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The Debt of Time
Parte Dois - O Vira-Tempo
Capítulo Quarenta e Quatro: Abobado
"...Ring the alarm
I been through this too long
But I'll be damned if I see another chick on your arm
Won't you ring the alarm?..."
(Ring the Alarm - Beyonce)
14 de fevereiro, 1976
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
O Grande Salão
"Onde diabos vocês estavam?!" Sirius gritou enquanto Remus e Mia se aproximavam da mesa da Grifinória, na manhã de domingo. Remus parecia um caco, apesar de ter tomado a Mata-Cão durante a semana toda. A lua cheia seria na noite seguinte, mas saber que os amigos não poderiam estar lá com ele causou um impacto no jovem lobisomem. Mia tentou várias vezes ajudá-lo a liberar a tensão, mas Remus estava estranhamente distante.
"Ala Hospitalar," Mia murmurou. "Remus teve... uma dor de cabeça," ela disse baixinho percebendo que Mary, Alice e Frank também estavam ali. Lily estranhamente estava ausente, mas o olhar de dor no rosto de James no final da mesa a disse que algo tinha acontecido. "O que ele fez?" Ela perguntou a Sirius com o cenho franzido.
"Quebrou a mão," Sirius riu.
"O quê?!" Mia gritou e correu até o irmão. "Jamie, você está bem?"
"O quê? Isso?" James olhou para ela com olhos tristes, apontando para a mão. "Dói muito menos do que o meu completamente devastado coração," ele gemeu e bateu a testa fortemente contra a mesa.
"Aonde que ele quebrou a mão?" Mia olhou para Sirius, que continuava a rir.
"No rosto de Diggory," ele respondeu.
"Amos?" Remus levantou uma sobrancelha. "Os Lufa-lufas não ficam geralmente no... lado pacífico?"
"Sim," Sirius acenou enquanto enchia o prato com várias comidas e então, sendo o amigo devotado que era, fez o mesmo para James, empurrando o prato na frente do amigo chateado. "Mas Prongs convidou Lily para ir a Hogsmeade."
"E daí? Isso é normal. Ele a convida para Hogsmeade toda vez que pode e toda vez que não pode," Mia deu de ombros, se sentando ao lado do irmão e afetuosamente passando a mão no cabelo dele, sorrindo um pouco enquanto conseguia imaginar um passarinho fazendo ninho no centro dele.
"Ele comprou um presente para ela," Sirius disse apontando para uma pequena caixa de veludo na mesa. Mia arfou com a visão do presente ainda fechado.
"Jamie, por favor, me diz que não é o anel de opala da Vovó Black que está ali," Mia estremeceu e alcançou a caixinha. "Você sabe que Mãe disse que se você tentasse roubá-lo mais uma vez, ela iria pôr uma azaração e o seu cabelo iria cair," ela balançou a cabeça, incapaz de pensar que a azaração poderia ser um avanço. Quando ela abriu a caixinha, ela não pôde evitar sorrir um pouco com a visão.
Um par de brincos de prata parecido com o que Sirius tinha dado à ela de Natal, só que ao invés de uma raposa e um gato, estavam a silhueta de um cervo e uma corça. O coração de Mia derreteu. Apesar dela saber a forma do Patrono de Lily muito antes da amiga ruiva conseguir conjurá-lo, ela sorriu radiante na Sala Precisa no momento em que Lily completou o feitiço. Uma brilhante corça prateada emergiu da ponta da varinha e pastou ao redor da sala, animando todos os membros da A.D. Mas nenhum ficou mais feliz do que James, cujo coração falhou uma batida antes de imediatamente conjurar o próprio Patrono, um elegante cervo.
James ficou mais do que eufórico com o par. Lily parecia positivamente confusa e evitou James mais do que o normal em todas as reuniões da A.D. e nas aulas. Mia sabia que o gesto que James estava tentando enviar a Lily era doce, mas ela entendia a reação de Lily.
"Oh Jamie, eles são lindos. Mas você deveria saber como ela iria reagir," ela franziu o cenho.
"Ela não os viu," James murmurou contra a mesa, seguido por uma série de palavrões e outras palavras ininteligíveis que Mia se esforçou para entender.
"O quê?" Ela olhou para Sirius em busca de esclarecimento. Ele parecia falar fluentemente "Prongs fazendo manha" melhor do que qualquer um.
"Os brincos são lindos," Sirius sorriu debochado. "Apesar de não serem originais," ele disse, piscando para Mia quando percebeu que ela estava usando o presente. "Ela nunca os recebeu," ele balançou a cabeça. "Pobre Prongsie levantou, convidou a querida Evans para ir a Hogsmeade..."
"Eu iria dá-los na Madame Puddifoot," James gritou enquanto se sentava, uma grande marca vermelha na testa, por ficar a jogando contra a mesa. "Ela iria amar," ele disse e, mais uma vez, jogou a testa contra a superfície. Sirius suspirou e deu um tapinha nas costas dele.
"Ela disse não," Sirius continuou. "Normal," ele acrescentou. "E quando Prongs tentou ser um pouco mais convincente, Evans disse que já tinha um encontro."
"Amos?" Mia perguntou com os olhos arregalados e Sirius assentiu.
"Isso explica a mão quebrada," Remus murmurou com a lateral da cabeça apoiada na mesa, ouvindo a conversa enquanto cuidava da dor de cabeça e dos músculos doloridos graças a lua. Mia franziu o cenho com a expressão do rosto dele e olhou para Sirius, assentindo para ele e apontando para um grande prato de muffins perto dele. Sirius silenciosamente acenou, pegando um do topo e passando para o amigo lobisomem, que conseguiu grunhir um obrigado antes de despedaçar o bolinho.
"Então, Jamie socou Amos?" Mia perguntou.
"Basicamente isso," Sirius deu de ombros. "Depois, Evans deu um tapa no rosto dele e o chamou de cretino esquentado. Então, ela contou para McGonagall o que Prongs aqui fez e o pobre garoto está banido de Hogsmeade pelo resto do ano."
Ela não pôde evitar pensar em Harry e como ele, claramente, tinha herdado esse traço do pai. Harry sempre teve um pavio curto e, mesmo que não fosse tão ruim quanto Ron, ele nunca conseguia deixar as coisas para lá. Ele sempre mordia a isca muito rápido quando provocado por pessoas como Draco ou, em alguns casos, seus próprios amigos. Mia ficava muito feliz que Sirius e Remus não brincassem com os pontos fracos de seu irmão.
"Oh, Jamie," Mia franziu o cenho. "Esse seu temperamento vai te deixar com problemas."
"Já deixou pelo visto," Remus murmurou.
"Então, apenas nós três, né?" Sirius perguntou.
"Nós três o que?" Mia olhou para cima, sorrindo enquanto o pobre Remus – apesar de estar bem doente – empurrou uma tigela de mingau na frente dela. Ela gentilmente fez um carinho na cabeça dele, o agradecendo pelo esforço e silenciosamente dizendo que não precisava.
"Hogsmeade," Sirius respondeu.
"Eu vou ficar na cama," Remus respondeu. "Não me sinto bem sentado, ainda mais andando pela vila. Vão vocês dois," ele insistiu e Mia pegou uma mudança repentina no tom de voz dele. Ela se virou e olhou para ele, pensando se ele estava aprontando alguma.
"Que tal, gatinha?" Sirius sorriu debochado. "Quer ir a Hogsmeade comigo?" Ele piscou.
"Hmm... ok," Mia respondeu, um pouco indecisa visto que ele estava com um ótimo humor, o que era drasticamente diferente de como ele voltou a Hogwarts depois do feriado de Natal.
"É um encontro," Sirius sorriu.
"Tem certeza de que você não quer ir?" Ela se virou e olhou para Remus que sorria gentilmente e pegava os farelos de chocolates que sobraram do seu muffim.
"Não, não," Remus respondeu. "Vão vocês dois e se divirtam. Aproveitem o feriado."
"Que feriado?" Mia perguntou, mas antes que alguém pudesse responder, as corujas entraram no Grande Salão carregando vários envelopes, caixas e pacotes. Algumas cartas caíram em frente a Remus, mas ele as empurrou, as ignorando imediatamente. Pelo menos dez envelopes e três pequenas caixas retangulares caíram na frente de James, algumas caindo na cabeça dele e algumas no chão, mas ele não pareceu notar. Então, uma por uma, dezenas de corujas voaram sobre a mesa da Grifinória, dando um banho de cartas e caixas de todas as formas e tamanhos em Sirius – a maioria rosa ou vermelha.
"Ah, não," Mia empalideceu.
"Sim," Remus sorriu afetadamente para ela. "Você, minha querida Mia, acabou de concordar em ir a Hogsmeade, em um encontro com Sirius Black... no Dia dos Namorados."
"Não era isso que eu queria," ela sibilou para Remus baixinho enquanto Sirius pegava seus presentes, os separando em pilhas. "Você fez de propósito, não é?" Ela olhou para ele. "É por isso que você tem... me evitado?" Ela perguntou curiosa.
"Eu pensei que se ele fosse fazer algo, esse final de semana seria a grande oportunidade," ele deu de ombros.
"Eu pareço com o tipo de garota que pode ser levada para o mundo da lua com rosas e doces em forma de coração?" Ela zombou.
"Eu estou sendo tão cuidadoso quanto o possível agora, mas não teste minha paciência perguntando que tipo de garota você parece," Remus a encarou e ela rapidamente notou a mudança de cor nos olhos dele. "Eu, de todas as pessoas, sei o que é preciso para te deixar no mundo da lua," ele se endireitou na mesa pela primeira vez só para murmurar no ouvido dela. Mia fez o melhor para não corar, mas estava falhando. "Mas você vai perceber, Sirius não te presenteou nem com rosas nem com doces em forma de coração, apenas pediu que você o acompanhasse na vila."
Mia bufou, silenciosamente admitindo derrota.
"O que é isso tudo afinal?" Ela perguntou a Sirius que agora possuía duas pilhas do que claramente pareciam cartas amorosas e mais de trinta caixas de doces.
"O normal," Sirius de ombros. "Muito bem, estamos prontos?" Ele perguntou. "Peter, vem aqui," ele chamou o pequeno amigo. "Prongs, eu sei que você está com o coração partido e Moony está passando mal, mas eu não acho que Frank vai dar conta se isso ficar ruim."
Mia observou curiosa enquanto Remus e James se sentavam ao lado de um muito nervoso Peter. Frank estava sentado do lado de uma ansiosa Alice e uma divertida Mary.
"Eu estou perdendo algo?" Ela perguntou.
"Ah, verdade," Mary riu. "Você e Remus foram para Hogsmeade cedo no ano passado e perderam o correio," ela sorriu e olhou para Sirius que conseguiu encontrar o perfeito equilíbrio entre convencido e irritado. "Sirius recebeu vários presentes no Dia dos Namorados do ano passado também, só que ele não foi esperto o bastante para inspecioná-los," ela caiu na risada.
"O que aconteceu?" Mia piscou. "Eu lembro do ano passado. Remus e eu estávamos mandando um recado para Dumbledore e deveríamos encontrar vocês três," ela apontou para James, Sirius e Peter. "No Três Vassouras para o almoço, mas vocês nunca apareceram."
"Isso porque eles ficaram presos no nosso dormitório o dia todo contendo Sirius," Remus sorriu e Sirius se virou, dando um olhar fulminante para o amigo em resposta. "Ele ainda estava completamente doido quando eu cheguei."
"O que aconteceu?" Mia repetiu a pergunta e todo mundo se virou para olhar Sirius.
"Alguém me enviou uma poção do amor," ele zombou. "Não foi nada demais."
"Nada demais?!" James gritou com os olhos arregalados, a primeira coisa viva que ele fazia naquela manhã desde que Mia tinha chegado. "Você socou Peter na cara porque você disse que ele estava te impedindo de encontrar seu verdadeiro amor, uma Lufa-lufa do terceiro ano que você nunca tinha visto!"
"Você tentou transfigurar uma bolsa de Galeões em um anel de diamante para que pudesse propor casamento," Peter o olhou, claramente não contente com o soco do ano anterior.
"Eles estão exagerando," Sirius fez beicinho.
"Eu estou exagerando quando digo que quando entrei no meu dormitório, James e Peter estavam tentando te vestir de novo, porque você disse que não era possível esperar nem mais um minuto para saciar sua grande..."
"Exagerando!" Sirius gritou. "Podemos, por favor, ignorar o passado e seguir em frente?" Ele rosnou por baixo da respiração e seus três amigos riram as custas dele. Mary e Alice estavam rindo e Frank balançava a cabeça. Mia parecia irritada.
"Coitadinho," ela revirou os olhos. "Deve ser tão terrível ter garotas literalmente se jogando aos seus pés," ela olhou para os envelopes e caixas. "Ou na sua mesa de café da manhã, ao que parece."
"Verde é uma boa cor em você, gatinha," Sirius se inclinou sobre a mesa e sorriu debochado para ela.
"Você é incrivelmente convencido," ela estreitou os olhos. "Então, qual é o seu pequeno plano para passar inteiro pelo seu fã clube?" Ela perguntou.
"Peter testa todo o chocolate," Sirius deu de ombros. "James e Remus o mantém sob controle para garantir que ele não acabe acidentalmente comprometido com alguma vadia Sonserina em meu lugar."
"E você está disposto a isso?" Mia encarou Peter, que simplesmente deu de ombros. Ela revirou os olhos. É claro que Peter iria fazer isso. Ele não tinha culhão para recusar. Ela não conseguia acreditar que a forma Animaga dele não era uma minhoca. "Por que você não joga fora o chocolate?"
"Porque não estão todos envenenados," Sirius respondeu com um tom de 'é óbvio'.
"E vale a pena todo esse trabalho?" Ela indagou.
"Não é para mim," Ele deu de ombros e se virou para olhar Remus, que pareceu um pouco envergonhado com o repetindo olhar de Mia. Ela revirou os olhos tão forte que quase ficou vesga no processo.
"Sério?" Ela perguntou surpresa.
"É desperdício jogar isso tudo fora," Remus a cortou.
"Você é surpreendente," ela balançou a cabeça. "Muito bem, vamos logo com essa loucura," ela balançou a mão como se estivesse dando permissão aos quatro meninos para continuarem.
A primeira caixa foi aberta por Peter, já que Sirius se recusava a sequer tocar, James estava magoado e Remus ainda estava doente. A longa caixa embrulhada com um papel com pequenos corações rosas e uma fita dourada, que lembrou Mia da caixa de carmesim que recebeu de Remus no seu décimo nono aniversário. A caixa que continha o Vira-Tempo. Naturalmente, a lembrança a deixou tão nervosa quanto Peter ao abrir o presente, revelando vários chocolates no interior.
"Algum sinal de adulteração maligna?" Sirius perguntou olhando por cima do ombro de James, como se estivesse esperando que a caixa fosse explodir. James pegou o cartão que veio junto e o abriu cuidadosamente, observando enquanto quase um litro de glitter misturado com pequenos corações vermelhos e rosas caíam do envelope para o seu colo.
"Eu não comeria nenhum desses," James avisou. "Esse cartão é... bem direto," ele corou e fez menção de entregar para Sirius, mas Mia o pegou com olhos cerrados.
Meu belo leão Black,
Venha para a torre da Corvinal esta noite. A resposta para o enigma da nossa porta é 'Água'. Minha cama é subindo as escadas, quarta à direita. Não vou estar usando nada que você não possa lamber.
Callista Hitchins
"Que porra é essade Callista Hitchins?!" Mia gritou violentamente quando terminou de ler a carta, o rosto ficando cada vez mais vermelho. Os Marotos ficaram de olhos arregalados, mas Remus parecia ter um sorriso divertido no rosto, sabendo como inacreditavelmente territorial a bruxa conseguia ser com ele, imagina com alguém que ela sabia que deveria estar com ela.
"A futura Sra. Peter Pettigrew, isso sim!" Peter gritou e tentou se levantar, os olhos vidrados e chocolate espalhado pela boca, enquanto ele começava a procurar freneticamente pelo Grande Salão. Tanto James quanto Remus o seguraram pelos ombros.
"Avisei que esse estava contaminado," James riu. "Joga fora," ele disse, passando a caixa para Frank, cujo trabalho era separar a pilha dos envenenados.
"Algum desses é anônimo?" Mia sibilou.
"Não," Sirius balançou a cabeça. "Todas parecem fazer questão que eu saiba de quem eles são," ele riu divertido.
"Mary, você tem uma pena e pergaminho?" Ela perguntou. "Eu deixei a minha mochila no quarto."
"Hmm... claro," Mary disse nervosa, pegando os itens pedidos pela amiga de dentro da bolsa. "Eu quero saber?" Ela perguntou. "Você está com aquele olhar do mal, Mia."
"Eu amo esse olhar," Sirius sorriu, os olhos escurecendo.
Apesar de estar completamente distraído, Peter recebeu outra caixa para abrir, já que eles tinham pouco tempo para acabar de inspecionar os presentes. Sirius queria levar Mia a Hogsmead, mas não iria perder a chance de ver Peter se humilhar um pouco.
"Você acha que Callista iria gostar desses?" Peter perguntou, os olhos nublados enquanto mastigava um dos chocolates.
"Sinto muito, parceiro," James sorriu. "Mas esses estão limpos, então vão para o Sr. Moony," ele sorriu debochado e passou a caixa para o lado, onde Remus começou uma pequena coleção.
"Ahhh," James riu. "Outro cartão. Aww, Pads, ela te escreveu um poema."
Sirius pegou o cartão antes que Mia tivesse chance e riu, lendo em voz alta depois de limpar a garganta. "Rosas são vermelhas, violetas são azuis. Me encontre na Masmorra, para que você faça juz." A mesa inteira – menos Mia – caiu na risada.
"Quem foi essa?" Ela estreitou os olhos.
"Hmm," Sirius olhou para o final do cartão. "Não faço ideia. Kathleen Birchgrove. Não sei," ele admitiu, entregando o cartão e observando curiosamente enquanto Mia passava o envelope para Alice e escrevia o nome na lista.
"Bom, esse aqui não é tão mal," James sorriu debochado, passando a caixa para Peter que imediatamente começou a comer, enquanto James olhava o cartão. "Parece com algo que você escreveria, Mia," ele provocou e Sirius pegou o cartão.
"Que o hálito do estio amadureça este botão de amor," Sirius sorriu. "para que ele possa numa flor transformar-se delicada, quando outra vez nos virmos."
"ISSO!" Mia gritou. "É Shakespeare!" Ela pegou o cartão violentamente das mãos de Sirius. "É sem criatividade, pretensioso e eu morreria antes de citar um bruxo ladrão que se impunha como poeta Trouxa!" Os olhos dela brilhavam e seu cabelo se agitava em fúria.
Remus imediatamente desatou a rir tão alto que teve que enterrar a cabeça nos braços e se inclinar sobre a mesa, batendo com um braço na mesa enquanto ele continuava a uivar.
"Cala a boca, Remus!" Mia soltou.
Ao final do café da manhã, Peter confessou seu eterno amor para dezessete diferentes bruxas de três das quatro casas de Hogwarts. Parece que as Grifinória sabiam o que era melhor. Ele tentou propor a dez delas e começou tentando tirar as roupas durante as três últimas caixas de chocolate que foi forçado a comer. Quando Frank jogou fora a última caixa contaminada, Remus tinha jogado um feitiço de corpo preso em Peter e, para manter a dignidade dos amigos, James lançou um forte feitiço silencioso para evitar que ele cantasse sonetos para algumas Corvinais confusas que tinham vindo espiar os presentes de Sirius.
Mia tinha uma lista com dezessete garotas que tentaram envenenar Sirius com uma poção do amor. Além de Callista Hitchins, oito Corvinais se juntaram à pilha, incluindo Sophia Buckley, Mirabella Ellis, Abbie Snow e Adelia Chapman. Uma pequena coleção de Lufa-lufas – que Mia pensava ser muito doce para algo tão errado – incluindo Heather Hopkirk, Ophelia Shaw e Lavinia Sheppard. Tinham até algumas Sonserinas, incluindo Bonnie Penrose, Kathleen Birchgrove, Ambrosia Mablethorpe e até a famosa Elora Zabini.
Mia estava furiosa e não tinha mais tanto senso de moralidade que Hermione Granger uma vez possuiu. O Chapéu Seletor tentou botá-la na Sonserina, afinal.
"Me deem todos os cartões," Mia instruiu. "Todos os que tentaram envenená-lo," ela estendeu a mão determinada para Alice que vinha coletando os envelopes rosas e vermelhos.
"Eu não chamaria de envenenar," Sirius revirou os olhos. "É forçar a barra, mas..."
"Forçar a barra?!" Mia rosnou as palavras, o cabelo se agitando e deixando pequenos arranhões na mesa da Grifinória. "Me dá os cartões, Alice!" Ela gritou e pegou o pequeno monte.
Ela botou a pilha de envelopes na frente e olhou para eles, murmurando um encantamento silencioso e movimentando a varinha acima deles. Eles brilharam um vermelho escuro por um momento antes de desaparecerem.
"Mia?" James encarava a irmã. "Eu quero saber o que você acabou de fazer?"
"Melhor ainda, você precisa de álibi?" Remus levantou uma sobrancelha.
"Eu apenas os retornei para as remetentes," ela deu de ombros.
Uma por uma, cada carta aparecia magicamente diante das garotas no Grande Salão. A mesa da Grifinória caiu em um estranho silêncio enquanto observavam e esperavam por qualquer sinal de explosão, com as cartas sendo retornadas e reabertas. Depois de abri-las, em vez do poema ou texto original, tinha uma pequena nota indetectável que lia: "Poções de Amor são Imorais e Banidas nesta Escola."
Mas como se ser flagrada enviando chocolates envenenados com poção de amor não fosse o suficiente, uma por uma as dezessete garotas começaram a gritar, seus berros de horror ecoando pelas paredes e teto. Cobrindo os rostos, as garotas correram para a saída, mas algumas pararam, lágrimas nos olhos, e se viraram para olhar em direção a mesa da Grifinória, onde viram as expressões de choque de James, Peter, Remus, Frank, Alice e Mary. Mia, no entanto, parecia irada e Sirius estava sentado de olhos arregalados.
"Você é horrível!" Uma garota gritou, correndo para fora do Grande Salão aos soluços e Mia rosnou, os olhos ficando âmbar enquanto sua Animaga interior se agitava.
A outra vez linda Corvinal morena, junto com outras dezesseis garotas, tinha o rosto terrivelmente desfigurado com uma série de pústulas vermelhas e roxas na testa, que formava claramente a palavra: 'VADIA'.
Aqueles que faziam parte da A.D. sabiam exatamente quem tinha mandado a azaração em tantas garotas. Então, Mia sabia que seu tempo era limitado se ela quisesse se manter à frente dos rumores – verdadeiros ou não – que ela tinha amaldiçoado as colegas. "Eu vou na Ala Hospitalar," ela explicou com um tom de voz calmo enquanto o resto dos Grifinórios a encarava em silêncio.
"Vou pegar um antídoto para Peter," ela disse e o menino parecia não gostar da ideia de não amar mais Elora Zabini. "Não se preocupem," ela revirou os olhos. "Eu vou dizer à Madame Pomfrey como tirar a azaração delas," ela suspirou, irritada que tivesse que fazer isso. Ela sabia que, na sua linha do tempo original, a dedo duro Marietta Edgecombe ainda tinha as cicatrizes da sua traição à Armada de Dumbledore. Mas isso, Mia admitiu, teria sido um pouco extremo. Ela só precisava deixar claro uma coisa.
Ninguém mexia com o que era dela.
"Nós ainda vamos a Hogsmeade?" Ela perguntou ao Sirius.
"Com certeza," Sirius disse animado enquanto sorria para ela. Mia sorriu debochada e se virou, saindo do Grande Salão e seguindo os corredores até a Ala Hospitalar. James se virou lentamente e olhou para Sirius.
"Dá para você se acalmar?" Ele soltou. "Ela ainda é minha irmã!"
"Eu nunca a vi tão furiosa. Não posso evitar que o cabelo dela se agitar me excita," Sirius sorriu, parecendo completamente abobado.
"Para com isso, Padfoot!" James rosnou e socou o braço de Sirius com a mão quebrada. "Ai!" Ele gritou alto e Remus riu, pegando sua bolsa e tirando uma poção para dor extra de dentro para entregar ao amigo de cabelo espetado.
