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Capítulo Noventa
Fogo e Cinzas
31 de Dezembro, 1978
377,670 Grãos de Areia Restantes
Mia nem havia pensado no Ano Novo até que Lily lhe perguntou quais seriam suas resoluções. Ela pensou sobre as potenciais resoluções para aqueles que amava: Sirius, que bebia e fumava demais, Remus, que se tornara um colecionador com seu chocolate ultimamente, e James, que tinha ganho alguns quilos devido à falta de Quadribol. Até mesmo Lily estava resolvendo tentar reatar seu relacionamento com a irmã na tentativa de ficar ligada ao único parente vivo de sangue e raízes trouxas.
Qual era a única coisa em que Mia sentia que precisava focar?
Viva a sua vida. Aproveite a sua vida.
Estava se tornando cada vez mais difícil cada dia e, embora ela tivesse desistido de tentar mudar o passado para alterar o futuro, Mia não podia deixar de se concentrar nos anos que se aproximavam, deixando a sensação de desamparo assolá-la. Ela havia pensado nisso logicamente, refez os cálculos da Aritmância e relia a carta de Remus com frequência para tentar convencer-se de que estava fazendo a coisa certa tentando seguir em frente.
Uma grande parte dela precisava de um último lembrete. Ela precisava de alguém para lhe dizer que o que ela estava fazendo - ou não fazendo - era, de fato, a coisa certa.
Então ela reuniu sua coragem Grifinória e aparatou para Ottery St Catchpole. Em vez de dirigir-se pelo caminho familiar até a Toca, ela se dirigiu para a casa que parecia uma torre - apropriadamente nomeada devido à sua semelhança com a peça de xadrez.
Quando ela se aproximou da casa de aparência estranha, um sorriso suave cruzou seu rosto quando ela foi recebida do lado de fora por sua amiga. O cabelo loiro claro da bruxa agora ia até a cintura e Mia riu ao notar que dentes-de-leão tinham sido entrelaçados na trança.
"Olá, Mia Potter."
"Olá, Pandora Maestro. Mas imagino que seja Pandora Lovegood agora, não?"
Pandora assentiu pensativamente e, em seguida, em vez de convidar Mia para um chá como a maioria dos protocolos sociais pedia, ela se sentou no gramado em frente à casa e soltou o avental que estava segurando. Algumas maçãs pequenas caíram no chão; ela limpou uma no pano do avental e ofereceu a Mia com um sorriso.
"Sinto muito que você não tenha sido convidada para o casamento. Mas o pequeno pedaço de floresta em que estávamos ligados era bem pequeno. Um círculo perfeito, na verdade. Bastante raro encontrar um na floresta naturalmente, e nós não perturbar a área ao torná-lo maior. Além disso, estávamos nus. Tradições, veja sabe. Eu não sabia quantos amigos seguiam as velhas maneiras de fazer as coisas."
Mia sorriu, imaginando como ela teria reagido anos atrás, se Luna dissesse algo parecido para ela. Ela - ou bem, Hermione - provavelmente teria corado furiosamente, nervosamente fazendo perguntas a Luna para tentar descobrir se a amiga estava ou não sendo pressionado por costumes puro-sangue, leis arcaicas e um noivo potencialmente depravado. Sendo criada por Dorea Potter, no entanto, Mia aprendera os "velhos modos" aos quais Pandora se referia e os achava bonitos e infundidos com magias antigas que ela ansiosamente queria explorar. Ela, no entanto, queria ver o rosto de Lily quando lhe dissesse que Pandora havia casado nua.
"Você não precisa se desculpar. Estou muito feliz por vocês dois. Para constar, eu teria adorado participar. Embora, trazer Sirius como meu par talvez tivesse feito as coisas ficarem estranhas." Mia riu com o pensamento.
Pandora levantou uma pálida sobrancelha. "Ah? Eu pensei que ele tivesse sido criado nas antigas tradições."
Mia assentiu com a cabeça, mas depois explicou. "As tradições de sangue puro nem sempre são iguais às antigas tradições. Além disso, ele é um pouco rebelde quando se trata de seguir as diretrizes de sua juventude."
Pandora sorriu pensativa. "Sim, ele é. Eu suponho que é por isso que vocês se encaixam tão bem juntos." Ela deu uma mordida na pequena maçã verde em suas mãos. Ela encolheu os ombros e, com a boca cheia, murmurou: "Bem, isso e o Vínculo de Alma."
"Claro que você sabia." Mia balançou a cabeça e então franziu o cenho quando um pensamento cruzou sua mente. "Quanto você sabe?"
Pandora ficou em silêncio por um momento, terminando sua mordida antes de falar novamente. "Eu sei mais do que você pode dizer. É muito triste ser silenciada. Infelizmente o Professor Dumbledore acha difícil acreditar completamente no destino e na escolha pessoal ao mesmo tempo. Você não pode acreditar piamente em destino para acabar não confiando que tudo funcione no final, sabe."
"Eu não estou fazendo o mesmo?" Mia perguntou.
"O Professor Dumbledore quer acreditar que está fazendo a coisa certa pelas razões certas, mas seu coração está mentindo para ele. É mais egoísta do que a mente dele diz. Você está sofrendo mais do que ele porque suas feridas ainda estão abertas. Eu sinto mais simpatia por você do que por ele."
Mia não tinha certeza de como se sentia sobre alguém sentindo simpatia por ela.
"Você é um vidente, Pandora?" Ela deixou escapar a pergunta, indo direto ao ponto de sua visita. Ela sentiu que já sabia a resposta, mas ao mesmo tempo, Luna nunca tinha sido clara sobre o assunto também. Apesar das muitas maneiras que ela mudou ao longo dos anos, Mia tinha um impasse quando se tratava de Adivinhação. No entanto, não havia como negar que Luna tinha sido o dom e, claramente, sua mãe também.
"Eu pensei que você não acreditasse em Adivinhação," Pandora disse com um sorriso conhecedor.
Mia suspirou irritada; ela podia apenas ouvir a voz de Ron em sua cabeça, a provocando por isso. "Eu tenho dificuldade em acreditar nas folhas de chá e nos diários de sonhos," ela especificou, pensando em Sybil Trelawney e no efeito que a mulher tinha sobre Lavender e Parvati. "Mas há algumas mágicas que não posso negar. Vínculos, por exemplo, e... traços..." Ela começou, gesticulando para Pandora e se perguntando se a bruxa tinha previsto seu próprio futuro. Sua filha. Sua morte.
"Traços que podem ser passados de mãe para filha?" Pandora perguntou com um sorriso, inconscientemente torcendo a haste da maçã no sentido horário e depois anti-horário. Mia se perguntou se havia um padrão. "Você sabia que minha mãe era uma vidente? Ela morreu quando eu tinha nove anos. Um acidente trágico, na verdade. Minha avó morreu da mesma forma."
Mia franziu as sobrancelhas ao recordar de uma história comparável que Luna tinha contado. Ela pensou em quantas gerações dessas bruxas brilhantes haviam sofrendo - crescendo sem suas mães. O pensamento deixou uma dor aguda em seu peito, lembrando-a do quanto ela sentia falta de Dorea.
"É isso que desencadeia? Testemunhando a morte? Sua Visão?"
A loira assentiu.
"Pandora." Mia suspirou, se sentindo drenada e derrotada. "E se sua mãe não tivesse que morrer?"
"Mas ela morreu," Pandora respondeu, sem se abalar com a pergunta. "Ninguém vive para sempre."
"Mas... e se ela não tivesse que morrer quando você tinha nove anos?"
Pandora simplesmente deu de ombros. "Então ela teria morrido quando eu tivesse dez ou cinquenta, talvez setenta e quatro anos e meio. Morrer quando tinha nove anos não a fez menos minha mãe."
"Não, mas..." Mia começou, já sentindo a familiar frustração que ela sentia quando conversava com Luna. "Mas você a teria por mais tempo."
"Ou não," Pandora rebateu. "Talvez se ela não tivesse morrido quando eu tinha nove anos, ela teria sido sequestrada por fadas. Criaturas travessas, na verdade," a bruxa disse com um sorriso como se não estivessem falando sobre a morte de sua mãe. Apenas quando Mia foi pressionada a interpor outro argumento, sua amiga acrescentou, "Ou ela poderia ter sido assassinada por Comensais da Morte."
As palavras sugaram o ar dos pulmões de Mia, tão fortemente que ela colocou a mão no peito. Ela pensou na postura de sua mãe em mudar o futuro. Enquanto suas palavras não eram as mesmas, os significados de Dorea e Pandora eram semelhantes. Sua mãe tinha sido firme sobre seus sentimentos em relação ao futuro. Dizendo que a morte sempre levaria algo se tal algo fosse tirado dela. A aconselhando que, se Mia impedisse uma passagem trágica, mas indolor, a Morte poderia facilmente reclamar a mesma pessoa, apenas para fazê-la sofrer no final.
A voz de Pandora a tirou de seu reflexo silencioso. "Você sabia que nem todo mundo pode ver os Trestálios? Não a menos que eles tenham visto a morte."
Mia assentiu, se lembrando da primeira vez em que tinha visto o animal. "Quando você viu a morte, você começou a ver mais do que apenas os Testrálios, não é? Você pode... você pode ver o futuro?"
"Você não se lembra?" Pandora perguntou, confirmando o fato de que ela sabia de onde e de quando Mia era, pelo menos vagamente. "Você deve beber suco feito de penas de jobberknoll. A menos que tenha ingerido o veneno Swooping Evil. Eu não sei a cura para isso."
Mia franziu o cenho. "Minha memória está, infelizmente, intacta."
"Então você veio até mim para ser a sua consciência?" Pandora perguntou, um sorriso enorme no rosto ao pensar na nova função. "Eu nunca fui uma consciência antes. Você vai me falar se eu estiver indo bem, certo?"
Mia se forçou a não revirar os olhos. "Posso mudar alguma coisa?"
Pandora aparentemente ignorou a pergunta, algo que teria irritado Mia há muito tempo, mas agora ela entendia que sua amiga havia escutado a pergunta e estava, de fato, respondendo na sua estranha maneira.
"Fênix são criaturas bonitas, não concorda? Pequenos filhotes nascem do fogo e da cinza apenas para crescer e morrer no fogo e na cinza, e então renascer no fogo e na cinza. Fênix mudam constantemente."
"Sim, mas elas não morrem."
"Não?" A loira inclinou a cabeça para o lado, parecendo a própria criatura confusa. Seus grandes olhos só ajudaram na comparação. A imagem perfeita da inocência. "Eu não sei se eu poderia explodir em chamas e sobreviver. Voltar, talvez, eu nunca tentei antes. Mas as fênix podem fazer isso. Criaturas maravilhosas. Elas crescem e mudam."
"Elas sofrem quando queimam. E se uma fênix não tivesse que queimar?"
E se ela pudesse mudar o futuro? E se ela realmente, realmente tentasse? Isso funcionaria? Ela sabia a carta do futuro Remus de cor. Ela sabia o que Dorea havia dito a ela, o que Dumbledore continuava a lembrá-la. Ela fizera os cálculos sozinha. Ela sabia o resultado. Mas Mia também era humilde o suficiente para admitir que não conhecia todas as áreas da magia. Certamente, tinha que haver algum tipo de... milagre guardado em algum lugar?
Pandora colocou a mão em seu braço, tirando Mia de seus pensamentos. "Então ela não renasceria. A fênix morreria e ficaria morta."
"Tudo morre," Mia argumentou.
"E tudo muda. Morte não significa o fim."
"Nem todos podem ser uma fênix."
"Não," Pandora concordou. "Mas há sempre um renascimento."
Mia assentiu em compreensão. Harry era a prova de que havia renascimento no mundo e não apenas no modo de "voltar dos mortos" que ele parecia ser excelente, para sua ansiedade. Harry era James e Lily, mas também era ele mesmo. O futuro foi um reflexo do passado misturado com a progressão em direção a um mundo melhor. Ela se sentia egoísta por querer mudar o bem que o futuro reservava, tudo para evitar a dor do passado. Mas era a dor de James? A dor de Lily? Ou ela estava tentando evitar sua própria dor?
"O sofrimento é realmente necessário? Não pode haver renascimento sem queimar? Sem o fogo?"
Os olhos de Pandora se iluminaram como se de repente ela tivesse algo excitante para compartilhar. Ela pegou as mãos de Mia. "O fogo não é algo para se temer. Ele limpa melhor do que a água, sabia? E as cinzas podem ser muito benéficas. As cinzas dão vida às fênix. E olha como elas são fortes. Elas podem carregar cargas pesadas, suas lágrimas podem curar as feridas mais fatais, e sua música dá coragem aos bons e atinge o medo no coração do mal. Teríamos essa música sem o fogo? Sem o fogo e as cinzas?"
Mia sentiu lágrimas se formando e fez o melhor que pôde para impedi-las de cair. Ela não sabia se essa visita tinha sido uma decisão sábia - se as palavras de Pandora estavam ajudando. Ela não podia mudar o futuro. Ela não podia mudar nada. Ela se sentia impotente e sem esperança e completamente incapaz de fazer diferença em qualquer coisa.
"Eu queria ser uma fênix," Mia confessou triste, deixando as lágrimas escorrerem pelas bochechas. "Então eu poderia curar todas as feridas do mundo."
Pandora se inclinou para frente e afetuosamente tocou a bochecha de Mia, um sorriso doce em seu rosto. "A fênix não pode se impedir de queimar," ela sussurrou como se fosse um segredo - ou talvez porque era sagrado. "Ele sempre vai queimar. Se não queimar no domingo, vai queimar na terça, ou quinta-feira se preferir. Mas sempre vai queimar e depois ressuscitar, renascer das cinzas. Não importa o quão doloroso seja o fogo, ainda canta para quem precisa."
Com um último resquício de esperança em mudar o futuro, Mia se inclinou para frente e soluçou. Pandora envolveu-a com os braços e abraçou-a com força, balançando-a para a frente e para trás enquanto ela chorava.
"Você não é a lágrima da fênix, Mia Potter. Não percebe? Você é a música."
oOoOoOo
377,476 Grãos de Areia Restantes
"Porque eu não quero!"
Mia saiu da lareira, tendo usado o Flu de Pandora para chegar em casa, onde encontrou seu namorado e seu melhor amigo se encarando no meio da sala de estar. Sirius parecia confuso e irritado. Remus parecia irritado e desesperado. Ela examinou a situação, tomando nota de que cada um deles se virou para olhar para ela, Remus parecendo de repente envergonhado com a intrusão.
Sirius, por outro lado, estava claramente feliz em vê-la e correu para o lado dela, puxando-a para um beijo ardente que a pegou desprevenida. Quando ele finalmente a soltou, ele sorriu. "Gatinha, diz para o Remus que ele está sendo ridículo e deveria comemorar o Ano Novo com a gente."
"Remus, você está sendo ridículo e deveria comemorar o Ano Novo com a gente," ela disse com um sorriso. "O que vamos fazer, a propósito? Eu pensei que você tinha um plano que envolvia começar 1979 da mesma forma que queria terminar. Sua lista de compras incluía calda de chocolate, chantilly e óleo."
"Na verdade era óleo para a moto," Sirius admitiu com um sorriso. "A não ser que –"
"Sirius," ela disse pegando o rosto dele. "Tente focar."
"Certo. Prongs e Lily vão para aquela festa na casa do Frank e da Alice..." ele a lembrou.
Mia assentiu pensativamente, lembrando-se dos convites que Alice havia enviado semanas atrás para um jantar para casais apenas. Ela teria concordado em ir até que Sirius descobriu que era trajes formais e decidiu reclamar por uma boa hora antes que ela concordasse que eles poderiam fazer outra coisa para o Ano Novo.
"Então, eu estava procurando por algo para nós três fazermos," Sirius disse apontando para Remus, que fez uma careta em resposta.
"O que é desnecessário. Eu não sou uma criança que você precisa armar um encontrinho."
Mia franziu a testa para o olhar amargo no rosto de Remus - para não mencionar seu tom, que ela não estava gostando nada - imaginando o que na terra poderia ter acontecido para deixá-lo em tal humor. Ainda faltavam quinze dias para a próxima lua cheia.
"Então, quais são os planos?" Ela perguntou de novo.
"Andromeda nos convidou para a casa dela," Sirius respondeu. "Eu pensei que seria legal estar com a família e tal."
Mia suspirou finalmente compreendendo, não precisando ver o olhar no rosto de Remus para entender porque ele se recusava a comparecer. No entanto, ela olhou na direção dele e se deparou com os lábios dele formando uma linha rígida de frustração e um olhar fixo que implorava para que ela o ajudasse a sair dessa situação. De repente, a menção de Remus de um "encontrinho" era dolorosa e ironicamente precisa.
"Não sei qual é a porra do problema dele," Sirius soltou. "Tudo o que eu disse foi 'vamos para a minha prima' e o idiota perdeu a cabeça."
"Não fala como se eu não estivesse parado bem aqui," Remus rosnou. "Só porque eu não quero ir para a casa da sua prima, não quer dizer que eu tenha algo contra você, Pads."
"O que você faria se não fosse para lá?" Sirius perguntou enfurecido. "Ficar sentado sentindo pena de si mesmo?"
"Vou fazer o que diabos eu quiser!" Remus gritou. "Apenas... merda. Você não pode deixar isso para lá?"
"Remus, você nos dá licença?" Mia perguntou, interrompendo a briga que nenhum dos dois parecia inteligente o suficiente para tornar interessante com seus temperamentos tão alterados. Remus assentiu bruscamente antes de pegar sua capa de inverno e desaparecer pela porta, presumivelmente para não retornar até a manhã seguinte. Mia ficou triste ao saber que seu melhor amigo provavelmente passaria o Ano Novo com uma cerveja na mão no Caldeirão Furado, sozinho.
"Não sei qual é o problema dele," Sirius murmurou quando a porta bateu. "Idiota."
"Amor." Ela o beijou docemente. "Eu sei que você está apenas se preocupando com ele, mas talvez seja difícil para ele estar com a gente e sua família. Uma coisa é ele passar o feriado conosco, James e Lily, mas outra é ficar com nós dois e a sua família. Pode ser um lembrete cruel que ele não tem uma."
Sirius ficou obviamente ofendido com a sugestão. "Nós somos a família dele. A minha família é a família dele."
Ela sorriu com a declaração dele, sabendo que Sirius não tinha ideia do quão certo ele realmente estava. "Eu sei disso, mas mesmo que isso não seja o problema dele, o fato é que é Ano Novo. Quando o relógio bater meia-noite, o que você e eu faremos?"
Sirius assentiu, entendendo onde ela queria chegar. "Transar."
"Beijar," ela o corrigiu. "Eu me recuso a transar na casa da sua prima. Para de ser esquisito."
"Moony poderia levar alguém," Sirius disse, ignorando-a. "Assim ele teria alguém para beijar no final da noite. Ele poderia levar Mary. Talvez incomodasse Peter, mas—"
Encolhendo-se, Mia sentiu seus pelos do braço arrepiarem. Ela se arrependia de não ter se esforçado mais para manter Sirius e Peter longe um do outro. James, infelizmente, era todo amizade e lealdade e tinha feito o seu melhor para consertar as coisas entre os Marotos.
"Peter precisa se afastar de Mary. Ela nunca teve interesse nele em Hogwarts e, além disso, ela quer que ele pare de sentar do lado dela nas reuniões da Ordem."
"Ah, dá um desconto para ele," Sirius disse rindo. "É difícil para um cara superar a primeira paixãozinho. Além disso, Mary é melhor que aquela Sonserina que ele estava namorando."
"Claro que ela é melhor. Mary é maravilhosa, por isso mesmo que ela merece alguém melhor que ele, que fica respirando em cima dela durante as reuniões quando deveria estar prestando atenção no que é falado."
Fazendo careta, Sirius assentiu. "Ponto justo. Vou conversar com o rapaz. Talvez se juntarmos Mary com Remus..."
"Eu realmente não acho que Remus quer levar um encontro para a casa de sua prima e beijá-la na frente de... todo mundo," ela o interrompeu. "Eu sei que você quer ver sua família, mas eu estava pensando que, agora que Remus provavelmente foi embora e só deve voltar de manhã... Nós temos o apartamento inteiro para nós dois."
"Como se o fato de ter companhia já tivesse nos atrapalhado," Sirius respondeu com a voz rouca. Ele avançou e a agarrou pela cintura, a jogando por cima do ombro esquerdo com uma risada antes de levá-la para o quarto.
Mia riu, sentindo-se vitoriosa em distraí-lo. "E quanto a Andromeda?"
"Ela vai superar isso. Eu mando uma coruja mais tarde." Ele bateu na bunda dela com a palma da mão aberta. "Eu decidi terminar 1978 com um estrondo."
Eles não andaram mais do que alguns metros antes que Sirius lembrasse que eles estavam agora sozinhos no apartamento, sem Remus para acidentalmente flagrar o casal. Em um movimento rápido, ele a puxou para baixo e antes que seus pés tivessem a chance de tocar o chão, ele a prendeu contra a parede, as mãos segurando sua bunda com força.
Mia riu e envolveu as pernas ao redor da cintura dele, deixando escapar um pequeno suspiro enquanto ele devorava seu pescoço com lábios deliciosos.
"Já faz algum tempo desde que fizemos assim." Ela gemeu quando ele pressionou contra ela com mais força, e ela recordou dos momentos de adolescência rebelde no corredor do quinto andar de Hogwarts que foram eventualmente seguidos por imitações em casa. Quando a mão dele foi para outro lugar, ela deu um grito e fechou as mãos no cabelo dele. "Sirius, se você me deixar de novo..."
"Foi uma vez. E foi sua culpa. Você cravou seu calcanhar nas minhas costas. Ainda não estou totalmente certo de que aquele rim está funcionando direito," ele murmurou contra sua clavícula, mudando de posição para que suas mãos ficassem livres para tirar a blusa dela sem – como ela o avisara – a derrubar.
oOoOoOo
Horas depois, eles se aconchegaram em sua cama, Sirius observando Mia cochilar e acordar. Ele traçou as curvas suaves do rosto dela em adoração, mentalmente lembrando a si mesmo quão inacreditavelmente boa sua vida era, devido ao fato de que ela estava nela. Ele se inclinou para frente, roçando o nariz ao longo da curva do pescoço dela, inalando o doce aroma que o lembrava de uma tempestade.
Os olhos dela se abriram, e ela sorriu para ele, girando uma mecha de seu longo cabelo preto em torno de seu dedo e murmurando, "Sinto muito por não termos ido à festa."
"Eu não precisava de uma festa."
Ela riu sem acreditar. "Você não queria ficar bêbado de Firewhisky na véspera do Ano Novo?"
"Eu não preciso sempre de Firewhisky, sabia," ele disse antes de encostar bem de leve os lábios nos dela.
Ele fechou os olhos e a puxou em sua direção, envolvendo a garota em seus braços antes de aprofundar o beijo, bem quando os fogos de artifício começavam a explodir no céu do lado de fora do apartamento acima do Beco Diagonal.
Nem sempre preciso de álcool, Sirius pensou enquanto saboreava o gosto de sua bruxa. Seus lábios eram suaves, mas seus beijos eram abrasadores. A doçura de todos os seus gemidos e choramingos aquecia seus lábios e língua e queimava sua garganta, incendiando sua alma.
Ela tinha gosto de Firewhisky.
377,160 Grãos de Areia Restantes
N/A: meus queridos, que saudade de vocês!
Vocês não imaginam a minha felicidade depois de todo esse tempo ainda ter gente acompanhando a história, de verdade.
Sei nem o que falar, só agradecer de coração por vocês terem tanta paciência comigo hahaha
Aos que já terminaram de ler a história original em inglês, mas falaram que vão continuar lendo a tradução por aqui, vocês tem o meu eterno amor!
Vou tentar postar mais frequentemente a partir de agora, um beijo enorme!
