The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Setenta e Quatro: Muffliato
"...You don't know that I know you watch me every night
And I just can't resist the urge to stand here in the light
Your greedy eyes upon me, and then I come undone
I could close the curtain but this is too much fun…"
(I Get Off - Halestorm)
5 de Novembro, 1977
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
"Então, você encontrou Mia?" Remus perguntou com uma sobrancelha levantada enquanto se acomodava melhor na cama, as pernas cruzadas, um livro em mãos, parecendo mais do que nunca a imagem do contentamento introspectivo. Seus olhos verdes examinaram o bruxo excessivamente satisfeito enquanto ele entrava no dormitório praticamente saltitando.
"Eu estou tão descabelado assim?" Sirius nem se importou em esconder o sorriso.
"Sim..." Remus concordou e voltou sua atenção para o livro antes de falar de novo. "E o fato de que eu reconheceria o cheiro dela a um quilômetro. Fica..." suas narinas dilataram. "Fica diferente em você. Não estou com ciúmes nem nada disso, mas acho que não gostei," o lobisomem fez uma careta.
"Eu amei!" Sirius sorriu e caiu na cama com um pulo, olhando através do quarto para Remus, que parecia estar segurando um sorriso. "E também amo o fato de Prongs não dormir mais nesse quarto, então tenho zero chances de levar uma chifrada no ombro. O amigo realmente precisa trabalhar nessa coisa de irmão protetor."
"Sirius?" Remus falou, fechando o livro e o botando na mesinha de cabeceira.
"Fala, parceiro."
"Só porque precisa ser falado de novo... se você a machucar mais uma vez..." Remus respirou fundo antes de falar de novo. "Você é meu amigo e eu amo você como um irmão, você faz parte da Matilha," ele reafirmou, esperando que as palavras significassem tanto para Sirius quanto significava para ele. "Mas se eu vir aquela bruxa chorando porque você deu as costas a ela de novo, eu não vou ser capaz de parar."
O sorriso de Sirius desapareceu rapidamente, a fim de dar ao lobisomem Alpha com olhos âmbar e ouro sua genuína atenção.
"Ela é o limite," Remus insistiu. "Não o ultrapasse."
"Entendido." Sirius assentiu firmemente e relaxou um pouco quando os olhos de Remus voltaram a ser verdes. Era um indicador muito útil para saber com quem ele estava lidando, Remus seu amigo ou Moony o lobo, independentemente do fato dele usar quase sempre o apelido. "Você está bem comigo namorando ela?"
"Você a ama?" Remus perguntou e observou como Sirius pareceu ter uma má reação com sua pergunta, já que seus ombros endureceram e ele murmurou algo incoerente. "Isso é um sim," Remus riu e pegou o livro de novo. "Nesse caso, sim, eu estou bem com o namoro de vocês."
"Ela disse que me ama," Sirius soltou.
Remus arregalou os olhos com a declaração, logo fechando o livro mais uma vez e o deixando de lado, considerando que a conversa seria bem mais interessante do que um romance. "Mesmo? Uau," ele sorriu. "Quer dizer, eu sei que ela ama, ela quase disse. Mas ela me falou que não iria dizer em voz alta a não ser que fosse para você, no entanto. Disse que você merecia ser o primeiro a ouvir," ele confessou. Suas palavras pareceram surpreender Sirius, que claramente não sabia que tinha sido um tópico de discussão entre Mia e Remus enquanto os dois ainda namoravam.
"Eu não disse de volta," ele admitiu.
"Você sentiu de volta?" O lobisomem perguntou.
Sirius respirou pesadamente e passou uma mão pelos seus cabelos negros. "Aquela garota me assusta, Moony. Você sabia que eu posso contar na mão quantas vezes eu ouvi isso?" Sirius franziu o cenho e Remus o imitou.
O lobisomem entendia, até um certo ponto. Seus próprios pais não falavam tanto quanto ele gostaria e mesmo quando eles falavam, parecia que estavam sendo forçados. Os Blacks tinham ódio. Os Lupin tinham medo. Nenhum dos dois sabiam como amar direito os filhos.
"A Mãe e o Pai, claro," Sirius disse se referindo a Dorea e Charlus. Remus assentiu, sabendo que os pais Potters tinham demonstrado amor de verdade aos dois e falavam várias vezes. "Então, algumas vezes por você, Prongs e Wormtail, uma vez pela Lily, mesmo ela tendo me azarado logo depois," Sirius riu. "Seis anos com os Potters e eu ainda não estou acostumado. E quando ela disse... eu não sei o que aconteceu. Doeu. Por que iria doer?" Sirius perguntou, os olhos cinzas indo até o amigo, esperando que a experiência anterior de Remus com Mia iria garantir algum entendimento da menina, de relacionamentos no geral, e amor.
"Porque você finalmente tem algo bom que é só seu," Remus sugeriu. "Ela me amou, mas não como ela ama você," ele balançou a cabeça com força. "Essa parte dela é sua e somente sua, e eu penso que você tem medo de perdê-la."
Remus sabia que uma parte dele encaixava perfeitamente no coração de Mia, assim como uma parte dela encaixava no coração dele, mas havia algo diferente sobre Sirius. Eles podiam negar o quanto fosse, mas Remus agora sabia que tinha algo a ver com o Vínculo de Alma deles. Ele se lembrava de ter dito algo a Mia, há muito tempo. Ela era o coração dele, mas não a alma dele. De algum modo ele assumiu que ela se sentia da mesma forma. Remus era o coração dela, mas Sirius era a alma.
"Eu não posso estragar isso, Moony," Sirius murmurou. "Eu não quero estragar isso. Como eu não estrago?" Ele perguntou desesperado.
Remus lentamente levantou uma sobrancelha enquanto encarava o amigo. "Você está me pedindo conselhos para namorar Mia?" Ele começou a gargalhar. "Você tem alguma ideia de como ela ficaria irritada com isso?"
"Não me importo, preciso de ajuda," Sirius implorou.
Quando a risada morreu, Remus suspirou feliz, curtindo esse breve intervalo onde Sirius Black não sabia como fazer algo que ele sabia. "Não a trate como qualquer outra garota," ele precaveu o Animago. "Se você começar a comprar flores e tudo o mais, é mais provável que ela as use em uma poção e te envenene depois. Além disso, ela sempre vem antes." Remus pausou e olhou diretamente para Sirius, sorrindo. "E eu quero dizer vem em todos os sentidos da palavra."
Sirius revirou os olhos. "Não tenho problemas nessa área, obrigado," ele disse mal humorado, apesar de um sorriso ter cruzado seu rosto ao se lembrar do corredor do quinto andar e do jeito que ela se agarrou desesperadamente a ele, vibrando ao redor do seu pênis e ofegando seu nome entre as respirações.
"Estou falando sério," Remus disse interrompendo a breve recordação de Sirius. "A trate como Prongs trata Lily. Só... cause menos embaraço do que ele." Os dois riram. "E também, não minta para ela e não se segure," Remus continuou e assentiu quando Sirius levantou uma sobrancelha. Sim, ele realmente quis dizer fisicamente. Tinha sido uma coisa que Remus tomou cuidado ao longo de sua relação com Mia; as poucas vezes em que ele perdeu o pouco controle que tinha, pareceram excitá-la, apesar de depois, quando ele se desculpava por quase machucá-la, só a deixavam irritada.
O pensamento trouxe outro ponto. "E para de falar que você não a merece. Se você pode fazê-la feliz, bom, isso prova o seu valor."
"Você a fez feliz," Sirius apontou como se fosse um argumento a seu favor. Se Remus fez Mia feliz e ela não estava mais com ele, que chance Sirius tinha?
"Sim, eu fiz," o lobisomem concordou. "Eu também a deixei satisfeita. Ela não precisa de satisfação. Ela precisa ser desafiada."
"Bem, isso eu com certeza faço," Sirius zombou e então imediatamente fez silêncio quando a porta do quarto abriu. Ele virou a cabeça e sorriu quando viu Peter entrar parecendo incrivelmente cansado.
"Funcionou?" Ele perguntou, os olhos lacrimejantes se virando para Sirius, percebendo o sorriso do amigo. "Eu passei quatro horas polindo troféus com Filch. Por favor, me diz que eu não fiz isso a toa," ele reclamou, olhando Sirius e Remus.
"Wormtail," Sirius se levantou e andou até o amigo, tomando o rosto dele entre as mãos. "Eu poderia te beijar," ele declarou e Peter rapidamente tentou se soltar de Sirius, acreditando que ele realmente fosse fazer o que disse. Sirius apenas sorriu e deu um tapinha na bochecha dele.
"Estou te devendo milhares de Cervejas Amanteigadas, meu amigo roedor!" Sirius falou. "O seu sacrifício pela minha vida amorosa não vai passar despercebido. Eu te prometo," ele sorriu radiante. "Um dia eu vou te recompensar por isso."
oOoOoOo
8 de Novembro, 1977
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
O final de semana do aniversário de dezoito anos de Sirius passou sem ninguém pensar em guerra, ou Comensais da Morte, ou preocupações com a vida adulta que os esperava depois da graduação. Sirius tomou os céus, o bastão de Batedor em mãos enquanto ele, James e o resto do time de Quadribol da Grifinória encaravam os Corvinais na primeira partida do ano. Ambos os garotos nunca voaram tão bem e tinha pouco a ver com as novas vassouras que compraram antes do retorno a Hogwarts. Apesar de Mia e Lily não conseguirem falar a diferença dessa vassoura para a antiga, Sirius e James se esforçaram bastante tentando educar suas bruxas sobre a óbvia superioridade da Nimbus 1500 sobre a antiga Cleansweeps.
A Corvinal foi derrotada em um confronto épico que botou a Grifinória na liderança da Copa de Quadribol com uma vantagem de mais de quatrocentos pontos. Para mostrar suporte, Lily e Mia correram para o campo no momento em que seus bruxos aterrissaram, se jogando nos braços abertos de seus namorados, os dois achando difícil pensar em um momento mais feliz de suas vidas.
A rotineira comemoração cheia de Cerveja Amanteigada aconteceu depois do jogo, que incluiu um bolo de aniversário para Sirius e presentes dos amigos. Cestas de doces e kits, tanto para a vassoura quanto para a moto, mas Sirius ficou encantado enquanto abria o presente de Mia, tirando de uma grande bolsa vermelha, uma jaqueta de couro preta. Era a coisa Trouxa mais linda que ele tinha e demorou menos de cinco segundos para ele tirar o uniforme e experimentar a jaqueta. James, Remus e Peter sorriram com a cena enquanto Lily revirava os olhos. Mia, no entanto, estava encarando abertamente e Sirius não era tímido para notar o modo que os olhos castanhos dela viraram âmbar com a visão dele.
Quando Lily e James deixaram a Torre da Grifinória para retornar ao seu dormitório, Sirius e Mia comemoraram adequadamente o aniversário dele, se esgueirando para o dormitório masculino. Mia rapidamente descobriu um segredo Maroto que começou anos atrás. Cada bruxo tinha um passe que o permitia mandar embora os outros por uma noite, por qualquer motivo. Até agora nenhum dos garotos tinha aproveitado a oportunidade, então Sirius se deu um presente de aniversário ao expulsar Remus e Peter para o Salão Comunal. Surpreendentemente, Remus se divertiu com o gesto; Peter, claro, ficou um pouco aborrecido.
Quando Sirius encontrou Mia no seu quarto, ele encontrou a bruxa diabólica sentada no pé da sua cama, o cabelo dela emoldurando o rosto como uma aureola selvagem, os cachos escorregando pelos ombros. A única peça de roupa dela mesma que ela estava usando era uma calcinha de renda vermelha que combinava perfeitamente com a jaqueta de Quadribol vermelha e dourada que ela vestia no momento, o nome BLACK costurado nas costas.
Sirius estancou com a visão e se perguntou se os seus pulmões tinham parado de funcionar no momento em que seus olhos se conectaram a vista a sua frente. Merlin, Godric e Circe... ela estava vestindo a jaqueta dele, com o nome dele, as cores dele, na cama dele. Sua boca salivou enquanto ele abaixava os olhos e percebia que a jaqueta não estava abotoada, então o espaço entre o tecido era uma pele macia, mostrando as curvas suaves dos seios dela, indo até o umbigo. Provocando, o tecido cobria os dois mamilos e Sirius se sentiu levemente irritado com o fato. No entanto, rapidamente ele percebeu que ela não era um quadro, mas uma mulher real que ele poderia tocar, provar, tirar a roupa e devorar.
"Se você não vier aqui nos próximos cinco segundos, Sirius Black," Mia ameaçou, os olhos âmbar escurecendo e em chamas, "eu vou transformar essa jaqueta para verde e prata, e o nome BLACK pode muito bem ser uma referência para Regulus," ela disse com um sorriso desafiador.
Não mais no controle de suas sensibilidades humanas, o Padfoot interior rosnou audível e possessivamente e Mia sorriu com o som. Mesmo do outro lado do quarto, era como se ela pudesse sentir as vibrações do som, que enviava calafrios por sua espinha e um calor entre suas coxas. Sirius estava em cima dela antes que ela pudesse reagir, e Mia gritou e riu quando ele a jogou de costas no colchão, empurrando o tecido vermelho da jaqueta para o lado, a fim de revelar o seio esquerdo da menina, tomando o mamilo entre os dentes, sugando, lambendo e provocando antes de mordiscar levemente, tirando os mais maravilhosos sons da boca daquela bruxa.
Mia arquejou as costas para longe da cama, mas Sirius rosnou mais uma vez e firmou uma mão no quadril dela, a jogando de volta para baixo antes de retomar o que estava fazendo com o seio direito, torcendo o mamilo entre seus dedos enquanto devorava o esquerdo com a boca. Mia sorriu enquanto passava os dedos pelo cabelo dele, se perguntando momentaneamente se seria capaz de fazer o mesmo sentada no sofá, lendo um livro com a cabeça dele em seu colo sem que seus pensamentos se tornassem indecentes.
Centímetro por centímetro, Sirius foi descendo pelo seu corpo, beijando e mordendo o caminho até o inicio das suas coxas, onde o ouviu respirar fundo e rir antes de acariciar o laço vermelho que envolvia seu presente de aniversário favorito. Mia choramingou quando sentiu uma mordida de leve no tecido antes de se inclinar para frente afim de tirar a nova jaqueta de couro que ele estava usando. Então, Sirius tirou a camiseta branca e depois enfiou os dedos na lateral da calcinha de renda vermelha e a deslizou gentilmente pelas coxas dela, passando pelas panturrilhas e, enfim, pelos tornozelos antes de guardá-la no bolso da calça.
"Você não vai guardar isso," Mia insistiu quando percebeu o movimento.
"É o meu aniversário," Sirius argumentou. "Eu vou ganhar o que eu quiser. Você já devia saber disso." Ele sorriu e então se inclinou, botando seus longos cabelos atrás do ombro e os prendendo em um coque frouxo para não cair no rosto, antes de dar um beijo no clitóris da menina deitada na cama. Involuntariamente, Mia levantou o quadril em direção a boca de Sirius.
"Esse era para ser o seu aniversário," ela sorriu. "Isso não quer dizer que você ganha os presentes?"
"Estou me dando meu presente favorito agora," Sirius insistiu, separando os grandes lábios com dois dedos antes de botar a língua para fora, para provar o seu presente. Mia deixou escapar um pequeno gemido e Sirius sorriu em resposta, antes de continuar com bastante entusiasmo. Lambendo, sugando, mordiscando a carne dela enquanto ela chamava seu nome, gemendo entre incentivos "Não para!", "Por favor!" e "Isso!"
Sirius adorava cada som que ela fazia, que entravam pelos seus ouvidos e iam até seu pênis, que no momento estava pressionado contra o colchão, onde ele se contorcia para aliviar um pouco da pressão. O barulho que ela fazia quando ele mergulhava a língua dentro dela o fazia ficar tão duro que chegava a incomodar, mas ele sorria, agradecendo a Merlin pelos aniversários. Ansiosamente, Sirius envolveu o clitóris inchado com os lábios antes de enfiar dois dedos dentro dela e começar a movimentar exatamente do jeito que ela gostava. O corpo de Mia enrijeceu enquanto ele lambia, sugava, acariciava, adiantando o clímax dela e os gritos que estavam por vir. Quando ela finalmente começou a quebrar, choramingando e gemendo, ele não pode evitar lembrar das palavras de Remus, o aconselhando sobre Mia.
"Ela goza primeiro." Remus tinha dito.
Não, amigo, Sirius pensou convencido. Ela goza duas vezes.
oOoOoOo
Não era nem madrugada quando Mia abriu lentamente os olhos e se viu em uma cama que não era dela. Ela respirou fundo e se deixou ser inundada pela essência que mais adorava: pergaminho, grama e couro. Sirius. Os olhos castanhos olharam para a bela figura ao seu lado. Godric, ele é lindo, ela pensou enquanto olhava as linhas do corpo dele, seguindo a linha de pelos negros que descia desde o peito, passava pelo umbigo e desaparecia debaixo do lençol branco onde suas pernas se entrelaçavam.
Mia sorriu admirada enquanto corria os dedos suavemente pela pele dele, mentalmente desenhando marcas onde ela sabia que mais tarde seriam feitas as tatuagens. Com os longos cabelos negros, a promessa das futuras tatuagens e a jaqueta de couro que agora estava jogada em cima do malão no pé da cama, Mia não conseguia imaginar um bruxo mais devastador. Impressionada com a beleza dele, ela pediu em silencio que ele não abrisse os olhos. Se ela fosse encarar os diversos tons de cinza e prata no estado que ela se encontrava, ela provavelmente iria corar.
Sirius não abriu os olhos. No entanto, ele gemeu com a sensação dos dedos dela brincando com seu cabelo. A mão que abraçava fortemente sua cintura, coberta pelas vestes vermelhas e douradas de Quadribol que Sirius insistiu que ela usasse pelo máximo de tempo possível, a puxou para mais perto dele, e ela conseguiu sentir a felicidade matinal dele pressionada contra sua coxa. Sem abrir os olhos para enfrentar a luz do dia, Sirius gemeu enquanto se apoiava em uma das pernas, antes de separar as coxas dela, descansando uma em cima do seu quadril. Mia só podia sorrir enquanto o observava deslizar para dentro de si, ainda sonolento. Quente, molhada e ainda dolorida da noite anterior, Mia murmurou suavemente com a invasão completamente bem vinda, empurrando o quadril para frente quando ele não aumentou a velocidade. Ele gemeu com a sensação, mas bateu na mao dela quando ela se movimentou de novo, a fazendo sorrir.
"Sirius," Mia murmurou. "Eu sei que você está acordado."
"Não estou não," ele murmurou baixinho enquanto continuava a se mover, entrando e saindo, dolorosamente devagar e provocante. Suas mãos foram do quadril dela para a curva do bumbum, onde ele a puxou para mais perto e finalmente acelerou. Ainda assim, Mia o observava, fazendo o seu melhor para não revirar os olhos com o novo ângulo maravilhoso que ele pareceu ter encontrado por puro instinto. Com os olhos fechados e o lábio inferior preso entre os dentes para aumentar o foco, Mia fez o mesmo para que não o beijasse. Com os olhos ainda fechados, Sirius concentrou-se em cada estocada, cada movimento de seus quadris e mãos, e ela observou com deleite a forma como os diferentes gemidos e choramingos que ela emitia, transformava os cantos da boca dele se transformarem em um sorriso.
Seus dedos do pé se contorceram quando, do nada, ele se enterrou nela com força e bem fundo. Ela abriu a boca, ofegante para recuperar o folego, com os olhos semi cerrados ainda observando Sirius fazer o que sabia melhor. Não era fazer amor, nem mesmo transar com força... apesar dela amar quando ele transava desse jeito. Não, isso era... isso era pura mágica. Ele saiu de dentro dela completamente só para voltar com tudo, e o som do gemido dele foi tudo o que ela precisava para chegar ao clímax. Se apertando em torno dele, seus nervos sensíveis puderam senti-lo tensionando e ela observou admirada quando, depois de mais duas estocadas, ele chegou ao próprio clímax, os olhos ainda fechados e ofegante. Sirius gozou com um grunhido e o olhar mais perfeito de puro êxtase quando relaxou e caiu no travesseiro, saindo lentamente de dentro dela.
Quando os olhos dele finalmente abriram e ela viu a íris cinzentas a encarando de volta com tanta devoção, ela poderia muito bem ter chorado se não fosse pelo sorriso que apareceu. "Bom dia, gatinha." Sirius se inclinou e sugou o lábio inferior, em vez de dar um beijo. "Eu tomei uma decisão," ele declarou.
"E qual foi?" Ela sorriu para ele, tirando os cabelos que estavam grudados no rosto dele.
"Nós não vamos deixar esta cama nunca."
"Vocês dois já acordaram?" A voz de Remus surgiu.
"Não," Sirius gemeu e, em vez de esconder a cabeça no travesseiro, como ele sempre fazia quando acordava mais cedo do que gostaria, enterrou o rosto entre os seios de Mia,a fazendo rir.
"Isso é interessante," Remus disse detrás das cortinas. "Não lembro dela achar nada engraçado na minha cama."
"Ah, que idiota," Sirius rosnou e se virou, colocando os lençóis sobre o corpo quase nu de Mia antes de abrir as cortinas e encarar os olhos verdes do lobisomem.
"Ah Godric, você não poderia ter botado uma roupa?" Remus fez uma careta e se afastou de Sirius, que parecia completamente a vontade.
"Moony, é a manhã depois do meu aniversário e eu tenho uma bruxa nua na minha cama. Por que diabos eu estaria com roupa?" Sirius perguntou. "O que você quer?"
"Se quiser que eu saia, está bem," Remus disse e se virou para a porta. "Eu apenas assumi naturalmente que quando a chance de se vingar de James por tentar nos matar com os chifres ano passado, você fosse querer aproveitar."
"O quê?!" Os olhos cinzas de Sirius se arregalaram de antecipação e animação.
oOoOoOo
Salão Comunal dos Monitores Chefes
Uma hora depois Remus, Sirius, Peter e Mia se encontravam sentados no sofá do dormitório de James e Lily.
"Eu me sinto estranho sentado aqui," Peter murmurou nervoso. "Vocês realmente acham que eles..."
"Com certeza," Sirius riu.
"E nós sabemos disso porque?" Mia perguntou olhando para Remus que estava com um largo sorriso.
"Porque eu fui na cozinha essa manhã pegar café e eu ouvi os elfos falando que precisavam mandar uma bandeja para os Monitores Chefes, que pediram café em um dos quartos," o lobisomem sorria. "Uma bandeja, um quarto."
Mia observou as expressões parecidas nos rostos de Sirius e Remus e não conseguia imaginar como ela pensou que Sirius e James eram os verdadeiros garotos problemas; Remus podia claramente esconder o seu lado maroto. Apesar do curto momento de êxtase após o sexo entre ela e Sirius, até Mia não conseguia resistir ao plano que Remus bolou para se vingar de James pela 'conversa de irmão mais velho' que ele deu aos três, bêbado, no ano passado, logo após ter atacado Sirius e Remus na forma Animaga.
"Ah Merlin," Mia gemeu quando sua audição canina captou os sons vindos por trás da porta do quarto do Monitor Chefe, que eram bem mais claros do que ela queria.
"O quê?" Peter perguntou, notando o olhar de horror no rosto de Mia e as expressões divertidas nos dos amigos. "O que aconteceu?"
"Eu não sou tão barulhento assim, sou?" Sirius perguntou com uma risada.
"Não," Mia insistiu ao mesmo tempo que Remus falava, "Sim."
"Como que, entre todos nós, Prongs e Lily não sabem como lançar um feitiço silenciador?" Sirius perguntou balançando a cabeça quando outro gemido foi ouvido. Mia fez uma careta ao ouvir o som enquanto era forçada a lembrar que Harry, aparentemente como o pai, também tinha problemas ao lembrar dos feitiços silenciadores no calor do momento com Ginny.
"Para ser justo, eles provavelmente não estavam esperando que a gente fosse estar no Salão Comunal deles," Remus riu.
"Então eles não deveriam ter dado a senha para nós," Sirius falou firme. "Isso é culpa deles."
"Você tem certeza que foi capaz de botar aquilo no suco de abóbora?" Mia olhou para Sirius, que se virou para ela ofendido.
"Com quem você está falando?" Ele zombou. "Claro que eu fiz o trabalho. Os elfos nem mesmo perguntaram."
"Vocês acham que eles vão se irritar?" Peter perguntou.
"Ele sabe o que esperar," Mia insistiu e tanto Sirius quanto Remus concordaram em silêncio quando a porta do quarto abriu e uma ruiva saiu enrolada em um robe saiu pela pequena escada com um copo de suco de abóbora em uma mão e um muffin na outra, cantarolando para si mesma.
"Bom dia, Lily!" Sirius gritou radiante para ela, fazendo com que ela pulasse e olhasse para o sofá, os olhos verdes imensos e as bochechas coradas.
"Ah! Hmm... bom dia." Ela olhou nervosa para trás e mordeu o lábio antes de voltar a atenção para os amigos. "Eu não pensei que vocês fossem aparecer," ela admitiu curiosa.
"Bom, quando você e Prongsie não apareceram no café da manhã, nós ficamos preocupados," Sirius franziu o cenho e se levantou, seguido de perto por Remus e Mia. Peter continuou sentado, não querendo participar no que seria uma consequência épica.
"Nós ficamos estudando até tarde, então pensei em pedir para os elfos trazerem algo," Lily sorriu inocente.
Mia sorriu enquanto observava Lily beber o suco de abóbora enquanto a porta abria de novo e o irmão saía, sem blusa.
"Bom dia," James murmurou desconfiado, percebendo as expressões de felicidades nos rostos dos amigos e da irmã. "Nós estávamos... descansando," ele mentiu.
"No seu quarto?" Mia perguntou curiosa.
"Nós estávamos vendo os horários dos Monitores," James respondeu, pegando o copo de suco da mão de Lily, perdendo os olhares de sucesso que passaram pelos rostos dos amigos no pé da escada.
"É mesmo?" Remus perguntou.
"Sim."
"Apenas vendo os horários dos Monitores?" Mia perguntou.
"Sim," Lily insistiu.
"Vocês deveriam falar isso para os seus cabelos," Sirius sorriu e apontou.
Ao mesmo tempo, Lily e James se viraram para olhar o outro e os dois pares de olhos arregalaram ao ver um tom muito familiar de azul 'satisfeito' nos cabelos. Lily parecia escandalizada enquanto James não conseguiu evitar parecer um pouco convencido, especialmente vendo a cor na normalmente ruiva.
"Mia!" Lily gritou.
"Calma, calma, Lily," Mia sorriu para a amiga. "Nós sabemos que quando um bruxo e uma bruxa se ama, eles gostam de mostrar esse amor de um modo especial." A bruxa de cabelos cacheados sorriu provocante.
"Um modo muito barulhento," Sirius acrescentou com uma risada e olhou para James. "Muffliato, amigo, não é difícil."
"Está bem, muito engraçado," James franziu o cenho. "Vocês conseguiram nos envergonhar, agoram vão embora para que eu possa terminar meu café."
"Não vai acontecer," Sirius balançou a cabeça e estalou os punhos. "Veja bem... Lily é como uma irmã para mim."
"E para mim," Remus falou.
"E para mim," Mia acrescentou.
"Eu estou de fora nessa," Peter insistiu do sofá.
"E nós nos sentimos no dever de defender a honra da doce Lily, já que descobrimos que um bruxo desgraçado veio e roubou a..." Sirius respirou fundo e encarou profundamente os olhos de James antes de continuar, "castidade dela."
"Ah Godric," James empalideceu.
"O quê?!" Lily gritou. Ela pulou para trás quando do nada Mia e Sirius se transformaram na forma Animaga e a Monitora Chefe finalmente conheceu a pequena raposa e o gigante cachorro que parecia incrivelmente com um Sinistro. Seus olhos se arregalaram quando percebeu que eles pareciam estar rosnado para James.
"Remus," James disse, o advertindo. "Mande eles pararem, isso não é engraçado.
"Acontece que eu acho um pouco engraçado," Remus riu, os braços cruzados casualmente contra o peito. "Eles não vão morder forte, apenas o bastante para tirar sangue e deixar algumas cicatrizes," o lobisomem ofereceu.
"Cicatrizes?!" Lily berrou.
"É, como essa aqui," Remus disse enquanto levantava a camisa para revelar uma pequena cicatriz redonda entre duas costelas. "Isso foi um chifre, para esclarecer," ele falou para Lily, que engasgou e imediatamente se virou para o namorado, estreitando os olhos em choque.
"James!"
"Eles transaram com a minha irmã!" Ele apontou para Remus e para Padfoot, que se movia cada vez mais para perto da escada. "Como eu devia reagir?!"
"Eles vão machucar muito?" Lily ignorou as desculpas de James e se virou para Remus.
"Ele vai viver," o lobisomem sorriu.
