Gato Vira-lata

O gato acordou.

Escrito por MrsEloi;

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Haruro Sakura;

Algum tempo antes.

" Sempre me considerei uma pessoa decidida, às vezes incerta, provém, minha vontade sempre dominava minhas decisões; mas os advérbios sempre e nunca, são variáveis e expressão uma infinidade de tempo no qual um mísero ser humano jamais seria capaz de acompanhar.

Porém, não podemos negar a essência de ser um humano, a ávida vontade de ser diferente, viver divergente e ultrapassar expectativas; existe um imensurável infinito entre uma diversidade coisa e outra – isto é, uma infinidade entre o cair e levantar e em cada um desses infinitos pode-se formar uma pequena história; pequena para mim, mas colossal para quem a viveu. A questão é que tudo nessa vida depende de um ponto no qual aguarda ansiosamente para ser olhado, no entanto, não significa relativamente que existe apenas uma opção para observar ou também, não quer dizer que o ponto olhado, respectivamente, seja o certo.

Um infinito não requer necessariamente ser inacabável para ser absoluto, basta ser vivido de maneira incalculável, para se tornar, o seu exclusivo infinito, com suas seletivas conquistas. "

Sakura inspirou fundo, olhando pela milionésima vez para o quadro estendido no seu novo consultório; aquelas palavras foram proferidas por ela em sua Colação de grau, outrora, além de exclusivamente pessoal, para ela, era agradável olhar aquele quadro, reler suas palavras, inspirar bem forte e se reconfortar, que finalmente havia alcançado seu objetivo.

" Fim, The end e acabou. Basta iniciar uma nova vida. " Pensou.

— Bom dia, Senhorita Haruno. Vejo que já se deu muito bem com sua sala. — Inuzuka Kiba entrou pela porta sem bater; particularmente, era a segunda vez em que Sakura se encontrava com o homem, afinal, houve a entrevista de emprego, o retorno e agora, a admissão. Kiba aparentava medir cerca de 1,71 metros de altura, tomado por uma cabeleira de tonalidade castanho escuro, esboçando fios bastante rebeldes; apesar de uma personalidade rude, Sakura era capaz de compreender o motivo que o levara a se tornar um homem rabugento, afinal, aos trinta e dois anos permanecia solteiro. Talvez o excesso de tempo que passa com os animais o levara a acreditar que havia se tornado um.

— Fico lisonjeada pela oportunidade. — Sakura se levantou da cadeira, buscando com os olhos avidamente por perfeição em sua organização; não pelo motivo de impressionar o chefe, outrora por questões pessoais.

Apesar de Inuzuka Kiba ter dedicado completamente todos os seus dias de vida aos animais, não havia medido esforços para fazer uma graduação, portanto, ainda que tivesse mais experiência que um profissional formado, não era legalmente apto a prestar seus serviços. Por isso, resolveu ceder uma oportunidade para a garota sedenta por quaisquer minúsculas chances.

— A clínica Akamaru's Vet não possui tanto tempo no mercado quanto deveria, por isso a considero, digamos, demasiadamente juvenil.

— Menciona o fato, a respeito da concorrência? — Sakura indaga um tanto confusa, afinal de contas, era equipadamente completa.

— Exato. O caso é que eu, você e um terceiro profissional, seremos capazes de derrubar esses mauricinhos que só possuem diploma e nada mais.

— É um pensamento extremamente ganancioso, Senhor Inuzuka. — Sakura se arrependeu imediatamente de suas palavras, porém, não era possível engoli-las faringe abaixo.

— Para enfrentar o mercado, minha jovem, ganância é o mínimo que alguém deve ter.

— Tem toda razão. — respondeu, envergonhada por sua ousadia.

— Vamos trabalhar, Senhorita Haruno.

Sakura voltou a se sentar quando o chefe se retirou. Definitivamente havia se encerrado sua vida como universitária, porém, estava iniciando sua vida profissional.

Haruno Kizashi era um dos padeiros mais requintados do interior; muitos diziam que suas mãos eram movidas por fadas. O clã Haruno possuía uma renda familiar média, o suficiente para levar uma condição de vida razoavelmente estável; um ano antes de Sakura concluir o Ensino Médio, Kizashi fora diagnosticado com Leucemia. Era impossível arcar com os gastos do tratamento de Kizashi como também sustentar a padaria, e muito menos, bancar um curso de graduação para a filha.

Sakura meteu a cara nos livros, estudou o bastante até conseguir uma bolsa integral na maior universidade de Tóquio, para o curso de Medicina Veterinária. Estudaria e se tornaria a melhor, para conseguir levar estabilidade para sua família e arcar com as despesas do tratamento de seu pai. E foi exatamente assim que tudo aconteceu.

Alguns meses depois, Yamanaka Ino se juntou a equipe da clínica Akamaru's Vet.

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Uchiha Sasuke;

Algum tempo antes.

Kakashi puxou com as duas mãos a cortina escarlate da sala, permitindo que a luz do sol iluminasse completamente toda extensão do local.

Sasuke rolou o corpo para o lado após um resmungo, ocasionando no término do sofá, atritando a silhueta pesada e completamente embriagada com o chão. — Droga! — praguejou.

O homem de cabelos grisalhos, porém, aparência esbelta e jovem, elevou as mãos na altura do peito, aplaudindo o estado lastimável de seu atual chefe. — Maravilhoso, Sasuke! Impressionante sua maturidade e bom-senso de quem herdou a hierarquia de uma das maiores empresas de Tóquio.

— Aquele velho maldito... — Sasuke balbuciou enraivecido. Kakashi revirou os olhos e caminhou até Sasuke, ajudando-o a se levantar. — Sabe o quê ele me disse?

— Sei sim, Sasuke, você já me contou umas oitenta vezes.

— Portanto contarei... Ughpi... — soluçou. — oitenta e um.

— Levanta daí, seu palerma — Kakashi gruiu, chutando com a ponta do sapato o corpo de Naruto estirado no chão. Imóvel. — Ah, fala sério. Eu deveria receber um aumento.

— Ele me disse: " Iremos nos mudar para a Argentina e a empresa ficara em suas mãos. ".

— E você disse: " O quê? Está ficando maluco, seu velho merdinha? " — Kakashi completou, entediado.

— E então ele disse: " Goodbye, Sasuke. ". Que merda de pai se muda para a Argentina e diz Goodbye? — Sasuke sentou-se à mesa, incrédulo.

— Aquele ali está morto? — Kakashi apontou o dedo indicador para a silhueta " trêbada " do Uzumaki e Sasuke o seguiu com o olhar.

— Viesh, eu avisei para ele não beber tanto assim.

— Imagino como se preocupou com este importante detalhe, Sasuke. — Kakashi ironizou, abrindo a geladeira em busca de água. — Que merda é essa, Sasuke?

— Nossa... Ughpi... Quem botou esse sutiã aí dentro? — Sasuke deitou a cabeça na mesa. — Aquilo ali é uma calcinha?

— Alguém disse calcinha? — Naruto gritou, do outro lado da sala.

— O Kakashi está escondendo calcinhas na geladeira — Sasuke levou a mão até a boca, evitando o vômito e soluçando novamente. — Eu vou te demitir.

— Você não pode me demitir, está no contrato do seu pai. — Kakashi arqueou a sobrancelha e digitou o número da recepção após tirar o telefone do gancho.

Merda, tsc.

— Preciso de uma doméstica, agora; e também de alguns remédios para um quase coma alcoólico de dois imprudentes.

Sasuke-e... Acho que o seu peixe resolveu tomar um ar. — o loiro alertou, escorando as costas no sofá e levando as mãos para apoiar a cabeça.

— Deixa de ser otário, Naruto. O Meruem é uma criatura sábia.

— Então acho que ele não aguentou a convivência com você e se suicidou. — o Uzumaki caiu na gargalhada, observando a estrutura do peixe caída no chão.

— Meruem? — Sasuke se levantou, trôpego. — Não me deixe, Meruem...

— Chega, Sasuke. — Kakashi se aproximou do moreno.

— Pobre Meruem...

— Veja só como o álcool afeta e modifica completamente o comportamento de uma pessoa. — Karin cruzou as pernas ao sentar-se ao lado de Sasuke para consolá-lo, estendendo para Kakashi a sacola na ponta do dedo indicador.

— Veremos o quê ele vai achar disso quando voltar ao normal. — Kakashi pegou a sacola com os remédios da mão dela.

Karin alargou os lábios em um sorriso e zombou. — Okaeri, antipatia de dois meses consecutivos.

Hatake Kakashi fora obrigado a concordar com a Uzumaki, certamente Sasuke voltaria insuportável.

(...)

Atualmente.

Ironicamente, ela, Haruno Sakura, tão dona de si, não conseguia estagnar seus pensamentos e livrá-los de Uchiha Sasuke. Esse era um dia importante na vida de Sakura, não apenas por ter descoberto e se convencido de que o maior astro das revistas e jornais era um completo babaca, e principalmente, por ter recusado a maior oferta que provavelmente, jamais receberia em toda sua miserável vida. Talvez os babacas tenham invertido os papeis. Porém, não era tão gananciosa a ponto de se expor de tal maneira, afinal, realmente o mundo era como seu chefe, Kiba, havia mencionado há muito tempo atrás, recheado de mauricinhos com diplomas.

— Como alguém como ele pode ser considerado um dos homens mais importantes do mundo? — Murmurou para si mesma.

Sakura se levantou ao ouvir o som emitido pela campainha, indagando para si mesma se existia a hipótese, de alguma existência procurá-la em sua residência e chegou a remota conclusão que a única resposta viável: algum cliente desesperado.

E de fato era, porém, não qualquer cliente, mas nada menos, nada mais que Uchiha Sasuke.

Boa noite, Senhorita Haruno. É um prazer vê-la novamente. — o moreno torceu os lábios em um sorriso cínico.

Possivelmente, fora a relevância de ele estar de pé na porta de seu apartamento, insuportavelmente, Sasuke agia como se estivessem se esbarrado na rua por um acaso. — Eu não poderia dizer o mesmo. Quais suas intenções?

Sasuke quase fora capaz de sentir sua veia da testa saltar e explodir; por quais motivos a garota em sua frente insistia em ser, a todo custo, insuportável? Fora, que ela atuava como se ele estivesse com algum interesse amoroso em si, quando na verdade só lhe atraia seus serviços.

— Gostaria de refazer minha proposta de maneira mais agradável. — o tom de voz saiu grave e rouco; para Sakura, foi como se o Sasuke de antes houvesse desaparecido, dando espaço a outra pessoa completamente diferente.

— Não estou interessada. — Sakura tentou fechar a porta, mas foi impeça pelas mãos do moreno no qual espalmaram-se contra a porta.

— Ninguém, exatamente alma alguma, ousaria fechar a porta na cara de Uchiha Sasuke! — ele rosnou, rangendo os dentes.

— Permita-me ser a primeira, Sasuke. — desta vez, ela teve êxito.

" Agora virou indubitavelmente pessoal, Haruno Sakura. " Sasuke estava alucinado.