As irmãs Danvers tinham um plano de ação mais prático que o resto de seus amigos. Ter uma alienígena que voa é uma grande vantagem. Alex organizou o sótão para que pudesse ser o alojamento e base de operações para voltar para casa. Enquanto isso Kara voava para Stockton cidade natal de Winn. Baseando-se em suas habilidades elas sabiam que o primeiro a ser trazido deveria ser o nerd, por conta do perigo que corria e sua inabilidade em lutas.
Se lembrando que dá última vez que voou por lá quando era adolescente o DOE a encontro, Kara teve que descobrir uma forma de voar por aí. Isso resultou no fim do papel alumínio da casa já que Alex embalou a irmã completamente para que durante o vôo fosse confundida com um balão meteorológico e conseguisse enganar os radares. Dando certo ou não, de uma coisa a Danvers mais velha tinha certeza, ela usaria a eternidade para rir e lembrar Kara daquela roupa.
E então Alex ficou sozinha, pela primeira vez desde que iniciaram aquela viagem louca, era apenas ela e seus pensamentos. Um silêncio e paz tão grande que logo foi quebrado pelo som do telefone tocando na sala. A tensão foi rápida em tomar a casa por completo. A agente estava a dois andares do telefone e enquanto andava escada a baixo se perguntava se realmente deveria atendê-lo.
De frente ao aparelho as possibilidades já lhe ocorriam: poderia ser simplesmente uma telemarketing oferecendo mais um pacote de serviços completamente inúteis que ninguém compra, poderia ser a escola ligando pois ambas as Danvers não apareceram as aulas ou pior poderia ser sua mãe ligando após receber a ligação da escola.
Não é que ela temesse sua mãe é que não haveria forma fácil de dizer para a mãe que não era sua filha adolescente mas sim a filha de 30 anos que havia voltado ao corpo e tempo de 14 anos graças a um apetrecho alienígena. Alex já podia sentir a enxaqueca chegando apesar disso atendeu o telefone pois não havia nada a perder. Se surpreendendo com a voz do outro lado da linha:
_Alo? Esse é o telefone da casa dos Danvers? É a amiga da Alex, Maggie.
Alex não sabia como e se queria guardar essa emoção. Claro que era uma versão mais infantilizada mas ela reconheceria a voz do amor da sua vida em qualquer lugar. E como ela se orgulhava da inteligência da sua namorada, dizendo que era amiga da Alex assim não causaria problemas caso alguém além das irmãs Danvers atendesse o telefone. Lembrando da distância e de quão caro poderia ser uma ligação interestadual tratou de responder tão rápido quanto seu cérebro lhe permitiria.
_Maggie? É você? Você está bem? Seus pais estão em casa? Viu algo de diferente enquanto esteve ai? Vou mandar Kara te buscar logo que ela voltar com o Winn. Eu sinto tanto sua falta, não sabe o quanto estava preocupada com você.
A risada que ela ouvir acalmou seu coração, se a detetive estava podendo rir então as coisas não estavam completamente perdidas. Assim como as palavras a seguir a fizeram ter certeza que a Terra poderia se partir ao meio mas se Maggie estivesse bem, seu mundo estava seguro.
_Vai com calma, Danvers. Sim, sou eu. Estou bem e inteira. Meus pais não estão em casa e nem meus irmãos. As coisas estão tão normais quanto posso me lembrar dessa época. Pode ir com calma, estou segura por enquanto. Ainda temos Lucy a encontrar, se é que a esse ponto ela já não roubou um tanque e está indo em direção a sua casa.
Com aquilo Alex podia concorda, Lucy era louca e deveria estar dando seus próprios pulos. A verdade era que todas as garotas de seu grupo eram fortes e capaz de cuidar de si mesma, a maior preocupação era realmente Winn. Ele tinha a péssima mania de se meter em confusões das quais não conseguia sair sem ajuda. Com aquilo em mente a conversa em seguida foi curta composta por juras de amor e recomendações para que se cuidasse enquanto a outra não estivesse lá para poder cuidar dela. Com um eu te amo e lhe vejo logo, a ligação terminou. Alex voltou para o sótão a organizar travesseiros para as camas improvisadas,tendo a certeza de deixar o travesseiro mais macio para sua doce latina.
Enquanto isso Kara voava cortando o estado da Califórnia em uma roupa que deixaria o homem de lata em Mágico de Oz com extrema inveja. E foi apenas quando pousou, ela pode parar para rir do quão ridícula e tola ela se parecia com aquele trage, definitivamente teria que pensar em um plano diferente para a volta para a casa. Do meio dos arbustos do parque onde desenrolava o papel que lhe cobria, a kriptoniana pode ver a mini versão de seu amigo. Talvez se fosse outra pessoa com ela naquela viagem poderia ser impossível reconhecer mas Winn não parecia ter mudado nada naqueles anos apenas cresceu. Era a mesma cara de bebê e o mesmo jeito de se portar quando frustrado. Ele estava na garagem, o portão erguido e aparentemente tentando e falhando em acoplar um motor a bicicleta.
Não perdendo a oportunidade de pregar uma peça no garoto, a loira caminhou em silêncio até atrás de Winn e em sua melhor imitação aos desenhos da Disney disse:
_Oi Phineas, o que estão fazendo?
O salto do moreno definitivamente valeu a pena e Kara se encontrou rindo como não fazia a um bom tempo. O abraço que eles se deram em seguida foi tão bom quanto o riso. Ter fotos de infância no apartamento foram de extrema ajuda para o jovem nerd conseguir reconhecer sua amiga.
_Kara, você está aqui tipo realmente aqui. Eu estava tentando colocar um motor na bicicleta exatamente para poder ir atrás de vocês. Mas um táxi kriptoniano definitivamente seria bem vindo.
Naquele momento Kara teve a ideia de como voltariam para casa usando da mídia a seu favor. E sorrindo falou:
_E aí, Winn. Está afim de fazer um cosplay? É uma forma de voltarmos pra casa em seguram.
Seu amigo concordou mas se o tivessem dito que ele sobrevoaria a Califórnia sentado na cestinha de uma bicicleta, coberto por um lençol e enquanto Kara a pedala, ele provavelmente teria dito não a aquela oportunidade de pagar mico. De algum forma sem explicação o plano de eles parecessem um balão que escapou entre os milhares da Comic Con de San Diego, deu certo.
Quando chegaram em MidValle, mais uma vez Schott percebeu que deveria ter dito não. Se Alex Danvers o dava medo, sua versão adolescente que poderia quebra-lo ao meio apenas com um olhar o dava ainda mais. Depois de dizer o quão imprudente eles foram em seu plano, Kara foi a guia de Winn pela casa enquanto sua irmã ia a cozinha preparar o jantar. O tuor estava sendo até que divertido quando do nada Kara o empurra para dentro do guarda-roupa, Eliza havia chegado mais cedo. Nunca Winn desejou tanto que um livro fosse real, ele realmente preferia ir a Nárnia do que mais tarde ter que sair do armário.
