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The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Setenta e Três: Minha
"...Oh you're in my veins
And I cannot get you out
Oh you're all I taste
At night inside of my mouth…"
(In My Veins - Andrew Belle)
5 de novembro, 1977
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Salão Comunal dos Monitores Chefes
"O quê?!" Remus foi o primeiro a se levantar, de repente pálido e parecendo inacreditavelmente culpado. Ele tentou olhar Mia, mas qualquer hora que ele fazia contato visual, desviava na mesma hora, como se tivesse feito algo terrivelmente errado.
"Merda, Sirius!" Mia sibilou.
"Eu não entendi! O que houve?" Lily encarou os três amigos, dois que pareciam incrivelmente culpados. Um parecia irritado. Então, tinha seu namorado, que parecia chocado e aterrorizado. Algumas vezes, Lily detestava ser Nascida-trouxa.
"Como você sabe?" James finalmente saiu do torpor e falou.
"Mãe..." Sirius respondeu, parecendo adequadamente repreendido. Ele se recusou a olhar Mia, tendo revelado o segredo deles. "A Mãe me contou no último verão," ele confessou para James. Ele se virou e olhou brevemente para Remus, franzindo o cenho. "Não era só com o seu futuro que eu estava preocupado," Sirius admitiu envergonhado.
"Tilly pode ver o Vínculo de Alma," Mia explicou para o irmão, que pareceu assentir antes de tirar os óculos e pressionar os olhos, soltando um gemido.
"Isso não faz sentido," Remus falou, ainda se recusando a olhar para Mia e falando diretamente apenas com Sirius. "Se vocês dois fossem ligados, então Mia não teria como ter... ter..." ele corou. "Ter ficado comigo," ele explicou e então se virou para James e Lily. "E Sirius nunca teria permitido."
"O vínculo não está selado," Mia respondeu.
"Espera." James parou e olhou para cima, se lembrando da conversa que teve com Mia e Sirius na Floresta Proibida. "Eu pensei que vínculos eram selados com sexo."
"Apenas os vínculos de lobisomem." Mia balançou a cabeça.
"Então você está ligada ao Remus?" Ele apontou.
Remus empalideceu e ficou pálido. Uma parte dele sabia a resposta, mas o resto dele entrou em pânico.
"Não," Mia respondeu, acalmando todos na sala. "Eu não sou a companheira dele."
"Mas você transou com ele," James falou sem rodeios, graças a Merlin evitando usar a palavra 'castidade'.
"Sim."
"E o Vínculo da Matilha?" James perguntou curioso.
"Ainda não está selado," Mia respondeu.
"Você me disse que lobisomens selam o vínculo através da companheira," o irmão continuou, ignorando os olhares desconfortáveis que Remus estava lançando a si e o bufo irritado de Lily no canto, enquanto tentava acompanhar a conversa que estava além do conhecimento dela.
"Sim, mas ele teria que morder você!" Mia falou.
"Enquanto transa com você?" James perguntou.
"Eu estou tão desconfortável agora," Remus gemeu. Ele sentou, apoiando a cabeça nas mãos.
"Sim, Jamie!" Mia gritou.
"E você nunca..." ele se virou para Remus e levantou uma sobrancelha.
"Não!" Remus gritou com os olhos arregalados, horrorizado que James sequer pensou que ele fosse morder Mia. Ainda mais, ele estava envergonhado com o fato deles estarem discutindo abertamente a vida sexual dele e Mia e complicações implícitas do lado lobisomem.
"Sexo sem mordidas?" Sirius zombou. "Isso soa entediante," ele disse com uma risada curta para tentar dissipar a tensão no quarto. Apenas Mia se juntou a ele.
"Alguém quer me dizer o que está acontecendo agora?!" Lily finalmente perdeu a paciência, a voz subindo vários oitavos e tanto o lobisomem quanto os dois Animagos caninos estremeceram em reação ao ruído agudo. "Que diabos é um Vínculo de Alma? Por que Remus morderia Mia? Que conversa é essa de Matilha?"
E então, relutantes, eles confessaram tudo. Eles contaram à Lily sobre descobrir a Licantropia de Remus e como eles ficaram desesperados para ajudá-lo. Como Sirius tinha pensado que se todos virassem Animagos, Remus não teria que ficar sozinho. Quando Lily não acreditou, James se transformou em um cervo e ela ficou sentada no sofá por vários minutos em choque, silenciando todos que tentavam falar até que ela compreendesse a situação por completo. Quando Sirius e Mia se ofereceram para mostrá-la as suas formas Animagas, ela educadamente recusou, insistindo que eram necessários passos pequenos, considerando que ela tinha acabado de descobrir que seu namorado era o 'pai do Bambi'. James imediatamente se ofendeu, até que Mia explicou a referência Trouxa.
Uma vez que Lily entendeu tudo, Mia contou o que tinha acontecido durante o quinto ano com Fenrir Greyback. Ela explicou como, quando Remus mencionou sua 'Matilha', ele não estava sendo jocoso, mas sim se referindo ao vínculo mágico compartilhado entre ele, Sirius, Mia e James. Sirius, em seguida, fez o seu melhor para reiterar o que Dorea Black tinha lhe tinha dito no último verão sobre o vínculo que ele compartilhava com Mia.
"Vocês lutaram contra Fenrir Greyback?" Lily empalideceu quando todos terminaram de falar.
"Eles tentaram, eu lutei com ele," James insistiu convencido.
"E vocês são todos animais," Lily declarou, mais para si mesma.
Sirius não conseguiu evitar o sorriso. "Alguns mais do que outros." Ele piscou e recebeu um soco no ombro vindo de James.
"E Sirius e Mia possuem um vínculo? Mas vocês quatro também possuem?" Lily apontou.
Remus assentiu. "Lobisomens tendem a formar matilhas com um Alpha. Quando eu derrotei Greyback, um Alpha, eu pude me tornar independente, por assim dizer, e criar uma Matilha." Um brilho de orgulho o envolveu e Mia não conseguiu não sorrir. "Membros de uma Matilha compartilham um vínculo."
"E Peter?" Lily levantou uma sobrancelha.
Mia fez o seu melhor para não rosnar.
"Peter não estava lá quando formamos a Matilha; o vinculo não o inclui," Remus explicou.
"Mas não está selado? O vínculo?" Lily perguntou se virando para Mia.
Ela balançou a cabeça. "Não."
"Porque..." Lily começou, os olhos verdes piscando rapidamente. "porque vocês precisam transar e morder uns aos outros?"
Sirius caiu na risada. Remus também não conseguiu esconder um pequeno sorriso com a forma simples que Lily colocou. Mia estava sorrindo, quase rindo. Apenas James parecia desconfortável.
"Tecnicamente apenas um de nós precisa fazer," Mia explicou. "Se Remus marcar um de nós, vai acabar marcando os outros, já que estamos ligados."
"Enquanto transam," Lily esclareceu com os olhos arregalados. Ela se virou para encarar Remus, como se, de repente, o personagem principal dos romances sobre lobisomens tivesse saído das páginas dos livros e estivesse de pé, no meio do seu Salão Comunal, parecendo mais desconfortável do que ela já tivesse imaginado, a encarando como se pudesse ler os pensamentos que ela estava tendo.
"Não olhe para mim assim, Lily," Remus fez uma careta, envergonhado. "Eu não escrevi essas malditas regras, eu mal as conhecia. Mia apenas descobriu porque ela lê para caramba," ele rosnou, horrorizado que a intervenção tivesse virado um debate sobre os hábitos de acasalamento dos lobisomens. "Não estávamos aqui para lidar com Mia e Sirius?" Ele perguntou.
"Ah, nós vamos voltar a isso," Lily insistiu, se virando para olhar Sirius, Mia e James. "Então, quando exatamente vocês vão selar o Vínculo da Matilha?" Ela perguntou.
"Nunca!" James gritou.
"Mas isso não fortaleceria o vínculo e a magia de vocês? Isso poderia ser bastante útil, levando em conta que uma guerra está acontecendo. Sem mencionar como poderia manter vocês seguros e curá-los se necessário," a ruiva falou seriamente.
Nenhum deles poderia negar a lógica deles, exceto por Remus que falou firmemente, "eu não vou morder ninguém!"
Lily o ignorou e continuou. "Quero dizer, parece ser uma boa ideia e se todos vocês estão ligados, então Mia apenas preci-" ela começou, mas encontrou um par de olhos cinzas estreitados na direção dela enquanto Sirius deixou sair um rosnado baixo e territorial.
"Viu?" Lily sorriu para Remus, apontando o dedo para um Sirius irritado. "E agora nós voltamos aos problemas de Sirius e Mia." Ela estava radiante, voltando sua atenção para o par teimoso. "Então... vocês dois... superem. Não é a mágica os aproximando. Se fosse, vocês estariam juntos. Mas não estão," ela falou em um tom de voz reservado apenas para os terceiro-anistas arrogantes. "Vocês são dois idiotas miseráveis quando não estão juntos, mas claramente já tomaram uma decisão. Então, tomem uma diferença e fiquem juntos."
"Que romântica, Lily," Mia disse sarcasticamente. "Você deveria escrever poesia."
Sirius bufou.
"Beba," Lily rosnou. Ela empurrou um copo cheio para Sirius que, já tendo desistido de contrariar a ruiva há muito tempo, bebeu. "Sirius, você quer ficar com a Mia?"
"Sim," ele respondeu, a palavra saindo pesadamente.
"Por quê?"
"Porque ela me completa," ele respondeu, renunciando ao controle do soro que corria por suas veias. O bruxo de cabelos negros tinha certeza também que o Firewhisky junto da poção estava diminuindo sua inibição. "Ela foi a primeira pessoa na minha vida a me mostrar algum afeto sem tentar me manipular ao mesmo tempo," ele confessou. Ele engoliu as memórias amargas da própria família misturada à pura alegria que ele sentiu quando uma Mia de onze anos começou a passar os dedos pelo seu cabelo no Expresso de Hogwarts.
"Ela nunca hesita em passar os dedos pelo meu cabelo porque ela sabe que me conforta," ele sorriu para si mesmo. "Ela me faz sentir desejado, me faz sentir... bom e inteiro." Seus olhos cinzas finalmente foram até a bruxa em questão, que parecia lutar para respirar quando o olhou de volta. "Porque ela é a garota mais linda de todo o mundo."
"Mia, beba," Lily disse com um doce sorriso enquanto empurrava um copo de Firewhisky para a amiga.
Mia hesitou antes de beber, não se incomodando há muito tempo com a queimação que a bebida causava.
"Você quer ficar com Sirius?" Lily perguntou.
"Sim."
"Por quê?"
"Porque..." Mia começou, mas pausou antes de continuar, percebendo que o Veritaseum não estava mais forte como antes. Ela se perguntou se poderia mentir, considerando que a bebida não a estava forçando a falar. Mas ela não queria mentir. Não mais. Então, ela falou a verdade.
"Porque ele é o meu futuro." Ela encarou aqueles olhos cinzas e imaginou além da juventude que eles tinham no presente. Ela podia ver as belas linhas que a idade trazia ao redor daqueles olhos; ela podia ver a pele tatuada e as marcas de uma vida difícil, e tudo era lindo. "Porque quando eu fecho meus olhos, eu posso ver o final dessa guerra e ele está lá." Ela pensou no seu Sirius, um Sirius mais velho. Mas esse Sirius não era dela também? "Firewhisky em uma mão, cigarro em outra, revirando os olhos enquanto eu falo para ele parar," ela sorriu e se sentiu uma euforia imensa quando Sirius pareceu sorrir de volta. "Eu quero ficar com ele porque confio nele para botar minha segurança e felicidade em primeiro lugar, mesmo que ele pense que eu não estou segura e feliz com ele. Porque quando eu penso no passado e no futuro, a primeira coisa em que eu sempre penso é..."
Mia fechou os olhos e sentiu as lágrimas se formarem enquanto imaginava a biblioteca do Largo Grimmauld Número 12.
"Antes de nos aprofundarmos em magias antigas e conversas adultas esquisitas, você deixaria que um velho cachorro tivesse um último momento de imprudência?" Um Sirius adulto tinha perguntado a ela, os olhos implorando e ansiosos antes que ele encostasse muito suavemente os lábios nos dela, a fazendo se perguntar se tudo não passou de um sonho. "Feliz aniversário, gatinha," ele tinha murmurado. "Não importa o que aconteça, me prometa que você vai apenas tentar ser feliz, está bem?"
"Quando eu penso no passado e no futuro," Mia repetiu, "a primeira coisa em que eu sempre penso é que... eu sinto falta do Sirius Black." Ela segurou um soluço enquanto pensava no seu bruxo mais velho, o homem que curou seu ferimento nas costas. O homem que a salvou de Bellatrix Lestrange. O homem que a trouxe de volta a vida com o próprio ar na passagem cedida do quarto andar. O homem que a convidou para a própria casa e ficou com ela durante os pesadelos, se preocupava com Harry como um pai e forçou Draco Malfoy – entre todas as pessoas – a se tornar amigo dela e a ajudá-la depois da guerra.
Seus olhos se encontraram com os de um jovem Sirius Black. O garoto que estendeu a mão quando ela foi jogada no chão e ralado o joelho. O garoto que cresceu ao seu lado, sorriu para ela e trouxe luz para a vida dela. O garoto que tinha James e Remus – as duas outras mais importantes pessoas da vida dela – como irmãos. O garoto que tinha lutado tão corajosamente contra as expectativas de uma família preconceituosa, que havia sido machucado tantas vezes apenas por ser quem era e, mesmo assim, ele sempre lutava pelos amigos. Por ela.
Ele ainda era o Sirius dela. O mesmo homem.
Tudo era muito esmagador porque ela não conseguia imaginar perdê-lo de novo. Mia se levantou da cadeira e correu até a porta, balançando a varinha e derrubando os feitiços de Lily antes de sair pelo buraco do retrato, o deixando bater atrás de si.
Sirius ficou em pé quando Mia correu até a porta, respirando pesadamente enquanto a observava sai de vista, engolindo a montanha russa de emoções que as palavras dela o causaram.
"Você realmente vai ficar parado aí?!" Lily gritou.
"Não." Ele se virou e a olhou incrédulo.
"Então que diabos você está esperando?" Remus falou, apontando para a porta com os olhos arregalados.
"Eu estou dando a ela uma dianteira dramática, merda!" Sirius gritou. "Não vai ser memorável se eu a seguir logo e vocês idiotas ficarem ouvindo atrás da porta, né?!" Sirius rosnou e foi até James, procurando algo nos bolsos das vestes do amigo. "Me dá o Mapa!" Ele insistiu, puxando o amontoado de pergaminhos e girando nos calcanhares de suas botas de couro de dragão e correndo até a porta.
oOoOoOo
Corredor do Quinto Andar
Sirius se esgueirou pelos corredores escuros o melhor que pôde, usando o Mapa dos Marotos não apenas para achar Mia, mas também para fugir dos Monitores e Filch. Enquanto seus olhos cinzas seguiam o ponto preto no Mapa que lia 'Mia Potter' ele percebeu que ela estava subindo as escadas para, o que ele pensou ser a Sala Precisa Imediatamente, ele dobrou os esforços para alcançá-la, sabendo que se ela conseguisse entrar na Sala, provavelmente pediria para não deixar mais ninguém entrar.
No momento em que chegou no sétimo andar, Sirius correu pelo longo corredor, apenas para dobrar a esquina e encontrar um corredor vazio. "Merda!" Ele sibilou, acreditando que tinha perdido Mia. O que ele deveria fazer agora, tentar entrar na sala? Sentar e esperar por ela no lado de fora? Quanto tempo levaria? Suspirando derrotado, Sirius pegou o Mapa para ver se Remus tinha deixado o Dormitório dos Monitores Chefes. Olhos cinzentos pálidos cintilaram sobre os pontos no pergaminho e um alguns andares abaixo o surpreendeu. No final de um corredor do quinto andar estava Mia. Confuso, Sirius dobrou e guardou de novo o Mapa, antes de voltar até as escadas, indo até o quinto andar quando, de repente, se lembrou de algo.
"Merlin, seus olhos são da cor do chocolate," ele disse a ela enquanto a pressionava contra a parede, os dedos dentro dela. "Mas aposto que eles ficam da cor do Firewhisky quando você goza."
Ele respirou fundo quando percebeu que quando ela saiu do salão de Lily e James para fugir de todos, incluindo ele, ela acabou no mesmo lugar em que ele a encontrou depois do aniversário de Remus. Era coincidência ou o destino de novo, tentando se meter em sua vida? Se fosse, havia outros meios piores que podia interferir. Sirius começou a andar de novo e nas sombras de um canto isolado e familiar, ele viu Mia sentada no chão, os braços ao redor dos joelhos.
"Oi, gatinha," Sirius murmurou, ajoelhando na frente dela. "Se você queria privacidade, com certeza escolheu um bom lugar." Ele sorriu. "Pelo o que eu me lembro, Monitores não se dão ao trabalho de vir aqui."
Mia olhou para cima e corou enquanto também se lembrava do breve momento de paixão insana que eles tinham compartilhado, se pressionando um contra o outro no escuro, cheios de Firewhisky e tensão. Ela respirou lentamente e expirou mais lentamente ainda, tentando se acalmar enquanto seus batimentos começavam a aumentar quanto mais perto Sirius ficava.
"Por que tudo tem que ser tão complicado?" Ela perguntou.
"Porque nós dois somos teimosos e estúpidos," Sirius bufou. "Como me falaram."
"Nós não somos estúpidos," Mia fez uma careta.
"Você me faz parecer um pouco estúpido," ele admitiu. "E para ser honesto, eu penso que tudo você ser estúpida porque se quer considerar querer ficar com alguém como eu." Ele franziu o cenho e observou o olhar desaprovador dela sem medo. A raiva dela não o intimidava, mas o deixava excitado, como sempre. "Eu não sou bom, Mia," ele insistiu.
Pela primeira vez, em vez de argumentar, tentar convencê-lo que ele era sim, Mia balançou a cabeça e o encarou antes de falar, "eu não me importo."
Sirius riu e se levantou, a puxando junto. Ele a empurrou contra a parede do mesmo modo que tinha feito na noite do aniversário de Remus. Ela gemeu com o movimento e arfou quando se encontrou contra a parede mais uma vez, chocada com a força dele. Remus era forte graças, em parte, a sua Licantropia, mas o lobisomem sempre foi bem preciso com seus movimentos, calculados e calmos na maior parte, sempre se segurando. Ela percebeu que na única vez em que tinha dormido com Sirius, ele também tinha se segurado. Os olhos cinzas estavam escuros, salpicados com prata, e o ar ficou preso em sua garganta com a visão deles, enquanto ele a encarava como se ela fosse uma... uma... presa.
"Você não se importa que eu não seja bom?" Ele a encarou.
"Você não é mau," Mia finalmente falou, o encarando. "Por que você pensa que precisa ser um maldito herói para que eu 'possa' te aceitar?" Ela perguntou diretamente.
"Porque você é boa e merece isso," ele respondeu na mesma hora. "Provavelmente eu posso, em um piscar de olhos, quebrar mentalmente, considerando a família que eu vim. Eu sou constantemente perseguido por Comensais da Morte que parecem ir atrás dos meus amigos. Eu tenho uma reputação má e um temperamento pior ainda. Eu preciso te lembrar que eu, voluntariamente, tentei prender Snape junto a um lobisomem?"
"E eu preciso te lembrar que você se sentiu arrependido por isso?" Mia estreitou os olhos. "E por que você acha que eu estou tão acima de você?" Ela zombou. "De sangue ou não, Dorea Black era minha mãe, da mesma família que a sua," ela apontou. "Tirando o fato de que eu sou Nascida-trouxa e que Comensais da Morte vão vir atrás de mim de qualquer jeito," ela o informou. "Eu também tenho o hábito de azarar qualquer garota que se atrever a mexer com você. Uma eu transportei para o Lago Negro."
"Tele-portou," ele a corrigiu. "E foi para a borda do Lago Negro," ele argumentou a favor dela.
A bruxa sorriu para ele.
"Mia," ele suspirou. "Eu não sou Remus. Eu não sou gentil ou devoto. Eu não vou ler poesia para você, porque sinceramente, isso me deixa entediado. Eu sou muito egoísta e ganancioso e quando eu olho para você," ele gemeu e agarrou com firmeza o quadril dela, movendo o seu contra o dela. Mia arfou com a sensação repentina da dureza dele contra sua barriga. "Quando eu te toco... eu não sei se consigo me controlar."
"Eu não quero que você se controle," ela falou. "Você é egoísta e ganancioso e eu sei bem que você não vai ler poesia, nem eu pediria isso. Eu não escolhi Remus," ela insistiu, enfiando os dedos nos cabelos dele e segurando firme para que ele não desviasse o olhar. "Eu escolhi você!" Ela disse, sua determinação inabalável. "Eu amo-" ela começou, mas antes que pudesse terminar, Sirius esmagou os lábios dela em um beijo e Mia sentiu a pele ferver.
"Não diga," Sirius murmurou enquanto se afastava, os olhos bem fechados como se tivesse sentindo dor física. "Não... não diga, não ainda," ele implorou e pressionou a testa contra a dela, respirando contra a boca dela enquanto involuntariamente movimentava o quadril contra o dela, precisando da fricção para diminuir o desconforto latejante. "Mia... se isso... se nós fizermos isso, eu não vou deixar você ir." Os olhos cinzentos dele se abriram e se afundaram nos dela. "Eu não sou forte o suficiente."
"Eu já disse-" ela começou.
Ele a cortou. "Não, Mia, eu nunca tive uma namorada antes," ele a preveniu, tentando explicar. "Eu sou incrivelmente fodido e não tenho nenhum dúvida de que eu serei um namorado horrível," ele falou enfaticamente. "Porque eu honestamente não sei o que estou fazendo."
"A cicatriz das minhas costelas veio de uma antiga maldição," ela explicou. "A pessoa que fez isso foi punida e você não precisa saber mais do que isso." As palavras saíram de sua boca como uma espécie de tratado de paz. Ela não queria que ele fosse embora desta vez e considerando que ele falou basicamente que não conseguiria, ela sentiu a necessidade de dar algo a ele por se esforçar. "Eu tenho outra cicatriz no meu braço porque entrei no caminho de um Sonserino," ela disse, usando as brechas do feitiço de Dumbledore. "E... e tem uma outra cicatriz, maior, nas minhas costas porque eu estrunchei." Ela estremeceu com a memória de como um Sirius mais velho tinha ficado com ela enquanto ela melhorava.
Sirius engoliu, ouvindo a verdade sair dos lábios dela. Ele não estava surpreso de que ela tivesse duelado com Sonserinos, mas um estrunchamento? Isso tinha sido uma surpresa.
"Nem mesmo Remus a viu," Mia murmurou, se referindo à cicatriz das costas. Algo nas palavras dela engatilharam os instintos primais de Sirius e ela pensou ter visto um indício de um sorriso nos lábios dele.
De repente, ela se encontrou sendo girada, o peito forte de Sirius contra suas costas, os dedos dele deslizando ao redor dela para desabotoar lentamente seu casaco. Com o tecido aberto, Sirius o abaixou, revelando uma longa e quase branca cicatriz, que descia pelo ombro dela, passando por baixo da alça do sutiã rendado preto, do lado oposto onde se via uma bela tatuagem no outro ombro. Sirius delicadamente puxou a alça para o lado e depositou um beijo na pele cicatrizada. Mia estremeceu com o contato e gemeu quando o ouviu murmurando de trás, "Minha."
De repente, ele botou as mãos no quadril dela e a girou novamente. Antes que ela tivesse alguma chance de dizer algo, a língua dele estava dentro de sua boca e ela estava gemendo com a agradável invasão. Ele não era doce ou gentil, nem amoroso ou apaixonado. Ele era áspero e firme e possessivo de uma maneira que a queimava. Ela o ouviu rosnar e o som criou um efeito cascata em seu corpo, começando com um arrepio que percorreu seus ombros, passando pelos seus seios, os mamilos endurecendo. Um calor inundou seu ventre e uma profunda dor começou dentro de si enquanto a umidade preenchia sua calcinha.
Antes que ele a movesse, Mia levantou uma coxa contra o quadril dele e Sirius sorriu contra sua boca, tomando seu lábio inferior suavemente entre os dentes e mordendo de leve, antes de fazer o mesmo com o pescoço, o lóbulo da orelha e o ombro. Uma mão descansava na cintura dela e ela sentiu quando Sirius empurrou a saia dela para cima das coxas, antes de colocar os dedos por dentro da calcinha de renda preta totalmente molhada.
"Você vê o que faz comigo?" Mia falou contra os lábios dele, arfando quando ele deslizou dois dedos para dentro dela, girando e friccionando contra um ponto que ela não sabia que existia, mas, Godric, ela estava grata por ele saber. Ele a observou começar a quebrar, um olhar incrivelmente arrogante no rosto que a fez querer cair nos braços dele e o bater ao mesmo tempo. Os dedos dele estavam fazendo coisas deliciosas para ela, mas ele não deveria estar tão convencido. Como uma repreensão suave para o ego dele, Mia puxou o cabelo dele com força. A ação só pareceu provocá-lo e, de repente, a ponta do polegar dele suavemente roçou em seu clitóris. Ela deixou sair um gemido trêmulo.
"Lembra há um ano atrás," Sirius murmurou no ouvido dela, ignorando o modo como o corpo dela tremia e pedia por mais. "Quando você estava na minha cama, se contorcendo debaixo de mim." Ele sorriu e mordiscou a orelha dela de leve. "Eu me lembro vividamente. Você estava tão apertada e molhada como agora," ele rosnou e Mia sentiu uma vibração dentro de si, enquanto os movimentos dele se tornavam mais longos, profundos e o polegar dele pressionada contra seu clitóris inchado. "Você é minha agora," Sirius declarou e sua respiração acelerou, a voz dele sendo a única coisa que ela conseguia ouvir além dos próprios batimentos cardíacos, que estava como um tambor ressoando em seus ouvidos. Ela não ouviu a risada suave dele quando Sirius começou a senti-la pulsar ao redor dos dedos dele, nem ouviu o som do cinto dele se abrindo. Apenas a voz dele e seus gemidos que agora saiam como pequenos choramingos enquanto o calor dentro de si aumentava e ela começava a quebrar diante dele.
Seu corpo começou a ficar preguiçoso, mas ela teve pouco tempo para se recuperar antes que Sirius a levantasse contra a parede, envolvendo a própria cintura com as pernas dela. Ela o sentiu se posicionar na sua entrada, onde o interior ainda estava vibrando. "Diga que você é minha," Sirius murmurou.
Mia abriu os olhos para olhar aquela infinidade de cinza e prata e tudo o que viu foi desespero. A dor e a saudade e a mais pura e completa necessidade. Ele era tão lindamente quebrado, e ela também. Nenhum inteiramente qualificado para consertar os pedaços estilhaçados do outro, mas com certeza iriam tentar. "Eu sou sua," ela murmurou, segurando o rosto dele nas mãos e o beijando docemente. "Toda sua."
O som da voz dela, o sabor dos lábios dela, e aquele olhar devotado no rosto dela eram toda a confirmação que Sirius precisava e, então, ele empurrou todo o seu comprimento dentro dela. Enterrando o rosto no ombro dela e, sem pensar, ele mordeu a pele exposta. Mia arfou com a dor que rapidamente se transformou em prazer latejante. Ela ofereceu o privilégio em várias ocasiões a Remus, seu pescoço e ombro nus para o lobisomem, mas ele sempre foi muito controlado e teve muito medo, e a memória desses momentos de repente foram Obliviadas dela quando Sirius a pegou, a clamou, sem que ela oferecesse ou pedisse.
Sirius queria que esse momento fosse perfeito e durasse para sempre, mas Godric, havia um ano desde da última vez em que ele se encontrou dentro dela. E ele não havia tocado em nenhuma outra garota desde o momento em que Mia deixou seu quarto. Muito tempo. Muito tempo e Sirius sabia. Ele podia se sentir pressionando contra um limite perigoso, podia sentir seu corpo contraindo, mas ele seria condenado se fosse deixá-la querendo mais. Deslizando uma mão por entre os corpos suados, ele acariciou o clitóris dela mais uma vez, sorrindo com o jeito que as paredes dela se contraíram com mais força ao redor de seu membro em resposta. "Minha," ele murmurou de novo, reverencialmente. "Seu corpo é meu, seu prazer é meu..." ele declarou.
"Meu coração é seu," Mia acrescentou, o encarando profundamente nos olhos.
De repente, o sorriso convencido dele se transformou em algo mais genuíno e sincero enquanto Sirius percebia o momento frágil que ele tinha em mãos. Engolindo as próprias emoções, Sirius assentiu, a dando uma promessa silenciosa. Não uma promessa de que ele seria perfeito ou que ele não fosse fazer algo incrivelmente estúpido com o presente que ela estava dando a ele. Era uma promessa de que ele iria tentar, o que era o melhor que alguém poderia ter de Sirius Black.
"Sirius," Mia gemeu e ele se encontrou encarando a profundeza dos olhos momentaneamente âmbar da bela bruxa em seus braços, o corpo dela vibrando ao redor de seu pênis indicando como ela estava perto de atingir o limite. Ele se inclinou e beijou suavemente os lábios dela, e quando ela os separou, ela murmurou docemente enquanto o encarava nos olhos. "Eu te amo."
Algo quebrou dentro dele. Ele fechou os olhos e a puxou para mais perto, emoldurando as curvas suaves dela ao redor de si, enquanto empurrava com força dentro dela, abafando um soluço enquanto as palavras de amor dela o dividiam em pedaços e ao mesmo tempo os reunia de novo. O fio de ouro entre os dois se reforçava a cada toque, misturando as mágicas dele como na primeira vez em que se beijaram e na última vez em que se tocaram tão intimamente. Eles atingiram o ápice ao mesmo tempo, Sirius se derramando dentro dela com um gemido enquanto as paredes dela o mantinham preso profundamente. Ele deslizou até o chão em seguida, a mantendo nos braços gentilmente, ainda dentro dela e desesperado para nunca ir embora.
Foi a mais sincera, total, infinita, completa e absoluta perfeição.
