The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Quarenta e Três: Apenas O Suficiente
"...Heart beats fast
Colors and promises
How to be brave?
How can I love when I'm afraid to fall?..."
(A Thousand Years - Christina Perri)
19 de dezembro, 1975
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Torre da Grifinória
"O que você quer de Natal?" Remus gemeu a pergunta contra o travesseiro em sua cama de dossel. A lua cheia tinha sido na noite passada e ele estava extremamente dolorido e exausto, apesar de estar quase na hora do jantar e ele ter passado o dia todo na cama.
Na noite anterior, os quatro Marotos e Mia foram para a Casa dos Gritos. Apesar de James e Sirius terem sugerido deixar Moony ir um pouco lá fora e correr pela floresta, Remus insistiu para que eles o deixassem trancado adequadamente até que ele se sentisse em pleno controle, o que ele admitiu que poderia nunca acontecer. Beber a Poção Mata-Cão durante a semana anterior o ajudava a ficar no controle. Ter quatro amigos Animagos consigo durante a lua cheia o mantinha calmo. Sabendo que, uma vez recuperado e fora da Ala Hospitalar, ele teria uma garota nua esperando por ele em sua cama, quase fez a lua cheia valer a pena.
Apesar deles terem oficialmente terminado seu relacionamento amoroso na noite em que perderam a virgindade com o outro, Remus e Mia não falaram nada a uma alma sequer. Certamente tornava mais fácil quando os dois amigos eram flagrados se agarrando em salas de aula vazias e corredores escuros pelos amigos – exceto por James e Sirius, claro. Mesmo sabendo que suas histórias terminavam com pessoas diferentes, eles encontraram um refúgio um no outro. Ele a usaria nos momentos mais agressivos quando a lua cheia se aproximasse, permitindo que ele se soltasse um pouco, o que ajudava a controlar seu temperamento. Ela o usaria para cumprir a regra mais importante da carta que o antigo Professor tinha deixado para ela, aproveitar a sua vida.
O dia depois da lua cheia era um dia de recuperação. Após tomar as poções e se recuperar na enfermaria, Remus iria retornar para o dormitório pedindo para dormir. Os amigos compreensivos – todos com sono durante as primeiras horas da manhã – iriam vagar o quarto para permitir que o lobisomem se recuperasse. No momento em que os outros três garotos saíssem para o Campo de Quadribol, onde eles sempre iam, Mia iria se esgueirar para o dormitório dos garotos e subiria na cama de Remus, onde eles iriam fechar as cortinas e jogar o feitiço silencioso mais forte que eles conseguissem.
Nos dias anteriores à lua cheia, qualquer um que procurasse nos corredores escuros de Hogwarts iria encontrar Mia presa fortemente contra a parede, enquanto ela chamava o animal de Remus para fora, mordiscando os lábios e o pescoço dele, puxando o cabelo dele com força enquanto ele entrava nela, rosnando por trás de olhos ouro e âmbar enquanto ela gemia, "Mais forte," no ouvido dele. Ele ainda não tinha perdido o controle com ela e Mia quase desejava que ele perdesse. Era difícil dizer não para Remus, mas o lado agressivo dele estava se tornando viciante e ela culpava a si por Remus se sentir ansioso e preocupado depois de momentos violentos entre os dois, nervoso que ele fosse acabar machucando-a. Ela não ousava dizer a ele como apreciava.
No dia após a lua, eles se encontravam fazendo amor preguiçosamente no conforto de lençóis limpos, com ela traçando as linhas das cicatrizes dele, beijando os novos arranhões e caindo no sono nos braços um do outro murmurando vários, "Eu te amo,". Remus e Mia eram o perfeito refúgio para o outro. A habilidade de expressar e sentir amor de uma maneira que os mantivessem a salvo de desilusão amorosa. Remus não precisava ficar sozinho enquanto ele esperava décadas para sua companheira aparecer. Mia não precisava lidar com o problema do seu vínculo com Sirius e do futuro onde ela sabia que ele estava esperando pelo dia depois do décimo nono aniversário dela.
Eles podiam se usar para escapar de seus futuros entrelaçados com outras pessoas.
E eles se usavam bem.
"Você ainda não comprou o meu presente?" Mia o repreendeu provocando enquanto se sentava atrás das pernas nuas de Remus, suas mãos suaves massageando os músculos dele, doloridos pela transformação na noite anterior. Os músculos tensos das costas dele estavam cheios de várias cicatrizes que ela achou surpreendentemente belas, como se contassem a história de seu personagem. Mia se inclinou e encostou os lábios em cada uma delas com carinho. Embaixo dela Remus sorriu com os olhos fechados ao mesmo tempo em que soltava um suspiro satisfeito.
"Não tive muito tempo para fazer compras," ele admitiu. "Vou ter que ir ao Beco Diagonal alguma hora antes do Natal. A não ser que você queira que seu presente seja uma repetição de hoje," ele riu.
"Eu não acho que poderia abrir esse presente na frente dos meus pais e do meu irmão na manhã de Natal," Mia sorriu debochada e apertou os ombros dele, sorrindo quando a expressão de dor cruzou o rosto dele por um momento, mas depois foi embora suavemente e ele relaxava mais ainda com o toque dela.
"Você quer algo..." ele pensou por um momento. "De namorado?" Ele perguntou com uma sobrancelha levantada. "Nós não contamos a ninguém. Eu não quero que seus pais pensem pouco de mim, como se eu fosse imprudente o suficiente para comprar algo ridículo como doce."
"Você não é o meu namorado," Mia deu de ombros. "Você não tem nenhuma obrigação de fazer essas coisas," ela insistiu. "Só porque não anunciamos no Profeta nosso tórrido fim de namoro," ela revirou os olhos. "Não significa que nós estamos escondendo o fim do relacionamento."
"Não estamos?" Ele se virou e olhou para ela, os suaves olhos verdes encontraram os chocolates dela e apesar da falta de roupa ele manteve os olhos no rosto dela.
"Não exatamente," ela franziu o cenho. "Quer dizer, não estamos corrigindo as pessoas quando eles falam que estamos juntos, mas..."
"Eu acho que você está assustada," Remus admitiu. "Você está preocupada que se começarmos a falar para as pessoas que não estamos juntos, elas vão..."
"Descobrir que temos transado e eu que eu sou uma prostituta?" Ela disse sarcasticamente com um tom de escárnio muito parecido com o da Sra. Weasley.
"Não," Remus riu. "Acho que você está com medo de que se Sirius souber que não estamos juntos, ele vá se sentir obrigado a tomar uma decisão sobre você e, não importa qual seja a escolha dele, te aterroriza."
"Eu sou uma Grifinória," ela olhou para ele como se a acusação dela ter medo fosse o insulto mais baixo que ele pudesse fazer.
"Você me disse que o Chapéu Seletor queria te botar na Sonserina," Remus a desafiou.
"Ele só estava querendo me aborrecer," ela rosnou. "Não é esse o ponto. Eu não tenho medo do Sirius." Para tentar mudar de assunto, Mia moveu o quadril sobre ele e sorriu quando ele soltou um gemido baixo. Podia senti-lo se movendo debaixo dela e ela sorriu com o pensamento de que ela conseguia facilmente calar o lobisomem com um gesto tão simples.
"Não, você ama o Sirius," ele apontou, lutando contra o desejo ardente de tomá-la novamente.
Mia suspirou. Talvez ela não fosse tão talentosa em calar a boca de Remus.
"Você está preocupada de que ele vá descobrir que nós não estamos juntos e não vá dizer que te ama também." Ele podia ver nos olhos dela quando disse as palavras. Verdade. "E ele provavelmente não vai," Remus disse sem rodeios. "Porque ele está tão aterrorizado quanto você."
"Eu tenho certeza de que fizemos uma regra sobre não falar sobre Sirius quando estivéssemos nus," Mia disse firmemente e Remus revirou os olhos.
"Eu transo com você para liberar minha agressividade reprimida. Você transa comigo porque está se escondendo," ele a acusou.
"Eu transo com você porque eu amo você," ela o encarou.
"E eu amo você, mas você sabe que é diferente. Seria diferente se eu fosse Sirius," ele a olhou de volta.
"Ciúmes?" Ela provocou tentando dissipar a tensão.
"Nem um pouco," Remus riu. "Você está em cima de mim, não é?"
"E se fosse Sirius?" Ela perguntou direta. Uma parte dela se preocupava que Remus não estivesse sendo totalmente honesto com ela. Este era o refúgio deles, aqui nos braços um do outro, e ela sabia que Remus ficaria sozinho por anos. Uma parte dela não queria tentar mais nada com Sirius porque ela não queria deixar Remus por conta própria. Ela não queria que o seu amigo, o seu coração, ficasse sozinho.
"Eu ficaria feliz por você," ele prometeu e ela franziu o cenho quando viu a sinceridade nos olhos dele. "Eu manteria um olho nele, garantindo que ele não fosse estragar tudo. A sua felicidade me traria felicidade."
"Você estaria sozinho," ela franziu o cenho.
"Não que o nosso tempo junto não tenha sido... fantástico," ele sorriu. "Mas eu consegui ficar sozinho antes de começar a dormir com você," ele riu. Mia sorriu para ele vendo as maravilhas de um Remus confiante que teria corado com essa conversa nem dois meses atrás.
"Ele está machucado," Mia finalmente quebrou o contato visual com um suspiro. Ela odiava como Remus conseguia facilmente enxergar dentro dela em momentos como este. Quando os amigos-depois-namorados eram pegos em momentos de paixão, ajudava que ele a conhecesse tão bem. Ele prestava bastante atenção na maneira com que os olhos dela ficavam nublados, no menor suspiro que saía dos lábios dela ou na pequena contração do nariz dela. Mas quando ela se sentia vulnerável e exposta, ele via bem através dela e trazia tudo para a superfície, a forçando a encarar os problemas.
"Você também," ele estendeu a mão e pegou a dela, a puxando até que ela caísse sobre o peito dele onde ele a envolveu com os braços, a segurando perto. "Eu não sei porque, nem o que você está escondendo, mas eu posso ver. Cheirar," ele suspirou.
"Eu não sei como lidar com ele nessa idade," ela admitiu, esperando sair do assunto das feridas dele que ele conseguia ver. Mia se preocupou com que o aconteceria quando as cicatrizes do passado dela literalmente voltassem pra assombrá-la. Como ela iria explicar, especialmente para Remus que viu toda a pele impecável dela?
"Vocês possuem a mesma idade," Remus apontou.
"Não, não temos, você mesmo disse. Você e eu somos diferentes. Sirius é... uma criança," ela disse secamente. "Ele é mimado e acha que pode se safar de tudo, ele faz charme quando não ganha o que quer, e se recusa a se abrir comigo – ou com qualquer um – sobre os problemas dele," ela se virou e olhou para ele. "Eu nunca poderia ter intimidade com ele, não como..." ela apontou para o pequeno espaço entre os dois. "Não como isso."
"Você sabe qual é o seu problema?" Remus perguntou a ela, traçando o contorno da espinha dela com os dedos. "Você tenta acertar tudo na primeira tentativa," ele assentiu. "Você é tão brilhante em Feitiços que consegue alterá-los e criar um novo. Você produziu a Mata-Cão com facilidade e, pelo o que você me contou, um erro e eu que sofreria as consequências. Você se tornou uma Animaga em seis meses enquanto Sirius, James e Peter levaram três anos. E para uma Puro-sangue que nunca fez Estudos dos Trouxas, você tem um conhecimento bem vasto sobre coisas que eu nunca ouvi falar e eu possuo uma mãe Trouxa. Tudo é fácil para você."
"Está dizendo que com Sirius não seria fácil?" Ela revirou os olhos.
"Para ir para cama? Você mal precisa piscar para ele," Remus zombou. "Mas para quebrar aquelas barreiras defensivas que ele levantou em volta dele? Pode levar anos," ele admitiu. "E você não gosta que ele simplesmente não se abra para você. Isso não é fácil como magia."
"Nem tudo vem fácil para mim," ela fez beicinho, discutindo com ele para evitar uma briga de verdade. "Eu sou horrível voando."
"Talvez você devesse se desafiar, então."
oOoOoOo
24 de dezembro, 1972
Mansão Potter – Residência dos Potter
Na véspera de Natal na Mansão Potter, todos se encontravam em um estado de espírito maravilhoso. Os pais Potters decoraram a casa inteira, para o grande desgosto de Tilly, que queria fazer tudo por conta própria. James e Mia estavam felizes por estarem em casa, aproveitando a companhia da família e amigos, já que Sirius estava perto de se tornar um convidado permanente da Mansão, e a família Lupin inteira tinha vindo para aproveitar as festividades com os poucos amigos que possuíam no mundo mágico.
Presentes foram trocados com sorrisos radiantes ao redor da maior árvore de Natal na Mansão inteira. Os pais Potters, para variar, mimaram os filhos, assim como os convidados que – exceto Sirius – não queriam aceitar os caros presentes que receberam. Ao final da noite, Remus tinha mais chocolate do que ele podia carregar, o que foi ótimo porque o presente de Mia foi uma mochila com um feitiço indetectável de extensão. O presente de Remus para Mia foi uma bela pena de pluma de fênix e novos rolos de pergaminho, e James e Sirius ganharam novos kits de manutenção de vassouras. James pegou o galeão de comunicação da A.D. que Mia tinha feito com um feitiço Proteu e o transformou em um colar para Mia e ela, em retorno, sugeriu que ele a desse aulas de voo. Sirius também presenteou Mia com uma joia na forma de dois brincos que não combinavam. O esquerdo era a silhueta de um gato de prata; o direito a imagem de uma raposa. Mia deu a Sirius um presente que ela mesma fez. Uma singela, mas linda, corrente de prata que ela encantou para ser uma Chave de Portal de emergência.
"Toque e diga Portus," Mia instruiu. "E ela vai trazer você diretamente para cá," ela sorriu para ele. Ela sabia que Sirius tinha problemas com a família dele e depois do encontro com Bellatrix no casamento de Narcissa, ela percebeu que em algum ponto no futuro, Sirius iria precisar de um lugar seguro. Ela franziu o cenho com o pensamento de que ele poderia ter usado o presente enquanto estivesse em Azkaban.
"É maravilhoso," Sirius sorriu suavemente para ela. "Eu vou usar sempre," ele prometeu e botou a corrente ao redor do pescoço. "Mas se é para emergências, o que acontece e se eu não tiver minha varinha para ativar o feitiço?" Ele perguntou curioso e Mia sorriu.
"O que você acha que nós vamos trabalhar na A.D. quando voltarmos?" Ela disse com um sorriso diabólico.
"Você não sabe fazer magia sem varinha," Sirius murmurou sem acreditar.
"Um pouco," ela deu de ombros. "Um bruxo muito poderoso me ensinou," ela sorriu com a memória dela e de um Sirius mais velho na frente da tenda tarde da noite. Harry dormia no interior da cabana com o medalhão ao redor do pescoço, enquanto seu padrinho e sua melhor amiga ficavam do lado de fora, um do lado do outro em frente ao fogo. A jovem bruxa tentando desesperadamente congelar as chamas e o bruxo conseguindo fazer facilmente, tudo sem varinha.
"Alguém mais quer cidra de abóbora?" Mia perguntou enquanto se levantava para ir até a cozinha, animada já que seu presente de Natal para a elfo-doméstico tinha sido tirar a noite de folga. A contragosto Tilly concordou, permitindo que Mia circulasse livremente pela cozinha.
"Obrigada, querida," Dorea sorriu para a filha e algumas mãos se levantaram.
"Eu ajudo," Sirius disse enquanto se levantava para segui-la. Antes que eles pudessem se dirigir até a cozinha, no entanto, eles se encontraram congelados no lugar.
"O que..." Mia piscou, um ligeiro olhar de medo atravessando seu rosto quando percebeu que estava a menos de dois passos de Sirius.
"Uh oh," James riu e apontou para cima.
Pairando acima dos dois estava um visco encantado.
"Quem fez isso?!" Mia se virou e olhou para James.
"Na verdade," James levantou as mãos. "Eu pus vários viscos antes de você me contar que Evans mudou os planos para o feriado e que não viria mais."
"Enganar uma garota para beijar você não vai ganhar o afeto dela, querido," Dorea divertidamente repreendeu o filho enquanto Charlus encarava Sirius e a filha.
"Tire, James," Charlus instruiu.
"Não posso," James deu de ombros. "Só tem um jeito de sair dali," ele quase riu e, então, olhou para Remus que parecia preocupado em ver quantas coisas ele podia guardar na nova bolsa.
"Desculpe, Remus," Sirius deu de ombros para o amigo com um sorriso. "Você ouviu Prongs, só um jeito de sair." Ele parecia se divertir com as táticas inteligentes de seu melhor amigo e passou o braço em torno de Mia, tirando um cacho do rosto dela com entusiasmo. "Você pode querer o olhar para longe enquanto eu acabo com a sua mulher, Moony," Sirius brincou.
"Está tudo bem por mim," Remus deu de ombros com um sorriso no rosto enquanto olhava para Mia e Sirius. "Ela é uma bruxa livre," ele disse e Sirius piscou enquanto se virava para ver Mia arregalar os olhos para o lobisomem.
"O que você quer dizer com bruxa livre?" Sirius perguntou e, de repente, a atenção de todos estavam em Mia.
"Nós terminamos," Mia admitiu, lançando um olhar fulminante para Remus.
"O que você fez?!" James se virou para o amigo, o encarando firmemente.
"Jamie!" Mia soltou. "Ele não fez nada além de revelar meu status de solteira," ela bufou. "Nós terminamos alguns meses atrás. Foi totalmente amigável," ela insistiu.
"Nós somos melhores como melhores amigos," Remus sorriu para ela. "Não era para ser."
"Por que vocês não contaram a ninguém?" James piscou confuso com o fato de que não tinha percebido nenhuma mudança entre a irmã e o amigo.
"Não era da sua conta," Mia deu de ombros. "Além do mais, não houve drama e nós sabíamos que uma vez que descobrissem iriam surgir rumores," ela revirou os olhos. "Eu não tinha nenhum desejo de acabar com as histórias que certamente chegariam aos meus ouvidos de que eu tinha partido o coração do belo Monitor da Grifinória."
"Por que você virou a destruidora de corações?" Remus perguntou com uma risada.
"Sempre é culpa da garota," ela deu de ombros de novo. Mia sabia por experiência que em relação a rumores e fofocas, ela sempre seria a errada. Ela estava surpresa que seu rosto não estivesse estampado no Profeta Diário até agora. Mas de novo, Rita Skeeter não era repórter deles ainda. "Posso sair daqui, por favor?" Ela perguntou a Sirius que ainda tinha o braço em volta dela enquanto ela apontava para o visco.
De algum modo, ele tinha perdido a confiança que tinha há poucos minutos quando pensou que Mia estava seguramente com alguém. Agora solteira e repousando tão confortavelmente em seus braços debaixo de um visco encantado, Sirius engoliu sua ansiedade sobre o pensamento de beijá-la agora. Ele a soltou e limpou a garganta, se inclinou e encostou levemente os lábios sobre os dela. Foi apenas um roçar, mas encostar nele mesmo desse modo a deixava sem fôlego. Nenhum dos dois se incomodou em fechar os olhos já que aconteceu tão rápido, mas ela olhou dentro daquela tempestade cinzenta que era a íris dele, vendo como elas pareciam prata derretida agora. Ela inalou o momento em que ele chegou muito perto e ela sentiu tudo... Pergaminho e grama – assim como Remus – mas também Firewhisky, couro e um pequeno traço de tabaco que deveria ter enojado ela caso ela não tivesse se acostumado com a essência.
Tinha sido o suficiente para quebrar o encanto.
Tinha sido o suficiente para deixá-la dolorosamente querendo mais.
Tinha sido o suficiente para reanimar algo profundo dentro dele.
Tinha sido apenas o suficiente para puxar uma pequena corrente de ouro que ligava a mágica deles.
Se afastar um do outro foi doloroso, mas Mia se forçou a fingir que nada estava errado. Trazendo a cidra para sua família e amigos, apenas dois pares de olhos perceberam a angústia no rosto dela. Remus, que balançou a cabeça e desviou o olhar, e Dorea que parecia estar examinando a filha, procurando por respostas sem perguntar. Sonserinos podiam ser intimidantes quando queriam.
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6 de janeiro, 1976
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
O ano novo trouxe consigo o que parecia ser um novo mundo.
James e Mia voltaram para Hogwarts usando tipoias que combinavam. Ela tinha cumprido sua oferta para James e no momento em que os dois subiram na vassoura dele tudo deu errado. Os dois filhos Potters terminaram se chocando nos pomares, cada um quebrando um braço. Apesar de terem sido curados com poções e magia no St. Mungus, eles foram forçados a usar as tipois por insistência de Dorea e Tilly, até que os dois estivessem totalmente melhores.
Peter voltou para Hogwarts parecendo doente e assombrado. Eles leram no jornal que o pai dele, Evan Pettigrew foi preso por comportamento suspeito na Travessa do Tranco, e apesar dele ter sido solto depois por falta de evidencias, Mia sabia que esse era o início do fim de Wormtail. Se Peter não tivesse se envolvido com artes das trevas antes, agora ele estava conectado com elas através de seus pais.
Lily saiu do Expresso de Hogwarts chorando depois que Mulciber e Avery a chamaram de sangue-ruim na cara dela e Snape ficou parado evitando o olhar dela na frente dos amigos. Lily não era propensa a explosões emocionais como está, mas Mia sabia que isso vinha acumulando há muito tempo. Logo, Snape e Lily iriam se separar permanentemente e todos, menos Lily, tinham previsto isso desde que o Chapéu Seletor a botou na Grifinória.
Sirius voltou para escola com um novo hábito – apesar dele com certeza continuar com o cigarro e a bebida nos feriados – ficar passando a mão pela corrente de prata em volta do pescoço sempre que estivesse ansioso ou preocupado. Ele não tinha enviado nenhuma coruja para os amigos desde que deixou a Mansão Potter na manhã de Natal e voltou para o Largo Grimmauld, mas Mia sabia que algo estava terrivelmente errado. Em vez de sair do trem e brigar com o irmão, Regulus, os dois Blacks mal olharam um para o outro e quando se olharam, Mia pode ver algo perto de preocupação nos olhos de Regulus.
Isso a irritava em um nível extremo e quando ela encontrou Sirius sentado sozinho no Salão Comunal na noite em que voltaram à Hogwarts, passando os dedos na corrente de prata ao redor do pescoço dele como se ele já estivesse pensando em usá-la para escapar para Mansão Potter, Mia sentou ao lado dele e sorriu. Ele não deitava no colo dela há mais de um ano, desde que ela e Remus se tornaram algo sério, mas ele parecia que precisava de conforto, então, silenciosamente, ela o puxou pelo braço, deixando que ele apoiasse a cabeça nas coxas dela, enquanto ela passava os dedos pelo cabelo de seda negra dele.
Em vez de voltar para o Salão Comunal com seus amigos, pediram que Remus fosse ao escritório do diretor falar privadamente com Dumbledore. Mia ficou preocupada que os dois tivessem sido flagrados em um de seus momentos íntimos e que alguém tenha falado do romance tórrido deles, mas quando Remus os encontrou na manhã seguinte, eles não precisavam que ele falasse o que havia de errado, uma vez que as corujas trouxeram o jornal matinal.
'LOBISOMENS EM DIREÇÃO A ESCÓCIA – HOGWARTS É SEGURA?'
"Não sou eu," Remus prometeu aos amigos, um olhar de vergonha e tristeza no rosto.
"Nós sabemos, Moony," James insistiu, botando uma mão reconfortante no ombro dele. Mia estendeu a mão sobre a mesa e pegou a de Remus e pelo canto do olho, pode ver Sirius passando os dedos nervosamente na corrente de prata.
"Nós estivemos com você em todas as luas," Sirius finalmente murmurou. "Você nunca saiu da Casa dos Gritos, nem mesmo uma vez."
"Vocês... vocês não podem mais ficar comigo," Remus sussurrou. "Não por um tempo, pelo menos," ele olhou para o prato vazio e quanto Mia fez menção de começar a pegar comida para ele, Remus a impediu e balançou a cabeça. "Não estou com fome," ele murmurou e Mia franziu o cenho. "Dumbledore sabe que não sou eu, mas alguns professores sabem sobre a minha... minha condição e estão nervosos," ele bufou. "Então, eles vão ficar me observando pelos próximos meses. Ou até que outros lobos sejam pegos."
"Você tem certeza que é lobisomem?" Peter perguntou. "Quer dizer, viram... viram Co-comensais da morte recentemente," ele limpou a garganta nervosamente.
"São lobos," Remus acenou. "Houve mutilações," ele franziu o cenho com a palavra e Mia apertou a mão dele mais forte. Remus engoliu com força e seu rosto pareceu empalidecer. Ele encarou as mãos unidas dele e Mia, perdido em pensamentos, e ele estremeceu um pouco enquanto, subconscientemente, coçava seu ombro, onde ela sabia ficar a cicatriz mais profunda.
Mia arregalou os olhos quando percebeu que Remus não estava preocupado.
Ele estava com medo e Mia arfou quando uma imagem passou pela sua mente.
Fenrir Greyback.
N/A: pessoal, só estou postando o capítulo para não ficar em falta com vocês de novo.
Meu cachorro faleceu e nos pegou completamente de surpresa... Um tumor no baço. Era novinho, 4 anos, ninguém esperava.
Então vou deixar pra responder vocês no próximo cap, espero que entendam, porque essa semana tá sendo bem difícil...
Não revisei os erros, então me desculpem se tiver algo absurdo..
Até domingo.
