The Debt of Time

Parte Dois – O Vira-Tempo

Capítulo Cinquenta e Seis: Amortentia

"...It's not a walk in the park
To love each other
But when our fingers interlock,
Can't deny, can't deny you're worth it
'Cause after all this time I'm still into you..."
(Still Into You - Paramore)


8 de setembro, 1976

Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

Ala Hospitalar

A semana de Mia não foi das melhores.

Depois que James descobriu sobre a vida sexual secreta dela com Remus e Sirius, seu irmão mal podia olhá-la nos olhos. Os três Marotos envolvidos estavam se falando de novo, especialmente depois de juntarem forças para tirar a verdade de Peter (que admitiu que uma vez entrou no dormitório com Remus e Mia lá dentro e depois ouviu Sirius falando com Remus sobre a única noite deles no verão). Peter saiu com um olho preto e três meses banido da Casa dos Gritos e, de algum modo, Sirius o ameaçou para trazer tantas Cervejas Amanteigadas quanto ele conseguisse carregar pela passagem da Dedos de Mel.

James se mantinha quieto quando ficava perto de Mia, na maior parte por vergonha do próprio comportamento; mas Sirius e Remus também estavam diferentes e isso ela não esperava. Os dois bruxos sabiam um do outro, mas algo aconteceu na noite em que James descobriu e os dois estavam agindo estranhamente na presença dela. Sirius estava estranhamente quieto e constantemente olhando de Mia para Remus como se estivesse procurando por algo importante. Remus, por outro lado, estava descontroladamente distraído por qualquer coisa que estivesse ocupando os pensamentos dele. Pela primeira vez em cinco anos ele esqueceu como Mia gostava do chá e acidentalmente botou framboesas em vez de mirtilo no mingau dela, algo que a mesa inteira percebeu com olhos arregalados e suspiros altos como se alguém tivesse gritado 'Avada Kedavra'.

Ela teve que encurralar Remus do lado de fora da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas para que ele finalmente cedesse e admitisse que na semana anterior Sirius o tinha prendido em uma conversa desconfortável e trouxesse à tona alguns sentimentos confusos em relação a ela. Mia tirou o máximo que conseguiu dele, mas ainda sentiu que ele estava escondendo algo. Ela culpou a aproximação da lua cheia e, então, prometeu encontrar com ele no Salgueiro Lutador naquela noite, já que de tarde tinha Poções Avançadas com Lily e também precisava visitar Sirius na Ala Hospitalar, para onde ele foi levado depois que um grupo de Sonserinos do sétimo ano o atacou no vestiário do Campo de Quadribol.

"O que você está tentando fazer, Sirius Black?!" Mia disse enquanto entrava na enfermaria, os olhos castanhos estreitos para o bruxo de cabelos negros que descansava na cama de hospital como se não se importasse com mais nada no mundo. Alguns livros estavam empilhados na mesa ao lado da cama, embora ele estivesse usando um bem grande como apoio para escrever algo.

"Dever de Transfiguração," Sirius apontou para o pergaminho, ignorando o tom e volume de voz que ela usou. "Eu sei, eu também acho que é idiota. Nem sei porque estou cursando. Sou um maldito Animago," ele zombou. "Quão melhor uma pessoa pode se tornar em Transfiguração? Eu poderia dar a maldita aula se quisesse."

"Sirius!" Mia gritou.

"Sim, amor?" Ele olhou para ela inocentemente. "Isso é sobre as clavículas quebradas?" Ele apontou para si mesmo. "Porque eu prometo que os outros caras estão piores," ele insistiu. "Ou pelo menos estavam antes de eu desmaiar."

"Não é sobre isso que eu vim gritar com você, na verdade," Mia franziu o cenho. Ela realmente estava ali para gritar com ele quando ele apenas foi atacado por potenciais Comensais da Morte? Sim. Sim, ela estava. "E eu estou irritada por você não reportar isso," ela o olho. "Como eles vão punir os alunos que te atacaram se você não falar ao Dumbledore o que está acontecendo?" Ela botou as mãos no quadril. "O Diretor não pode ter acreditado na história ridícula de você ter caído da vassoura. Você é um dos melhores jogadores."

"Eu não contei porque não sou um covarde que põe os problemas nos ombros de outros," Sirius admitiu sem a olhar, enquanto continuava a fazer o dever. "Além disso, Prongs e Wormtail estão trabalhando em alguns detalhes para mim," Sirius sorriu debochado e Mia, de repente, ficou preocupada. 'Trabalhando em alguns detalhes' sempre queria dizer 'planejando algo terrível' na linguagem Marota.

"Não me conte," ela balançou a cabeça, "a não ser que seja particularmente doloroso." Ela deu de ombros. "Nesse caso eu posso ajudar... um pouco," ela revirou os olhos. "Eles quebraram seus ossos, afinal de contas."

Ela deveria se sentir culpada por desejar dor física a alguém, mas Mia Potter era uma pessoa bem diferente de Hermione Granger. E mesmo Hermione tinha sentido uma corrente de adrenalina fantástica quando socou Draco Malfoy no rosto no terceiro ano. Mia não conseguia evitar pensar se isso tinha sido a rachadura nela que deixou aberta as comportas – como Dorea Potter chamaria – do lado Sonserino dela. Assim, até agora nesta nova linha de tempo, ela já tinha agredido fisicamente mais Sonserinos do que tinha feito na década de 1990.

"Então, você veio aqui só para gritar por comigo por ter me machucado? Porque isso é um pouco frio, até para você," ele sorriu sarcástico para ela.

"Não," ela rosnou, se lembrando imediatamente o porquê dela ter vindo até a enfermaria. "Remus é meu melhor amigo e me conta tudo. Eu sei que você o convenceu a tentar voltar comigo e eu quero saber o porquê!"

Sirius zombou. "Remus não te conta tudo."

"O quê?" Ela soltou. "Claro que conta."

"Ah," Sirius abaixou a pena como se estivesse se preparando para o que achava que seria uma longa discussão. "Então, você está ciente de que ele ainda te ama?" Ele perguntou com um olhar conhecedor no rosto. Mia corou imediatamente, não esperando isso.

"Não seja ridículo, ele me ama do mesmo modo que eu o amo, nada mais," ela insistiu, as bochechas ainda rosas com a implicação de que os sentimentos de Remus eram mais fortes do que ela foi levada a acreditar. Talvez anos atrás quando eles namoraram, mas certamente não depois que ele descobriu que ela não era a companheira dele.

"Bom, nisso eu realmente acredito."

Os olhos castanhos dela se estreitaram. "E o que isso deveria significar?"

"Você e Remus se amam e a única razão de você ter terminado é por causa de algo ridículo, que o Destino fudeu com a vida amorosa de vocês," ele revirou os olhos cinzas e ela contraiu a mandíbula em resposta as palavras dele.

"Existem evidências o suficiente sobre estudos relacionados a companheiras de lobisomens e..."

"Eu não estou falando sobre o Remus, Mia. Eu estou falando sobre você. Sobre você e eu," Mia empalideceu e inspirou bruscamente. Com a reação assustada dela, ele continuou. "Ah? Nada a dizer sobre isso?" Ele a encarou e ela engoliu em seco. Os olhos dele estavam duros e frios e a lembrou do olhar que tinha recebido no momento em que ele viu a cicatriz nas costelas dela. O olhar de que sabia que ela tinha escondido algo, que sabia que ela estava mentindo para ele.

"Sua Mãe teve muito o que me contar," Merda. "Sobre como nós, de algum modo, provocamos a porra de um Vínculo e como você fez disso – e aposto que outras milhares de coisas – um segredo para mim." O Sirius normalmente suave e bem humorado tinha ido embora e no lugar dele estava a muralha fria que a lembrava muito de um Draco Malfoy. Só provava que, mesmo sendo o Grifinório que Sirius era, ele ainda era um Black.

Mas, então, ela também não era? Nas poucas interações com pessoas que tinham conhecido Dorea Potter Née Black, como estudante em Hogwarts ou como adulta, todos mencionaram como Mia os lembrava da matriarca Potter.

"Ela não deveria ter te contado," Mia murmurou quando Sirius continuou a encarando, esperando uma resposta que ela imaginou ser um pedido de desculpas. Mas como essa conversa deveria começar? Me desculpe por ter mentido para você, Sirius, mas para ser honesta, eu estou mentindo sobre tudo, incluindo meu próprio nome, sobre como nós nos conhecemos de verdade, sobre o que o futuro guarda para você e sobre a possibilidade bem real de que, se eu conseguir voltar para a minha linha de tempo original, você vai me odiar porque eu deixei que você fosse preso depois de ser incriminado por um de seus melhores amigos que fez com que seu outro melhor amigo fosse assassinado.

"Por quê?" Sirius perguntou.

"Porque eu não queria que você se sentisse forçado a ter algo comigo," ela soltou, suas inseguranças antigas voltando. Ela lembrou do primeiro beijo com um Sirius Black mais velho; a paixão e o amor que ela sentiu por trás das ações dele, e o fato de que ela foi incapaz de se concentrar o suficiente nelas porque estava muito preocupada pensando que os sentimentos dele fossem por causa (em parte) do misterioso Vínculo que ela tinha causado. Um Vínculo que, de algum modo, se expandiu pelo tempo e espaço e ainda existia aqui em 1976.

"E eu não posso querer o mesmo para você?" Sirius balançou a cabeça. "Porra, Mia. Você acha que Adivinhação é uma baboseira, mas está disposta a comprar isso de Vínculo de Alma tão facilmente?" Ela o olhou, pronta para falar que Adivinhação era baboseira, mas que o Vínculo de Alma era bem real. Ela o sentiu. Quando eles fizeram amor ela o sentiu, quase o viu com os próprios olhos e, pelo visto, ele o tinha sentido o mesmo. "Não me olhe assim, eu não estou dizendo para te magoar. Você sabe como eu..." ele hesitou. "Você sabe como é importante para mim. Eu nunca poderia te machucar e não é por causa de um maldito Vínculo."

"É mais complicado do que isso," ela desviou o olhar.

"Explique para mim, então," ele falou.

"Aprenda Oclumência," ela respondeu.

"Não," Sirius a olhou. "Para com essa porra de Oclumência. Só para constar eu estou tentando, mas é muito difícil sem um Legilimens para testar as minhas barreiras. Esse não é o ponto. Você comprou isso de Vínculo de Alma cegamente e diz que é mais complicado, mas não vai me dizer porquê. Você tirou a minha escolha e a sua sobre o assunto."

"Eu não tirei nada de você," ela argumentou. Uma parte queria contar que ela tinha salvado a porcaria da vida dele e que o Vínculo era o resultado. Jogar na cara estupidamente bonita dele.

"Você merece Remus." Sirius respirou fundo. "Você ama Remus."

"Não estou discutindo isso," ela admitiu. "Mas e se... e se eu te amasse também?"

Um longo silêncio caiu entre a bruxa e o bruxo. Os olhos cinzentos encontraram marrons e, em vez de olhar teimoso e raivoso, eles pareciam estar tentando ler um ao outro. Mia se perguntou se ele acreditaria nela, que ela o amava mesmo. Ela sabia que Sirius lutava contra emoções como essa, especialmente quando se tratava dela.

Sirius finalmente quebrou o silêncio. "Então, você deve pensar nisso antes de aceitar um Vínculo de Alma. Não é justo com nenhum de nós dois," ele disse frustrado. "Ou com Remus. Vocês dois eram felizes e estavam apaixonados antes disso de companheira surgir e vocês desistirem. Imagino que o nosso Vínculo também ajudou, estou errado?"

"Não."

"Então, volte. Conserte isso e fique com Remus."

"Eu não posso," ela gemeu. Por que eles não podiam aprender Oclumência? Ela sabia que não poderia contar sobre a guerra ou mortes ou Azkaban, mas ela conseguiria contar sobre Tonks pelo menos – mesmo que não falasse o nome – e todo o alvoroço sobre a companheira de Remus iria acabar. "Eu aceitei..."

"Eu não aceitei!" Sirius gritou. "Eu tive toda a minha vida decidida por mim e a porra do Chapéu Seletor foi a primeira vez que eu tive uma escolha em alguma coisa!" Seus olhos cinzas estavam na escura cor da ardósia, salpicado com prata. "Minha própria família tentou me forçar a servir um bruxo das trevas e eu tenho certeza que eles não vão simplesmente esquecer. Eu não vou te botar em perigo agora, e eu me recuso a aceitar outra coisa em minha vida sem poder ter uma escolha, Mia. Eu nunca vou permitir que um Vínculo seja selado sem saber com certeza que sou eu e não Remus. E ele pensar que tem uma companheira lá fora não é uma prova boa o bastante para mim."

"Então você espera que eu namore alguém só para te acalmar?" Mia o encarou. Ele tinha um ponto, claro, e ela se sentia culpada; só um mês depois de ter sido atacado pela própria família, que tinha tentado forçá-lo a algo tão drástico, Dorea tinha contado seu segredo sobre o Vínculo de Alma a ela e o fez acreditar que outra coisa estava sendo imposta a ele sem permissão. Ela entendia. Mesmo assim, era difícil dizer a Sirius Black que ele estava certo, especialmente quando ele usava esse tom de voz irritado com ela.

"Não. Eu espero que você namore Remus porque ele é bom para você," Sirius admitiu. "Porque você é boa para ele e porque vocês se amam. Eu espero que você seja inteligente e não aceite as coisas só pelo o valor do nome. Você nunca diria um feitiço, lançaria um encantamento ou beberia uma poção sem saber o que é antes; eu espero que você trate o seu coração – e o meu e o de Remus consequentemente – com a mesma intenção." Ele disse bem claro, então ela soube que isso não era sobre ele tentar protegê-la ou sacrificar sua própria felicidade pela de outra pessoa. Sirius era muitas vezes bom em cuidar de seus amigos quando ele se esforçava e não agia de forma imprudente.

"Eu não quero magoar você," Mia franziu o cenho. "Não quero que você veja eu e Remus e..."

"Considerando como eu tratei vocês no passado, não vai ser nada," Sirius a interrompeu e imediatamente a imagem de Marlene McKinnon apareceu na mente dela. "Mas não vai me magoar. A sua segurança e felicidade vem acima das minhas," ele prometeu. "Tome isso como o maior elogio possível porque existem literalmente menos de uma mão de pessoas que podem afirmar ter visto em primeira mão meus momentos altruístas."

"Eu..." ela hesitou. "Eu vou pensar."

"Bom. Agora vem sentar aqui e me ajudar com meu dever," ele pegou a pena de volta.

"Eu pensei ter ouvido você falar que poderia ensinar Transfiguração?" Ela revirou os olhos com a velocidade que ele conseguia mudar o assunto, a raiva no quarto indo embora quase imediatamente. Se não fosse da natureza de Sirius conseguir quebrar a tensão tão facilmente, ela teria pensado que alguém estivesse tentando lançar a Imperius nela.

"Eu poderia. Mas eu preciso da sua ajuda para encantar o pergaminho," Sirius sorriu diabolicamente. "Eu quero que ele fique preso da mesa de McGonagall no momento em que ela der a nota. Desse jeito, ela sempre vai se lembrar de como eu sou brilhante."

oOoOoOo

Masmorras

Uma hora mais tarde Mia se encontrava na aula de Poções Avançadas sentada ao lado de uma Lily focada, que estava prestando total atenção no caldeirão dela enquanto evitava os olhares de um menino de cabelos negros do outro lado da sala. Mia olhou para cima e estreitou os olhos para Snape.

"Você quer que eu o azare para você?" Mia perguntou ansiosa, se lembrando muito de como a palavra 'Sangue-ruim' saiu tão facilmente dos lábios dele. Enquanto ela tinha eventualmente perdoado seu próprio bully – Draco Malfoy – isso só aconteceu bem depois dele ter parado com seu vício de sangue puro. Mia não poderia culpar Lily por guardar tanto rancor de Snape agora.

"Apenas o ignore," Lily insistiu. "Vai irritá-lo mais se nós fingirmos que ele não existe," ela disse bufando. "E se ele não parar até o final da aula, eu vou derramar essa Amortentia no suco de abóbora dele," ela riu.

"Isso não faria com que ele se apaixonasse por você?" Mia perguntou com um sorriso debochado.

"Então eu vou derramar a Amortentia de Belby no suco dele," Lily corrigiu com um sorriso e Mia gargalhou.

"É tão engraçado que você tenta fazer com que todos pensem que você é tão doce e gentil," a amiga de cabelos enrolados revirou os olhos afetuosamente para Lily. "Você, Lily Evans, é diabólica," Mia riu enquanto olhava para o caldeirão na sua frente borbulhar.

"Você é uma má influência," Lily murmurou. "Eu era perfeitamente obediente antes de conhecer você e Mary. Agora eu leio romances imorais, azaro meninos no lago e planejo contra Sonserinos na aula de Poções," ela sorriu. Mia não evitou bufar com a visão dos olhos de Lily brilharem com a noção dela do que era planejar contra Sonserinos.

"Falando em Sonserinos, como está o Black? Eu ouvi que ele foi azarado," Lily franziu o cenho.

"É, eu o vi antes de vir para a aula," Mia suspirou. "Está saindo do controle. Primeiro tudo aquilo que aconteceu com ele no verão e agora ele tem que lidar com isso?"

"Você acha que Você-Sabe-Quem está por trás disso?" Lily murmurou.

"Sim," Mia concordou. "Mas você fica fora disso," ela insistiu. "Estou falando sério, Lily. Apenas seja uma boa Monitora e mantenha as brigas fora dos corredores. Você é uma Nascida-trouxa e isso a põe automaticamente em risco."

"Não mais do que um Traidor do sangue," Lily a olhou.

"Sim, mais do que um Traidor do sangue," Mia rosnou. "A sua poção parece pronta," ela olhou para o caldeirão de Lily, percebendo a tonalidade de pérola que a poção parecia ter enquanto uma fumaça subia em espirais.

"Como eu sei que fiz certo?" Lily perguntou nervosa.

"Tem um cheiro diferente para cada um," Mia sorriu. "Deve te lembrar de coisas que te atraem." Ela parou e olhou para a própria poção, que finalmente estava começando a mostrar o mesmo brilho perolado. Mia imediatamente apagou as chamas e parou de mexer no caldeirão antes de voltar os olhos para Lily, que estava se debruçando sobre o caldeirão e respirando fundo, com os olhos vidrados. Mia não conseguiu evitar rir com a visão.

"Uau," Lily expirou, piscando devagar. "Eu senti cheiro de torta de melado," Lily sorriu. "E... algo ao ar livre," ela admitiu. "Como flores de um pomar. E..." o sorriso dela começou a desaparecer enquanto ela inalava fundo de novo. "Uma... uma vassoura..." ela empalideceu e sentou longe do caldeirão imediatamente, os olhos verdes brilhantes arregalados.

"Eu não sabia que você gostava de torta de melado." Mia sorriu para a amiga.

"Eu não gosto. Quer dizer... eu gosto... mas não é..." Lily corou.

Mia ficou radiante, percebendo que Lily Evans tinha percebido que, lá no fundo, ela tinha uma leve atração por James Potter.

"Como a sua cheira?" Lily perguntou tentando se distrair.

"Pergaminho e grama," Mia disse sem cheirar a poção. "Eu já cheirei Amortentia antes," ela continuou, pensando no seu primeiro encontro com a poção durante o seu sexto ano original quando Harry ficou usando o livro do Príncipe Mestiço. Seus olhos foram automaticamente até Snape, que estava sentado na bancada dele com os braços cruzados parecendo entediado enquanto três frascos da poção dele estavam separados ao lado de um caldeirão já limpo. Metido.

"Pergaminho e grama?" Lily perguntou. "É isso? Faz sentido para você?"

"Algumas vezes outros cheiros se misturam," ela deu de ombros pensando em Firewhisky, couro e tabaco. Sirius. "Cheire por mim," Mia apontou para Lily.

"Você não quer?" Lily levantou uma sobrancelha e Mia balançou a cabeça.

"Me falaram recentemente que eu deveria fazer minhas próprias escolhas," ela franziu o cenho. "Eu não quero que uma poção do amor me diga o que me atrai," ela disse com gemido de derrota.

"Sirius e Remus?" Lily perguntou entendendo e Mia apenas assentiu.

"Sirius quer que eu namore Remus," Mia admitiu.

"Isso parece... razoável dele," Lily fez uma careta. "Ele foi Confundido?"

Mia riu audivelmente, fazendo com que todos se virasse para olhar as duas bruxas. Ela corou e limpou a garganta enquanto olhava para baixo, enchendo seus frascos com a Amortentia pronta sem se preocupar em cheirar. "Não, ele só pensa que... bom, você sabe sobre tudo aquilo de companheira dos lobisomens?" Ela perguntou e Lily assentiu. "Sirius acha que Remus e eu usamos isso como uma desculpa para terminar."

"Vocês usaram?"

"Sim e não," Mia deu de ombros. "É errado eu estar com Remus quando eu sei que ele vai encontrar a companheira dele eventualmente. Além disso, eu não quero magoar o Sirius," ela franziu o cenho.

"É errado não estar com Remus por causa de algo que ele não pode nem controlar?" Lily perguntou. "Ou acabar com Sirius sem ele saber com certeza que você não está apaixonada pelo melhor amigo dele?"

Mia se virou para encarar a amiga com olhos arregalados. "Você tem conversado com Sirius?" Ela a acusou.

"Não, mas aparentemente é óbvio o bastante para até Black ter pensado," Lily zombou. "Ninguém entendeu porque você e Remus terminaram," ela explicou. "Eu acho que nenhum de vocês dois foi justo com o outro depois do término. E se Sirius está disposto a te deixar, então você não deveria se sentir culpada. Você é uma boa pessoa, Mia, e eu sei que você ama os dois."

"Não é esse o problema?" Ela perguntou.

"Sim, então conserte," a ruiva sorriu. "Escolha um e dê tudo de si. Então, se não der certo, você não vai ter dúvidas. E eu sugiro que você escolha Remus, já que foi Sirius que trouxe tudo isso à tona para começar."

"Acho que você só quer mais detalhes da minha vida privada." Mia sorriu debochada para a amiga.

"Não vou dar ouvidos a essa acusação. Nem vou admitir ter pego emprestado um dos romances bruxos de Mary onde o galã principal é um lobisomem," ela corou enquanto passava a varinha por cima do caldeirão, fazendo com que o resto da poção desaparecesse depois de pegar seus frascos de Amortentia.

"Mas eu estou curiosa com uma coisa..." ela limpou a garganta e Mia se virou para ela com uma sobrancelha levantada. "Lobisomens realmente mordem... durante... você sabe?" As bochechas dela ficaram rosas e ela apontou para o ombro.

"Eles mordem para marcar, sim," Mia riu suavemente e quando Lily arregalou os olhos, Mia puxou a blusa para o lado, revelando uma pele impecável e sem marcas. Ela riu quando Lily suspirou aliviado, mas também parecia levemente desapontada. "Exceto que é um mito que os lobisomens marcam suas companheiras no ombro," Mia admitiu com um sorriso. "Companheiras são mordidas no quadril ou coxas." Os olhos de Lily automaticamente foram para baixo e Mia balançou a cabeça. "Não vou tirar minha saia para você, Lily," ela provocou e Lily soltou uma alta gargalhada.

oOoOoOo

Biblioteca

Mia deixou as masmorras e fez seu caminho pelas escadas até a Biblioteca depois de checar no Mapa dos Marotos onde Remus estava. Ela não queria admitir, mas Sirius e Lily estavam certos. Ela e Remus tinham deixado algumas pontas soltas quando terminaram. Mia porque sabia do futuro; sabia que Remus encontraria Tonks e teria Teddy, e que a vida dele seria feliz uma vez que encontrasse a companheira dele. Ela sabia que ela e Sirius tinham um Vínculo de Alma e que, no futuro, isso significava algo para ele. Ele tinha cuidado dela durante a fuga deles, tinha dormido na cama dela (mesmo que na forma Animaga), a resgatou de Bellatrix Lestrange, a salvou depois de ter se afogado, e a beijou apaixonadamente na passagem cedida no calor da batalha. Ela sabia disso tudo.

Mas Sirius e Remus não sabiam de nada agora e Sirius estava certo. Não era justo. Não só tinha o Destino, de alguma forma, tirado suas escolhas, dando a Remus uma companheira e a Sirius um Vínculo de Alma, mas Mia tinha tirado as escolhas deles por saber o futuro e não contar a eles. Eles precisavam de provas. Ela lhes daria a prova, fazendo exatamente o que Sirius queria e seguindo a carta de Remus.

"Ei," ela cumprimentou Remus quando o encontrou no final da biblioteca. Ele estava sentado sozinho em uma mesa, entre as seções de Aritmância e Alquimia. Ela se alegrou um pouco quando ele sorriu para ela, percebendo que a pena na mão dele tremia. A lua cheia era naquela noite, o que significa que Remus estava no limite. Ela sentou ao lado dele e estendeu a mão, abaixando a dele até a mesa com um sorriso suave.

"Desculpe," Remus franziu o cenho, afastando a mão para abaixar a pena e estalar os dedos. "Nervoso," ele admitiu. "Pensei que a gente só fosse se encontrar no nascer da lua," ele falou curioso.

"Eu falei com Sirius."

Remus empalideceu e desviou o olhar. "E... o que ele disse?"

"Você sabe o que ele tinha para falar," Mia suspirou. "Remus, você tem escondido coisas de mim," ela murmurou e chegou mais perto dele. Ela estendeu a mão esquerda para a varinha e a movimentou várias vezes no ar, lançando um Muffliato não verbal e também o famoso Feitiço Repelente que tinha lançado no Salão Comunal da Sonserina anos atrás.

Remus percebeu imediatamente os feitiços e seu coração começou a bater mais rápido. "Eu... eu não sei o que dizer. Nós conversamos... conversamos sobre aquilo de companheira e, então, tem você e Sirius, e eu..."

"Você acha que nós desistimos?" Ela perguntou diretamente. "Que nós pegamos a saída mais fácil porque sentimos que não tínhamos uma escolha?"

"Eu não tenho escolha," Remus franziu o cenho e fechou os olhos.

"E se você tivesse?" Mia perguntou e observou Remus engoliu em seco.

"Eu escolheria você," ele murmurou, respirando fundo e inalando o cheiro dela.

Os olhos âmbar dela o observaram cuidadosamente, seus sentidos caninos se sobressaindo sobre os humanos que, aparentemente, estavam perdendo o que estava bem na frente dela todo esse tempo. Ela podia ver o coração dele batendo no pulso do pescoço dele, ela podia ouvir a respiração dele mudar enquanto inalava o aroma dela, e ela podia sentir o cheiro quando o seu próprio cheiro engatilhou algo dentro dele. Causou uma velha sensação familiar de excitação e a resposta dele a fez sorrir convencida. Os olhos dele ainda estavam fechados e Mia botou a mão por baixo da mesa e a descansou na coxa dele. Ele se contraiu imediatamente com o toque, os olhos se abrindo com uma pergunta por trás e Mia respondeu avançando com os dedos até que ela sentiu um membro duro por baixo das calças dele.

"Ah, merda," Remus sibilou. Ele mexeu o quadril, se inclinando para frente e pressionando a testa contra o livro Nova Teoria da Numerologia que estava lendo. Mia sorriu com o xingamento dele, tendo sempre apreciado o fato de que ela conseguia tão facilmente fazer com que ele xingasse, uma vez que Remus só usava tal linguagem quando tinha ataques de raiva.

Ela não conseguiu segurar uma risada gutural com a rapidez que tinha levado Remus aos joelhos – ou a mesa, o que fosse. Era outro tipo de mágica que ela apreciava imensamente, ser a brilhante aluna que era. Mia estendeu a mão, desabotoando a calça dele, fazendo com que Remus arregalasse os olhos e o corpo dele contraísse com os movimentos dela, mas não conseguisse impedi-la.

"Mia... Mia, nós devíamos..." Remus gemeu quando os dedos dela tiraram o tecido e o tocaram diretamente na pele. "Nós precisamos..."

"Parar?" Mia sugeriu.

"Não...?" Ele se queixou, claramente tentando se focar no dilema, então ela tirou a mão.

"Acho que Sirius está certo," Mia admitiu e Remus tirou a cabeça da mesa, a encarando com os olhos arregalados. "Nós desistimos muito cedo. Eu não vou conseguir mudar nada," ela franziu o cenho. "Coisas ruins vão acontecer, estão acontecendo; eu me sinto totalmente impotente," Mia admitiu. "Eu quero ser capaz de controlar – ou ter a escolha – isso," ela apontou para o espaço entre os dois. "Então, eu acho que Sirius está certo. Mas Merlin te ajude se você contar a ele que eu disse isso," ela ameaçou.

Remus sorriu suavemente e estendeu a mão para ela, a pegando gentilmente. "Eu pensei que tínhamos uma regra sobre não falar do Sirius quando estivéssemos nus."

"Planejando ficar nu?" Mia sorriu debochada.

"Isso conta," ele sorriu para ela quase que predatoriamente. Seus olhos brilharam ouro e âmbar enquanto pegava a mão dela e a botava de volta em cima da calça dele. Fechou os olhos enquanto ela ansiosamente o procurava de novo, encorajada pelo modo que a boca dele estava aberta. Ele arfou com o toque dela.

Envolvendo a mão ao redor do comprimento dele duro como ferro, Mia sentiu uma onda de poder a envolvê-la. Ela observou os olhos dele se fecharem com força quando ela o apertou e o acariciou da base até o topo, passando a ponta do polegar pela cabeça já molhada.

Remus começou a respirar rápido e empurrou o quadril para cima contra a mão dela, mordendo o lábio inferior enquanto se focava na sensação dela o tocando – algo que ele não tinha sido capaz de fazer por meses.

"É bom?" Mia murmurou e Remus gemeu.

"Tão bom... senti sua falta..."

"Também senti," ela admitiu. "E isso," ela disse enquanto o apertava levemente e observava com diversão ele se lançar contra ela de novo.

"Nunca pensei... ah... que você acharia tudo bem... hmmm... fazer isso na biblioteca," ele ofegou entre os movimentos da mão dela, lambendo o lábio inferior. A ação rapidamente a distraiu. Mia se inclinou para frente, ainda movimentando a mão nele enquanto mordia o lábio inferior e estremeceu com o familiar gosto dele. Remus gemeu contra os lábios dela, deixando sua língua mergulhar na boca dela, levantando a mão e a colocando atrás da cabeça dela.

"Isso é uma fantasia sua?" Ela perguntou com um sorriso quando quebrou o beijo.

"Um das muitas," Remus respirou.

"Me conte," Mia sorriu debochadamente.

"Hmmm," Remus respondeu, balançando a cabeça enquanto uma cor avermelhada cobria de seu pescoço para cima.

"Não?" Ela murmurou contra o ouvido dele. "Talvez eu devesse adivinhar?" Ela sorriu quando sentiu ele concordar levemente com a cabeça. "Tudo bem, eu aposto que você tem uma fantasia surgindo nessa sua bela cabeça," ela falou. "Onde você me pega e me joga sobre essa mesa," Remes gemeu com as palavras dela e lançou o quadril para frente mais uma vez. "Não? E quanto as estantes? Tantas estantes, Remus. Você se imagina me pegando e botando contra elas?" Ela perguntou com um tom sensual. "Você quer me tomar com força na sessão de Transfiguração Avançada e me foder com tanta força que seus joelhos vão tremer e cair?"

Remus rosnou profundamente e se inclinou, enterrando o rosto na curva do pescoço dela. As palavras dela o incendiaram e ele gozou na mão dela. Pegando rapidamente a varinha, Remus lançou um rápido Scourgify antes de olhar para ela e pegar o rosto dela. "Você tem uma boca suja," ele sorriu e a beijou profundamente. "Sirius foi uma má influência para você," ele riu.

"Quer ir gritar com ele?" Mia sorriu debochada, as bochechas coradas e sua própria excitação a inundando enquanto ela olhava no fundo dos olhos famintos dele.

"Gritar?" Remus gritou. "Eu vou mandar uma cesta de presente da Dedos de Mel! Mas talvez depois de visitarmos as estantes de Transfiguração Avançada."


N/A: e voltamos com Remus e Mia. O que acham?
No próximo capítulo teremos algo importante, acho que ainda o posto hoje :)