The Debt of Time

Parte Dois – O Vira-Tempo

Capítulo Cinquenta e Sete: Intenção

"...She says I smell like safety and home
I named both of her eyes "Forever" and "Please don't go"
I could be a morning sunrise all the time, all the time yeah
This could be good, this could be good..."
(She Keeps Me Warm - Mary Lambert)


9 de setembro, 1976

Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

Casa dos Gritos

Os olhos de Mia se abriram lentamente enquanto a luz entrava pelas frestas das janelas da Casa dos Gritos. Apesar de ter uma cama no outro quarto, Mia se encontrava no chão no que teria sido a sala de estar se estivesse em uma casa de verdade, e não em um prédio condenado como este era. Ela bocejou e deixou seus músculos se esticarem, saltando ligeiramente com a sensação de um corpo quente e nu atrás de si, pressionado duramente contra o seu.

Mia sorriu quando sentiu os lábios de Remus deslizarem sobre seus ombros nus, descendo pelo seu braço e costelas. Ele parou quando chegou ao quadril dela, deixando os dentes passarem pela pele dela.

Ela sentiu um calafrio passar por ela com a implicação do movimento dele. Mia sabia dos hábitos de marcação dos lobisomens porque tinha lido bastante – e porque Tonks era tão ruim quanto Ginny, em relação a conversas de garota, e a Metamorfomaga tinha mostrado as jovens bruxas a cicatriz de marcação dela durante uma bebedeira pós-guerra.

Remus poderia não sabia o que uma simples ação de passar os dentes sobre a pele dela significava, mas Mia tinha consciência que Moony sabia, e foi por isso que ela não ficou nada surpresa quando, em vez de morder a carne do quadril dela, Remus afastou os dentes e deixou um beijo molhado na pele dela. Isso não a incomodava muito; Mia ainda sabia que Remus nunca a marcaria como companheira – Moony não deixaria mesmo se ele tentasse. Mesmo assim, uma parte dela sentia que tornaria tudo mais fácil. Não. Ela não poderia pensar assim. Mia precisava esquecer o futuro para pensar logicamente e se focar no presente como tinha decidido.

'Viva a sua vida. Aproveite a sua vida.'

E se decida, Mia acrescentou pensativa.

Remus continuou beijando a pele do quadril dela e ela imaginou que fosse um pedido de desculpas pelos hematomas que tinha deixado nela, apesar da insistência dela que, estranhamente, gostava de olhá-los. Havia algo emocionante e quase reconfortante na sensação de ser possuída de tal forma e, mesmo assim, não ser nada como uma posse. Remus tinha possuído cada parte dela na noite anterior e as memórias estavam embalando-a em uma euforia feliz.

Eles nem tinham percorrido todo o caminho da passagem debaixo do Salgueiro Lutador antes que Remus fosse empurrado para o chão e Mia montasse na cintura dele, os dois tirando todas as peças de roupa do outro em um frenesi absoluto de necessidade e desejo. Eles se deixaram levar em cada olhar, cada ação, cada barulho do outro e mergulharam fundo. Os dedos dele segurando firmemente o quadril dela enquanto ela rebolava em cima dele. O hálito quente dela batendo em seu rosto, sussurrando palavras sujas sobre a fome dele por ela e sobre a excitação dela por ele. Sua boca deslizando sobre os lábios dela, por sua mandíbula e pescoço, provando o sabor de sua pele. As unhas dela cavando na já bem sensível pele de suas costas, o que fez com que ele empurrasse o quadril para cima contra ela e, então, rasgasse as poucas peças de tecido que os separava.

Ela afundou lentamente sobre ele, se empalando sobre o comprimento dele, e os dois gemeram juntos com a união de seus corpos. Ele sentou com a desesperada necessidade de puxar o corpo dela contra o seu; enquanto ela enrolava as pernas em volta de sua cintura no momento da junção dos corpos, eles se beijaram profundamente e sem palavras, expressando as desculpas um para o outro por esperarem tanto e por terem sido inacreditavelmente ignorantes sobre o rompimento.

Não demorou muito para que Mia estivesse tremendo com a necessidade de se mover, o corpo ansiando pela fricção e o quadril circulando no colo dele, arrancando os sons mais primitivos dele que a deixava louca, a empurrando e puxando em todas as direções. Ela tinha mergulhado em cada momento; Remus, por outro lado, podia sentir a lua na distância se preparando para subir ao céu, e por mais que ele quisesse ficar à beira do êxtase com ela, ele estava determinado a tê-la pelo menos uma vez antes de se transformar.

Firmando o pé no chão abaixo deles, Remus os usou como apoio para se empurrar dentro dela profundamente e com força, provocando o arfado mais doce dela. Ele se enterrou nela com abandono, uma mão no chão para se firmar enquanto a outra apertava fortemente a pele macia do quadril dela para mantê-la no lugar, se focando na maneira como a caverna de veludo apertada dela era preenchida pelo seu pênis, o forçando a usar cada esforço extra para se mover enquanto ela vibrava acima de si. Corpo tremendo, lábios trêmulos, olhos bem fechados, e ela encontrou sua libertação através de uma intensidade crescente, o molhando com seu mel com um grito.

Uma hora depois, o lobo Alpha observava divertido enquanto a pequena raposa subia por móveis aleatórios da Casa dos Gritos até que estivesse sentada no alto de uma janela e olhasse por entre as frestas da janela tapada, encarando a lua lá fora como se, de repente, ela fosse algo incrivelmente maravilhosa.

"Você, surpreendentemente, está acordado, considerando que ontem foi lua cheia," ela comentou suavemente, murmurando um pouco quando sentiu os dedos dele deslizando levemente sobre o joelho dela, lentamente subindo pela coxa, onde ele desenhou pequenos círculos contra a perna. "Você... você precisa que eu cure algo?"

"Tudo certo," Remus sorriu, falando sobre a curva onde o quadril encontrava com a coxa. "Quando eu não apareci na enfermaria nesta manhã, Madame Pomfrey foi até o Salgueiro Lutador. Ela não deve ter conseguido passar pelos feitiços que você botou, porque ela deixou todas as minhas poções ao lado dele," ele riu.

"Você andou o caminho todo até o Salgueiro nu?" Mia levantou uma sobrancelha questionadora, enquanto seus olhos passeavam pelo glorioso corpo do lobisomem.

"Não," Remus riu. "Eu me vesti e depois fui. Peguei minhas poções e voltei."

"Quando você tirou as roupas de novo?" Ela sorriu debochada.

"Eu estou incrivelmente otimista depois da noite passada," ele depositou um beijo na pele macia dela. "Além disso, não é como se alguém fosse conseguir passar pelos seus feitiços de segurança."

"Você pode me culpar por querer um pouco de privacidade?" Mia sorriu, feliz por ver que a transformação dele correu bem e que as poções já estavam fazendo efeito. "Depois do ataque de mau humor de Jamie na semana passada, eu não iria deixá-lo entrar na Casa dos Gritos. Principalmente se ele descobrisse que a gente veio para cá antes da lua nascer." Ela riu e deixou escapar um suave arfado quando o hálito dele bateu contra sua intimidade, estendendo a mão e passando os dedos pelo cabelo cor de areia dele.

"Tenho certeza que Prongs teria descoberto se tivesse tentado entrar." Remus estremeceu com o pensamento, mas não parou de beijar o estômago dela, subindo pelo pequeno corpo dela e a virando para ter um acesso melhor enquanto ela gemia com aprovação.

"Eu vou lidar com ele," Mia suspirar.

"Estou surpreso que os garotos não tenham chamado um desfazedor de feitiços para derrubar seus feitiços," Remus riu suavemente.

"Jamie não faria isso porque agora tenho certeza que ele ficaria aterrorizado de acidentalmente ver a gente," Mia riu. "Quanto ao Sirius, se ele conseguiu se curar depois daquela azaração quando a lua nasceu, acho que ele foi direto para o dormitório fazendo beicinho por não poder brincar de Animago com a gente," ela sorriu sarcasticamente.

"E Peter?"

Mia rosnou. "Se eu souber que aquele rato tem nos espionado para flagrar a gente transando, eu vou assistir feliz ele se enforcar até a morte," ela disse através dos dentes, ainda horrorizada com a ideia de que o pequeno bisbilhoteiro não só tinha visto ela e Remus transando, como tinha contado ao seu irmão. "O que nós fazemos na privacidade de nossos dormitórios... ou Sala Precisa... ou Casa dos Gritos..." ela riu.

"Ou biblioteca," Remus sorriu.

"Ou biblioteca... é da nossa conta. Não para que alguém veja," ela apontou.

"Eu não me importaria se as pessoas vissem," Remus riu e ela percebeu os olhos dele brilharem ouro e âmbar.

Mia riu e balançou a cabeça. "Ou você é incrivelmente convencido com a sua performance, ou tem escondido algum tipo escuro de fantasia que se recusou a me contar."

"Talvez os dois," Remus deu de ombros e Mia riu audivelmente, se inclinando para frente para beijá-lo. Quando ela se afastou da boca dele, Remus sorriu para ela e pareceu que o mundo todo tinha voltado ao normal. Mas tão rapidamente quanto o sorriso veio, ele foi embora e Remus suspirou pesadamente. "Você vai me contar?"

"Te contar o quê?" Ela perguntou franzindo o cenho.

Em resposta, Remus se abaixou e beijou o topo de uma cicatriz roxa que corria ao longo das costelas dela. Mia respirou fundo preocupada, mas a sensação dos lábios dele em sua cicatriz fez calafrios percorrerem sua espinha até que começou a acumular um calor entre suas coxas. "Eu preciso?" Ela murmurou, fechando os olhos e deixando a sensação do corpo dele sobre o seu a esquentar, afastando o estresse e preocupação para longe.

"Não," Remus respondeu. "Todos temos direito a guardar nossos segredos," ele suspirou e rastejou pelo corpo dela, relaxando enquanto descansava a cabeça entre os seios dela. "Mas eu gostaria que você me contasse. Essa é uma cicatriz sombria e só faz uns meses desde que te vi nua pela última vez, o que significa que é recente."

"Eu a odeio," Mia murmurou baixinho.

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Flashback

23 de junho, 1996

Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

Ala Hospitalar

Sua cabeça latejava e seus músculos doíam mais do que qualquer outra vez na vida. O quarto estava escuro como breu e com cheiro de poções, Hermione imediatamente assumiu que era a Ala Hospitalar de volta em Hogwarts. Mas se ela estava aqui, algo tinha dado errado. Ela tentou se lembrar, mas só estava voltando em imagens borradas. Ela se lembrava de levar Umbridge – aquele sapo cor de rosa na forma de bruxa – na Floresta Proibida. Então, tinha os Trestálios e uma longa viagem onde ela manteve os olhos fechados todo o tempo.

O Ministério da Magia. Ela se lembrava de terem ido lá salvar Sirius. Harry teve uma visão que não era uma visão de verdade, mas eles não sabiam. Ela se lembrava de uma sala circular cheia de portas. Uma sala com vários cérebros em um tanque imenso, outra com vira-tempos quebrados, ou pelo menos eles estavam quebrados enquanto eles fugiam dos Comensais da Morte. Comensais da Morte! Eles foram atacados por Comensais da Morte na Sala da Profecia. E eles correram. Hermione se lembrava de ser separada dos outros, mas ela sabia que Neville e Harry estavam do lado dela.

Um Comensal os achou escondidos em uma sala. Ela tentou trancar com um feitiço, mas não foi rápida o bastante e quando eles foram atacados, Hermione não estava preparada. Ela silenciou um para que ele não falasse o esconderijo deles para os outros, e Harry tinha derrotado um com uma azaração de Corpo Preso. Então, ela se lembrou que o Comensal silenciado se levantou e a olhou com um ódio que ela nunca tinha visto antes. Ela viu chamas roxas, uma picada afiada em suas costelas e, então, nada.

Claramente ela tinha sobrevivido, mas e os outros? Ela tentou ajustar os olhos com a escuridão, mas ainda não conseguia ver nada. Ela, no entanto, sentiu um movimento ao lado de sua cama, e apenas agora ela percebeu que sua mão estava sendo segurada por suas grandes palmas.

"Harry?" Hermione murmurou baixinho, a garganta seca e rouca.

"Hermione?" Uma voz profunda respondeu e ela sentiu as mãos ao redor da sua segurá-la com mais força.

"Professor Lupin?" Hermione respondeu, surpresa com a presença dele. Com suas palavras, as mãos dele soltaram a dela e ela pensou ouvi-lo suspirar. "O que houve? Você pode lançar um Lumos? Eu não sei onde minha varinha..."

"Não," Remus murmurou. "É... é melhor que esteja escuro. Você ficou inconsciente por vários dias, e... e a luz pode causar dor," ele murmurou, mas Hermione não conseguiu evitar pensar que ele estava mentindo. Ele parecia estar engasgando em algumas palavras e ela o ouviu fungar duas vezes. Remus estava chorando e não queria que ela visse. Hermione franziu o cenho e começou a entrar em pânico.

"Professor, o que houve? Onde está Harry?" Ela perguntou preocupada.

"Harry está bem," ele prometeu. "Seguro, pelo menos. A Ordem chegou ao Ministério a tempo. Ou bem... nenhum de vocês... alguns de vocês se machucaram, mas você, Neville, Ron, Harry, Ginny e Luna voltaram," ele disse as palavras cuidadosamente, o que só fez Hermione se preocupar mais.

"O que houve comigo?" Hermione finalmente foi capaz de perguntar, agora que sabia que Harry e seus amigos estavam a salvo.

"Não tenho certeza," Remus limpou a garganta. "Você foi acertada com uma maldição poderosa. Neville e Harry mencionaram que o Comensal que lançou estava silenciado. Nós pensamos que você só sobreviveu por causa disso," as palavras soaram dolorosas para ele enquanto as falava e Hermione não conseguiu evitar se sentir culpada. Ela pensou se ele se sentia envergonhado com as ações dela. Ele tinha sido o melhor Professor de Defesa que ela tinha tido e, de algum modo, ela se permitiu ser amaldiçoada.

"Posso ver?" Hermione perguntou e esperou a resposta de Remus, mas ele não falou. No entanto, um minuto depois e sem falar nada, ele levantou a varinha dele e a entregou para ela. Hermione tentou sorrir para ele, mas percebeu que o rosto dele estava virado para longe dela. Ela percebeu imediatamente que ele tinha desviado o rosto para que ela tivesse alguma privacidade, já que ela não estava vestida adequadamente, tirando as bandagens ao redor de seu peito até suas costelas.

Ela estremeceu enquanto segurava o final das bandagens, a puxando levemente para que pudesse ver a cicatriz que tinha sido deixada para trás. Ela franziu o cenho com a visão de uma fina – mas profunda – linha roxa que a dissecava, envolta por hematomas amarelos. Ela prendeu a respiração e chorou com a visão de sua súbita desfiguração, prova de que ela não tinha sido rápida o suficiente, forte o suficiente e poderosa o suficiente.

"São apenas cicatrizes, Hermione," Remus limpou a garganta, tendo a ouvido chorar, mas ainda não olhando. "'Do sofrimento emergiram os espíritos mais fortes; as personalidades mais sólidas estão marcadas com cicatrizes.'"

Hermione sorriu tristemente. "Isso é lindo," ela respondeu.

"Khalil Gibran," ele murmurou baixinho. "Poeta."

"Bruxo?" Hermione perguntou curiosa.

"Trouxa," Remus deu uma respiração trêmula.

"Professor, tem algo que você não está me contando?" Hermione perguntou enquanto abaixava as bandagens e puxava o lençol da cama ao seu redor, cobrindo seu corpo. Com as palavras dela, os ombros de Remus começaram a tremer e ela franziu o cenho com a visão de um forte lobisomem chorando. Ela se sentiu impotente enquanto ele soluçava em silêncio, com as costas para ela. Era inapropriado, mas ela não conseguiu se segurar, e se inclinou para frente e dava tapinhas consoladores nas costas dele.

"Sirius está morto," Remus confessou.

"Não," Hermione levou as mãos até a boca, arfando. "Ah, não, isso... onde está Harry? Oh, Godric... ah, Remus," ela disse o primeiro nome dele pela primeira vez. "Remus, eu sinto muito. Ele era seu melhor amigo e..." e ela chorou. "Você está bem? Desculpe, claro que você não..."

"Você está bem?" Ele perguntou e Hermione piscou confusa.

"Eu vou ficar bem," ela assentiu. "Estou preocupada com você e Harry."

"Eu... eu estou acostumado a perder as pessoas que eu amo," Remus disse triste e o coração de Hermione quebrou pelo homem. "Mas... não se preocupe com Harry. Eu vou fazer o possível para... é meu trabalho agora cuidar dele," Remus disse em voz baixa.

"Meu também," Hermione murmurou e franziu o cenho quando Remus chorou novamente.

"Nosso trabalho," Remus concordou.

Final do Flashback

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9 de setembro, 1976

Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria

Casa dos Gritos

"É apenas uma cicatriz, Mia," Remus sorriu, se abaixando e a beijando de novo. "Eu tenho várias e, se eu me lembro bem, uma vez você disse que eu era lindo," ele a desafiou.

"Você é mais do que lindo, Remus," Mia sorriu para ele docemente, passando os dedos afetuosamente pelo cabelo dele. "Eu vou te contar sobre essa cicatriz, prometo," ela acenou. "Mas não hoje. É importante."

"Tudo bem," Remus concordou. "Contanto que você esteja bem."

Mia sorriu. "Obrigada por respeitar minha privacidade," ela disse docemente para ele e sorriu quando ele respondeu se levantando e a beijando profundamente. Tinha uma grande diferença entre a reação de Remus e Sirius ao verem a cicatriz, mas Mia se forçou a não comparar os dois bruxos. "Por mais que eu adoraria transar com você de novo," ela sorriu. "Você precisa descansar e comer, e nós dois poderíamos fazer bom uso de um banho."

Ele sorriu para ela e ela riu.

"Separados," ela insistiu. "Mesmo o banheiro dos Monitores sendo adorável e sabendo que nós vamos nos encontrar lá de novo eventualmente, as pessoas vão procurar por nós e eu me recuso a ter Lily nos flagrando nus em um banheiro que, tecnicamente, eu não poderia entrar."

"Você me disse que Evans sabia sobre... nós," Remus sorriu.

"Ela sabe e, sinceramente, eu gostaria que ela não soubesse de tudo," Mia o bateu levemente. "Vamos lá, se vista."

Remus deu um gemido baixo e Mia sorriu, se inclinando e despenteando o cabelo dele, apreciando o fato de que os fios desgrenhados, eventualmente, caíam de volta no mesmo lugar, ao contrário dos de Jamie, que pareciam ter vida própria. Ela se virou, pegando suas roupas e se levantando quando pegou suas partes de baixo, olhando ao redor do quarto onde ela instantaneamente viu a saia, blusa e casaco. Ela se moveu rapidamente, pegando o que faltava uma vez que tinha botado o sutiã e calcinha, mas antes que ela pudesse fazer alguma coisa, sentiu grandes mãos a segurarem pela cintura, a puxando com força contra um corpo.

"Nós realmente vamos fazer isso?" Remus murmurou contra o ouvido dela e ela estremeceu com a sensação do hálito quente. "Nós? De verdade? Tudo ou nada?"

Ela se virou e franziu o cenho para ele. "Nunca tudo ou nada, Remus," ela insistiu. "Eu nunca vou te perder. Então talvez seja tudo ou... quase tudo," Mia sorriu, estendendo a mão e passando o polegar pelo lábio inferior dele, o qual ele pegou entre os dentes, um olhar brincalhão no rosto. "Não," ela estreitou os olhos. "Você precisa descansar e comer," ela insistiu com uma risada quando ele começou a fazer beicinho. "Então, seja um bom namorado," ela sorriu com a palavra e observou ele imitar a expressão dela. "E ouça a sua namorada."

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O Grande Salão

Eles se separaram no Salgueiro Lutador e cada um deslizou através de passagens secretas do castelo, a fim de chegar aos seus destinos, evitando os amigos - mais notavelmente James, Sirius e Lily - a todo custo. Mia não foi à uma aula que tinha naquele dia, História da Magia, o que a fez se sentir um pouco culpada, mas um banho quente valia a pena uma potencial detenção, caso Professor Binns percebesse a ausência dela, o que era improvável. Ela e Remus se encontraram na cozinha para almoçar, evitando inteiramente o Grande Salão, antes de irem até a Sala Precisa para um cochilo muito necessitado. Quando eles acordaram horas depois estava na hora do jantar e os dois perceberam que não poderia se esconder para sempre, nem queriam.

Quando eles entraram no Grande Salão de mãos dadas, todos os olhos da mesa da Grifinória se voltaram para eles. Alice e Frank estavam sorrindo docemente para o casal reconciliado. Lily e Mary pareciam positivamente fora de si de tanto entusiasmo, enquanto James parecia o perfeito oposto das meninas – irritado. Enquanto Remus e Mia se sentavam na frente dos outros três Marotos, Sirius sorriu para eles conhecedor e então estendeu a mão para Peter, que botou uma pequena sacola de Galeões.

"Você apostou sobre isso?" Remus olhou para Sirius, que deu de ombros inocentemente.

"Eu consideraria trapaça, você tinha conhecimento interno," Mia revirou os olhos.

"Você sabia que eles voltariam?" Peter se virou para encará-lo.

"Não," Sirius admitiu. "Eu sabia que eles iriam voltar, logo o súbito lucro. Falando em dinheiro, Pete e eu temos outra aposta acontecendo," Sirius sorriu debochado. "Parece que Prongs e eu fomos trancados do lado de fora de uma certa boate na noite passada. Alguma ideia do porque? Porque os dez Galeões no bolso de Peter dizem que eu tenho uma ideia."

Mia podia ouvir James rangendo os dentes.

"Você deveria estar na Ala Hospitalar," Mia estendeu a mão e pegou a jarra de suco de abóbora, sorrindo quando sentiu Remus começando a se mover ao seu lado, fazendo o prato dela.

"E você está evitando a pergunta," Sirius riu. "Mas está tudo bem. Eu vou tomar esta adorável marca no seu pescoço como minha resposta." Ele apontou e depois riu quando Mia engasgou e levou a mão ao pescoço, dando um rápido olhar para Remus que abaixou os olhos e corou, tentando esconder o sorriso que tinha no rosto.

Quando Mia voltou sua atenção para Sirius, Peter tinha acabado de deixá-lo dez Galeões mais rico. Ela queria gritar com ele, mas então se lembrou da razão dela e Remus terem voltado para começar. "Você está bem com isso?" Mia murmurou.

"Claro," Sirius acenou com um sorriso e Mia acreditou nele. Foi há anos atrás, mas ela ainda se sentia insegura quando era algo relacionado a ciúmes entre os garotos. As palavras ofensivas de Ron no Baile de Inverno e depois o ridículo relacionamento dele com Lavender Brown a fizeram pensar que, em toda vez que um garoto não conseguisse o que queria, um imenso acesso de raiva a esperava. Mas Sirius parecia genuinamente feliz que ela e Remus tivessem dado outra chance ao relacionamento.

"Eu não estou bem com isso," James falou amargamente. "Ninguém me perguntou," ele soltou.

"Porque não preciso perguntar a você," Mia disse revirando os olhos. "É a minha vida, o meu namoro e considerando a crise que você teve na semana passada, você ficaria surpreso se eu te contar algo de novo, James Potter," ela apontou para ele. "Você controle sua raiva agora e eu juro pela sua vida que se você falar mais alguma vez a palavra 'castidade' eu vou te azarar!" Ela sussurrou asperamente para ele.

"Muito bem, eu não vou falar com você," James disse irritado. Ele virou os olhos avelãs para Remus, que fez o melhor ara se sentar direito sob a súbita análise. "Moony, eu senti sua falta na noite passada," ele disse quase ameaçadoramente.

"Eu duvido que ele vá dizer o mesmo, Prongs," Sirius riu e Peter bufou.

"Cala a boca, Padfoot," James rosnou. "Se importa de se explicar?" Ele perguntou ao amigo lobisomem.

"Não vou precisar," Remus limpou a garganta.

"Ah, você realmente precisa," James rosnou.

"Apenas... apenas espere," Remus pediu. Ele deixou um alto suspiro de alívio escapar quando ouviu um barulho de asas e viu uma grande coruja marrom passar pelas janelas. Ela voou sobre a mesa da Grifinória e foi direto até James, carregando um envelope creme e formal, com uma escrita de ouro na frente. Havia um selo pequeno e vermelho nas costas da carta e muitos olhos se arregalaram enquanto o observavam pegar cuidadosamente o envelope do bico da ave.

"Isso é o que eu estou pensando?!" Mary estava gritando.

"O quê?" Lily piscou confusa.

James parecia chocado, a carranca anterior imediatamente indo embora de seu rosto quando ele virou o envelope nas mãos, rompendo o selo e removendo a carta escrita à mão, parecendo oficial.

Alice e Mary estavam boquiabertas com a visão enquanto Frank e Peter tinham os olhos arregalados, chocados. Sirius parecia ter uma expressão de orgulho; continuava a olhar um nervoso Remus, que estava focando em James de propósito, apesar do olhar de surpresa que Mia estava direcionando a ele.

"Alguém quer explicar à pobre Nascida-trouxa que diabos está acontecendo?!" Lily gritou irritada para o resto da mesa.

"Essa é uma Carta de Intenção!" Mary gritou. "É uma tradição Puro-sangue antiga que os homens enviariam aos pais da menina que eles queriam cortejar adequada e publicamente," ela explicou a ruiva. "É muito formal e romântico e..."

"... completamente desnecessário," Mia terminou. Ela pesquisou os costumes Puro-sangue, tradições e antigas leis e magias anos atrás, quando foi adotada pelos Potters. A fim de tornar o seu estatuto de Puro-sangue crível, ela precisava saber de tudo que uma bruxa de sangue puro normal saberia.

"Também é obrigatório," Alice murmurou. "Remus basicamente declarou que ele não vai tomar nenhuma outra bruxa até que Mia decida rejeitá-lo. Gerações atrás, esta carta teria sido considerada um pedido de casamento para os pais dela considerarem."

A carta não era inteiramente uma surpresa para Mia, mas o fato de que era de Remus tinha mexido com ela. Ele não era apenas um Mestiço, mas ao mandar essa carta tão publicamente, Remus tinha botado seu coração e orgulho a mostra. Se Mia se levantasse e dissesse que queria se casar com ele, Remus seria obrigado a aceitar. Ela não conseguiu evitar lembrar de como foi difícil para um Remus mais velho aceitar sua própria companheira, Tonks. Ela se lembrou de ouvir a discussão na Ala Hospitalar na noite em que Dumbledore morreu, na qual Remus declarou que não poderia ficar com Tonks porque era muito velho para ela, muito pobre e um lobisomem para completar. Claro que eles superaram esses pequenos desentendimentos rapidamente e se casaram em poucas semanas; mas, mesmo assim, ela não conseguia evitar se sentir culpada que Tonks tivesse que lutar por Remus enquanto Mia foi, aparentemente, presenteada com o coração dele tão facilmente.

"Ignorando o fato de que isso soa terrivelmente arcaico – se não um pouco romântico," Lily acrescentou com um sussurro, "por que ele não enviou uma para os pais dela?"

"Eu enviei," Remus respondeu. "Na primeira chance que tive," ele acrescentou sorrindo. Os olhos ainda estavam focados em James, que terminou de ler a carta e se levantou, olhando através da mesa para ele. Remus seguiu o exemplo.

"Então por que Potter está lendo a Carta de Intenção?" Lily murmurou, olhando a cena como se fosse uma aula formal sobre sociedade Puro-sangue.

"É um gesto." Mia sorriu e observou enquanto James estendia uma mão para Remus. O mesmo deixou escapar um suspiro trêmulo e pegou a mão de James, e o mesmo deixou um sorriso se espalhar pelo rosto. "Agora que minha honra está restaurada, podemos comer?" Ela revirou os olhos com o desenrolar do evento, um sorriso debochado brincando no canto dos lábios enquanto Remus e James voltavam para seus lugares, ignorando o fato de que toda garota no Grande Salão estava olhando Remus como se ele fosse o herói de um dos romances ridículos de Lily.

"Tudo ou quase tudo, certo?" Remus sorriu e Mia riu, jogando sua baguete nele.

"Eu ainda não entendi porque isso é grande coisa," Lily admitiu. "Eu entendo que antigamente isso devia ser o precursor de um casamento, mas agora?" Ela perguntou. "Pelo o que pareceu, Remus deu a James uma nota pedindo permissão para namorar você, o que ele já fez por um ano."

"Uma Carta de Intenção é sobre cortejar, flertar. Significa que nem Remus nem Mia podem se envolver em atividades amorosas com ninguém enquanto estiverem juntos. Também significa que se eles terminarem, é permanente. Mia poderia, na verdade, ter pego a carta e a queimado e Remus nunca mais poderia pedir a mão dela," Mary explicou.

"Por que você acha que nunca recebeu uma de Jamie?" Mia perguntou a Lily rindo. "Ele sabe que você iria rasgá-la e, então, ele nunca teria outra chance com você."

"Ele não tem nenhuma chance comigo de qualquer maneira," Lily zombou. Mia sorriu quando viu curiosidade brilhar de trás dos olhos esmeralda de Lily. Desde a aula sobre Amortentia, Lily percebeu o que, ou quem, ela estava cheirando por trás da poção. Se Jamie realmente enviasse uma Carta de Intenção, Mia se perguntava qual seria a reação de Lily.


N/A: postando rapidinho porque o dia foi corrido e estou preparando meu ritual de domingo pré Game of Thrones!
No próximo cap eu respondo os comentários!
Vejammmm GoT porque eu preciso comentar os episódiossss, não aguento!
Um beijo em todos! :))