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The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Setenta e Dois: Intervenção
"...And I keep waiting for you to take me
You keep waiting to save what we have
So I'll make sure to keep my distance
Say, "I love you," when you're not listening
And how long can we keep this up, up, up?..."
(Distance - Christina Perri)
3 de setembro, 1977
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Campo de Quadribol
Mia, na verdade, não tinha dado o Tele-Portal à lula gigante. Ela, no entanto, aproveitou alguns momentos de histeria que sua declaração causou enquanto Lily entrava no modo Monitora Chefe. A ruiva mandou que James e os outros garotos pegassem as vassouras e fossem até o Lago para salvar a Sonserina possivelmente digerida. Apenas Remus e Sirius ficaram para trás com Mia.
"E pensar que depois de conviver com você por seis anos eles conseguiriam dizer quando você está mentindo," Remus disse balançando a cabeça enquanto Mia parecia se orgulhar do caos que tinha criado, com os braços delicadamente cruzados na frente do corpo e um sorriso satisfeito nos lábios.
"Zabini merecia," Mia disse firme. "E Jamie me deu detenção; ele pode sofrer um pouco, pensando que a irmã alimentou a lula gigante com uma Sonserina."
"Então, aonde leva exatamente o Tele-Portal?" Sirius perguntou com um sorriso no rosto.
"Ao lago," Mia admitiu. "Na parte rasa. Nem mesmo um metro." Ela sorriu debochada.
Quando James, Lily e os outros voltaram depois de achar uma Elora Zabini encharcada e fumegante contornando o lago, Lily deu mais duas detenções a Mia com McGonagall e tirou vinte pontos da Grifinória.
Apesar do seu rápido mergulho no lago, Elora Zabini transformou sua humilhação em algo muito mais sórdido que envolvia Sirius, o Lago Negro e falta de roupa. Logo, toda a escola achava que Sirius tinha uma marca de nascença em forma de coração na bunda. Todos aqueles que viviam na Torre da Grifinória sabiam da verdade, considerando como Sirius estava disposto a mostrar sua tatuagem.
Demorou quatro dias até que o resto da população feminina de Hogwarts estivesse fofocando ansiosa sobre como e quando todas também sabiam da marca de nascença infame e não existente; pela primeira vez na vida, Sirius detestou o holofote.
oOoOoOo
5 de novembro, 1977
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
O Grande Salão
"Beba isso," Mia disse enquanto se aproximava da mesa de café da manhã. Ela passou um pequeno frasco para um Sirius Black frustrado, que tinha as duas mãos enterradas no cabelo, cobrindo os ouvidos enquanto as Corvinais da mesa ao lado o encaravam e riam em sua direção. Uma coisa era ser elogiado pela sua proeza real, mas uma marca de nascença em forma de coração e nadar nu no Lago Negro? Logo, todas estariam insistindo que ele propôs casamento a todas e teria uma guerra mundial na escola sobre quem levaria o titulo de futura Senhora Black.
"Em que cor meu cabelo vai se transformar?" Ele perguntou desconfiado.
"Em nenhuma."
"Meu cabelo vai cair?" Ele olhou o frasco.
"Não."
"Não é uma Poção de Encolhimento, é?" Ele perguntou desesperado, olhos preocupados na direção de Mia.
"É uma solução temporária para o seu atual problema," ela ofereceu, lançando um olhar para as garotas que riam atrás deles.
Sirius olhou para o líquido vermelho que borbulhava, tirou a rolha e o bebeu em um gole só, tossindo um pouco com o gosto.
"Bom, agora ande pelo salão todo e toque em todas as garotas. Aperte as mãos, abrace, até esbarre nos ombros. Qualquer forma de contato."
Com uma sobrancelha levantada, Sirius se levantou e lentamente andou entre as mesas, parando para cumprimentar e sorrir para grupos de garotas, todas sorrindo para ele como se ele realmente as conhecesse. Algumas realmente o conheceram nos anos que passaram e eram essas que tentavam evitar o olhar dele, exceto por algumas que mentiram sobre encontros recentes, quando Sirius na verdade tinha rejeitado os pedidos por uma repetição. Levou quarenta minutos para passar entre todas as mesas, considerando que a maioria das garotas queria que ele parasse e se sentasse, algumas até mesmo o forçando a se juntar a elas por alguns momentos.
"Atendendo os eu fã clube?" James perguntou enquanto ele e Lily entravam no Grande Salão. Eles se sentaram um do lado do outro, na frente de Mia e Remus, que se juntou a ex-namorada. Ainda extremamente devotado um ao outro, Remus fez o prato dela enquanto ela botava suco de abóbora em um copo para ele. Sirius revirou os olhos e se sentou ao lado de Lily.
"Não pergunte a mim." Sirius balançou a cabeça. "Mia me deu uma poção e me fez cumprimentar toda garota da escola."
Garfos e facas caíram com um alto baque em todas as mesas enquanto olhos preocupados começavam a encarar o rosto inocente da bruxa morena. Mia se virou para Lily, que parecia a beira de um ataque de pânico.
"Se acalme." Mia sorriu docemente. "Elas merecem; não é perigoso e não é permanente."
"Vou ter que te dar mais detenção?" Lily fez beicinho. "Mia, eu não posso me dar ao luxo de perder uma Monitora agora."
"Sirius, você reclamou sobre os problemas que as garotas tem te causado?" Mia se virou para ele.
Ele lentamente assentiu e revirou os olhos. "McGonagall disse que eu estava causando uma perturbação e se negou a fazer qualquer coisa. Eu disse que as garotas estavam mentindo, mas ela falou que infelizmente não havia um jeito de provar sem usar Veritaserum," ele zombou. "Pelo menos ela acreditou em mim."
"Viu?" Mia sorriu suavemente. "Tudo o que nós precisamos é de uma prova."
"Uh-oh," James murmurou enquanto Mia se levantava do banco e ficava em pé no mesmo. Ele estava grato que o único Professor que estava no Grande Salão era Dumbledore, que parecia ter uma estranha indiferença com as brincadeiras de Mia e várias vezes as achava divertidas e inteligentes.
"Hem hem!" Mia disse alto, limpando a garganta enquanto imitava a voz de Dolores Umbridge, rindo consigo mesmo. Ela lançou um feitiço Sonorus em si mesma e limpou a garganta de novo para conseguir a atenção do Salão inteiro. "Eu só estava curiosa," Mia sorriu debochada. "Quem aqui transou com Sirius Black no último ano?"
De repente, o Salão irrompeu em sussurros. Todos os Grifinórios ficaram vermelhos, exceto por Sirius que não se importava com a atenção considerando que sua curiosidade estava a toda.
Mia sabia que ninguém falaria em voz alta, pelo menos para ela, mas o pensamento das meninas era o suficiente. Se elas tivessem falado em voz alta dentro dos parâmetros cronometrados, a Poção juntamente do Feitiço funcionaria. Mia sorriu, segurou a varinha no ar e falou em voz alta, "Coccinus Mendax!" Uma luz vermelha brilhante surgiu da ponta da varinha e cobriu o Grande Salão. Da mesa dos professores, Dumbledore observava tudo com grande interesse, os olhos brilhando com a cena.
Levou cinco segundos para que os gritos começassem.
Nada menos do que cinquenta bruxas tinham escuras manchas vermelhas ao redor das bocas. Parecia algo entre uma marca de nascença e uma doença contagiosa, o que era incrivelmente desagradável. "Traduzindo, seria algo como 'Mentira Vermelha', apesar de eu estar considerando mudar o nome para 'Encontre a Mulher Vulgar'," Mia disse, a voz tão doce quanto mel. "Quanto mais vocês mentiram sobre a pergunta que eu acabei de fazer, mais rápido esse feitiço irá se espalhar," ela informou a todas, percebendo que algumas poucas garotas tinham apenas uma fina faixa de mancha ao redor da boca, enquanto outras já possuíam o rosto inteiro coberto de vermelho.
Varinhas foram levantadas e apontadas para a mesa da Grifinória e foi então que Dumbledore interviu a favor de Mia. Ele conjurou um largo escudo de proteção na frente da mesa da Casa vermelha e dourada, os olhos azuis fixos na pequena bruxa. Ela encarou o Diretor de volta de uma maneira desafiadora e eles pareceram ter um entendimento silencioso. Se Mia era incapaz de mudar o futuro, ela iria afetar o presente.
"Srta. Potter," Dumbledore falou em voz alta e o barulho no Grande Salão começou a diminuir, a salvo das bruxas mentirosas que soluçavam abertamente. "Demonstração adorável," ele disse com admiração. "No entanto, eu seria negligente com meus deveres de Diretor se deixasse tantas jovens adoráveis desfiguradas. Posso pedir para você demonstrar o contra-feitiço?" Ele pediu educadamente.
"Certamente, Professor," Mia sorriu mais docemente ainda, se possível. Ela conseguiu ouvir James murmurou chocado em como ela estava soando como a falecida mãe deles. "Na verdade, depende de cada uma delas para que o feitiço seja removido. O feitiço mostra um mentiroso," ela explicou. "Para removê-lo, elas simplesmente devem falar a verdade." Seu tom de voz era simples e suave, como se ela não acreditasse que ninguém conhecesse esse feitiço que ela mesma tinha criado.
"Eu não transei com Sirius Black," uma voz amarga falou. Todos se viraram para ver uma Callista Hitchins vermelha e chorona se levantar e gritar. Assim que as palavras saíram, o feitiço sumiu, deixando para trás apenas o vermelho da vergonha que ela estava sentindo.
"Eu não transei com Sirius Black." Uma Elora Zabini furiosa levantou. Ela rosnou quando alguns colegas Sonserinos riram abertamente dela, ninguém mais do que Regulus Black, que parecia ser o que mais se divertiu com a declaração da menina.
Ecos de 'eu não transei com Sirius Black' tomaram o Grande Salão ate que um silencio desconfortável cobriu os alunos. Quando todas as garotas confessaram suas mentiras, Mia voltou para a mesa para terminar o café da manha em paz, ignorando o fato de que todos encaravam ela agora.
"Obrigado, Mia," Sirius murmurou suavemente.
Mia olhou para cima e sorriu para ele. "De nada. Eu vou indo para Aritmância," ela disse enquanto limpava a garganta e se levantava rapidamente da mesa, lançando um olhar triste na direção dele antes de acenar para os amigos e deixar o Grande Salão.
Sirius franziu o cenho e olhou para o prato de comida a sua frente, ainda cheio. Sua mandíbula brevemente se contraiu e ele se levantou murmurando, "Preciso de um cigarro," e foi embora.
"Isso está ficando ridículo." Remus sacudiu a cabeça.
"Nós temos que fazer algo em relação a esses dois," Lily assentiu.
"Ou... apenas me ouçam..." James sugeriu. "Nós não tentamos bancar os cupidos com minha irmã e meu melhor amigo. Eu voto nesse ideia, simplesmente porque é a ideia que não me faz querer puxar os cabelos."
"Vai crescer de novo," Lily disse, passando os dedos pelos cabelos de James e observando divertida como ele derretia com o toque dela. "Você não quer que Mia e Sirius sejam felizes?"
"Sim," James gemeu fazendo beicinho.
"E você não acha que eles seriam felizes juntos?" Lily perguntou.
"Se eles não se matassem primeiro," James murmurou. "Mas sim, são seis anos desconfortáveis observando eles dançando ao redor um do outro e flertando descaradamente. Pelo menos quando ela estava com você," James disse olhando para Remus. "Padfoot tentava se controlar."
"Mas agora é como se eles estivessem tentando se evitar," Remus reconheceu em voz alta. "Eu honestamente pensei que no momento em que eu e Mia terminássemos, Sirius estaria ali pronto, mas ele não fez nada."
"Ele está com medo." Lily balançou a cabeça. "E ela também."
"O que nós devemos fazer?" Peter se intrometeu.
Lily sorriu.
"Oh, Merlin," Remus estremeceu com a visão. "Quantas regras nós vamos quebrar?"
"Nenhuma," Lily promete, os olhos verdes indo ate Peter. "Nem todos nós seremos pegos." Ela sorriu.
Peter tremeu nervosamente sob o olhar dela.
oOoOoOo
Salão Comunal dos Monitores Chefes
De noite, Mia fez seu caminho através dos corredores escuros do grande castelo. Ela se esgueirou casualmente pelas escadas de mármore desde a Torre da Grifinória até o terceiro andar, indo até o retrato de um cavaleiro posto do lado de fora dos quartos dos Monitores Chefes. Tirando um grande livro de dentro da bolsa, Mia murmurou a senha para o cavaleiro, mal notando quando a porta abrindo enquanto entrava.
"Lily, eu trouxe o livro antigo de Aritmância," Mia começou. Ela jogou a bolsa no chão, os olhos ainda no livro enquanto ia até o Salão Comunal deles. "Eu sei que você acha que não vai cair nos N.I.E.M.s, mas eu não vejo porque não deveríamos..." ela piscou e olhou para cima, os olhos castanhos encontrando os dos amigos e do irmão sentados ao redor de uma grande mesa. Sirius estava preso entre Remus e James; os dois o segurando no lugar e o ultimo tinha uma mão na boca de Sirius. "O que está acontecendo?" Mia levantou uma sobrancelha, desconfiada.
"Corre! É uma armadilha!" Sirius gritou depois de conseguir de libertar do aperto de James por um momento antes de ser silenciado pela varinha de Lily.
"Cala a boca, Sirius." Lily sorriu para o bruxo de cabelos negros, que estava com os olhos fixos nela. "Sente-se, Mia," a ruiva instruiu.
"Não." Mia balançou a cabeça e deu uns passos para trás. "Você está com o mesmo olhar no rosto que geralmente reserva para quando vai azarar Jamie," ela insistiu, uma parte dela se perguntando se ela parecia tão louca quando planejava algo terrível.
"Sente-se, amor," Remus insistiu, levantando da cadeira e indo até Mia, a pegando gentilmente pelo braço e a levando até a grande cadeira em frente ao sofá. Ele se sentou ao lado dela enquanto Lily tomou a cadeira que tinha vagado.
"Isso é uma intervenção?" Mia perguntou irritada. "Porque eu vou falar, eu mal comecei a estudar e eu tenho comido todas as refeições e dormindo oito horas por dia... está bem, seis horas na maioria das vezes," ela se corrigiu com um revirar de olhos. "Mas eu sou perfeitamente capaz de lidar com o meu horário este ano e eu não preciso que vocês... isso é Firewhisky?" Seus olhos caíram em uma grande garrafa no centro da mesa. "Lily, você deixou Sirius trazer Firewhisky para o seu quarto?!"
"Eu pedi a ele, na verdade." A ruiva sorriu diabolicamente, balançando a varinha e silenciosamente trancando as portas enquanto removia ao mesmo tempo o feitiço silenciador de Sirius. "Agora, traga a sua bundinha Grifinória até aqui e se sente." Lily apontou para a cadeira e sorriu orgulhosa quando Mia obedeceu aos seus comandos.
"Por que eu sinto que isso é uma armadilha?" Mia perguntou nervosa, deixando o livro de Aritmância de lado na mesa.
"Porque é uma armadilha," Sirius rosnou, os olhos cinzas se estreitando para Lily. "E não olhe para mim, eu caí na baboseira inocente dela também." Ele apontou para a ruiva. "Ela pode parecer adorável, mas é uma harpia diabólica. Estou surpreso que ela não seja uma Sonserina."
"Abre o olho, amigo," James o preveniu. "É a minha namorada."
"Sua namorada é uma harpia Sonserina que me mandou trazer Firewhisky porque era o ingrediente de um projeto de Poções que ela estava fazendo!" Sirius gritou. "Eu só concordei porque ela disse que tinha descoberto o nosso segredo e considerando quantos segredos nós temos e como você provavelmente contou todos as nossas mais profundas e obscuras histórias durante as conversas de travesseiro e vocês, eu vim preparado para acabar com a chantagem dela," ele admitiu, cruzando os braços.
"Sim, bem, eu e James não temos conversa de travesseiro, obrigada," Lily corou. "Ele é um cavalheiro. Embora eu, eventualmente, queira saber todos esses profundos e obscuros segredos que vocês estão escondendo de mim." Ela voltou os olhos verdes para James, que engoliu em seco.
"Um dia," ele prometeu.
"Muito bem," Mia interrompeu o casal. "Então é uma armadilha com Firewhisky," ela falou e olhou ao redor curiosa. "Onde está Peter, por falar nisso?"
"Tendo detenção com Filch," Remus respondeu.
"O que ele fez agora?"
"Apenas o que nós pedimos," Lily admitiu.
"Nós?" Mia levantou as sobrancelhas. "Você está nisso?" Ela se virou para James e, então, para Remus. "Vocês dois?"
"Eu os recrutei," Lily disse com um sorriso.
"Você realmente acha que eu tive uma escolha?" James perguntou.
Mia fez uma careta em resposta. Ele já estava muito mandado para o próprio bem. Ela se perguntou se seria possível usar o poder de Lily sobre o irmão para o seu beneficio. "Então, o que, diga," Mia olhou para Lily. "Você convenceu Peter a fazer o quê?"
"Ele distraiu Slughorn enquanto James roubava isso," Remus respondeu, segurando um familiar frasco nas mãos.
Os olhos de Mia se arregalaram com a visão. Ela se virou imediatamente e encarou Sirius, que estava com uma expressão idêntica de terror. "Eu pensei que todos tínhamos concordado que 'Veritaserum ou Desafio' era uma má ideia e que nunca mais jogaríamos!" Mia soltou, os olhos indo até o frasco nas mãos de Remus de novo. Ela observou atentamente enquanto ele o levava até a garrafa de Firewhisky, removendo a rolha e colocando mais do que o necessário dentro do liquor.
"Apenas Veritaserum," Lily explicou. "Nada de desafio."
"Para que... o que... Remus?" Ela se virou para o melhor amigo com olhos pedintes, ignorando o copo com liquido âmbar que ele colocou nas mãos dela, o traidor.
"Apenas beba, Mia." Remus sorriu suavemente para ela, a lembrando que ele era um lobisomem demoníaco que ela morderia no segundo em que tivesse chance. "Lily encantou o quarto e nós ficaremos presos aqui até que ela sinta que atingiu o objetivo."
"E que objetivo é esse, exatamente?" Sirius olhou para a ruiva enquanto James colocava um copo de Firewhisky misturado na mão dele.
"A verdade." Lily sorriu docemente e olhou para o namorado, que estava colocando um copo para ele. "Agora, James, beba," Lily instruiu e observou com um sorriso quando o namorado beber o liquido, estranhamente confiando nela. "James, nós somos íntimos sexualmente?"
O bruxo de cabelos bagunçados corou profundamente, mas antes que tivesse a chance de pensar sobre a pergunta, sua boca começou a se movimentar. "Não, nós ficamos nos beijando e uma vez você deixou eu botar a mão por dentro da sua blusa," James disse rapidamente.
Os olhos verdes de Lily se arregalaram, não esperando que ele desse detalhes.
"Eu quero dizer... por que você fez isso?" James perguntou.
"Para provar que a Poção funciona," ela explicou, nervosamente botando uma mecha do longo cabelo ruivo atrás da orelha. "E também para mostrar a todos que eu e você não nos envolvemos intimamente." Ela limpou a garganta.
"Diga isso ao Prongs quando ele botar a mão debaixo da sua blusa." Sirius sorriu debochado.
"Sirius, beba." Ela o olhou ameaçadoramente.
Ele pareceu parar por um longo momento, silenciosamente se perguntando se a verdade seria mais dolorosa do que seja la o que for que Lily tivesse planejado como punição caso ele não obedecesse. Depois de trinta segundos de um silêncio absoluto, o bruxo bebeu o copo de Firewhisky desafiadoramente.
"É verdade que você não dormiu com nenhuma garota desde Mia?" Lily perguntou.
"Sim, é verdade," Sirius confessou.
"Por que não?" Ela continuou.
Sirius tentou lutar, mas era inútil. "Porque eu não quero que ela pense que eu sou um cara nojento que dorme com qualquer garota que queira," ele rosnou tentando não falar. "Eu queria garantir que ela soubesse que ela foi es-especial. Merda!" Ele gritou e se levantou, ansioso para chutar algo ou alguém.
"Senta, Padfoot," Remus falou.
"Que merda é essa?" Mia soltou olhando para a amiga acusadoramente.
"Eu estou feliz que eu e James ficamos juntos, eventualmente." Lily sorriu, se esticando sobre o sofá – e Sirius – para segurar a mão de James. "Mas agora que nós descobrimos... isso... eu me arrependo pelo tempo perdido," a ruiva admitiu. "E vendo vocês dois enrolando nos últimos anos com Remus preso no meio foi esquisito e doloroso." Mia e Sirius franziram o cenho enquanto olhavam para James e Remus, que assentiram em concordância. "Vocês dois são incrivelmente teimosos, mas são meus amigos e eu amo vocês e quero, nós queremos que vocês sejam felizes."
"Lily está certa," Remus falou firme. "Vocês dois estão se segurando por alguma razão, apenas esperando que o outro dê o primeiro passo."
"Eu realmente odeio concordar com os dois porque você é minha irmã e você é meu melhor amigo, e a ideia de vocês juntos me deixa doente," James gemeu. "Mas, Mia, você tem estado sozinha desde o rompimento com Remus, todos nós podemos ver isso," ele disse, franzindo o cenho quando Mia desviou o olhar dele, a verdade claramente evidente.
"E, Pads, você vai beber até morrer se não se resolver," James disse, observando o jeito que Sirius olhava para a garrafa de Firewhisky, apesar do fato dela estar misturada com o soro da verdade. "Mia é uma grande parte disso, eu sei, porque toda vez que você bebe, você só fala dela."
"Isso é tão manipulador," Mia murmurou.
"Cale a boca e beba," Lily disse, apontando para o copo cheio de Mia. Ela não esperou tanto quanto Sirius, sabendo que nenhum deles iria acabar com isso antes de tudo estar resolvido. Uma parte dela se perguntou se o Veritaserum iria contrariar o feitiço de Dumbledore e essa parte estava muito ansiosa para descobrir, então ela bebeu. "Agora, Mia... por que você não contou ao Sirius que queria ficar com ele?"
"Porque ele iria me abandonar de novo quando fosse muito para ele lidar!" Ela disse, não percebendo que a verdade saiu em um grito. Ela corou com o tom que usou e rapidamente enterrou o rosto nas mãos.
"O quê?" Sirius ficou boquiaberto. "É isso que você pensa?"
"É isso que eu sei," ela admitiu, se recusando a olhar para ele. "Foi isso que você fez!"
"Eu só queria algo melhor para você," Sirius admitiu.
"Não." Ela levantou os olhos e olhou para ele. "Você queria que eu contasse todos os meus segredos, segredos que eu não posso contar; não ainda." Merda... O feitiço da verdade de Dumbledore era mais forte do que o Veritaserum.
"Remus, beba," Lily falou ao lobisomem que obedeceu. "Por que você e Mia começaram a namorar de novo?"
"Porque Sirius nos falou," ele apontou para o amigo. "Ele disse que nós desistimos do nosso relacionamento e nós devíamos isso a nós mesmos e a ele, para descobrirmos se realmente queríamos ficar sozinho ou se era o destino nos separando."
"Mia, beba," Lily apontou, não querendo dar uma chance para que alguém se distraísse e o efeito do soro acabasse. "O que você descobriu quando você e Remus estavam namorando?"
"Que eu amo o Remus, mas não estou apaixonada por ele," Mia respondeu imediatamente. "Que nós tivemos uma escolha no final e nós escolhemos não ficar juntos."
"Isso não faz sentido," Sirius sacudiu a cabeça firmemente. "Se você o ama então por que não escolheu ficar com ele?" Ele perguntou, o temperamento subindo, os olhos escurecendo e estreitando para a bruxa na frente dele.
"Porque ele não é você!" Mia gritou de volta.
O quarto caiu no silêncio.
"Sirius, beba," Lily disse depois de repor a bebida no copo dele. "Por que você não quer ficar com Mia?"
Sirius franziu o cenho. "Eu quero," ele admitiu. "Mais do que... merda..." ele rosnou enquanto a verdade forçava o caminho através dos lábios dele. "Mais do que qualquer coisa. Mas eu não sou bom para ela. Eu não sou bom o bastante."
"Eu acho que é meu trabalho decidir isso," James se intrometeu.
"Como é?" Mia encarou o irmão.
"Cala a boca, Mia," James soltou e se virou para Sirius. "Essa é a minha irmãzinha e eu a amo mais do que qualquer coisa no mundo, Lily é um segundo lugar muito perto e vocês vem logo depois. Então, acredite em mim quando eu digo que se eu não pensasse que você fosse bom o bastante para a minha irmã, nós não estaríamos tendo essa intervenção bêbada." Ele estreitou os olhos avelãs para o melhor amigo, que se recusou a olhar de volta. "Eu penso que você é bom o bastante," James hesitou antes de falar de novo. "A Mãe pensava que você era bom o bastante."
Sirius franziu o cenho com as palavras e voltou os olhos para o chão, apertando os punhos.
"Vocês dois estão destinados um para o outro," Remus acrescentou e as palavras finalmente fizeram Sirius falar.
"Eu não quero ser destinado a alguém!" Ele rosnou. "Eu quero que ela tenha a porra de uma escolha e não seja forçada a uma vida de merda porque o destino achou que seria hilário tê-la ligada a um Black traidor do sangue!" Ele se levantou e andou até a porta, apenas para ver que ela ainda estava trancada. Ele rosnou e se virou, andando pela sala por alguns momentos antes de apoiar a testa na parede de pedra em derrota.
"O que você quer dizer com ligada?" James perguntou incisivo.
"Sirius..." Mia o preveniu.
"Mia e eu temos um vínculo de alma!"
