The Debt of Time

Part Two - The Time-Turner

Chapter Sixty-Seven: Unidade Bem Treinada

"...Let the sky fall
When it crumbles
We will stand tall
Face it all together..."
(Skyfall - Adele)

25 de junho, 1977

St. Mungos Hospital para Doenças e Acidentes Mágicos

"Mia? Mia!"

"Remus?" Mia chamou suavemente, enquanto seus olhos se abriam. Sua visão ainda estava um pouco borrada, mas ela tentou focar no lobisomem que se inclinava sobre ela protetoramente, seus olhos âmbar e ouro mostrando como ele estava preocupado. Ela estremeceu com a dor na parte de trás da cabeça, se perguntando se Remus tinha permitido que alguém chegasse perto dela enquanto estava inconsciente. "O q... o que... o que aconteceu?" Ela perguntou enquanto tentava se sentar.

"Você bateu a cabeça feio e ficou inconsciente por quase vinte minutos," Remus informou, suspirando aliviado pelo fato dela ter acordado. Ela percebeu que os olhos dele voltaram ao verde. Bom, menos uma coisa para me preocupar.

"Comensais... Comensais da Morte," Mia murmurou. Remus meramente assentiu, um olhar triste cruzando o rosto dele enquanto a ajudava a sentar direito. Ela ouviu passos se aproximarem e se virou para ver um par de botas de couro de dragão bem feitas, embora um pouco desgastadas.

"Srta. Potter?"

Com a voz profunda, Mia se virou para ver Kingsley sorrindo gentilmente para ela.

Quando ela estremeceu com a tensão de olhar para cima, ele percebeu e se ajoelhou ao lado dela. "Você está bem?"

"Kingsley?" Mia murmurou.

"Você me conhece?" O Auror piscou curioso.

"Você..." ela começou, se lembrando da corrida com o futuro Ministro da Magia nas costas de um Trestálio, lançando maldições e feitiços para todos os lados enquanto o par era cercado por Comensais da Morte no céu. Mas claro que ela não poderia falar isso agora, nem mesmo se tentasse. "Você era um Monitor."

Ele sorriu para ela, assentindo. "Já faz um tempo desde Hogwarts. Não sabia que eu era conhecido." Ele riu e o som era maravilhosamente familiar. "Auror Shacklebolt agora, no entanto. Eu queria te agradecer pessoalmente."

"Me agradecer?"

"Eu estava de costas quando aqueles Comensais da Morte apareceram. Seu escudo salvou a minha vida do que parecia ser um Feitiço Redutor," ele acenou com a cabeça com profunda gratidão, antes de falar de novo, firmemente. "Eu te devo um débito de vida."

Mia tentou não revirar os olhos. "Todos não devem?" Ela tentou se levantar, estremecendo com a dor e se segurando no braço de Remus para manter o equilíbrio. "O que aconteceu? Comensais da Morte entraram no Hospital?" Ela entrou em pânico na hora. "Minha família!"

"Seu Pai, Sirius e James estavam do outro lado dos feitiços," Remus disse com a voz calma. Ele apontou para o lado, onde três Aurores estavam movimentavam as varinhas continuamente em certo ângulos enquanto um grupo imenso de mais Aurores e Curandeiros conversavam com expressões sérias no rosto.

"Feitiços?" Mia perguntou curiosa.

"Esse andar está de quarentena," Kingsley informou. "Pelo menos essa seção," ele apontou para os corredores ao redor deles.

"Abraxas Malfoy está morto," Remus disse baixo.

"Professor, acho que você conheceu meu avô, Abraxas Malfoy?" Mia se lembrou de um Draco presunçoso falando da mesa da Sonserina durante a aula do Professor Slughorn em seu sexto ano original.

"Conheci," confirmou Slughorn, sem olhar para Malfoy. "Lamentei quando soube do seu falecimento, embora não tenha sido inesperado, varíola de dragão na idade dele..."

"Varíola de dragão," Mia murmurou para si mesma.

"O quê?" Remus piscou, a ouvindo. "Como você sabia disso?"

Droga. Bom, aparentemente, eu posso falar a verdade sobre o futuro por acidente, apesar de eu não saber como isso pode ajudar, ela pensou.

"Acho que eu possa ter... ouvido enquanto estava inconsciente," ela mentiu. "Peguei algumas poucas palavras."

"Bom, você está certa." Kingsley franziu o cenho. "Tenta descansar. Vou buscar um Curandeiro para ver a sua cabeça." Ele ofereceu um sorriso de novo antes de ir até onde estavam lançando os feitiços para falar com os Aurores do outro lado.

"Eles encontraram frascos quebrados no bolso de Malfoy," Remus explicou enquanto levava Mia para se sentar em uma cadeira. "Eles estão dizendo que ele tinha uma reunião mais tarde com uma equipe de pesquisadores. Algumas pessoas acham que eles estavam procurando por uma cura, outras pensam que ele estava tentando transformar a doença em uma arma para Você-Sabe-Quem."

"Os frascos continham a doença, não continuam?" Ela perguntou.

Remus concordou, mas então esclareceu. "Não é contagiosa por via áerea, mas qualquer que tiver tocado nele quando aconteceu..."

"Eu preciso levantar. Preciso ir para casa," Mia tentou se levantar, mas Remus a impediu.

"Mia..." ele respirou lentamente antes de falar. "Sua Mãe estava bem do lado de Malfoy quando ele caiu."

"O quê?" Seu rosto empalideceu enquanto uma frieza tomava conta do seu estômago.

"Ela está doente." Remus franziu o cenho, o luto já se fixando nos olhos dele. "Os Curandeiros colocaram elas e outras pessoas camas protegidas no final do corredor." Ele apontou.

Sem nenhuma outra palavra, Mia se levantou da cadeira e correu até lá, procurando em todos os quartos até que encontrou Dorea Potter. Sua mãe estava inconsciente na cama, parecendo pior do que alguma outra vez; sua pele estava coberta de uma tonalidade verde, com uma brotoeja roxa crescendo do lado do pescoço dela enquanto ela dormia.

oOoOoOo

Enquanto as horas passavam, Aurores se moviam cautelosos ao redor da ala de quarentena, no extremo Oeste do Térreo do St. Mungos. Quando a quarentena acabou e os feitiços foram retirados, todos se locomoviam com mais cautela ainda, apesar do fato dos Curandeiros insistirem que os infectados não eram mais contagiosos. Dorea dormia, mesmo depois que Charlus, James e Sirius conseguiram permissão para vê-la, mesmo depois que os Curandeiros tiraram sangue para testes. Depois de prestar depoimento a vários Aurores, St. Mungo foi aberto ao público mais uma vez. Tão logo as portas se abriram, Peter e Lily correram para dentro, a última pedindo aos gritos a localização dos Potters.

"Mia!" Lily gritou quando viu a morena. A mesma deixou escapar um soluço quando se encontrou presa no olhar verde esmeralda que sua amiga possuía, e ela correu para abraçar a bruxa ruiva. "Ah, graças a Merlin que você está bem," Lily disse enquanto abraçava a amiga com força. "Eu vi a Marca Negra em cima do Hospital e tentei falar com todos por Flu, mas Peter era o único que estava em casa. O que aconteceu?"

"A Marca Negra está em cima do Hospital?" Mia perguntou, as sobrancelhas levantadas enquanto se afastava de Lily. Ela percebeu Peter deslizou por elas para falar com James, Sirius e Remus no final do corredor, onde eles estavam sentados do lado de fora do quarto de Dorea.

"Eu estava a poucos quarteirões daqui, na igreja. Petunia se casou hoje, então, naturalmente, eu precisava ir embora daquele inferno o quanto antes." Lily ofereceu um sorriso e Mia deixou escapar uma risada de verdade com a piada da bruxa. Era bom rir. "Eu estava na frente conversando com a minha Mãe quando vi a Marca no céu. Eu Aparatei para a casa de Alice, já que era a mais próxima e nós tentamos falar com todos. O que houve?"

"Comensais atacaram o Hospital," Mia explicou. "Nós estávamos aqui porque Jamie e Sirius tiveram um pequeno acidente." Ela notou a maneira que Lily engasgou e olhou por cima do ombro de Mia para tomar nota de condição atual de James e Sirius antes de dar um suspiro aliviado ao ver que eles estavam fisicamente bem. "Mamãe estava... minha mãe estava ... tendo uma reunião com a diretoria. O pai do Malfoy trouxe frascos com Varíola de Dragão e eles quebraram; todos que estavam perto dele foram infectados na hora."

"Ah Godric... sua família?" Lily murmurou horrorizada.

Mia assentiu. "Mãe."

"Eles podem..."

"Não."

E Mia caiu de volta nos braços abertos de Lily. "Mia, eu sinto tanto."

oOoOoOo

Mais tarde naquela noite, o quarto de Dorea Potter estava lotado. Curandeiros trabalhavam ao redor dos corpos que circulavam a velha bruxa, já tendo conhecido a poderosa raiva que vinha quando tentavam separar os membros daquela família contra a vontade. Charlus poderia ter conduzido os filhos para fora do quarto, mas com o amor da vida dele inconsciente, ele simplesmente não conseguia se importar com o conforto do Curandeiro que estava acostumado em ter mais espaço no quarto dos pacientes.

Charlus permaneceu ao lado de Dorea, a mão verde dela entre as dele. Do outro lado da cama, Mia tinha transfigurado uma pequena mesa em um sofá onde ela tinha sido enrolado ao lado do irmão. Ela se ofereceu para torná-lo maior para acomodar os outros, mas cada um dos Marotos tinha suas razões para não chegar muito perto. Peter sentou perto da porta, o lugar mais longe de Dorea sem ter que sair do quarto. Pela primeira vez, Mia não se ofendeu com as ações de Peter, sabendo que ele provavelmente estava revivendo a estadia da própria Mãe no St. Mungos depois do ataque que eles sofreram dos Comensais da Morte. Sirius, por outro lado, estava no canto do quarto, os joelhos contra o peito, com um olhar frio no rosto que Mia imediatamente reconheceu como culpa. Ela queria confortá-lo, assegurá-lo que nada disso era culpa dele, mas ela ainda não tinha forças. Não ainda.

Remus foi o único que permaneceu fora do quarto, apesar de manter uma vigilância constante nele da onde estava sentado. Ele dividia sua atenção entre o quarto de Dorea e o longo corredor onde encontrou seu pai mais cedo. Ao contrário de James e Mia, que se preocupavam com a única mãe que tinham, ou Sirius que se preocupava com a mãe que ele tinha escolhido, ou Peter que refletia sobre a própria mãe que estava em casa, Remus estava ansioso e preocupado com a mãe que o tinha aceitado na própria casa quando ele não tinha mais uma e com a mãe que o tinha dado vida; a mãe que ainda estava, apesar de tudo, viva em algum lugar nos corredores acima dele.

"Aqui, Remus," uma mão esbelta estendia uma pequena xícara para ele, com um vapor ondulando na parte de cima. "Eu trouxe um pouco de chocolate quente para você."

O lobisomem olhou nos infinitos verde esmeralda que Lily tinha e sorriu um pouco enquanto aceitava a bebida. "Obrigada, Lily."

Lily rapidamente pegou uma cadeira para sentar ao lado do amigo, pegando a mão dele entre as dela para oferecer conforto e suporte. Ela era uma das poucas bruxas que podiam fazer isso sem deixar Remus desconfortável ou deixar a namorada dele irritada. "Mia me contou sobre a sua Mãe. E seu Pai." Ela franziu o cenho. "Você já sabe de algo?"

"Não. Eu perguntei bem depois que os feitiços da quarentena foram retirados." Ele suspirou em frustração antes de dar um gole da bebida, desejando que o chocolate pudesse diminuir o desconforto tão facilmente como geralmente acontecia. "A explosão veio de um andar um pouco acima de onde ela deveria estar. Mas quando eu perguntei, o nome dela não estava na lista... na lista das vítimas."

"Eu sinto muito sobre o seu pai." Lily balançou a cabeça. Ela tinha ficado devidamente furiosa quando Mia explicou todos os eventos do dia.

Sendo um objeto de preconceito ela mesma, Lily sentia uma conexão especial com o amigo lobisomem bem antes de falar que ela tinha descoberto o segredo dele no primeiro ano. Ela tinha percebido quão diferente ele era dos amigos e quantos Professores olhavam para ele com pena e ansiedade, como se esperassem que ele machucasse a si mesmo ou aos outros. Ela se sentia parcialmente culpada pela forma que Severus tinha criado interesse por Remus e sua condição. Considerando o jeito que os Marotos tratavam seu amigo de infância, e vários outros, Lily não tinha nada que ser gentil com eles, mas ela tinha criado um interesse especial em se tornar amiga de Remus Lupin bem antes dos dois se tornarem Monitores. Severus tinha ficado desconfiado e até com ciúmes, especialmente quando ela confessou que sentia uma pequena queda no quieto nerd Grifinório. Severus era amigo dela há tanto tempo e eles sempre falaram tudo um para o outro, então Lily não pensou duas vezes antes de confessar seus sentimentos sobre o colega de Casa. Tinha sido a primeira vez que Severus voltou sua raiva amarga para ela e ele saiu correndo irritado. Merlin, eu devia ter percebido, a bruxa pensou consigo mesma.

Resolvendo levar o segredo de que Remus foi o gatilho original para o término de sua amizade com Severus para a tumba, Lily estava determinado em nunca fazê-lo se sentir culpado sobre nada que não fosse um resultado das próprias ações. "Você sabe que não é sua culpa, certo?"

"O quê? Que minha Mãe está doente ou que meu Pai bebe muito e me chama de monstro?" Lily estremeceu com a palavra do mesmo como estremecia quando a chamavam de Sangue-ruim.

"Ambos," ela insistiu e acrescentou rapidamente. "Você não é um monstro."

"Eu sei." Remus passou a mão pelo rosto e Lily percebeu como os olhos dele pareciam cansados. Eles estavam vermelhos, como o resto dos meninos que estavam exaustos e chorando. Remus estava incrivelmente pálido e as duas cicatrizes no rosto dele se destacavam dramaticamente, tecido prata e rosa esticado sobre a pele branca. Ela fez uma nota mental de perguntar a Mia onde Remus guardava a Poção Mata Cão, já que ela duvidava que ele tivesse tido a chance de bebê-la hoje, considerando que todos eles estavam ali há horas. "Eu não costumava saber, mas agora eu sei," ele admitiu.

"Contanto que você se lembre disso. Isso que importa. Tenho certeza que uma vez que tudo se acalme, eles vão te deixar ir lá vê-"

"Pai?" Remus se levantou da cadeira interrompendo Lily e descendo o corredor até onde Lyall Lupin estava em pé falando com um Auror e um Curandeiro, uma grande bolsa nas mãos. Os olhos dele também estava vermelhos e molhados e ele, estranhamente, lembrava Charlus Potter no momento, apesar de Charlus ainda ter algo no olhar: esperança.

"Ah não," Lily murmurou enquanto observava Remus correr.

"Pai!" Ele gritou de novo enquanto se aproximava do pai, cujo olhar vazio se tornou amargo e raivoso. "O que houve?!" Remus observou horrorizado enquanto Lyall se virava de costas para o filho e começava a andar para longe. "Onde está minha Mãe?! Onde você está indo?!" Remus o chamou, tentando se aproximar apenas para ser parado pelo menos Auror de antes. Os olhos dele se estreitaram para Remus enquanto o mantinha separado do pai.

Lily ouviu um rosnado e imediatamente se virou e gritou, "Mia!" Ela correu para o lado de Remus com medo de ele fosse ser preso ou agredido pelo Auror. "Remus," ela disse, pegando a mão dele e tentando puxá-lo para trás.

O movimento afetivo foi visto pelo Lyall Lupin, que balançou a cabeça em desgosto. Ele se virou e olhou para o Auror antes de falar em voz alta. "O garoto é um lobisomem," ele apontou para Remus, que arregalou os olhos em choque e medo. "Por favor, o mantenha longe do..." Lyall hesitou por um momento, a emoção o sobrecarregando antes de finalmente continuar, "do corpo da minha esposa."

"O quê?!" Remus gritou, apesar de parecer mais um rosnado e levou menos do que um segundo para que os olhos verdes se transformassem em ouro líquido, pulando a fase do âmbar completamente.

"Mia! Peter! Sirius!" Lily gritou por eles. "Potter!" Ela gritou por James também, aliviada quando os quatro saíram do quarto de Dorea e perceberam imediatamente o estado de Remus antes de começarem a correr com as varinhas já nas mãos.

"Ela está morta? Minha Mãe está morta?!" Remus gritou. Ele se moveu para ir atrás do pai, que entrou no Flu, mas Lily entrou na frente dele, tentando impedi-lo de fazer algo que ele certamente iria se arrepender. Com a visão de Lily no caminho dele, James e Sirius correram mais rápido, cada um pulando para segurar os braços de Remus, o puxando para longe de Lily antes que ele a machucasse de algum modo. Os Marotos e Mia vinham lidando com Remus e o lobo há anos, e Lily não estava pronta para algo dessa magnitude. Enquanto James e Sirius seguravam Remus, tendo dificuldades contra a força do amigo, Mia foi para a frente do namorado, segurando o rosto dele entre as mãos e mudando os olhos para o âmbar, esperando que Moony fosse reconhecê-la como a raposa da Matilha dele, a Beta dele.

"Remus, Remus, amor," Mia falou suavemente, não percebendo que os Aurores estavam cercando o pequeno grupo. "Olhe para mim," ela disse, olhando nas belas profundezas do ouro.

"Para trás!" James gritou, virando a varinha para os Aurores, uma expressão defensiva no rosto. Ele soltou o braço do lobisomem quando o sentiu relaxar um pouco com o olhar da irmã. "Ele não fez nada errado!" James insistiu. Sirius, do outro lado de Remus, tinha a varinha na mão também, e Peter cobria a retaguarda de Remus, garantindo que ninguém tivesse ideias de acertar o amigo deles pelas costas. Lily estava na frente de Mia, lançando punhais pelo olhar a qualquer um que lançasse um olhar de desgosto para o amigo em luto.

"Calma aí." Kingsley se aproximou lentamente, a varinha na mão levantada como um sinal de rendição. "Nós só estamos fazendo o nosso trabalho e garantindo que ninguém se machuque," ele prometeu. Seu parceiro zombou do temperamento calmo dele. "Nós entendemos que essa é uma situação emotiva, mas vocês realmente querem levantar a varinha contra um grupo de Aurores?"

Com a pergunta de Kingsley, os olhares de James e Sirius ficaram ainda mais desafiadores, como se ele tivesse acabado de lançar um desafio. Nenhum dos adolescente abaixou a varinha.

"O que você está fazendo aí parado, Shacklebolt! Apague a coisa!" O parceiro de Kingsley gritou, apontando para Remus.

"Coisa?!" Lily gritou. Seus olhos verdes perfuraram o rosto do Auror. "Você tem muita coragem, sabia?!" Ela apontou a varinha de sabugueiro para ele, que arregalou os olhos em resposta a clara ameaça da garota. "Eu não me importo se você é um Auror, meu amigo acabou de descobrir que a mãe morreu e se você sequer pensar em levantar a varinha para ele antes que nós possamos consolá-lo, eu vou arrancar seus olhos do rosto!"

"Ameaçando um Auror?" O homem zombou da bruxa. Ele deu um passo a frente, a varinha presa firme na mão. "Ouça aqui, sua pequena Sangue-ru..." mas sua frase foi cortada quando uma varinha de mogno de vinte e oito centímetros foi pressionada contra a sua garganta. Ele encarou furiosos olhos avelãs e um tufo de cabelo negro.

"Bruxa errada para apontar a varinha, amigo," James disse com a voz baixa e perigosa. De repente, os Aurores que estavam cercando o grupo não estavam mais com os olhos treinados no lobisomem. "Ela vai azarar todos por olharem para ela," James assegurou todos, sendo o último a questionar as habilidades de Lily com azaração, tendo várias cicatrizes pelo corpo como prova do talento dela. "Mas não vai ser metade do que eu vou fazer se você terminar essa merda de frase."

"Todos se acalmem!" Kingsley gritou, tentando recuperar o controle da situação. Ele agarrou o parceiro e o puxou para trás, tendo ouvido o homem quase chamar Lily de Sangue-ruim. "Potter, mantenha Lupin sob controle," ele mandou.

"Se você não percebeu, não é ele que está perdendo o controle!" Sirius rebateu. "Mande seus amigos abaixarem as varinhas porque se você não sabe, nós temos muito pouco a perder aqui e temos temperamento curto quando ameaçam a nossa família!" O bruxo de cabelos negros gritou, os olhos escuros.

"Ele é um lobisomem!" O parceiro de Kingsley gritou. "Não deveriam tê-lo deixado entrar no Hospital!"

"Mia, leve Remus para um quarto vazio e tranque a porta com os feitiços, como você fez na última vez," James instruiu a irmã.

Ela concordou sem quebrar o contato visual com Remus, que parecia estar se acalmando enquanto encarava os olhos âmbar dela. "Remus? Olhe nos meus olhos, amor," ela continuou falando enquanto segurava os pulsos dele com força. "Remus? Moony! Olhe para mim. Eu estou aqui, amor, todos estamos aqui por você. Preciso que você venha comigo, Moony. Me siga." Ela observou como o ouro no olhar dele diminuiu e alguns ciscos âmbar apareceram e, então, respirou aliviada. Pegando as mãos dele e o levando para longe do grupo, ela observou pelo canto do olhos quando os Marotos e Lily formaram uma barricada. Mia levou Remus pelo longo corredor, encontrando um quarto vazio e fechando a porta atrás deles.

"Não pense que Moody não vai ouvir sobre isso quando nós voltarmos para o Ministério, Shacklebolt," o Auror volátil rebateu para o superior mais jovem.

"Ah, mas eu planejo contar para ele eu mesmo!" Kingsley gritou. "Todos abaixem as varinhas!" Ele ordenou aos outros Aurores, todos obedecendo contra a vontade, mas imediatamente.

"Senhor?" Um deles falou. "Você realmente vai deixá-los ir embora? Um lobisomem no Hospital cheio de pessoas inocentes e um grupo de crianças que ousaram ameaçar Aurores?!"

"Nós somos a realeza porque usamos um distintivo?" Kingsley revirou os olhos. "Eles estavam fazendo a mesma coisa que faríamos por um colega Auror. Nós levantamos a varinha primeiro e eles vieram em defesa ao amigo."

"Mas ele é um lobisomem!" Outro Auror gritou.

"Eu não vejo nenhum pelo, algum de vocês está vendo?" Ele questionou, os olhos negros estreitos. "Não? Bom, talvez eu tenha uma visão melhor. Talvez seja por isso que Moody me deixa no comando. Falando nisso, se algo desse tipo acontecer de novo, eu agradeceria se nunca mais me questionassem!" Ele ofereceu um breve olhar de desculpas para os Marotos e Lily, que finalmente abaixaram as varinhas com a visão dos Aurores recuando.

"Evans, o que houve?" Sirius finalmente perguntou. "É verdade? Sobre a Mãe de Remus?"

Lily assentiu triste. "O pai contou a ele e, então, falou para os Aurores que ele era um lobisomem e que não era para deixá-lo ver a mãe." Ela enxugou uma lágrima que escapou e se virou para olhar dentro do quarto que Mia tinha levado Remus.

"Obrigado, Kingsley," James disse enquanto o Auror se aproximava dele. James estendeu a mão para o homem, mostrando que não tinha ressentimento pela situação que tinha sido mal administrada pelas duas partes. "Eu me desculparia pela nossa reação, mas como você disse..." James pausou. Ele olhou para dentro do quarto em que Mia olhava para Remus, nunca tirando as mãos do rosto dele enquanto murmurava palavras que ninguém mais podia ouvir.

"Eu ouvi o que o pai do garoto falou," Kingsley suspirou. "Lobisomem ou não, eu não consigo imaginar alguém reagindo diferente dele. É uma época ruim, sabe, mas vocês são todos foram rápidos. Quando vocês terminarem seus N.I.E.M.s, venham me ver no Ministério se estiverem interessados em um trabalho. Como vocês viram, o departamento de Aurores precisa de sangue novo."

"Sangue sem preconceito, você quer dizer." Sirius o encarou.

"Isso é exatamente o que eu quis dizer." Kingsley assentiu, ignorando a expressão de ódio no rosto de Sirius.

"Você sabe o que aconteceu com a mãe do nosso amigo?" Peter perguntou.

"Eu acho que ele deveria saber." Kingsley franziu o cenho. "Enquanto nós fomos atacados no Térreo pelos Comensais da Morte, nós não sabíamos que alguns tinham entrado mais cedo e passado por nós sem as máscaras. No segundo em que fomos distraídos pelo ataque aqui embaixo, alguém no andar de cima lançou um Bombarda Maxima e devastou todos os feitiços que estavam protegendo o lugar onde os Trouxas estavam." Ele suspirou. "Apenas dois sobreviveram e eles não devem passar dessa semana."

Os quatro amigos observaram o casal dentro do quarto, os corações partidos com a visão. Mia finalmente quebrou o olhar defensivo de Moony e o lobo se recolheu no fundo da mente de Remus. De repente, o jovem bruxo caiu no chão, as mãos no rosto, se inclinando para o abraço forte de Mia enquanto chorava.