The Debt of Time

Parte Dois – O Vira-Tempo

Capítulo Oitenta e Três: Desaparecido

"...It is a calcifying crime, it's tragic
I've turned to petrified past life baggage
I want to disappear and just start over
So here we are…"
(Hercules - Sara Bareilles)


24 de agosto, 1978

Torre Tuts, Tutshill – Quartel General da Ordem da Fênix

No momento em que Sirius e Mia entraram na Torre Tuts através da rede de Flu temporariamente aberta, ela tinha criado uma parede de pedra fria que não mostrava nenhuma emoção em seu rosto. Mia entrou na sala com a cabeça erguida e Sirius podia ver estranhamente Dorea Potter ali de pé no rosto de Mia, um olhar que alimentava seu coração e o aterrorizava ao mesmo tempo. Ela não tinha gritado. Ela não tinha chorado. Mia mal havia reconhecido quando Sirius a informou que Remus estava desaparecido.

A palavra chegou até ele através de Moody, e logo uma reunião da Ordem foi marcada. Apesar de saber que Mia deveria ser deixada de fora para sua própria missão, Sirius sabia que precisava trazê-la. Remus não era apenas o melhor amigo dela, ele era uma parte da bruxa. Tanta parte dela como o próprio Sirius era. Infelizmente, no segundo em que ela ergueu uma barreira de indiferença, Sirius começou a se arrepender de sua decisão de incluir a jovem bruxa.

"Ela encontrou o perfeito equilíbrio entre a bravura de uma Grifinória e a autopreservação de uma Sonserina," Dorea uma vez tinha falado a ele.

Sirius não pôde deixar de perguntar-se quais outras características que Mia pegou da casa rival. Ele. mais do que ninguém. Sabia o que era tentar encontrar esse equilíbrio. O pedaço de si mesmo que era pura Grifinória lutava contra o sangue Black em suas veias que o tornava imprevisível, imprudente e muitas vezes preso entre uma linha fina entre sanidade e fúria. Como uma Grifinória, ela enfrentaria bravamente com a cabeça erguida, com um temperamento selvagem e, às vezes, violento. Ou, como uma Sonserina, ela pareceria completamente controlada, calma e indiferente até que você nem percebesse que era o alvo até que fosse tarde demais.

Sirius observou sua bruxa de perto, perguntando-se sobre qual Mia estava na presença. O melhor amigo dela estava desaparecido, presumivelmente em grave perigo e ela parecia calma, o que significava que ela era bastante letal. Seus olhos castanhos permaneceram sem emoção até encontrar Peter no canto da sala e Sirius captou imediatamente quando a mudança ocorreu e o olhar da bruxa piscou âmbar. Instintos, ela falou na primeira vez que sua forma Animaga tentou machucar Wormtail na Casa dos Gritos. Considerando que todos descobriram mais tarde que Peter havia espiado uma vez que Mia e Remus transando, Sirius entendeu a desconfiança de seu jovem amigo. Seus instintos estavam certos e, enquanto o Animago de cabelos negros sentia-se bravo por mais uma pessoa - exceto Remus - vendo Mia, ele não pode deixar de sentir um pouco pena de Wormtail que até recentemente nunca teve namorada. Foi com essa pena só que Sirius se afastou de Mia e gesticulou para Peter.

"Talvez seja melhor se sentar no outro lado da sala, parceiro," sugeriu Sirius, e Peter olhou por cima do ombro de Sirius, seus olhos encontrando com o olhar vindo da bruxa morena e ele acenou com a cabeça imediatamente, e tropeçou em torno de algumas cadeiras para se sentar no final entre Edgar Bones e Gideon Prewett.

Quando Sirius voltou, ele encontrou Lily firmemente segurando Mia, e sua namorada respondeu agarrando-se à bruxa ruiva. A reunião começou imediatamente e Lily puxou Mia para o sofá para sentar-se ao lado dela enquanto Sirius foi para frente ao lado de Frank e Moody, onde o velho Auror explicou a situação.

"A maioria de vocês já sabe, mas um dos nossos está desaparecido," Moody começou. "Lupin foi mandado para se infiltrar em um subgrupo de aliados potenciais para Você-Sabe-Quem, com a esperança de que ele possa obter informações para nós. Perdemos a comunicação com ele há alguns dias," continuou. "Nós já temos Aurores procurando por ele, e estamos fazendo o nosso melhor para rastrear o movimento do grupo, infelizmente é um pouco difícil devido ao seu número e ao perigo que ele representa para o resto de nós. Então nós estamos nos mantendo a par da situação na esperança de que Lupin reestabeleça contato com nós no meio tempo."

"Que grupo é esse?" Marlene McKinnon perguntou na frente da sala onde ela estava prestando bastante atenção. Embora não estivesse claro em qual parte Marlene iria ajudar a Ordem, Sirius descobriu que ela estava infiltrada nos círculos sociais da classe alta dos debutantes de Sangue puro, embora ela já se queixasse mais de uma vez sobre querendo um papel mais ativo enquanto se considerava apta a duelar.

"Lobisomens," Moody respondeu, avaliando a reação da bruxa, assim como Mia, Sirius, Lily, James e Peter. Frank, Alice e Mary, que poderiam ter suspeitado, mas nunca souberam o segredo de Remus, todos pareciam um tanto chocados, mas não horrorizados que nem vários membros da Ordem com a simples menção da palavra.

"Lobisomens?!" Dorcas Meadowes gritou. "E Remus é... é..." a velha bruxa estava boquiaberta em horror.

"Um bom homem," James se intrometeu, estreitando os olhos para aqueles que pareciam julgar em silêncio um membro da Ordem que estava faltando.

"Este não é o ponto," Sturgis Podmore falou. "Vocês colocaram nossas vidas em risco, deixando um daqueles entre nós," proclamou o jovem bruxo, seus olhos virando-se para olhar para Dumbledore, que parecia estar observando os membros com interesse.

"Um daqueles?" Lily sibilou e se levantou, olhando para Sturgis. "Remus não é uma... coisa para que nós fiquemos aqui discutindo pelas costas dele! Ele está desaparecido e nós deveríamos estar procurando um jeito para salvá-lo!"

"Eu não entendo," Marlene franziu o cenho, tentando tirar a expressão de desgosto do rosto enquanto ela olhava para Sirius, que agora a encarava. "E eu não quero ofender," ela acrescentou. "Mas como nós podemos saber que ele não nos traiu para se juntar à espécie dele?"

"Protego!" Sirius e James gritaram juntos, as varinhas apontadas para Mia que agora estava de pé, os olhos com cor de Firewhisky encarando Marlene, a mão esquerda tremendo visivelmente, mas a varinha levantada firme e parada como o Lago Negro em um dia sem ventos, coincidentemente apontada para McKinnon.

"Tire-a daqui, Black!" Moody gritou. "McKinnon, embora possa ofender suas delicadas sensibilidades, essa guerra sangrenta não afeta apenas você," gritou o velho Auror. "Bruxos, Duendes, Lobisomens ... inferno, Você-Sabe-Quem está tentando envolver os Gigantes," ele admitiu observando com um olho cauteloso enquanto Sirius lentamente se aproximava de sua namorada, implorando silenciosamente para ela abaixar a varinha enquanto James manteve a própria apontada para a irmã, o escudo protetor firme no lugar, protegendo o resto da Ordem da ira dela.

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A raiva de Mia era palpável, tanto que ela não podia culpar Sirius e James por não tocá-la enquanto a levavam para outra sala na Torre Tuts, o resto da Ordem continuava brigando na sala principal em vez de bolarem uma plano adequado para resgatar Remus de qualquer inferno que Dumbledore o tivesse enviado, obviamente despreparado.

Mais uma vez, dividida entre o presente e o futuro, Mia sentou-se no final de uma cama na pequena sala tentando convencer-se de que Remus ficaria bem. Ele sobreviveu o que quer que fosse, porque o conhecia no futuro. Sem a capacidade de olhar nos olhos dele e ver por si mesma que seu melhor amigo estava seguro e bem, Mia não podia deixar de se perguntar se ela realmente havia mudado algo e agora estava sofrendo as consequências disso. Remus sairia disso vivo? Intacto? Ileso? Ele seria capaz de viver e avançar e se encontrar com uma jovem Hermione Granger, apenas para mandá-la de volta para 1971? Sem Remus, Mia percebeu, seu mundo inteiro desmoronaria. Sem Remus, ela não cresceria com Jamie como seu irmão gêmeo, nenhuma pilha de cachorros se aconchegando em sua cama depois de pesadelos, sem rir com Lily sobre romances tolos, sem Mary, sem Alice, sem Frank... sem Sirius. Sem Remus.

"Prongs, você pode..." parecendo desconfortável em deixar Mia por conta própria, mas sabendo que ele ainda tinha um trabalho a fazer. O Animago olhou para a jovem bruxa, engolindo com força enquanto observava sua ansiedade e dor de perto e olhou para si mesmo como o próprio quadro de inutilidade.

"Vá," James assentiu para o melhor amigo e ajoelhou na frente da irmã, pegando as mãos dela e oferecendo um sorriso a Sirius para que ele soubesse que iria cuidar de Mia enquanto ele não estivesse.

No segundo em que a porta fechou, Mia começou a chorar e soluçar nos braços do irmão. James reagiu por puro instinto, não se surpreendendo com a explosão e logo se viu segurando a bruxa fortemente, ambos amassados no chão do pequeno quarto de hóspedes na Torre Tuts. Mia chorou abertamente, agarrando-se a James enquanto ele acariciava suavemente os longos cachos mel que atingiam o meio de suas costas, oferecendo sons suaves de conforto, sabendo que as palavras não seriam úteis neste momento.

"Por que não estão procurando por ele?" Mia soluçou.

"Eles vão," James prometeu. "Eles vão. Nós vamos encontrar Remus, Mia, eu prometo."

"E se não encontrarem? E se algo horrível tiver..."

"Para," James mandou, puxando o rosto dela para perto para que eles se olhassem olho no olho. Os olhos dela estavam puro chocolate, nenhum resquício da raiva âmbar. "A Ordem vai fazer de tudo para encontrar Remus. E eu sei que você não quer ouvir isso, mas nós nos alistamos para isso. Guerra," James franziu o cenho. "Remus está lá fora lutando."

"Ele não deveria," Mia soluçou de novo. "Nenhum de nós deveria. Eu não posso perdê-lo, não posso perder nenhum de vocês... acho que vai me matar," ela admitiu, as lagrimas escorrendo pelas bochechas dela.

"Não permita," James respondeu sem pensar duas vezes, os olhos avelãs suaves e determinados ao mesmo tempo. Mia o encarou profundamente, se perguntando como ninguém mais tinha visto: Harry. Todos sempre disseram que ele era a imagem cuspida de seu pai, exceto os olhos, os olhos de Lily, eles sempre diziam. Não. Ele está bem ali, pensou Mia. A forma e a cor estavam todas erradas, mas Mia podia ver Harry ajoelhado diante dela no rosto de seu pai. Toda força e sacrifício e um amor ilimitado.

"Você tem que lutar também," James insistiu. "Nós todos estamos lutando. Todos pela mesma razão..."

"O bem maior?" Mia cuspiu sarcasticamente, os olhos amargos.

"O quê?" James quase riu. "Não," ele balançou a cabeça. "Bem, talvez," ele ponderou as palavras. "No final, eu suponho que esse seja o objetivo, né? Mas... eu estou lutando por você. Por Lily e Sirius e Remus e Peter e... e pela Mãe e pelo Pai," ele admitiu baixinho. "Eu me alistei, concordei em colocar a minha vida em risco por todos vocês. E eu sei que Remus também pensa assim."

"E se nenhum de nós sair dessa guerra vivos?" Ela perguntou em um sussurro, a mais pura tristeza nos olhos.

"Então..." James franziu o cenho. "Então não é um mundo que vale a pena viver. Mas não vamos deixar isso acontecer. Vamos ganhar essa guerra. Vamos encontrar Remus," prometeu. "É meu trabalho ter certeza de que o resto de vocês superem isso," ele declarou e Mia não pôde evitar revirar os olhos e ranger os dentes, lembrando que Harry frequentemente fazia o mesmo. Muito disposto em ser o cordeiro sacrificado de Dumbledore. A arrogância de um mártir.

"Nunca pensei em que viveria para ver o dia em que iria concordar com o maldito Ranhoso!" Um Sirius mais velho enquanto entrava no Salão Comunal durante a Batalha de Hogwarts, procurando por Harry que tinha ido até a Floresta Proibida confrontar Voldemort. "Ele realmente é tão arrogante quanto o pai!"

"Jamie?" Mia disse o nome de seu irmão, olhando para seu rosto doce e devotado. Ela queria contar tudo e evitar o terrível futuro que o aguardava.

"Sim, amor?" James a ofereceu um sorriso, apertando a mão dela.

Ela abriu a boca, sabendo que as palavras não iriam sair. Dumbledore tinha visto isso. Mas elas continuavam a atravessar sua mente como se ela pudesse dizer a ele. contar tudo. Oh, Jamie, se você soubesse. Se você soubesse que você e Lily sacrificariam tudo por esta guerra, para salvar aqueles que vocês amam. Alguns dos quais não merecem isso. Se você soubesse que eu perderia você... você ainda lutaria?Ainda morreria se soubesse sobre Harry? Soubesse sobre a profecia e Voldemort e tudo o que aconteceria em Out- "Outub-bro..." Mia ouviu a palavra sair da boca e seus olhos se arregalaram ligeiramente. Eu realmente disse isso? Pensou para si mesma.

"Outubro?" James repetiu a palavra com uma sobrancelha levantada.

Os olhos de Mia se arregalaram e ela encarou o irmão em pânico. "Outu-tu-bro," ela se esforçou, forçando a palavra a sair. Outubro, 31, 1981. Outubro, 31, 1981. Outubro, 31, 1981. "Outubr-bro... trin-trinta... um..." ela se esforçou tanto, lutando contra o feitiço de Dumbledore e fazendo algum progresso pela primeira vez desde que ele tinha sido lançado nela. Sentiu um estranho alívio de que ela não estava completamente presa, desamparada e incapaz. Ela também sentiu as paredes girando e sua visão embaçando. O esforço de lutar contra o feitiço da verdade estava rapidamente drenando sua magia.

"Mia?" James murmurou com uma expressão preocupada no rosto.

"Mil nove-vecentos... oite-tenta..." Mia rangeu os dentes com força e determinada a falar. "E um!" Ela disse e o mundo ao seu redor escureceu.

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Olhos castanhos se abriram uma hora mais tarde e Mia conseguiu sentir que alguém tinha lançado o Reenervate nela. O que tinha acontecido? Ela estava falando com Jamie, tentando se comunicar através do feitiço de Dumbledore quando ela... ela tinha desmaiado? Mia gemeu enquanto a dor de cabeça a assolava firmemente, a luz forte no quarto só piorando as coisas.

"Bem vinda de volta, Mia," uma voz calma flutuou acima dela e Mia grunhiu em resposta. Ele não tinha o direito de ter uma voz tão calma. Nem agora nem nunca. Ela semicerrou os olhos e olhou para as orbes azuis brilhantes olhando para ela do rosto de Albus Dumbledore, que parecia ter a coragem de sorrir para ela. "Estávamos todos muito preocupados quando James nos informou que você ficou inconsciente."

"Mesmo?" Ela rebateu. "Se preocupe menos comigo e mais com o bruxo que você enviou para uma cova de lobos," o rosnado em sua garganta era mais audível.

"Acredito que eu tenha enviado um Lobisomem para a cova dos Lobisomens, apesar de sim, Remus também ser um bruxo. Eu tinha esperanças que talvez ele achasse isso em comum com os outros lobiosmens," admitiu Dumbledore. "Você deve entender que se o Lord das Trevas encontrar aliados nos lobos, isso só significaria o pior para nós. Remus é a nossa única esperança de reunir informações sobre onde eles estão."

"O único lobo que vai ter algum efeito nesta guerra é..." Greyback. Greyback. Fenrir... "G-g-gre... Greyb-b-back," ela disse a palavra através dos dentes e no momento em que terminou, a dor de cabeça piorou ainda mais.

"Ah," Dumbledore assentiu. "Agora eu entendo o que James estava falando," ele observou com interesse. "Vejo que você conseguiu lutar contra o Tacere Veritas," o velho mago estava acenando e este simples movimento era o bastante para deixar Mia tonta. "Bem parecido com a luta contra o Veritaserum, na verdade. Você usa a mesma mágica e músculos usados na Oclumência, mas você já sabe disso," ele franziu. "Da mesma forma que você sabe a dor que vem com essa luta. Você percebe que eu vou precisar potencializar o feitiço," ele disse, o tom de sua voz indicava que ele estava realmente chateado com a necessidade disso, mas Mia não conseguiu simpatizar com o homem.

"Remus está desaparecido," ela grunhiu quando ela mudou de assunto e se forçou a sentar. "Você o enviou despreparado..." ela murmurou, segurando a cabeça em suas mãos.

"Eu tenho fé nas habilidades de Remus," Dumbledore admitiu, movimentando a varinha sobre a cabeça de Mia, presumidamente aumentando o Tacere Veritas.

"Eu não disse que Remus está despreparado," Mia encarou o antigo Diretor. "Você estava despreparado. Você não faz ideia do perigo que o colocou," ela balançou a cabeça que ainda doía. "Você não sabe nada sobre os Packs de Lobisomens. Ele vai ser atacado. Ele vem sendo atacado e é por isso que vocês perderam contato com ele.

"Nós esperávamos que ele tivesse que passar por uma provação física para provar que era digno de se juntar ao Pack, temporariamente pelo menos," admitiu Dumbledore. "Uma vez infiltrado adequadamente, Remus pode reunir as informações necessárias e retornar para nós. O Pack que nós o enviamos não é o de Greyback, e, portanto, ele não terá vontade de servir permanentemente o atual Alfa."

"Ele não pode se unir a outro Pack!" Mia gritou. "Você não entende?! Remus é um Alfa!"

Embora ele não tenha parecido reagir às suas palavras, Mia podia dizer que o brilho em seus olhos pareceu desaparecer um pouco com sua declaração. "Ele é um Alfa?" Dumbledore perguntou.

"Sim! Remus tem seu próprio Pack," ela disse e se levantou. "O que significa que se ele entrar em outro Pack, eles sentirão o cheiro dele e, ao invés de terem a chance de se mostrarem dignos de se juntarem a ele, ele provavelmente terá sido desafiado pelo Alfa atual, cercado por todo um pack de lobisomens que podem ou não estar associados a Voldemort!" A bruxa gritou e as paredes realmente tremiam com sua raiva.

A porta do pequeno quarto de hóspedes se abriu e apareceu Alastor Moody, seguido de perto por Edgar Bones, Sirius, Frank e Alice. "Albus? Precisamos ter outro bate-papo sobre a idade apropriada para entrada na Ordem?" O velho Auror disse enquanto olhava para a parte de trás da cabeça de Mia, a varinha apontada para ela.

"Tenho medo, Alastor," disse Albus enquanto se movia para ficar de pé. "Que cometemos um grave erro," o velho mago se afastou de Mia e caminhou em direção ao Auror, que ainda tinha uma varinha defensiva colocada sobre a jovem bruxa. "O jovem Sr. Lupin deve ser extraído imediatamente, não espere por nada," insistiu Dumbledore.

"Esse não era o plano, Albus," Alastor rosnou.

"Novas informações chegaram a mim," Dumbledore falou suavemente. "Estou ciente de que muitas vidas serão perdidas nesta guerra, mas não permitirei que isso aconteça desnecessariamente. A partir de agora, a vida de Remus é de extrema importância."

"Não era antes?" Sirius rosnou da porta, seus olhos cinzentos fixados no mago.

"Encontre Remus," Dumbledore ordenou a Moody, ignorando o comentário de Sirius. "Da próxima vez estaremos... preparados," disse o diretor, seus olhos azuis se voltaram para entrar em contato com Mia.

Próxima vez.

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16 de outubro, 1978

Beco Diagonal, 93 – Residência de Sirius Black, Mia Potter e Remus Lupin

Sete semanas.

Remus estava desaparecido há sete semanas.

O pack de lobisomens que ele tinha sido enviado para se infiltrar estava em movimento desde uma semana antes de Remus perder o contato com o Moody e rastreá-los novamente estava se mostrando difícil. Não só porque o pack era excepcionalmente grande, mas também estavam sendo divididos em grupos menores durante o movimento de um condado para outro, sempre sob a cobertura da escuridão, geralmente Desiludido e sempre violento quando era confrontado. Tinha sido bom timming que quando os Aurores finalmente alcançaram um dos grupos menores que não tinha sido uma lua cheia, já que três Aurores foram enviados para o St. Mungo com corpos arranhados que - pelo que Sirius descreveu - deve ter sido parecido como Bill Weasley após a Batalha da Torre de Astronomia. Por sorte, até agora, ninguém havia sido infectado.

Infelizmente, eles ainda tinham que localizar Remus.

Nas primeiras semanas, Mia tentou seguir em frente. Proibida de trabalhar diretamente na missão da Ordem, Mia voltou ao trabalho no Ministério onde tentou se distrair com o trabalho e, quando isso não ajudou, ela tentou ajudar secretamente com a volta de Remus. No entanto, faltava conhecimento sobre a missão de Remus e os detalhes sobre o pack específico ao qual ele havia sido enviado limitavam bastante sua capacidade de ajudar de qualquer maneira.

Quando ela ameaçou se transformar na forma Animaga e simplesmente procurar o lobisomem desaparecido, Sirius precisou pedir que ela tirasse uma licença temporária no trabalho e partiu para o apartamento com Lily para vigiá-la.

Sirius atravessou o Flu no apartamento acima do número 93 e encontrou com uma ruiva preocupada. "Quão ruim?" O mago de cabelos negros perguntou imediatamente, parecendo além da exaustão.

Apesar de estar pessoalmente ligado a Remus, Sirius insistiu em se envolver no caso em relação ao amigo desaparecido. Devido ao fato de ser assunto da Ordem, Moody permitiu, mas ainda exigiu que o trabalho de Sirius como um Auror fosse cumprido com padrões adequados além do trabalho da Ordem. Se ele tivesse conhecimento da situação, graças a sua posição, Sirius teria se arrependido de se tornar um Auror no meio de uma guerra maldita.

"Eu não sei," Lily admitiu triste. "Não consigo me comunicar com ela."

"Não consegue..." Sirius levantou uma sobrancelha confusa até que um pensamento o atingiu e ele suspirou. "Lua cheia," ele assentiu. "Ela está assim há quanto tempo?" Ele perguntou preocupado.

Lily acenou com a cabeça. "Desde que você saiu de manhã," ela admitiu, "Devo me preocupar com James?" A ruiva perguntou. "Vou encontrá-lo em casa, na cama, ou em algum lugar da floresta?"

"Se ele não estiver no Chalé Potter, mande um Patronus e mande ele levar a galhada dele para casa," Sirius instruiu a bruxa, passando uma mão pelos cabelos longos e negros, enquanto tirava as vestes de Auror e as jogava no sofá, não cuidando muito de onde eles pousaram ou em qual condição.

"Alguém... alguém pensou em fazer o mesmo com Remus?" Lily perguntou. "Se nós conseguimos nos comunicar através dos Patronus, talvez ele consiga mandar um de volta?" Ela franziu o cenho. Enquanto Mia tomou a ausência de Remus do modo mais difícil, sendo tão perto quanto era do lobisomem, Sirius e James estavam lidando com a situação, seguidos logo atrás por Lily, que se sentia indefesa para confortar seus amigos enquanto se preocupava com a parte perdida da sua família.

Sirius balançou a cabeça. "Como nós realmente não sabemos o que está acontecendo com o Remus, se enviássemos um Patronus, poderíamos realmente colocá-lo em perigo, caso ele tenha conseguido realmente se infiltrar no pack," explicou.

"Alguma nova?" Lily perguntou.

"Não até amanhã," ele disse, balançando a cabeça derrotado. "Com a lua cheia hoje, provavelmente vão ter relatos amanhã. Vamos para onde quer que os relatórios nos conduzam," disse ele, repetindo as palavras que Edgar havia dito antes naquela noite, quando Sirius insistiu em tentar encontrar o pack durante suas transformações, apesar do risco insano envolvido. A verdade era que as pessoas envolvidas que poderiam ser confiáveis para ajudar a rastrear os lobos eram escassas e o departamento de Auror já estava drenado.

Ainda havia três grupos separados do pack principal e não havia membros suficientes de Aurores e da Ordem para cobrir cada grupo, mantendo um baixo risco. Um grupo tinha sido visto exatamente ao sul de Suffolk, outro perto da floresta de Avon em Somerset, e os últimos rumores estavam em torno de Cumbria.

"Tem comida na cozinha," disse Lily enquanto se inclinava para envolver seus braços ao redor do jovem Auror, puxando-o para um abraço apertado. "Eu coloquei um feitiço para não apodrecerem. Também é o suficiente para Mia. Não consegui convencê-la a comer nada," explicou enquanto o soltava.

"Obrigado, Lils," Sirius ofereceu um pequeno sorriso e observou a ruiva desaparecer no Flu.

O Animago suspirou e se encaminhou até o corredor, parando em frente ao quarto de Remus, sabendo que não tinha porque procurar no resto do flat. Ele lentamente girou a maçaneta da porte e olhou dentro, encontrando exatamente o que esperava. No meio da cama de Remus estava deitada uma raposa adormecida. As orelhas vermelhas se contraíram ao som de passos e pequenos olhos de âmbar se abriram para olhar para o rosto do bruxo na entrada, mas não fez nenhum outro movimento.

"Oi, amor," Sirius sorriu triste para a pequena raposa e, então, sem nenhum aviso se transformou também. Os longos cabelos negros se transformaram em um pelo macio e Padfoot saltou suavemente para a grande cama, girando uma vez em um círculo antes de se deitar atrás da criatura menor. Ele respirou no rosto dela e escondeu o próprio rosto debaixo dela, permitindo que a pequena raposa descansasse sua pequena cabeça no grande focinho de Padfoot.