The Debt of Time
Parte Dois – O Vira-Tempo
Capítulo Setenta e Nove: A Vida Não é Justa
"...I stand naked before you now
No walls to hide behind
So here am I, you see all of my scars
Still here you are
I bare my soul and I'm not afraid
Not afraid…"
(Beautiful With You - Halestorm)
31 de maio, 1978
Hogwarts Escola de Magia e Bruxaria
Torre da Grifinória
Os Marotos e Mia decidiram ficar em Hogwarts para o feriado de Páscoa. A desculpa é que eles precisavam de tempo para estudar, mas na verdade eles sabiam que Lily não estava pronta para voltar à Mansão Potter e chamá-la de 'lar' tão perto do falecimento dos pais. James ficou com Lily no quarto dela na primeira semana depois do acidente e quando dava Sirius dormia no sofá do dormitório deles, com a estranha necessidade de estar perto da bruxa que ele escolheu como irmã, para ter certeza que tudo estava certo. Mia não se importava nem um pouco, porque lhe dava uma razão extra para evitar a cama de Sirius à noite, onde sem dúvida ele veria a cicatriz no antebraço; depois da maneira horrível que ele reagiu ao ver a marca roxa em seu abdômen, ela não estava ansiosa para a eventual descoberta da mais recente.
A última partida de Quadribol de suas vidas escolares decorreu normalmente, com a Grifinória dominando o campo. Enquanto eles ganhavam o jogo e a Taça de Quadribol, Sirius ficou um pouco desapontado por não ter derrubado Regulus da vassoura, já que o irmão caçula não estava presente no jogo. Rumores estavam circulando de que o Apanhador Sonserino estava agindo estranho, um pouco mais fraco desde o retorno do feriado de Páscoa, e sua semelhança com um Draco Malfoy no sexto ano, não passou despercebida por Mia.
Felizmente, com uma Taça de Quadribol de prata para adorar, nem Sirius nem James se interessaram por Regulus, e a atenção deles ao recorde de Quadribol e à nova fama ajudou a desviar a atenção que Sirius normalmente gastaria com ela.
Infelizmente, quando tinha passado pouco mais de um mês desde que ela e Sirius tinham sido íntimos de qualquer forma, além de ficarem se agarrando, Mia sabia que tinha que contar o segredo de sua cicatriz, pelo menos uma parte dele. Sirius já estava ficando desconfiado pelo fato dela não querer que ele a tocasse, o que causou duas pequenas discussões, uma dela onde Sirius teve um ataque de pânico pensando que Mia ainda tinha sentimentos por Remus e outra onde ele literalmente desmaiou achando que ela estava grávida.
"Você certamente é confiável em uma crise," comentou Mia sarcasticamente, olhando para o bruxo de cabelos negros enquanto ele recuperava a consciência. "Vá e traga os outros," ela disse olhando para Remus que estava de pé sobre Sirius, os braços cruzados em desapontamento, não querendo dizer nada sabendo como ele tinha reagido à falta de contato físico com Mia e desconfiança das ações dela, quando eles ainda namoravam. Mas então, Remus não tinha chegado a conclusões insanas, ele apenas gritou um pouco e foi embora.
"Todos?" Remus perguntou.
"Reunião do Pack," Mia suspirou. "Reunião Marota," ela esclareceu e então falou. "Merda, reunião da Casa. Mary, Alice e Frank vão perceber algo se eu não for cuidadosa no futuro. Considerando que dois deles vão se tornar Aurores, talvez seja melhor que eles não assumam nada por conta própria," ela gemeu frustrada.
"Eles vão entender," Remus assegurou.
"Entender o quê?" Sirius finalmente falou, os olhos pesados encarando a bruxa e o lobisomem. "Vocês estão guardando algum segredo?" Sirius perguntou estreitando os olhos para os dois.
"Não senta ainda," Mia repreendeu o namorado. "Você bateu a cabeça quando desmaiou."
"Eu não desmaiei," Sirius respondeu, mas esfregou um ponto dolorido na parte de trás da cabeça. "Por que você ainda mantém segredos de mim?" Ele perguntou. "E por que Remus sabe?"
"Porque Remus estava lá quando aconteceu," Mia suspirou. "Mais ou menos. Eu vou explicar tudo logo," ela disse que assentiu para Remus, que desapareceu pelo retrato.
"Como eu acabei no sofá?" Ele perguntou, olhando ao redor curioso.
"Como eu disse, você desmaiou," ela explicou, passando os dedos pelo cabelo dele, mas tirando a mão quando ele fez menção de segurar. Sirius estreitou os olhos cinzas para ela, percebendo como ela tinha se afastado.
"Então, se você não está gravida," ele disse a palavra aliviado. "E você não está se encontrando com Remus pelas minhas costas," ele acrescentou e, então, viu o olhar profundo de repugnância nos olhos dela com a sugestão. "Eu disse que você não está," ele se defendeu. "Depois de tudo que nós passamos, eu realmente acredito que se você ainda tivesse sentimentos por ele, você me contaria," ele suspirou e se encostou em uma almofada, apreciando o cafuné que ela fazia. "Então, qual é o segredo? E por que você ainda esconde coisas de mim?"
"Eu escondi de todos," Mia explicou. "Nem mesmo Jamie sabe."
Sirius arregalou os olhos. "É muito ruim?"
"Eu vou fazer com que todos vocês façam um Juramento Bruxo antes de contar," ela contou, esperando que isso explicasse a gravidade da situação. "Mas você deve saber que o segredo não tem nada a ver com você. Você não é, de modo algum, responsável," Mia explicou sabendo que Sirius se culpava pela cicatriz no abdômen.
Inadvertidamente, ela admitiu que ele estava envolvido de alguma forma, o que era verdade. Mas essa cicatriz era diferente. Sirius – o Sirius mais velho - quase se matou tentando impedir que isso acontecesse, e ela não teria seu eu mais jovem pensando que ele era, de alguma forma, responsável por isso.
oOoOoOo
Vinte minutos depois, os Grifinórios do sétimo ano se reuniram no dormitório masculino onde a porta poderia ser trancada. Mia lançou um Muffliato só por desencargo de consciência antes de insistir que todos fizessem o Juramento Bruxo. Previsivelmente, James foi o primeiro a oferecer sua varinha, jurando sigilo com sua magia, seguido logo por Sirius, Remus, Lily, Alice, Mary e, eventualmente, Peter hesitante.
"Alguns de vocês já sabem disso," Mia murmurou. "Mas eu sou adotada," ela explicou, vendo os olhares de surpresa nos rostos de Alice, Frank e Mary. Peter a encarou por um longo tempo como se estivesse tentando entender tudo. "Eu sou uma Nascida-trouxa," ela explicou e observou a reação dele ir de confusão para surpresa para irritação e desgosto. E aí está, ela pensou. Uma namorada Puro-sangue e Sonserina por alguns meses e ele já está pendendo. Os preconceitos de Peter e a alma danificada dele não eram sua única preocupação. Se não parecer suspeito, ela não o teria incluído nisso, e apenas o Juramento Bruxo o estava envolvendo agora.
"Minha família foi atacada por Comensais da Morte anos atrás" ela continuou. "Quando eles... quando eu me vi sem família," ela disse arrependida. "Os Potters me adotaram."
"Esse é o seu segredo?" Mary perguntou com um sorriso. "Mia, você não acha que vamos pensar menos de você porque você é, tecnicamente, uma Nascida-trouxa, acha?" A bruxa sorriu. "Se fosse assim, nós teríamos azarado Lily anos atrás."
"Se eu não azarasse vocês antes," a ruiva sorriu.
Mia riu. "Não," a morena balançou a cabeça. "Eu sei que todos vocês seriam meus amigos mesmo assim. Mas... eu fui atacada também," ela limpou a garganta nervosamente. "Isso deixou uma cicatriz permanente no meu corpo, uma que não pode ser escondida. No entanto, quando eu cheguei a Hogwarts, o Professor Dumbledore conseguiu uma poção que esconderia a poção de todos. Infelizmente, tinha um prazo de validade," ela explicou o melhor que pode. Remus disse que uma versão da verdade seria melhor e Mia entendeu. As melhores mentiras eram baseadas na verdade. "A poção só poderia ser tomada uma vez," ela mentiu completamente, " e, infelizmente, parece que o tempo acabou e minha cicatriz ressurgiu."
"Está tudo bem, Mia," Remus disse, colocando uma mão no ombro dela.
"Remus sabe?" James perguntou curioso, surpreso pela irmã ter escondido isso dele por anos, mas ele entendia que ela sempre foi muito reservada com suas cicatrizes. Quando ele vislumbrou aquela na costela dela, anos antes, James perguntou à sua Mãe sobre isso, e ela informou que quando eles adotaram Mia, todos fizeram um voto para começar do zero como uma família, permitindo que Mia revelasse seu passado quando ela se sentisse pronta. Ele não tinha gostado da resposta, mas prometeu que não iria bisbilhotar a vida da irmã.
"Remus estava lá quando a poção perdeu o efeito," Mia explicou, dando de ombros. "E, francamente, depois de ver a reação dele, eu queria que ele estivesse quando eu mostrasse a você. Por favor, não entrem em pânico," ela implorou, o que apenas fez com que Sirius ficasse nervoso por antecipação.
Lentamente, Mia levantou a manga da blusa, revelando a cicatriz roxa em seu braço. Cada um reagiu exatamente como Mia tinha previsto.
Lily ofegou ao vê-la e imediatamente puxou Mia para um abraço. Mia podia sentir sua amiga - sua irmã - tremendo e não podia deixar de se perguntar se Lily estava com medo que algo semelhante acontecesse com ela. James ficou olhando incrivelmente confuso e desamparado, como se ele quisesse fazer algo para ajudar, mas não sabia o que. Remus atravessou a sala e colocou as mãos nos ombros de James como se estivesse esperando para ajudá-lo.
Frank e Alice ficaram de pé com os olhos arregalados, olhando, mas coletivamente, tentando manter a calma e não mostrar a Mia uma gota de piedade, sabendo que tornaria a situação muito pior. Mary, por outro lado, não sentia pena, mas pura raiva. Ela pegou o braço de Mia e começou a xingar com tudo, "Comensais da Morte filhos da puta!" Ela sibilou. "Godric, por favor, me diz que eles tiveram o que mereciam!"
"Sim," Mia assentiu, se lembrando de uma Bellatrix Lestrange sangrando e ofegando. "Eles sofreram mais do que eu, isso é um fato," ela prometeu.
No canto do quarto, Peter sentava no canto da cama, evitando olhar para os outros, uma mistura de náusea e medo. Uma parte de Mia queria perguntar como era, se apenas para suavizar seus pensamentos atuais sobre a supremacia do sangue e Voldemort, mas ela não teve chance. Houve um estrondo alto e, de repente, todos se viraram para ver que Sirius tinha deixado o quarto.
"Onde ele pensa que vai?" Mary perguntou irritada.
"Talvez ele só... só precise de um tempo sozinho?" Alice sugeriu.
"Não," James disse enquanto ele e Remus se levantando para ir atrás do amigo. "Se eu conheço o Sirius, ele vai atrás de vingança.
"Ele não pode," Lily disse enquanto ia atrás deles. "Mia disse que quem quer que tenha feito isso, já lidaram com ele."
"Isso não importa," Mia franziu o cenho, se arrependendo de não ter trancado o quarto até que todos estivessem calmos. "Se ele não pode encontrar o Comensal que me atacou, ele vai atrás daqueles que ele acha serem os próximos," Mia se repreendeu por não se preparar para este cenário, enquanto todos corriam pela escada de mármore.
oOoOoOo
Masmorras
Quando o grande grupo de Grifinórios finalmente chegou nas Masmorras, encontrou um Regulus Black sangrando e preso contra a parede, com a varinha do irmão apertada contra o pescoço. Sirius estava com um olhar alucinado no rosto e Regulus parecia bastante assustado, então Mia lançou um olhar em pânico para Remus.
Ele e James entraram em ação imediatamente.
"Expelliarmus!" James gritou, rapidamente guardando a varinha de Sirius assim que a pegou. Quando Sirius voltou a raiva para seus amigos por interromper o que parecia ser menos um interrogatório e mais uma demonstração, Remus assumiu o controle, usando a força de seu lobo para subjugar o bruxo. Frank entrou também, segurando Sirius nos braços enquanto Lily apontava a varinha para o corpo de Sirius, murmurando, "Somnus!", observando o corpo dele cair em cima de Remus.
"Não se preocupem, ele só está dormindo," Lily explicou e suspirou aliviada. "Levem-no de volta para o quarto. Mary, você pode pegar uma Poção Calmante com Madame Pomfrey?" Lily perguntou.
"Claro," a bruxa concordou. "Tão perto dos NIEMs, não deve ser difícil."
"Frank, Alice e Peter, vocês podem ir até o Grande Salão ou até a biblioteca? Talvez falar casualmente que Sirius está doente, assim ninguém vai se perguntar aonde ele está," James pediu e observou os amigos concordarem e se dispersarem. James se virou para Regulus que estava sentado no chão frio, as mãos no pescoço que sangrava e os olhos perdidos na parede oposta. "E quanto a ele?" James perguntou.
"Vá," Mia insistiu. "Cuide do Sirius. Eu já vou."
"Mia..." James chegou perto dela, a própria varinha bem firme na mão enquanto os olhos avelãs se fixavam no Black mais novo.
"Vá," os olhos castanhos fixos no irmão.
Uma vez que Remus, James e Lily levaram o corpo inconsciente de Sirius, Mia ajoelhou na frente do Sonserino e franziu o cenho. "Me deixe ver," ela insistiu, apontando para o pescoço dele. Regulus olhou para ela desconfiado. "Eu não vou te machucar," ela insistiu de novo e revirou os olhos quando ele zombou dela. "Eu sou muito boa com feitiços de cura, mas se você quer sangrar até a morte, fique a vontade."
"Alguém vai me contar o que exatamente foi isso?" Regulus soltou enquanto tirava a mão do pescoço revelando um grande corte, mas que não era profundo. Mia sabia que a mira de Sirius era ótima, então isso era par ser um aviso. Ela examinou a ferida de perto e passou a varinha por cima dela, a fechando.
"Sirius tem problemas com Comensais da Morte," Mia explicou. "Depois de tudo que tem aparecido no Profeta Diário nos últimos dias, ele iria explodir em algum momento," ela disse, mentindo descaradamente.
Regulus não pareceu perceber. "E ele me atacou por quê?" O jovem bruxo sibilou.
"Por que você acha?" A bruxa o encarou cuidadosamente, olhando depois para o braço esquerdo dele. De forma reativa, ele segurou o braço contra o peito e olhou para ela com cuidado, como se estivesse esperando que ela fizesse o primeiro movimento de ataque. Quando seus olhos pareciam menos frios e irritados e mais tristes e vazios, Mia suspirou e, então, lhe ocorreu algo. "Você vai precisar de Ditamno se não quiser uma cicatriz," ela disse se referindo ao machucado no pescoço dele. "Se você não quiser que Madame Pomfrey faça muitas perguntas, tenho certeza que você pode simplesmente chamar o Monstro e ele lhe traria um pouco," ela sugeriu e observou a reação de Regulus cuidadosamente.
Os olhos cinzentos se arregalaram um pouco enquanto ele olhava com desconfiança para a bruxa. "Eu vou ficar bem," ele insistiu.
"Ah?" Ela inclinou a cabeça para o lado, olhando para o bruxo como uma serpente antes do ataque. "Alguma coisa de errada aconteceu com Monstro?" Ela perguntou insistente.
"O que você sabe?" Regulus finalmente perguntou, estreitando os olhos.
Está começando, Mia pensou consigo mesmo, sentindo uma estranha sensação de alívio.
"Eu sei que você não é uma má pessoa," ela respondeu suavemente. "Você era um pouco pentelho quando era mais novo," ela sorriu. "Mas eu sei que Sirius queria salvar você, quando ele foi atacado. Quando eles tentaram marcá-lo," ela franziu o cenho com a memória e percebeu que Regulus parecia pensar na mesma coisa. "Não é justo que vocês tenham sido postos um contra o outro dessa forma.
"Sim, bem," Regulus limpou a garganta. "A vida não é justa."
"Não," Mia concordou. "Não é."
"Você não vai contar a ninguém?" Ele perguntou curioso, se referindo ao seu braço esquerdo.
"Não," Mia balançou a cabeça.
"Por quê?" Ele perguntou desconfiado.
"Alguns motivos," ela suspirou. "Primeiro, acho que se o Sirius tivesse certeza disso, ele se odiaria pelo o que faria em resposta," ela admitiu, se lembrando do profundo ódio que Sirius tinha criado pelo irmão mais novo no futuro, apenas alguns dias antes de todos terem descoberto a verdade sobre a deserção de Regulus. "E segundo, eu não acho que você seja um deles. Não de verdade. E eu acho que você concorda comigo."
Regulus não respondeu, meramente a encarou friamente, escondendo qualquer emoção sobre como ele se sentia com as palavras dela. Mia se sentia terrível por não poder ajudá-lo, salvá-lo. Mas ela sabia como era importante que Regulus tomasse as próprias decisões em relação a Voldemort. Lentamente Mia se levantou, tirando a sujeira dos robes e guardando a varinha. "Eu evitaria o seu irmão por um tempo," ela sugeriu. "Vamos nos formar em algumas semanas, então acho que depois disso vai ficar tudo bem," ela deu de ombros e se virou para ir embora.
"Potter?" Regulus a chamou e ela se virou para olhar o jovem bruxo. Depois de um momento pensativo, Regulus suspirou. "Cuide do meu irmão," ele pediu baixinho.
oOoOoOo
Torre da Grifinória
Mia bateu na porta do dormitório dos meninos e viu Remus abrir cuidadosamente a porta, revelando James parado no meio do quarto enquanto Lily estava sentada na cama de Sirius examinando o bruxo. Mia franziu o cenho e entrou, ouvindo Remus fechar a porta e enfeitiçá-la de novo.
"Como ele está?" Mia perguntou.
"Puto," Sirius falou baixinho, as costas viradas para ela enquanto enterrava o rosto no travesseiro. Mia suspirou e olhou para Lily, pedindo por mais informação.
"Ele acordou e nós demos a Poção Calmante para ele..." ela começou.
"O gosto é um lixo," Sirius gemeu.
Lily revirou os olhos. "Ele está um pouco melhor."
"Ele também sabe que não está permitido sair da Torre sem pelo menos um de nós com ele," James explicou com os braços cruzados. Mia conseguiu ver que a varinha de Sirius ainda estava no bolso de James, o que a deixava aliviada. "Eu gostaria de manter essa regra até que a gente se forme."
"Vai a merda, Prongs," Sirius falou e então rosnou quando Lily deu um tapa atrás de sua cabeça.
"Olha a língua," ela o repreendeu. "Você deveria ser grato que nós estejamos tão calmos. Você atacou um aluno, foi pego pelos Monitores Chefes, dois Monitores e, em vez de delatar você, nós te protegemos," ela sibilou.
"Eu não preciso da sua proteção maldita," Sirius rebateu ainda não olhando para nenhum deles. "Eu não ataquei um aluno. Eu ataquei um Comensal da Morte."
"Você atacou o seu irmão," Mia o corrigiu.
"Os únicos irmãos que eu tenho estão neste quarto agora," Sirius respondeu firme.
"Como está Regulus?" Remus perguntou a Mia.
"Eu curei a ferida no pescoço e disse para ele passar Ditamno para não deixar uma cicatriz," ela explicou, mas deixou de fora detalhes da conversa com o jovem Comensal. Sirius pareceu se agitar suas palavras, seu corpo se endurecendo. "Sim, Sirius, eu curei seu irmão para que ele não tivesse uma cicatriz. Você pode ter uma ideia de como eu me sinto sobre cicatrizes."
"Nós vamos deixar vocês dois sozinhos," Remus falou, gesticulando para Lily e James, o ultimo parando ao lado dela, silenciosamente apontando para a varinha de Sirius no bolso dele, como se fizesse uma pergunta. Mia balançou a cabeça e apontou para a porta, indicando que James deveria levá-la com ele, só por precaução. Quando a porta fechou atrás de si, Mia a enfeitiçou de novo com seus próprios feitiços para evitar que Sirius escapasse.
Mia se virou e foi até a cama de Sirius, onde ela deitou ao lado dele, encarando o rosto irritado e passivo do bruxo que estava cheio de teimosia e Poção Calmante. "Oi," ela murmurou.
"Oi," ele respondeu triste.
"Você não pode fazer isso comigo, Sirius," Mia franziu o cenho. "Eu sei que você estava se sentindo sem saída e que precisava fazer algo, mas se você quer ser um Auror, precisa controlar seu temperamento," ela insistiu e quando ele ia responder, ela lhe lançou um olhar que fez o Animago ficar quieto. "Sirius, eu já superei essa cicatriz e essa palavra há muito tempo," ela admitiu, levantando a manga e observando com tristeza quando ele desviou os olhos da marca. "Eu me tornei tão horrível assim?" Ela perguntou provocando e Sirius voltou toda a atenção para ela, ofendido com a acusação.
"Claro que não," ele falou. "Todos temos cicatrizes," ele tocou o próprio antebraço onde uma antiga marca queimada existia, de quando Lucius Malfoy falhou ao tentar colocar a Marca Negra nele. "Malditos Comensais da Morte," Sirius rosnou, comparando os dois braços. "Então é por causa disso que você não me deixou tocar em você o mês inteiro?"
Mia assentiu. "Eu não queria que você acidentalmente visse como foi com a outra cicatriz," ela inconscientemente tocou as costelas. "Eu queria pensar em como te contar primeiro. Achei que fosse ser mais simples contar a todos de uma vez. Não pensei que você sair doido por aí," ela estreitou os olhos brevemente.
"O que diabos você esperava que eu fosse fazer?" Ele perguntou calmamente e Mia estava imensamente grata por Mary ter ido pegar a poção para ele. "Embora eu não estivesse consciente na época, Prongs me disse que quando eu fui atacado pelos Comensais da Morte, você colocou feitiços de segurança em torno do meu quarto no hospital tão fortes que nem um Desfazedor de Feitiços não conseguiu quebrar," ele sorriu. "Quando Remus foi ameaçado no St. Mungos, todos apontamos nossas varinhas para os aurores," Sirius revirou os olhos. "É claro que eu reagiria violentamente ao ver isso," seus olhos abaixaram a cicatriz no antebraço.
"Bom, todos nós precisamos nos controlar então," Mia sorriu rapidamente. Ela tirou alguns cabelos que estavam caindo no rosto de Sirius, deixando a ponta dos dedos encostarem na bochecha dele. "Eu preciso que você prometa que não vai atrás do Regulus de novo," Mia pediu.
Sirius bufou com o pedido e olhou para longe dela.
"Eu estou falando sério, Sirius," ela franziu o cenho. "Por favor. Nós vamos deixar Hogwarts em menos de um mês e eu não quero começar as nossas vidas com você sendo preso por atacar o próprio irmão."
"Se eu desafiá-lo para um Duelo Bruxo, vai ser perfeitamente legal," ele apontou.
"Sirius," Mia rosnou.
"Está bem," ele cedeu. "Maldita bruxa me obrigando a não azarar Regulus," ele reclamou enquanto fechava os olhos. Ele estendeu uma mão e Mia sentiu que ele a puxava contra seu corpo, enterrando o rosto no cabelo cheio dela enquanto seu corpo relaxava.
"Sim, pobre Sirius, não pode azarar os Sonserinos," Mia disse sarcástica.
"Eu sei," Sirius concordou, ignorando o tom dela. "Você tem um tipo de poder sobre mim, gatinha. Sem azará-los," ele prometeu, mas ainda se sentiu um pouco triste por isso. "Eu realmente devo amar você."
Mia ofegou com as palavras, mas não disse nada em troca, não querendo fazer festa, caso Sirius tivesse dito acidentalmente. Ela simplesmente o segurou mais forte e enterrou o rosto contra no peito dele antes de finalmente se dormir nos braços dele.
N/A: acho que esse é um pedido de desculpas razoável pelo meu sumiço, né, pessoal?
Espero que gostem desses últimos capítulos, porque só devo postar agora no final de semana! s2
