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The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Quarenta e Nove: Matilha
"...Blood on blood
One on one
And I'll be here for you
Till Kingdom come
Blood on blood..."
(Blood on Blood - Bon Jovi)
14 de abril, 1976
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Floresta Proibida
Mia não quis acreditar acreditou que não tinha percebido os sinais antes.
"Você é minha também, sabe," Remus tinha falado para ela na noite em que tiveram a primeira vez. "Você pertence a mim. É como... Se eu fosse um Alpha, você seria a minha Beta."
"E quanto ao Sirius, James e Peter?" Mia tinha perguntado.
"Eles fazem parte da matilha também."
"Nós somos uma Matilha," Mia murmurou percebendo. "Nós temos que ir, eu vou explicar no caminho, mas acho que sei como salvar Remus," ela sorriu nervosa enquanto dava os primeiros passos em direção a Floresta ladeada imediatamente por James e Sirius, que não tinham nenhum problema em confiar nela ou em segui-la atrás de dois lobisomens.
"Espera!" Peter falou. "Eu... Eu..." ele engoliu com força. Seu rosto redondo estava pálido e seus olhinhos lacrimejantes estavam arregalados, apesar dele não parecer capaz de fazer contato visual com nenhum deles. "Alguém... Alguém deveria avisar Dumbledore," ele gaguejou.
James pareceu concordar com Peter, mas Mia e Sirius já estavam em modo canino e podiam cheirar o medo ondulando para fora dele. Ela ouviu Sirius rosnar baixo, mas ela levantou uma mão para mantê-lo ao seu lado. "Ele está certo," ela concordou. "Se Peter quer ir avisar Dumbledore, ele deve," ela deu um passo à frente. "Diga a ele que Greyback levou Remus para a floresta e que você o viu com Higgs. Não diga nada sobre nós. Lembre-se," ela o avisou. "Você também é um Animago ilegal," ela falou, a ameaça clara. Se Peter os fizessem ser pegos por serem Animagos, Mia iria levá-lo junto também.
Peter acenou e se transformou em rato, indo embora rápido. Mia suspirou e se virou para seus meninos Grifinórios corajosos. "Maroto não é a mesma coisa que Matilha," ela disse firmemente enquanto passava por James e Sirius, seus olhos agora âmbar fixos nas árvores na frente deles. Ela sabia o que precisava fazer para salvar seus amigos – sua Matilha – e ela não podia evitar sentir um peso sair de seus ombros ao saber que Peter Pettigrew não faria parte dela.
Aonde eles estavam indo não existia espaço para covardes.
"Mia, você já esteve na Floresta Proibida antes?" James perguntou enquanto ele e Sirius seguiam a irmã dele, os passos delas em nenhum momento hesitantes ao seguir um caminho desconhecido, dando um passo para o lado, onde James viu marcas de cascos que nunca tinha visto antes.
"Mais ou menos," Mia mentiu. Ela já esteve na Floresta inúmeras vezes durante a vida. Ela sabia que a horda de Trestálios viviam para a direita de onde eles estavam e ela notou pegadas no chão confirmando suas suspeitas. Ela sabia que os Centauros viviam perto do centro da floresta, em uma grande clareira que era parecida com aquela onde a batalha final da Segunda Guerra Bruxa aconteceu. Onde Harry matou Voldemort. Onde ela, Remus e Sirius quase morreram.
De novo não.
"Eu transformei a Sala Precisa na Floresta Proibida algumas vezes," ela admitiu em voz alta enquanto andava. "A copiou perfeitamente, mas já que a Sala não consegue produzir animais, era virtualmente vazia. Me permitia acessar a Floresta sem o elemento perigo. Foi onde eu treinei para me tornar uma Animaga," ela explicou, deixando de fora a parte que era onde ela transava com Remus. Mesmo se Jamie não estivesse ali, ela não tinha certeza se daria a informação para Sirius.
"Lobisomens são parecidos com lobos normais em relação a poder pertencer a uma matilha ou serem solitários. Remus é um lobo solitário, mas apenas por causa das circunstâncias," ela disse enquanto tentava passar por uma grande raiz de uma árvore, observando com irritação enquanto James e Sirius conseguiam passar sem problemas graças as longas pernas. "Cada Matilha possui um Alpha. O mais forte. Ele controla a Matilha e, nos lobisomens, o filhote do Alpha não tem a capacidade de revidar. Eles não são fortes o bastante. Remus precisa abraçar seu Alpha interior."
"Mas Greyback quem transformou Remus. Isso o torna um filhote, certo? Então, como Remus pode ser um Alpha?" James perguntou.
"Porque eu e Sirius o tornamos um," Mia disse. "Nós não tínhamos a intenção, claro, mas tornamos."
"Como?" Sirius perguntou.
"É um vínculo," Mia sorriu. "Eu senti durante o meu treinamento enquanto eu tentava alcançar Remus durante minhas meditações. Eu podia sentir um vínculo familiar que ia até você, Jamie," ela disse, se recusando a falar sobre o vínculo de alma que ela sentiu entre ela e Sirius. "Mas tinha algo a mais. Uma corda invisível que me levou até a Casa dos Gritos durante a lua cheia, mas também me levou até a Floresta Proibida onde eu sabia que vocês estavam treinando. Foi um vínculo não provocado de Matilha," ela olhou para o céu e andou mais rápido enquanto a lua começava a subir.
"Eu sei sobre vínculos," Sirius admitiu. "Um pouco," ele disse pensando nos livros na biblioteca da família Black. Ele já tinha visto o vínculo matrimonial – ou pelo menos a versão Puro-sangue – em vários casamentos e testemunhou um vínculo de servidão quando seus pais adquiriram um novo elfo doméstico quando ele era mais novo. "Vínculos não provocados não significam nada, Mia," ele explicou. "Basicamente só diz que nós todos estamos conectados por existirmos no mesmo mundo."
"Para bruxas e bruxos sim," Mia concordou, apesar de notar que Sirius não tinha conhecimento sobre os detalhes. "Mas lobisomens são diferentes," Mia sorriu. "Vínculos normais existem entre membros de uma família ou casais que se casaram, não existe uma hierarquia, exceto com os elfos domésticos e, mesmo assim, é unilateral," ela continuou. "Matilhas de lobisomem possuem uma hierarquia, é necessária para a sobrevivência deles ou então eles iriam se matar."
"O que isso tem a ver com a gente?" James perguntou. "Nós não somos lobisomens."
"A maior parte dos vínculos é provocada por emoções e ações. Preparação e provocação," ela disse, repetindo o conhecimento que Dorea passou para ela. "Sirius e eu demos o primeiro passo para preparar o vínculo com Remus na primeira noite em que fomos para a Casa dos Gritos com Remus," ela explicou.
"Nós nos submetemos," Sirius disse, a clareza finalmente zumbindo nos ouvidos dele.
"Dá para vocês pararem de falar caninês e traduzirem?" James soltou, estreitando os olhos para os dois.
"Como Sirius e eu somos Animagos caninos, nós tivemos que nos submeter para Moony, para que ele não nos visse como uma ameaça. Submissão passiva pelo menos. Orelhas abaixadas e cauda entre as patas," ela respondeu o irmão. "Então, Moony passivamente marcou a nossa essência. Quando eu e Sirius fizemos isso, nós reconhecemos o potencial para um vínculo de Matilha e, fazendo isso, nós estabelecemos uma hierarquia."
"Nós tornamos Remus um Alpha por literalmente nos curvarmos nas malditas patas dele," Sirius deu uma risada meio latido. "Ok, então nós podemos salvá-lo de Greyback por... o que... submissão ativa? Isso vai provocar o vínculo?" Ele perguntou e Mia concordou rapidamente.
"Mas nós temos que tirar Greyback da frente. Moony não será capaz de nos ver provocando o vínculo até que Greyback perca hierarquia na frente dele," ela franziu o cenho. "E isso requer derramamento de sangue," ela engoliu com força. Claro que requer derramamento de sangue, que ritual de vínculo não requer? Mia pensou. Sua mente viajou até ela trazer Sirius de volta do Véu, o sangue da mão dela, o brilho dourado e, então, de repente, a atração em direção a ele, por ele.
"Ok," James acenou, de repente nervoso enquanto continuavam a se mover pela floresta. "Nós três contra um lobisomem maluco e com sede de sangue. Sem problemas," ele disse sarcasticamente. "Qual o próximo passo depois de provocar o vínculo?" James perguntou.
"Selá-lo," Mia respondeu. "Mas hmm... nós não precisamos fazer isso," ela disse limpando a garganta.
"Por que não? Não iria fortalecer?" James perguntou com uma sobrancelha levantada.
"Sim, mas..." ela corou. "Você e Sirius definitivamente não iriam querer fazer."
"Ei, se a vida de Remus está em jogo, Mia, eu faria qualquer coisa," ele se defendeu veementemente e Sirius não conseguiu segurar a risada.
"Prongs," Sirius limpou a garganta. "Lobisomens selam o vínculo transando e marcando o outro."
James parou por um momento e finalmente falou. "Então, ele consegue sobreviver com um vínculo não selado?" Ele perguntou claramente e Sirius abafou uma risada, mas concordou. "Então, o plano é só –"
Mas James foi cortado por um alto grito longe, seguido rapidamente por outro. Os três olharam para o céu e viram a lua cheia em todo o seu brilho e glória. Eles ouviram os ecos do choro de dor de Remus e Mia estremeceu, fechando os olhos e enterrando o rosto no peito de Sirius enquanto ele passava um braço protetoramente ao redor dela. Remus sempre sofria durante a transformação, mas ela não conseguia imaginar o que estava acontecendo com ele agora, sabendo que Greyback estava lá com ele.
Ela não podia imaginar quanto medo ele deveria estar sentindo.
"Nós precisamos encontrá-los antes que eles nos encontrem," James insistiu. "Transformem-se agora e fiquem perto."
"Você cobre a retarguada e as laterais," Sirius instruiu. "Moony reconhece Prongs, mas para Greyback, você é apenas uma presa," ele disse firmemente e apesar do olhar de indignação no rosto de James, ele concordou com as palavras de Sirius e se virou para longe dos dois, se transformando. Seus braços deram lugar a longas patas que os permitiram tocar o chão com cascos. Ele deu uma sacudida com a cabeça e seu cabelo bagunçado deu lugar a longos e afiados chifres, seu rosto se transformando no belo e elegante cervo. Mia riu a visão. Presa, de fato.
"Muito bem, gatinha," Sirius respirou fundo e saltou para frente, se transformando no meio do ar e pousando no chão com suas enormes patas negras. Os olhos de Padfoot se voltaram para ela e ele pressionou o focinho na palma da mão aberta dela, um gesto silencioso de conforto. Mia respirou fundo, tentando controlar suas emoções. Foi há apenas algumas horas que ela estava irritada com Sirius?
Ela fechou os olhos e deslizou até o chão em um movimento que ainda parecia como se água a estivesse puxando para baixo. Seus olhos âmbar abriram e suas orelhas pontudas se contraíram enquanto ela ouvia os sons. Os gritos tinham parado, mas ela podia ouvir barulhos. Um olhar para Padfoot ao seu lado e Mia sabia que ele tinha ouvido também.
Soluços.
Furtivamente, Padfoot e a pequena raposa seguiram em frente em direção ao barulho, enquanto Prongs os acompanhava vários metros atrás. Ela olhou em volta enquanto se movia através dos arbustos e sentiu uma memória dolorosa vir à tona. Aqui foi onde aconteceu da primeira vez, Mia pensou. Ela reconhecia a disposição das árvores e quando olhou para trás por um momento ela conseguiu ver o caminho perfeitamente como se estivesse olhando de novo com olhos humanos, mas não com os olhos de Mia. Com os olhos de Hermione Granger.
Correr pela floresta com a mão de Harry apertada fortemente na sua, um vira-tempo recém girado em volta do pescoço e um lobisomem no encalço deles. Remus transformado. Aquelas árvores, aquele caminho, eram os mesmos e ela quase conseguia ver Bicuço esperando por eles. Se ela olhasse a frente com seus olhos caninos ela tinha certeza que conseguiria ver o lago onde Harry lutou contra os Dementadores. Ela podia ouvir Moony uivando na memória, ecoando na sua mente enquanto ela corria em frente, seguindo Padfoot e os cheiros e os barulhos que os levavam naquela direção.
"O Carrasco! Ele foi chamar os Dementadores! É agora, Hermione –" Harry tinha dito antes de ajudá-la a montar no Hipogrifo. Eles voaram, voaram muito alto e muito rápido para o gosto dela de volta para o castelo, onde ela pôde ver Sirius Black, um condenado fugitivo sentado em uma cela e olhando para fora por uma janela do lado direito da Torre Oeste.
"Se afaste!" Hermione pediu a Harry tirando a varinha, ainda agarrando as vestes de Harry com a mão esquerda. "Alohomora!" E a janela se escancarou, libertando Sirius Black. O salvando dos Dementadores.
Sirius subiu no Hipogrifo, passando uma perna sobre a imensa besta e se inclinando para frente, dando um olhar de desculpas a Hermione e... algo a mais que ela não soube o que era na época. Ela acenou para ele com um sorriso simpático, dizendo silenciosamente que não tinha problema ele segurar nela enquanto eles voavam. Apesar de Hermione ter ficado com os olhos fechados pela maior parte do voo, ela os abriu quando Bicuço botou as patas no topo da Torre Oeste. Harry pulou imediatamente, mas por um breve momento Hermione não conseguiu se mover, porque Sirius ainda tinha um braço ao redor da cintura dela.
"Sirius, é melhor você ir depressa," Harry ofegou. "Eles vão chegar na sala de Flitwick a qualquer momento e vão descobrir que você fugiu."
De repente, Sirius largou Hermione e ela se virou sorrindo para ele, só que ele parecia a beira das lágrimas enquanto os olhos cinzentos dele encontraram com os castanhos chocolate dela. Ela tinha pensado naquilo como gratidão, sabendo que o homem inocente provavelmente não via bondade há muito tempo.
"Eu devo a você um débito de vida, bruxinha," Sirius Black sorriu para ela.
Oh, Godric, Mia pensou, o ar ficando preso na garganta dela enquanto ela continuava a correr, a memória mais clara do que nunca.
Ele sabia.
Tudo começou naquela noite. A Casa dos Gritos. Sirius, Remus e Peter. A lua cheia e um lobisomem transformado. Ela uivou para distrair Moony deles mesmos e ele foi atrás dela. Mas ela se lembrou de um dever que ela escreveu para Snape, dizendo que lobisomens apenas respondiam o chamado de sua própria espécie. Sua matilha.
Remus estava certo. O tempo era um círculo. Ela era um catalisador e tudo que estava acontecendo deveria acontecer. Na noite em que ela salvou a vida de Sirius, ele a reconheceu. Reconheceu Mia nos olhos de Hermione Granger. Na noite em que ela chamou o débito de vida que ele devia a ela. A mesma noite em que ela uivou na floresta e Moony respondeu. Hoje era a noite que tornou aquele momento no futuro possível. Hoje ela entraria na matilha de Remus.
Matilha.
As memórias foram embora quando notou Padfoot diminuindo o passo a sua frente. Ela respirou lenta e profundamente. Com tantos aromas presentes na Floresta era difícil pegar um específico. Ela sentia o cheiro de um ninho de pássaros na árvore acima dela. Uma horda de Trestálios um quilômetro atrás. Em algum lugar mais longe ela podia sentir o doce aroma de um Unicórnio e seu filhote. Ela podia cheirar Prongs se movendo na pequena clareira e, se ela focasse os olhos poderia vê-lo ao longo das árvores. E bem à frente, ela sentiu o cheiro de algo maravilhosamente familiar e algo horrivelmente reconhecível.
Pergaminho e grama. Moony.
Sangue e suor. Greyback.
A pequena raposa se aproximou de Padfoot, silenciosamente indo para baixo do imenso corpo dele e andando em volta da gigante pata, passando a lateral de sua bochecha contra ela em uma maneira silenciosa de deixá-lo saber que ela estava ali, ela estava bem e ela estava pronta. Ela sentiu a confirmação dele quando o enorme cão negro respirou contra a pelagem vermelha de sua cabeça.
Olhos âmbar e prata olharam para a cena à frente deles. Moony estava no chão gemendo baixinho, os olhos ouro e âmbar voltados para cima enquanto um enorme lobo cinzento se postava em cima dele dominantemente. De pé, Greyback era muito maior do que Moony que, na sombra do Alpha, parecia um filhote em comparação. Greyback rosnava, os dentes à mostra para Moony, seus pelos eriçados enquanto se inclinava tentando fazer com que ele se submetesse ainda mais, empurrando o focinho do lobo mais novo para o lado para que o pescoço aparecesse.
Moony parecia estar lutando e Mia sabia que era por causa da Mata-Cão. Remus estava ali e ele estava lutando mesmo sabendo que Moony sentia a necessidade de ser submisso ao Alpha; seu pai.
Moony deixou escapar um grunhido baixo quando Greyback o empurrou de novo e como punição por responder ao Alpha, o lobo cinza mordeu violentamente a lateral do peito de Moony, mergulhando os dentes em carne. Os olhos da pequena raposa se arregalaram e ela se moveu para atacar, mas sentiu a boca de Padfoot ao redor da sua nuca, a impedindo de atacar cegamente.
O cheiro do sangue do jovem lobisomem se impregnou nela e a fez ficar enjoada. A fez pensar em cada manhã após a lua cheia que ela tinha passado com Remus. Quando ele tinha onze anos e soluçava nos braços dela. Quando ele tinha trinta e oito anos e lutava na primeira lua sem a Mata-Cão em décadas. Ela tinha visto o suficiente do sangue de Remus. Tinha visto muitas vezes. A pequena raposa respirou fundo e se acalmou e se inclinou ligeiramente para frente, mordendo suavemente a pata de Padfoot, avisando que estava na hora.
O grande cão negro rastejou lentamente através dos arbustos, se movendo entre as árvores. Ele não fez nenhum som no inicio, mas não havia necessidade de permanecer quieto, só o seu tamanho já atrairia a atenção de Greyback mesmo se o velho lobisomem não tivesse captado o cheiro dele. Greyback se virou e rosnou para o cão, o intimidando com seu tamanho nitidamente maior, mas Padfoot não recuou. Os olhos âmbar de Mia foram até Moony que encarava Padfoot e dava curtas respiradas.
Calma, amor, Mia pensou.
Greyback deu um rosnado baixo de advertência, o qual Padfoot imediatamente ignorou, saltando para frente e fincando os dentes no pescoço do lobisomem. Greyback revidou na hora e de repente os dois enormes animais estavam lutando, os dois nas patas traseiras tentando forçar o outro à submissão. A pequena raposa correu até Moony, os olhos âmbar o olhando, mas ele se afastou, encarando Greyback como se estivesse tentando dizer, implorar a ela para parar, salvar Padfoot e a si mesma e ir embora. Moony não poderia ajudá-los.
Um grito alto chamou sua atenção e a raposa se virou para ver Greyback arremessar Padfoot, o corpo do cão bater em uma árvore de tronco largo e cair no chão com um baque, sangue jorrando da pata dianteira. Uma raiva delirante se formou dentro dela e ela correu, saltando sobre o lobisomem e caindo nas costas dele, mordendo com força e se sentindo poderosa quando sentiu o gosto de cobre. Ele soltou um uivo e começou a se sacudir, e ela tentou não cair. Ele se movimentava muito bruscamente e ela não conseguiu se segurar, voando por cima da cabeça dele, pousando com força no chão em frente do lobisomem que rosnou, os lábios totalmente para trás mostrando suas imensas presas.
Ela tentou correr, mas percebeu que uma de suas patas traseiras estava machucada. Ela nunca escaparia a tempo. Ela mostrou os próprios dentes, não querendo demonstrar medo para a fera, mesmo agora que a morte parecia bem real. Pareceu apenas irritar ainda mais Greyback, ou excitá-lo, ela não sabia.
O barulho de cascos encheu os ouvidos dela, abafando o rosnado de Greyback e seus olhos âmbar viram Prongs correndo em direção ao lobisomem, a cabeça inclinada para baixo e para frente. Com certeza uma presa. Não houve tempo o suficiente para que o lobo reagisse, já que os chifres pontiagudos do poderoso cervo empalaram a grande besta, o acertando nas costelas e no pescoço, o jogando direto no chão. Prongs balançou a cabeça, rasgando pele e carne enquanto tirava seus chifres ensanguentados do corpo do lobisomem e, em seguida, se virando e dando um rápido pontapé na ferida aberta na lateral do lobo.
Sangue jorrou imediatamente no chão e Greyback soltou um rosnado e um choramingo de dor quando tentou se mover, não conseguindo.
Outro rosnado preencheu o ar e os três Animagos se viraram para ver Moony lentamente se levantar, seu focinho para cima como se o cheiro do sangue de Greyback engatilhasse algo primitivo dentro dele. A raposa pulou em direção a Padfoot que estava lambendo a pata machucada, os dois observando cautelosamente enquanto Moony andava até que conseguisse farejar o corpo do velho lobo. Greyback rosnou para Moony, mas este, de repente, estava confiante e rosnou agressivamente de volta; seus olhos ouro puro, praticamente brilhando no escuro da noite.
A raposa mordiscou de leve a pata de Padfoot que não estava machucada para atrair a atenção dele e, então, andou para frente, rastejando devagar em direção ao lobo cor de areia, que imediatamente olhou para ela. Ela se abaixou o mais próximo possível do chão, as orelhas para baixo e a cauda entre as patas. Moony observou de perto, a aprovação nos olhos com a ação dela. Padfoot seguiu de perto a raposa, imitando exatamente os movimentos dela. Seguindo as instruções deles, Prongs manteve uma distância, parado atrás deles, mas mantendo os olhos no lobisomem machucado só por precaução.
Quando o jovem lobo avançou, a raposa e Padfoot viraram a cabeça ao mesmo tempo, mostrando espontaneamente seus pescoços para o grande lobisomem que se elevou sobre ambos, parecendo maior do que nunca, até mesmo do que Greyback, que é monstruoso. Moony deu um passo à frente, se inclinando, farejando a raposa antes de botar uma de suas enormes patas ao redor do pescoço dela, como um sinal de dominância. Mostrando que ele poderia matá-la, mas estava escolhendo não o fazer. Ela permaneceu imóvel no chão, o pescoço à mostra mesmo quando Moony se moveu e repetiu o processo com Padfoot.
Uma vez que tinha terminado o processo, o lobo deu um passo para trás e se virou para olhar Greyback. O mesmo olhava para seu descendente, lentamente se afastando, os olhos âmbar quase brilhando vermelho com a mais pura raiva e mesmo um traço de medo. Moony deu um alto rosnado e observou Greyback se virar e correr. No momento em que ele foi embora, uma luz prata brilhante rodopiou pelo ar, envolvendo o lobo, a raposa, o cervo e o cão.
Mia se lembrou do vínculo que ela provocou com Sirius. Por sangue e sacrifício, ela pensou bem no momento em que a luz explodia ao redor deles.
A luz do sol atravessou as árvores na manhã seguinte e Mia abriu seus olhos castanhos para descobrir que tinha mudado para a forma humana durante a noite. Ela não lembrava de cair no sono, então ela só podia assumir que quando o vínculo foi provocado e a luz explodiu ao redor deles, ela tinha derrubado todos. Ela estremeceu quando a luz a cegou por um momento e se inclinou para levantar, mas sentiu algo quente tanto a puxando para cima quanto a empurrando para baixo.
Ela olhou para baixo para encontrar Sirius dormindo pacificamente em seu colo, os braços envolvendo com força sua cintura e seus cabelos de ébano cobrindo seu rosto. Virando a cabeça, viu Remus e sorriu, o peso do braço dele ao redor de seu ombro a fazendo se sentir segura, como ele sempre fez. Ela respirou lentamente e se aconchegou no abraço de Remus enquanto passava os dedos pelo cabelo de Sirius, um hábito que se tornou mais relaxante para ela do que para ele com o passar dos anos.
"Você parece confortável," a voz de Jamie quebrou o silêncio. Ela se virou e olhou para o irmão, que sorriu debochado para ela, o cabelo preto todo espetado para cima na parte de trás e os óculos ligeiramente tortos.
"Eu estou," ela admitiu.
"Me faz lembrar de quando a gente era pequeno," James riu suavemente, relembrando os dias onde os quatro dividiam a grande cama de Mia na Mansão Potter.
"É. Sinto falta daqueles dias," ela admitiu baixinho.
"Eu também," James concordou e deixou sair um longo suspiro. "Principalmente porque eu não me sentia estranhando quando você ficava deitada com os meus amigos," ele riu. "Ah, bons tempos quando Moony não estava pelado atrás da minha irmã e Padfoot não tinha uma ereção matinal."
"O quê?!" Mia pulou e acidentalmente acertou a testa de Sirius com seu cotovelo.
"Ai! Que merda é essa?!" Sirius gritou, segurando a cabeça. James só riu.
Mia levou as mãos até a boca e arfou. "Ah, Godric, Sirius! Eu sinto muito!" Ela estremeceu e ficou olhando enquanto os olhos cinzentos cansados dele se voltavam para ela. Ela fez um beicinho com a visão dele segurando a cabeça e se inclinou para frente para beijar a testa dele. "Você está bem?"
"Nunca estive melhor," Sirius gemeu e se sentou. "Briguei com um lobisomem, me machuquei," ele disse segurando o braço para mostrar o corte nele. "Me liguei aos meus amigos e acordei com uma garota me agredindo. Vocês sabem, como qualquer outro dia," ele sibilou e passou uma mão pelo cabelo que brilhou com a luz do sol. "Tudo bem aí, Prongs?" Ele perguntou.
"Acordei com sangue no cabelo," James admitiu. "Tirando isso, tudo certo."
"Sangue no cabelo?" Mia ficou boquiaberta.
"É, do..." e ele usou as mãos para imitar os chifres dando o bote. "Épico matador de lobisomens," ele sorriu. "Mas não acho que essa seja uma história que eu possa contar a Evans, certo?" Ele riu, seu ego inflando rapidamente, para a preocupação da irmã. "Eu saí dessa bem heroico, se fosse falar por mim."
"Você é o campeão, Jamie," Mia sorriu para ele e riu quando a expressão convencida dele se tornou algo como apreciação genuína.
"Absolutamente," Sirius sorriu. "Prongs, o Protetor!"
"Padfoot, o Paladino!" James sorriu.
"E Vixen, a Conquistadora!" Sirius se virou radiante para Mia.
"Para de me chamar de Vixen. Eu não gosto de apelidos," ela o encarou.
"Mia, a Maravilhosa!" James declarou.
"Sem querer acabar com a pequena festa," Remus murmurou exausto, o rosto enterrado nos braços enquanto ele se enrolava atrás de Mia, ainda nu. "Mas alguém poderia, por favor, transfigurar alguma calça para mim?"
N/A: me desculpem se tem algum erro horroroso, mas hoje tem GAME OF THRONESSSSSSSSSS, adeus meus queridos!
No próximo capítulo respondo os comentários, passei o dia me preparando para esse momento maravilhoso na frente da televisão!
FINALMENTE VOLTOU! BJSSSS s2
