontas e foi puxado para um lado, amarrado com uma simples fita dourada. "Nos vemos lá embaixo," Lily sorriu para Mia enquanto enlaçava o braço com Mary; Alice já tinha ido com Frank.

James continuou encarando a ruiva.

"Você realmente não vai atacá-la verbalmente? Envergonhá-la?" Mia perguntou e James apenas balançou a cabeça lentamente, os olhos avelãs seguindo Lily bem depois do buraco da parede já ter fechado. "Jamie? Você não vai atrás de Lily dizer como ela está linda?"

"Não existem palavras," James murmurou. "Eles deveriam ter enviado um poeta."

"Ugh," Remus gemeu. "Pare com isso, companheiro, você está me distraindo aqui," Remus riu, cutucando James nas costelas antes de se virar e puxar Mia para um abraço, as mãos descansando ternamente na cintura dela. "Você, minha bruxa," Remus sorriu. "É uma visão," ele sorriu brilhantemente. "Lilás é uma boa cor para você."

O sorriso de Mia caiu por um momento e ela prendeu a respiração enquanto se lembrava de dançar com um Remus mais velho no casamento de Gui e Fleur, usando outro vestido lilás e o ouvindo dizer estas exatas palavras. Ela não conseguiu evitar pensar se tinha escolhido este vestido especialmente por causa disso. Ela deu uma respirada trêmula e o sorriso voltou enquanto ela o olhava, tentando empurrar o passado – ou o futuro – para longe dos pensamentos. "E você," ela se inclinou e o beijou na bochecha. "Meu belo bruxo, você está simplesmente maravilhoso nesta roupa."

"Ahem," James limpou a garganta.

"Ah, Jamie," Mia revirou os olhos. "Você é a personificação da elegância," ela riu enquanto James pareceu se envaidecer um pouco com o elogio dela como um pavão. "Na verdade, se você não fosse meu irmão..."

"Ah!" James fez uma careta e se afastou dela como se tivesse se queimado e Mia riu com a reação dele. "Você sempre leva as coisas longe demais, Mia," ele resmungou e saiu em direção ao sofá, de onde tirou algo do meio das almofadas.

"Onde está o seu par, Jamie?" Mia perguntou, se aconchegando no abraço de Remus, aproveitando o calor dos braços ao redor dos seus ombros.

"Nenhum par," James sorriu. "Eu vou sozinho."* (a autora usa a expressão stag, que significa homem desacompanhado, não tive como fazer a mesma piada em relação a forma Animaga dele)

Remus e Mia gemeram e James sorriu com seu trocadilho.

"Essa foi engraçada," James insistiu enquanto andava de novo até eles, uma grande garrafa nas mãos. "Cortesia do querido Padfoot, que vai estar em espírito conosco nesta noite," James riu enquanto enchia três copos de shots e dava a cada um deles.

"Deixe-a para o Sirius," Mia balançou a cabeça, mas acabou aceitando a dose de Firewhisky. "Ugh," ela encarou. "Eu ainda não sei como ele consegue beber isso," ela disse antes de tomar um gole e estremecer enquanto a bebida queimava garganta abaixo e se acalmava no estômago, aquecendo seu corpo instantaneamente.

"Vai ser mais fácil quando misturarmos com ponche," James sorriu.

"Você não vai fazer isso," Mia o repreendeu.

"Eu estou sob um Juramento Maroto de causar tanto dano quanto possível no lugar do meu amigo," James deu de ombros e então deu um tapinha nas costas de Remus. "Não se preocupe, meu perfeito e querido Monitor," James sorriu. "Eu vou aprontar quando você não estiver olhando. Sua reputação continuará intacta."

"Infelizmente a sua também," Remus riu. "Se Lily vir você contaminando o ponche, você vai acordar em maus bocados."

"Se eu acordar ao lado da Evans, estou disposto a arriscar," ele disse, balançando as sobrancelhas e saindo do Salão Comunal pelo buraco na parede.

"É triste que eu tenha esperanças de que ele vá conseguir?" Remus riu. "Pobre Lily."

"Ele não vai conseguir," Mia respondeu. "Não ainda."

"Você realmente está deslumbrante," ele sorriu e acariciou o lado do pescoço dela, deixando uma trilha de beijos ao longo da pele dela que parecia pegar fogo. Mia choramingou com o toque dele, certa de que seria uma pilha de cinzas na manhã seguinte. Quando os lábios dele tocaram onde seu sangue pulsava, ela sentiu o Firewhisky na barriga inflamar e, ao mesmo tempo, Remus respirou fundo e deixou sair um rosnado vibrante contra sua pele que só fez o fogo queimar mais. Suas bochechas coraram quando ela percebeu que ele a cheirou.

"Você quer pular a dança?" Ela murmurou. Ela podia sentir os movimentos de Remus paralisarem e ela sabia que ele estava tentando se acalmar.

"Não," ele estremeceu quando as palavras saíram de sua boca. "Você... vestida desse jeito e," ele pausou. "Cheirando desse jeito," os olhos brilharam ouro e âmbar enquanto ele engolia em seco. "Eu vou precisar de alguns copos do ponche especial de James para entorpecer alguns dos meus instintos mais primitivos," ele admitiu. "Além disso," ele se inclinou e a beijou na bochecha antes de segurar a mão dela. "Eu quero que toda a Hogwarts veja quão linda minha bruxa é," ele sorriu.

oOoOoOo

O Grande Salão

Quando eles chegaram ao Grande Salão, Mia sorriu com as abóboras decorativas que estavam presas nas paredes. Para variar, velas flutuavam acima deles, e, apesar das Esquisitonas não se apresentarem – ou não terem nascido ainda pelo o que Mia sabia – tinha uma boa banda tocando no canto.

Antes que ela tivesse a chance de pensar se seria convidada, Remus a levou para a pista de dança, a envolvendo com os braços e balançando ao som da música. Ela riu com a atitude ousada dele e sorriu docemente enquanto ele botava uma mão em sua cintura e com a outra entrelaçava os dedos deles. No momento em que os olhos se encontraram, ele levantou as mãos unidas e deu um leve beijo no punho dela. Ela engoliu em seco e fechou os olhos se perguntando porque todos os momentos da sua vida não podiam ser tão maravilhosos quanto este.

"Me desculpem por atrapalhar," Lily disse enquanto se aproximava do casal. "Mas nós temos que dançar a próxima," ela apontou para si mesma e Remus, dando um olhar de desculpas para Mia. "Ideia do Professor Dumbledore. Os dois Monitores Chefes e os Monitores."

"Vão em frente," Mia sorriu. "Eu vou procurar Jamie e ver se ele se meteu em encrenca," ela riu enquanto Lily revirava os olhos, levando Remus embora pela mão.

Mia andou pelas mesas que foram postas em volta da pista de dança. Ela viu Alice e Frank dançando juntos e Mary, que estava sendo cortejada no final do salão por um pequeno grupo de Lufa-lufas que faziam parte da A.D., Otto Bagman, Amos Diggory e Davey Gudgeon, que usava um tapa-olho depois de se aproximar muito do Salgueiro Lutador uns dias atrás e quase perder um olho, todos a rodeando em uma tentativa de tirá-la para dançar. Alecto Carrow estava nos braços de Mulciber e Amycus estava desaparecido depois de ser pego azarando um terceiro-anista pela Professora Sprout, tendo sido banido do Baile do mesmo jeito que Sirius. Elora Zabini estava sendo repreendida pela Professora McGonagall por agarrar seu atual namorado, Adrian Abbot, sua terceira 'vítima' aquele ano. Ela ainda usava um medalhão que foi presente do último namorado, que estava na enfermaria com um braço quebrado, depois de alguém azarar sua vassoura, o derrubando no meio de um treino.

Snape, que estava sentado a um canto com uma careta, olhava a pista de dança enquanto Remus sussurrava algo no ouvido de Lily e ela jogava a cabeça para trás, rindo. A visão fez Mia sorrir, sabendo que os dois eram apenas amigos, mas o olhar de ódio no rosto de Snape a fez interromper a busca por Jamie, que estava parado de modo suspeito ao lado do ponche.

"Você não vai mesmo convidá-la para dançar?" Mia perguntou a ele.

"Não sei sobre o que você está falando," Snape falou pausadamente.

"Ah, por favor," Mia revirou os olhos. "Você não consegue nem responder sem tirar os olhos dela. Você não tem direito de ficar sentado aqui de cara feia por ela não estar contigo quando você não tem a coragem de se levantar e convidá-la para dançar."

"Talvez não seja ciúme que aumente a minha raiva," Snape se virou e a encarou. "Lily é mais do que livre para dançar com quem ela quiser," ele zombou e então acrescentou. "No entanto, eu tenho um problema com ela dançar... qualquer coisa que ela quiser."

Os olhos de Mia escureceram. "Eu teria muito cuidado se fosse você," a mandíbula dela contraiu. "Eu não tenho problema em socar a sua cara... de novo."

"Cuidado, amor," alguém disse e de repente ela sentiu um puxão em sua mão, se virando para bater em algo duro. Ela olhou para o rosto sorridente de Sirius Black, que andou rapidamente para a pista de dança. "Desculpe, parecia que você precisava de um resgaste do Ranhoso lá," ele sorriu olhando para ela. "Eu odiaria que a oleosidade dele manchasse seu lindo vestido."

"O que você está fazendo aqui? Você vai se meter em tantos problemas," Mia riu enquanto ele a inclinava dramaticamente.

"Eu vim dançar com a garota mais linda de toda a escola," Sirius explicou. "Mas já que Remus a está mantendo ocupada, eu vim dançar com você," ele riu e ela o bateu no ombro. "Você não pensou mesmo que eu fosse perder isso, pensou?" Ele riu. "Eu não posso ficar muito. Estou quase acabando de escrever mil linhas de 'Eu não vou ser ensinado por cobras estúpidas'."

"Você não fez isso!" Mia ficou boquiaberta.

"Ah, ele não vai ler," Sirius revirou os olhos. "Eu estou cheirando Firewhisky?" Ele sorriu. "Prongs realmente fez isso?"

"Não," Mia riu. "Bom, provavelmente," ela admitiu e olhou por cima do ombro onde viu o irmão beber um grande copo de ponche e, então, andar para longe da mesa, desaparecendo na multidão. "Na verdade, nós todos bebemos um pouco antes de virmos para o baile," ela admitiu e riu de novo enquanto ele a girava.

"Doce e inocente Miazinha, bebendo Firewhisky e dormindo com lobisomens," Sirius brincou. "Onde o mundo vai parar?"

"O quê?" Mia corou. "Nós não... não..." ela engasgou.

"Só estou brincando, amor," Sirius sorriu. "É uma bela cor, essa nas suas bochechas."

"Sirius..." Mia franziu o cenho.

"Eu tenho os meus momentos, sabe," ele continuou falando, ignorando o olhar estranhamente sério no rosto dela. "Momentos onde eu penso 'agora, como eu consegui estragar isso?'," ele riu suavemente. "Momentos onde eu observo o olhar no seu rosto quando você olha para ele e penso se você me olharia do mesmo modo."

"Eu olhava," Mia admitiu triste. "Mas você correu e eu disse que não iria esperar por você."

"E eu estou feliz que você não tenha esperado," Sirius sorriu. "Você está feliz, ele está feliz. Como eu posso me irritar com isso? Com ciúme, claro," ele assentiu. "Por isso que eu tomei esses minutos do seu tempo. Sou um pouco egoísta. Precisava de uma dança para continuar levando," ele sorriu para ela.

"E o que acontece quando você precisar de ajuda?" Ela perguntou a ele franzindo o cenho.

"Ah, gatinha, eu não peguei Adivinhação," ele deu de ombros. "Pela sua recomendação eu não fiz essa matéria, que poderia ter me falado o futuro, como essa história termina."

"Adivinhação é besteira," Mia revirou os olhos.

"Temos nossa própria vidente bem aqui," ele deu uma das suas características risadas meio latido.

"Interrompo algo?" A voz de Remus surgiu de trás de Mia e ela foi se afastar de Sirius, mas ele a puxou de novo.

"Moony, você está tão bonito e sofisticado," Sirius sorriu. "Se importa em assumir?" Ele perguntou, puxando Mia para a posição de início. "Ela não aguenta o meu ritmo," ele sorriu e pegou um dos copos nas mãos de Remus, bebendo rapidamente e rindo um pouco. "Ah, Prongsie," ele zombou. "Pobre garoto despejou a garrafa inteira. Vou lá repor o estoque de vocês antes que McGonagall prove. Agora, se vocês já terminaram de ocupar meu muito limitado tempo, eu tenho um Professor de Defesa para importunar," ele disse e, então, saiu rapidamente pelas portas do Grande Salão.

Mia se virou para olhar Remus, que estava tossindo um pouco depois tomar o ponche. "Ah, ele está certo, isso é horrível", ele estremeceu e lhe entregou a taça para deixar que ela tomasse um gole, sorrindo quando ela imitou sua expressão.

"Melhor seguirmos o conselho dele e bebermos enquanto não é tarde demais," ela riu e o levou até o ponche, onde vários alunos se serviam. Duas danças depois e James era visto em um canto do salão enquanto ouvia um sermão de uma Lily irada, que o segurou pelo colarinho e o levou através da pista de dança até onde uma Professora McGonagall estava sentada.

"Essa é a nossa deixa para irmos embora," Mia disse rapidamente pegando a mão de Remus e indo até a saída antes que um James ligeiramente bêbado pudesse admitir acidentalmente que eles sabiam do plano dele.

oOoOoOo

Corredor do Sétimo Andar

Rindo graças aos ponches com Firewhisky, Mia e Remus correram pelas escadas de mármore, indo pelos longos corredores até o sétimo andar, em frente a tapeçaria de Barnabas, o Bárbaro. Antes que Mia tivesse a chance de pedir qualquer coisa para a Sala Precisa, Remus a prensou contra a parede, a beijando. Macio, quente e com gosto de citrus, açúcar e Firewhisky, Mia amoleceu no abraço dele, tremendo quando sentiu uma mão apertar sua coxa, levantando a perna dela até o quadril dele e fazendo força contra ela.

"Sala," Mia gemeu contra a boca dele.

"Hmm?" Remus respondeu, ainda a beijando.

"A sala, Remus," Mia relutantemente se afastou. "Eu preciso criar um lugar."

"Foda-se a sala," Remus rosnou e se afastou dos lábios dela, indo sugar uma região atrás da orelha dela que a fez soltar os mais deliciosos sons. Quando ela choramingou baixinho, Remus riu contra a pele dela e provou seu sabor mais uma vez, sorrindo quando ela repetiu o ruído.

"Remus," ela gemeu e ele deixou o pescoço dela para capturar seu nome saindo da boca dela, sorrindo enquanto mergulhava uma mão livre no cabelo dela, usando o aperto para aprofundar o beijo enquanto que, com a outra mão, preguiçosamente acariciava a coxa dela através da seda suave do vestido.

Mia divertidamente mordiscou o lábio inferior dele e o som reverberante que ele fez contra ela desencadeou algo em seu corpo, e ela sentiu uma onda de calor cobrir a pele de suas bochechas e depois correr ao sul, banhando a carne do peito, estômago e coxas com calor. Algo profundo abaixo do umbigo dela começou a se contorcer e a ferver e ela lutou com unhas e dentes contra a voz em sua cabeça que estava gritando, implorando por atrito.

"Remus, nós precisamos parar," Mia falou.

"Eu fiz algo errado?" Remus se afastou imediatamente, olhando para ela preocupado.

"Godric, não," Mia expirou. "Muito certo," ela admitiu. "Mas não existe nenhuma chance de eu terminar essa noite perfeita sendo flagrada pelo Filch transando com meu namorado," ela riu.

Remus de repente empalideceu com a confissão, pegando uma única palavra na sentença que saiu dos lábios dela. "O-okay," Remus concordou, sua recente confiança de repente fraquejando um pouco. Mia notou a reação dele e suas bochechas queimaram de novo, percebendo o que tinha falado.

"Você confia em mim?" Mia perguntou após uma longa pausa.

"Claro," Remus concordou. "Você confia em mim?" Ele perguntou hesitante.

"Com a minha vida," ela murmurou e o beijou levemente de novo antes de fechar os olhos e andar de um lado para o outro na frente da parede de pedra.


N/A: meus queridos leitores, é com grande prazer que aviso que no próximo cap finalmente teremos cenas mais ousadas.
Alguns estão ansiosos por isso há bastante tempo, como eu hehe. A fic é marcada como M por motivos como esse, caso alguém não se sinta a vontade.
Espero que tenham gostado desse capítulo, é um dos que eu mais gostei de ler.

Mia ensinando o Patrono para o pessoal me fez lembrar de uma conversa entre Remus e Sirius no início da fanfic, discutindo sobre quem tinha ensinado quem o feitiço hahahaha adoro essas referências dentro da história :)

Pessoal, no próximo cap eu respondo os comentários, agora eu estou totalmente sem tempo.
Leio todos e fico muito feliz com o retorno que recebo, então peço desculpas, de verdade!

Vejo vocês no domingo, um beijo!