Essa é uma fic que faço em conjunto com a autora Kaorumar, do fandom em Espanhol. A idéia partiu dela, graças a uma série que ela assiste e me convidou para que a escrevêssemos juntas. Ela publicará em espanhol e eu em português. Desde agora, lhes agradeço por nos lerem e recordo a todos que Rurouni Kenshin não nos pertence. Se fosse assim, as meninas não existiriam porque eles seriam nossos. kkkkkk Nem ganhamos nada escrevendo, caso contrário, seríamos ricas. XD A trama sim é nossa. ;)

E… aqui temos mais um capítulo.

Antes de tudo, agradecimentos pelos Follows, os Favs e os Reviews e claro, a resposta da Kaorumar para todas aquelas que se incomodaram em nos dar suas opiniões sempre amáveis, bem vindas e amadas opiniões:

Co-Star: Me encanta ler suas respostas e como analisa cada parte escrita. Essas são o tipo de reviews construtivos que valem a pena ler. Muitíssimo obrigada por seguir nossa história. By Kaorumar.

Atenção, esse capitulo terá hentai. ;)


03. PLANOS E DESCOBERTAS

O alarme a despertou tarde, mas a culpa não era do aparelho e sim dela mesma por não ter conseguido abrir os olhos da primeira vez que tocou. Na noite anterior chegou tarde de uma viagem que havia feito a trabalho e não tendo nada para comer em casa, teve que cozinhar e arrumar muitas coisas antes de poder dormir.

Morria de sono, no entanto já não podia descansar. Tinha que correr e tentar chegar o mais rápido possível na delegacia. Essa manhã o capitão marcou uma reunião com todos e necessitava entregar o relatório da missão que havia finalizado. Claro que com êxito.

Saiu do banho, secou seu corpo e saiu nua para o quarto, não tinha importância, morava sozinha. Seu corpo era magro, mas tinha ótimas curvas. Seus seios, mesmo que pequenos, eram bonitos, redondos e firmes, sua cintura estreita destacava ainda mais o bumbum empinado e bem modelado, assim como suas pernas torneadas. Um corpo formoso que deixava óbvio que sua dona era adepta dos exercícios físicos.

Vestiu-se com seu uniforme policial, a camisa azul clara se ajustava perfeitamente em volta de seus seios e a calça marcava suas grossas pernas, deixando-a com uma aparência muito feminina. O longo cabelo que chegava até as nádegas, preto brilhante e liso, foi preso em um alto rabo-de-cavalo. A revoltada franja caia sobre os olhos verdes, cheios de vida, e com um sorriso de satisfação ao se ver pronta, pegou seu relatório e saiu com pressa do pequeno prédio no qual ficava seu apartamento.

Chegou quarenta minutos atrasada e encontrou a todos na sala de reuniões com Saito, seu capitão, lhes apresentando a nova missão, que em poucas palavras, consiste em desmascarar a maior gangue da cidade. Recebeu uma mirada indecifrável do chefe logo que ocupou uma das cadeiras ao fundo da sala.

— É simples... - disse Saito - Não importa o que tenhamos que fazer. Quero a cabeça dos quatro chefes dessa maldita gangue. Vamos acabar com isso de uma vez por todas.

Declarou com ênfase, porém tranquilo, o alto homem de olhos expressivos, de cor âmbar, adornados por alguns fios rebeldes de sua franja que estava penteada para trás como todo o restante do cabelo negro e curto. Toda a unidade aplaudiu assim que a reunião acabou.

Ficou atordoada, havia chego mais tarde do que planejou, mas antes que pudesse pensar no que fazer ou dizer, a forte voz do capitão a tirou de seus pensamentos.

— Machimaki... Em meu escritório, agora!

Dizer que todos pararam seus assuntos para vê-la seria eufemismo. Misao teve a sensação de que até o tio da limpeza parou de passar pano para poder espreitar. No entanto, para surpresa de todos, não se preocupou, com altivez se colocou em pé e seguiu seu chefe com a cabeça erguida, até seu gabinete.

Hajime Saito era um homem que impunha respeito e obrigava a todos obedecer a sua vontade, e algumas vezes, só bastava um olhar para que isso acontecesse. Exatamente como foi naquele momento, com apenas um relance, fez com que todos voltassem para seus afazeres, ao mesmo tempo em que ele fechava a porta, com chave, depois que a mulher entrou.

Em seguida fechou as persianas, não sem antes observar pelo meio delas, verificando se ninguém estava prestando a atenção ali. Então a olhou, seu olhar de lobo a examinou com descarada lascívia.

Se aproximou da moça, que de altura batia em seu peito e falou em seu ouvido.

— Porque chegou tarde?

Misao teve que se obrigar a respirar normalmente ao sentir o calor do homem em suas costas e sentiu todo seu corpo reagir e sua pele branca arder com o toque impudico dele, que apalpava suas nádegas sem constrangimento.

— Saito... - Suspirou. - Eu…

Perdeu o raciocínio quando o sentiu descer as mãos e massagear sua intimidade por cima da calça.

— Como foi sua missão?

Perguntou com um sorriso ladino nos lábios, finos e expressivos. Estava jogando, provocando, aquilo o excitava tanto ou mais até do que excitava a ela, porque estava ciente de que o fazia. Passar mais de uma semana sem sua policial favorita na comissária, o tinha deixado de muito mau-humor.

Não significava que estavam apaixonados, nada disso. Eram amigos, amigos com direitos como costumavam dizer. Amavam dar rédeas solta a seus desejos e mutuamente realizar suas fantasias mais impuras.

Sem deixar de estimular ela com a mão direita, Saito, usou a esquerda para começar a desabotoar a roupa da garota, quem já sentia o corpo queimar. Sem vontade de falar, ainda assim tinha que seguir o jogo…

— A missão... - gemeu baixo. - Foi um sucesso... Conseguimos salvar a refém... - mordeu o lábio inferior. - E... - ofegou.

— E?

Saito enfiou sua grande e forte mão dentro da calça e da calcinha dela, em seguida a penetrou com dois dedos sem aviso prévio. Ela reteve um grito, tapando sua própria boca com sua delicada mão. Enquanto isso ele usava a mão que antes a massageava para brincar com seu endurecido mamilo esquerdo.

Saito se sentou sobre a mesa e a puxou abruptamente para ele, usando suas longas pernas para abrir as de Misao e assim facilitar mais o seu acesso.

— Responde! - ordenou em um sussurro impaciente.

A voz masculina estava embargada de luxúria… Misao decidiu abrir os olhos, que havia fechado quando tudo começou, e viu seu reflexo nas íris escurecidas do chefe. Separou os lábios de forma sedutora, sem desviar o olhar e com voz carregada de desejo, respondeu.

— Está preso e dali, ninguém o tira.

Sorriu libertina e foi tudo o que ele precisava. A puxou por completo e a beijou, com ardor, fúria, paixão, sem piedade ou delicadeza. E foi nesse momento que ela explodiu em um orgasmo sem igual, onde seu gemido involuntário foi abafado por um beijo exigente do homem.

Continuou beijando-a até sentir que seu corpo começou a se acalmar. Então, se ergueu e decidiu que era sua vez, retirou sua mão de dentro da roupa da moça e a guiou até o sofá que ficava ao lado da entrada.

Desceu as calças, enquanto Misao fazia o mesmo com a dela, com ânsia, não tiraram a roupa, apenas a deixaram de forma que não atrapalhasse. Fez a morena por o joelho esquerdo no braço do sofá, apoiar as mãos no encosto e o pé direito em cima do assento. Abriu bem suas pernas e então a invadiu com força.

Misao girou o rosto para trás e o beijou como pode, ao mesmo tempo ele estimulava seu clitóris com a mão direita e seus seios com a esquerda. As estocadas foram se tornando mais rápidas, intensas, desejosas, ansiosas e não demoraram em chegar ao clímax. Saito escondeu seu rosto na curva do pescoço de sua amante, controlando o máximo que pode um gemido gutural que ameaçava escapar de seus lábios, no mesmo instante em que se derramava dentro dela y Misao, foi calada uma vez mais por uma mão que tampou sua boca, só que dessa vez, foi à mão masculina.

Ficaram imóveis por alguns segundos, ainda unidos, com ele dentro dela, até que seus corpos e o frenesi se acalmaram e voltaram ao normal. Finalizado o ato. Sorriram satisfeitos e felizes. Ele se vestiu e a ajudou a se arrumar de novo.

— Te informo que irei te castigar toda vez que chegar tarde.

— Não diga isso lobo... - era o apelido com o qual ela o chamava sempre que estavam a sós. - Se esse é o castigo, me verei tentada a chegar tarde com frequência. - brincou.

Saito a encarou ameaçante, só que um brilho de diversão em seus olhos o delatou. E como por um passe de mágica, voltaram a ser chefe e subordinada.

— Aqui está o relatório da missão da semana passada e devo te dizer algo interessante…

— Continua... - Saito começou a folhear os papéis da pasta que ela lhe deu, sem deixar de ouvir.

— Ontem, quando voltava para meu apartamento, tarde, porque o voo se atrasou, vi Shinomori subir a rua do meu bairro.

Saito deixou a pasta e a olhou com atenção renovada.

— O que levaria ao terceiro líder da gangue Hitten visitar um bairro como o seu?

— Não tenho idéia... Que eu saiba assaltar casas não é o estilo dele... Sem embargo, quero te fazer um pedido.

— Diga. - O alto homem deixou cair o peso no encosto da cadeira.

— Quero essa missão. Quero me infiltrar na gangue.

Saito estreitou os olhos, observando-a de maneira enigmática.

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Kenshin escutava Aoshi e Sanosuke conversarem enquanto observava introspectivo, sua xícara de chá quente, ao mesmo tempo em que esquentava as mãos nela, sem prestar muita atenção no assunto entre seus amigos.

Não havia podido dormir durante toda a noite pensando em Kaoru. Apesar de terem se passado anos, seguia sentindo por ela coisas que nunca sentiu por ninguém, nem mesmo por sua esposa Tomoe. Seu retorno o deslocou, desarmou e destroçou por igual. O pior de tudo não era o fato dela ter simplesmente voltado, mas sim, por culpá-lo por tudo que passou. Se atrevia a brincar com sua mente, lhe dizer que tinha provas. Provas que ele sabia melhor que qualquer um, que não existiam, porque jamais se atreveu a traí-la. Nem sequer quando Tomoe se ofereceu a ele. Retorceu a boca ao se lembrar daquele momento como se passasse naquele instante.

"Fazia pouco que tinha sido nomeado segundo líder da gangue Hitten e suas obrigações para com o clube havia aumentado drasticamente. De alguma maneira, sentia que essa nova vida imposta e repentina que possuía, não encaixava em absoluto com a vida tranquila que levava com Kaoru. Inclusive, seu padrasto, Hiko, tinha insinuado que o melhor seria deixar a menina viver uma vida honrada, uma que ele não poderia dar. Para Kaoru, em contrapartida, nada disso importava. Não estava disposta a deixá-lo e não queria saber absolutamente nada do que ele aprontava durante as noites em companhia dos demais membros do clube. Se conformava com estar a seu lado o tempo que lhe fosse concedido.

Se sentia frustrado, pois de alguma maneira, sabia que seu padrasto tinha razão. Kaoru merecia alguém melhor que ele. Alguém digno de sua bondade e carinho.

A aparição de Tomoe em cena foi como um vento fresco, prevendo um fim, uma forma de desfazer-se de Kaoru para livra-la de sua vida obscura. Essa mulher não lhe importava, por tanto não se incomodava em usá-la para seus propósitos, pois todo homem necessita uma mulher pelo menos para se aliviar e Tomoe parecia muito disposta a isso.

Não precisa gostar de mim, se não quiser. - Havia dito Tomoe assim que pousou suas mãos sobre o peito masculino, oferecendo-se. - Só me permita estar contigo. Uma noite. Apenas uma.

As súplicas de Tomoe de alguma forma fizeram sua mente esclarecer. Não podia estar com Tomoe, nem uma noite, nem meia. Não podia estar com ninguém, porque a única com quem desejava ficar era Kaoru. A amava e nem mesmo Hiko ou suas obrigações no clube conseguiriam separá-los.

Sinto muito, Tomoe. Não vai rolar.

A mulher o encarou com toque sarcástico em seu, quase inexpressivo, rosto e afirmou com segurança. — Vai rolar, e quando acontecer já não poderá fugir de mim."

E já de volta a realidade, estava casado com essa mulher, vivendo uma vida que não parecia dele. Ela havia tido razão em tudo e não havia sido ele quem propiciou essa relação, nem sequer Tomoe. Tinha sido Kaoru com sua traição e mentiras.

Não se deu conta do quanto estava apertando sua xícara com as mãos até que ela quebrou, derramando todo o líquido quente e o acordando de seus recordos. Observou com uma expressão fechada como Aoshi se apressava em por um guardanapo sobre o chá caído na mesa para que o mesmo não fosse parar no chão.

— Dá pra saber que demônios você tem, Himura?

Sanosuke franziu o cenho diante do estado de Kenshin. Seu amigo sempre havia sido do tipo inquebrável. Nada o preocupava nunca e sua calma em qualquer situação era o que mantinha o clube vivo. Não era atoa que era o segundo chefe da gangue e braço direito de Seijuro Hiko.

— Já fazem dois dias que você ta estranho.

Odiando ser o último a saber das coisas naquele trio, se levantou para buscar um pano e outro chá enquanto xingava em voz baixa.

Aoshi seguiu seu primo com o olhar até vê-lo desaparecer através da porta da cozinha do restaurante que gerenciava, em seguida se focou no ruivo.

— Está pensando nela, certo?

Kenshin não tinha certeza se era boa idéia falar do tema com Aoshi. No dia anterior havia sido precisamente ele quem insinuou que Kaoru podia ser uma traidora e o que menos necessitava era que seu estado de ânimo agravasse as dúvidas dele. Sacudindo sua manga, molhada, resmungou.

— Eu lhe asseguro que ela não tem nada a ver com o roubo das armas.

Aoshi assentiu lentamente com sua habitual franqueza e deslizou sobre a mesa uma pasta que estava em seu poder o tempo todo, mas Kenshin não havia notado até então. Franziu o cenho, esticando a mão e a abrindo para ver seu conteúdo, só que antes, a mão de Aoshi o impediu. Levantou o olhar e o viu esboçar um sorriso traquina.

— Passei a vida odiando Kaoru por ter sido infiel e no fim de tudo, descobri que deveria ter odiado você. Ainda estou em tempo.

Kenshin não achou nenhuma graças no comentário. Não fazia ideia a que diabos o moreno ser referia. Com um tapa seco e impaciente na mão de Aoshi a apartou de cima da pasta e pode retirar todo o conteúdo da mesma. O espalhou sobre a mesa, sem se importar que se molhasse e o que viu o deixou atônito.

Inúmeras fotos dele com Tomoe em situações que não recordava em absoluto ter vivido. Folhas e mais folhas de conversas, demasiado íntimas, entre ele e sua atual esposa que podia assegurar que jamais havia tido. Registros de chamadas… Chamadas nunca antes realizadas. Notou como seu coração começava acelerar e seu sangue corria furioso por suas veias.

— Esse lixo não é. Jamais enganei Kaoru.

Se Aoshi não conhecesse tão bem a Kenshin, ele mesmo teria acreditado no conteúdo dessas provas, no entanto o conhecia. Havia presenciado de camarote o amor que ele tinha por Kaoru. Seu amigo podia ser muitas coisas; um criminoso, um inescrupuloso, violento, explosivo, mas não um mentiroso. Kaoru tinha sido a única com quem havia sido decente. A havia amado de verdade.

— Onde conseguiu isso?

O moreno olhou seu chefe e se remexeu incómodo. Kenshin não lhe dava medo, só que o respeito que sentia por ele lhe dificultava explicar os motivos que o levaram à casa da morena apesar de que tinha sido estritamente proibido se envolver no assunto.

— À noite invadi a casa dela enquanto vocês conversavam no escritório dela.

Kenshin sentiu o sangue ferver de raiva. Shinomori era seu amigo, só que também um subordinado. Em questões do clube, ele simplesmente devia esperar suas ordens e não fazer nada sem seu consentimento. Não apenas ignorou a hierarquia da gangue, a qual era questão de honra, senão também se meteu em algo intimamente pessoal dele.

A reaparição Sanosuke nesse justo momento e a velocidade de Aoshi em esconder todas as provas, impediram Kenshin de se lançar sobre o amigo com intenção de lhe recordar quem era o mandante.

— Hiko chamou. Nos quer ver todos reunidos em vinte minutos em sua sala.

Tanto Kenshin como Aoshi ignoraram Sanosuke apesar de que o haviam escutado e ambos se levantaram para vestir suas jaquetas ao mesmo tempo em que trocavam olhares glacialmente ameaçadores. Sanosuke franziu o cenho e saio do local, irritado por ser o excluído.

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Os principais elementos da gangue entraram na sala de reuniões, um seguido do outro, sob o olhar atento de Seijuro Hiko, que já se encontrava ali os observando com fixação. O maxilar apoiado sobre a mão esquerda, os olhos analisando cada rosto e acompanhando seus movimentos ao entrarem e ocuparem seus devidos lugares. Sojiro foi o último e quem fechou a porta, sentando em seguida.

O silêncio incômodo inundou o lugar. Todos estavam expectantes, querendo saber à ciência exata do motivo daquela convocação, só que pelo visto, seu chefe, não estava disposto em falar muito. Continuava observando, calado e com uma expressão indecifrável.

Por outra parte, Hiko estava travando uma batalha interna. Como dizer a seus homens o que queria? Eles confiavam nele e precisaria de muito tato para dizer o que vinha, mais ainda porque ninguém poderia suspeitar da verdadeira razão que se ocultava por trás de sua decisão. Ninguém podia saber o que realmente passava. Seus olhos escuros passaram por cada rosto, parando e estacando por mais tempo fixo no de seu filho, que não estava exatamente presente nesse momento e sim com a cabeça viajando a outro lugar, ou melhor, outra pessoa.

Quando Kenshin se sentiu observado, levantou os olhos e viu a seu pai, quem o mirava de uma maneira estranha, franziu o cenho de forma interrogativa, e como resposta, o mais velho da gangue desviou o olhar para outro lado. Seu pai adotivo estava diferente, algo passava só que ele não fazia idéia de que seria.

Hiko respirou fundo, em busca de ânimo e coragem. Endireitou-se na poltrona e apoiou os cotovelos na mesa. Seus olhos afiados escrutaram, uma vez mais, a cada um de seus membros e decidiu que a melhor saída era ser direto.

— Vamos fazer uma entrega de drogas. - A imponente voz de Hiko preencheu o ambiente, causando comoção. Todos odiavam isso, cada um por seu próprio motivo.

— Que? - Foi à rápida exclamação de Kenshin diante tamanho absurdo. - Isso só pode ser piada. - Atacou.

Seijuro o olhou com falsa tranquilidade e simplesmente o ignorou. Aquilo tão pouco lhe parecia gracioso e misturar-se com a escória dos traficantes de entorpecentes era se rebaixar ao pior do mundo. Continuo com sua informação, calando o alvoroço.

— Como dizia... Devido a nossa última perda, estamos em uma difícil situação. Falei com nosso negociante da Tríade e pedi uma semana. Me deram só quatro dias. Temos que enviar-lhes logo o carregamento de armas, ou haverá guerra. - Silêncio total. - Não temos fundos suficientes para comprar tudo de novo, então…

— Então… Achou que meter-nos nessa merda de drogas resolveria? - Interrompeu Kenshin.

Todos olharam o segundo mandante e em seguida a Hiko, quem suspirou e continuo, agora encarando o ruivo.

— Não será permanente. É uma saia de emergência. Será apenas uma vez. Um velho conhecido quer que o ajude nisso, em troca nos pagará muito bem pela entrega e com isso, alcançaremos a solucionar nosso problema com a Tríade sem derramamento de sangue.

Todos ficaram pensativos, o plano tinha sentido, no entanto a maioria não estava de acordo. Em especial os três chefes depois de Seijuro. Kenshin não parava de amaldiçoar em seu interior e encarar com raiva seu padrasto, quem sustentava sua mirada, de uma forma estranha. Algo se removeu no interior do filho e não soube o que pensar. A expressão ilegível do maior o estava enlouquecendo, era como se seu pai lhe escondesse algo.

Abriu a boca para retrucar e foi calado.

— É uma ordem. - Declarou o moreno.

Silêncio total. Até que Kenshin se levantou.

— Muito bem. Me encarregarei pessoalmente da distribuição. Me imagino que o lugar será aquele maldito bairro, certo? - Se referiu a um bairro onde só era frequentado pelos piores delinquentes, todos aqueles que trabalhavam com entorpecentes, usuários ou vendedores. Hiko assentiu. - Muito bem… Quando tenha a carga me fale. Aoshi e eu nos encarregaremos. Sozinhos.

Sabia que sua decisão seria motivo de ofensa para alguns dos membros, que levariam para o lado pessoal, como se ele quisesse dizer que eram incompetentes, mas não era isso. Aoshi era sensato, de pensamento rápido e não se deixava guiar pelas emoções. Era o tipo ideal para ajudá-lo em um lugar tão instável. No momento, obedeceria Hiko só que pensava investigar o que podia estar passando com seu pai quando tudo estivesse mais tranquilo.

Sanosuke quis reclamar por ter sido deixado de lado e foi calado por um gesto de mão feito pelo chefe supremo, que encarava seu filho. Doído, mas sem deixar que ninguém notasse, aceitou a exigência e deu por finalizada a reunião. Fez com que todos saíssem, pedindo que ficassem só os dois que se encarregariam de entrar no inferno para ganhar uma boa quantia de dinheiro.

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Na saída da reunião, Kenshin e Aoshi se separaram, tomando rumos distintos, sem se incomodarem em se despedirem depois de sua silenciosa desavença por conta do tema de Kaoru.

Aoshi observou como seu amigo e companheiro de batalha partia mal-humorado, derrapando o pneu traseiro de sua moto. Suspirou. Só esperava que não fosse fazer nenhuma loucura sem contar com ele.

Subiu em seu Aston Martin e decidiu que essa noite necessitava algo com que distrair-se. Esse dia havia sido um total desastre desde o princípio ao fim e precisava relaxar de alguma forma.

Sendo como era, frio em relações sociais, excetuando a Kenshin e seu primo, ficar com alguma mulher que logo quisesse voltar a vê-lo ou ter algo mais que sexo com ele não era uma opção. Preferia uma mulher que fizesse o trabalho, cobrasse e logo fosse embora sem pedir ou dar explicações. Com esse pensamento se aproximou do clube que costumava frequentar seguidamente e que teria tudo àquilo que ele necessitava.

Não precisou descer do veículo para duas mulheres com escassa roupa se aproximar dele. Uma delas já conhecida. Já tinha tido relações com ela e sabia perfeitamente que era uma profissional, a outra, em contrapartida, era uma desconhecida para ele.

Misao sorriu internamente quando viu o Aston Martin de Aoshi Shinomori parar em frente ao clube. Suas fontes haviam acertado. Esse homem era um promíscuo e ia cair na sua armadilha. Rebolando, se aproximou do carro, ladeando uma garota que parecia conhecer muito bem o moreno.

Sem querer perder a oportunidade, Misao passou a frente da moça, apoiou seus cotovelos na janela do motorista e sorriu sedutora para o alto homem que se encontrava no interior. Seus seios sobressaíam o corpete de couro e sua branca pele ressaltava com a cor escura da peça e da noite.

Aoshi observou a mulher, satisfeito com o que via. Essa pequena tinha cara de ser uma verdadeira expert. Com um simples gesto de cabeça, lhe indicou que subisse no carro.

Misao sorriu sem que ele visse enquanto entrava no Aston Martin. Ali começava sua missão, faria cair Aoshi Shinomori junto com toda sua gangue.

Enquanto isso, longe dali, em um bairro residencial e cheio de famílias felizes, se encontrava Kenshin, quase desorientado, em frente à porta da culpada de suas desgraças. Reunindo coragem, fez as dobras de seus dedos golpearam a porta de madeira da entrada e esperou paciente até que escutou uns passos delicados e firmes dirigir-se até ali.

Quando Kaoru abriu a porta, não pôde ficar mais alucinada. A sua frente estava o homem que havia transformado os últimos anos de sua vida em um Inferno. Sua mirada âmbar a traspassava. Como havia averiguado onde vivia?

Diante do desconcerto e a falta de reação de Kaoru, Kenshin se obrigou a alçar para ela uma das fotos onde se podia ver Tomoe e ele em um ato íntimo ao mesmo tempo em que declarava conciso e seguro de si mesmo.

— Temos que conversar.

Kaoru só atino em sair da frente para permiti-lo entrar, tremendo por dentro só com pensamento de voltar a ter esse homem entre as paredes de sua casa.

CONTINUA


Bom e chegando ao final de outro capítulo que esperamos que tenham gostado… Vem à perguntinha do desafio.

O que vocês acham que Hiko esconde?

Recordamos os prêmios a serem escolhidos pelo ganhador ou ganhadores:

1- Colaborar em alguma fic;

2- Oneshot com os casais ou temas que deseje;

3- Desenho personalizado dos personagens que queira;

4- Fundo de tela para PC com o personagem escolhido;

5- Fundo de tela para celular com o personagem escolhido;

6- Capa para sua fic.

Vamos que nós presenteamos! Quem acerta.