Enquanto, em MidValle as Danvers se divertiam com a aventura e a adrenalina de uma viagem no tempo,em Bluesprings, Nebraska as coisas eram diferentes. Uma pequena Maggie Swayer estava tendo um ataque de pânico por acordar na casa dos seus pais.

Aparentemente ela havia parado em um período que antecedeu sua expulsão. Seus pais ainda eram amorosos, sua colega de classe não conhecia seus sentimento e ela não havia sido abandonada por toda a sua família.

Com sua mente adulta, a detetive sabia que estava segura, que por seus pais desconhecerem sua sexualidade eles ainda lhe dariam carinho. Entretanto, não era como seu corpo respondia a toda aquela situação. Seu coração estava acelerado, sua garganta se fechando, suas mãos tremiam, ela chorava copiosamente, encolhida no canto do quarto sentia as paredes do quarto lhe apertando. Seus sentimentos se aproximavam do clima do lado de fora da janela. Imprevisivel e intenso, uma força da natureza difícil de ser vencida.

E assim continuou pelos próximos minutos que pareciam horas para a latina. O que lhe trouxe a realidade foi a necessidade de encontrar Alex. Pensar em sua namorada lhe acalmou, sabendo que estivesse no passado ou no futuro, sua namorada estava bem.

Alexandra Danvers era a pessoa mais durona que Maggie conhecia. Por seu amor, ela também seria durona e encontraria uma forma de voltar para os braços de sua amada.

Mais calma, se levantando a morena começou a examinar suas possibilidades e qual seria seu plano de ação. Poderia ficar e deixar as coisas seguirem seu curso mas não queria passar pela dor toda novamente. Poderia não fazer nada ou poderia ir atrás de seus amigos, não seria fácil mas era a maior chance de voltar pra sua namorada.

Com esse pensamento Maggie saiu do quarto, ficando aliviada ao descobrir que estava sozinha na casa. E iniciou seu plano para descobrir o paradeiro de seus amigos. Passo um? Achar uma lista telefônica e um jeito de pagar uma ligação interestadual.

Enquanto isso em Boston, Lucy se encontrou em uma posição interessante, dentro de um carro. Se perguntassem a ela, com certeza negaria até a morte mas sim até os 17 anos o pai sempre a levou em suas aulas de dança. Com toda certeza, se a major não tivesse feito direito e ido para o exército, ela seria uma grande dançarina.

E foi assim, a caminho do mais velho e mais famoso estúdio de dança de Boston, o tão conhecido Mister Dominique Parvoa, que Lucy acordou. Em primeiro momento ela se assustou e por diversos motivos.

Estar em um carro em movimento, já a lembrou de um sequestro que ocorreu em uma missão no Afeganistão. Estar com seu pai em um carro, a assustou pois faz tempo que ela não falava com seu pai.O local também a assustou, faz mais de 7 anos que ela não ia para aquela cidade. E a característica mais gritante, ela estava com 14 anos de idade.

Após o choque, a morena se lembrou do acontecimento mais cedo naquele dia, com a quebra da ampulheta. Foi naquele instante que ela percebeu que havia viajado ao passado. Descobrindo aqui, imediatamente ela começou a pensar em uma forma de voltar ao seu futuro ou presente, Lucy ainda estava muito confusa em relação ao termo correto. No final nada disso importava além que ela deveria voltar para a sua casa.

Samuel Lane, o general e pai da Major decidiu que aquele era o melhor momento pra falar.

_Luce, está tudo bem? Está tão calada. Isso tem haver com a carta de sua irmã? Está decidindo o que vai dar de presente pra ela? Lois é um orgulho né? Dá pra imaginar ter uma irmã que faz coisas tão maravilhosas como ganhar esse prêmio de jornalismo? Enquanto isso você fica fazendo essas dança… Não que isso seja ruim só que né, é diferente. Sua irmã faz algo útil enquanto você pratica apenas um passa tempo.

Aquilo doeu. A essa altura ela já deveria estar vacinada contra as alfinetadas mas não, ouvir seu pai dizendo essas coisas ainda a machucava. Foi por isso que ela entrou no exército, para ter a aprovação do pai, para ser vista como um ser humano e não apenas a Lois que não deu certo.

Se ela realmente tivesse quatorze anos isso poderia ser motivo para que lágrimas solitárias caíssem de seus olhos que logo ela limparia para que seu pai não a questionasse. Mas não hoje, apesar de seu corpo, Lucy ainda era uma mulher adulta então engoliu aquilo pois sabia que coisas piores iriam vir em seu futuro durante o tempo em que vivesse com seu pai.

No momento que o carro parou em frente o estúdio, a morena praticamente pulou do carro levando sua mochila. Sem nem mesmo olhar pra trás ela adentrou no prédio. Não que ela estivesse morrendo de saudade das aulas que lá teve, sim ela sentia falta da liberdade daquele local, mas não era o foco dela nesse momento e sim o computador que havia na biblioteca de la.

Nos seus anos de adolescência, nos 6 meses que morou em Boston, Lucy amava usar aquele computador para pesquisar as diferentes danças e seus significados pelo mundo. Desta vez porém, não era a dança que lhe interessava. Abrindo o navegador de internet, ela procurava por passagens de ônibus. Se ela iria para o outro lado do país, queria pelo menos saber quanto teria que retirar das economias que guardava embaixo da cama.

Seu destino já pairava em sua mente, MidValle, Califórnia. O lar do surf, casas com cercas brancas e a sua tão querida e destrutiva dupla de Danvers. Pensando em suas amigas, o lampejo de esperança que havia nascido logo se apagou. Mesmo que encontrasse Kara e Alex, ainda havia duas pessoas a serem pegas. E ambas viviam em situações de risco naquela época, Maggie com seus pais homofóbicos e Winn com seu pai psicopata.

Sinceramente, quando voltassem a seu tempo, a major faria questão de pagar terapia para se mesma e todos os seus amigos. Como um grupo tão diverso poderia ter em comum logo o trauma parental?

Kara foi lançada por seus pais com 13 anos com a missão de criar um bebê em um planeta completamente desconhecido onde nem mesmo a língua ela sabia, por isso que a garota é tão apegada aos amigos e tem problemas de abandono.

Alex havia perdido o pai e sua mãe lhe atribuiu a responsabilidade de tudo que ocorria na vida de uma desconhecida alienígena, não era incomum seus problemas de confiança e tendências destrutivas.

Lucy mesma em questão, perdão a mãe tão cedo que nem mesmo de seu rosto lembrava além do pai que sempre a irmã num pedestal em detrimento de tudo que a morena fazia. Consequência? Lucy passou boa parte da vida fazendo tudo o que o pai desejasse buscando a aprovação dele.

Maggie foi praticamente apagada da família é tratada como um cão vadio o qual você chuta para longe, era compreensível seu desejo de lutar até a morte se necessário para defender as minorias.

E Winn, pobre Winslow, foi abandonado pela mãe e viu seu maravilhoso pai se tornar um psicopata que mata pessoas usando brinquedos.

Definitivamente Lucy iria pagar essas sessões de terapia para seus amigos. Principalmente imaginando o número de gatilhos que a tentativa de voltar pra casa iria resultar.

Saindoo de seus devaneios, Lucy se levantou da cadeira e saiu do prédio. Agora era o momento de usar a identidade falsa que tinha na adolescência para algo útil além de ver filmes de alta classificação indicativa. Era hora de buscar seus amigos e voltar para o tempo onde ele poderia beber seu Bourbon sem que lhe pedissem nenhum documento.