Eu não costumo começar pelos avisos, mas abrirei exceção nesta fic, então prestem bem atenção.
1º Death Note não me pertence;
2º Esta fic é um Universo Alternativo;
3º Esta fic é YAOI, mas não vai ter o conteúdo explícito porque eu não gosto de descrever lemon;
4º Esta fic é um presente para Raayy;
5º Esta fic é uma tragédia, portanto...não esperem coisas felizes nela;
Se querem ler mesmo assim, boa leitura.
I
Culpa
"In this farewell
There is no blood
There is no alibi
'Cause I've drawn regret
From the truth
Of a thousand lies
So let the mercy come
And wash away"
Daqui para frente, acho que fica mais fácil eu contar a história do meu próprio ponto de vista. Eu não pretendo citar nomes, mas quem sabe? Me referirei apenas a mim como eu e a ele como... ele.
No dia do enterro dele fui eu quem discursou lá na frente. Eu nunca gostei muito de falar para grandes multidões, mas daquela vez foi necessário. Não posso dizer que era uma grande multidão. Alguns membros da minha família, alguns membros da família dele e poucos amigos que possuíamos.
Mesmo assim, dentre todos eles, eu, por ser seu amante, fui escolhido para escrever e discursar. Naquele dia, eu não chorei. Nenhuma lágrima me acometeu. Nenhum vestígio que pudesse demonstrar emoção ou arrependimento. Quando eu terminei de ler o discurso, joguei um lírio branco antes que o enterrassem. A última expressão que eu vi em seu rosto foi de serenidade. Um sorriso calmo, que ele raramente dava. Então eu suspirei e virei-me para sair dali.
- Não vai esperar terminarem o enterro? – Matt perguntou.
- Não, eu preciso espairecer um pouco. – Respondi. E saí dali, sem esperar resposta.
O enterro foi um dia após a morte dele.
Não pensem, vocês, que eu fiz tudo sem pensar nas conseqüências. Não. No dia da morte, tudo foi planejado. Cada detalhe, cada margem de erro.
E quando a polícia chegou, não havia digitais ou provas. Não havia testemunhas ou gritos. Havia apenas o corpo dele estendido no chão. E as minhas lágrimas.
E então, tudo era negro para mim.
Culpa, dor, angústia, sofrimento.
Eu não sentia nada disso.
Apenas um imenso vazio. Um buraco em meu ser, por não ter mais a presença dele.
Quando dei por mim, eu estava na frente daquele café, onde costumávamos ir. Eu entrei e sentei-me no lugar de sempre.
- Sozinho hoje? – O garçom perguntou.
- Sim. Hoje, sim. – Respondi.
- E o que vai ser?
- Um chocolate quente, por favor.
Eu fechei meus olhos, usufruindo de cada gole daquela bebida calorosa. Mas cada gole me lembrava uma facada acometida em seu corpo. E então, o chocolate já não era mais tão quente. Era frio. Frio como eu era.
Não importava o que eu fizesse, ele sempre estaria presente em minhas lembranças.
E então, sem que eu percebesse, ela sentou-se vagarosamente na minha frente, sem pedir licença. Era fria e tinha a cor de gelo. Era ousada e às vezes sombria. Era a culpa que vinha para me visitar.
- Olá. – Ela disse.
- O que quer de mim? – Perguntei baixo.
- O que você quer de você? – Ela sorriu, como sempre deveria fazer. Um sorriso branco, dolorido. Um sorriso de Cheshire.
- Eu não quero nada. – Respondi, levantando-me e paguei a conta.
- Mesmo? – Ela apareceu na minha frente. Livre, listrada. Preta e branca. Azul e vermelha. Em todos os seus contrastes, ela sorriu. Sorriu como se gostasse de me ver assim.
- Não quero falar com você. – Coloquei as mãos dentro do bolso do casaco e comecei a caminhar dali.
- Mas eu quero falar com você. – Ela respondeu.
Tchak, tchak, tchak.
Eram esses o som de seus passos. Como se ela pisasse na água. Como se fosse a própria água, caminhando ao meu encontro. Ela apoiou uma das mãos sobre o meu ombro e encarou-me com aqueles olhos profundos, que ora eram negros, ora brancos. Talvez vermelhos, azuis ou até mesmo laranjas. Ela era assim, escolhia a cor que queria, a forma que queria. E agora se parecia um gato. Um gato que andava sob duas patas e que sorria. Um gato como um tal lá de Cheshire.
E eu apressei meu passo, como se pudesse fugir dela. Mas eu sabia, não poderia. Uma vez que se cai na teia da culpa, não se pode fugir dela.
- Não adianta tentar fugir de mim, eu sei cada passo dado por você. – E ela gargalhou. Uma gargalhada de puro deboche, que ecoava em meus ouvidos. – Da próxima vez, eu trarei um amigo!
E então eu corri. Coloquei as mãos sobre os ouvidos e corri.
Agora a culpa tinha forma de chuva.
E cada gota parecia penetrar pelos vidros da janela, pelas frestas do telhado. E eu sabia: jamais poderia escapar da teia dela.
Continua...
N/A:
Nossa, tiveram reviews pra essa fic. Eu realmente não os esperava pra uma primeira MelloxNear, ainda mais nesse estilo que escolhi o.o
O segundo capítulo saiu rápido até, só precisei da ajuda e benção da minha beta, tia cookie!
Obrigada pela ajuda, tia.
Agora, as reviews!
DebbyShinobi: Essa fic vai ser triste mesmo, porque eu gosto de fics tristes e fics tristes ownam. E sim, o casal é MelloxNear, mas eu ainda não decidi quem é o morto e o matado 8DD E não precisa se matar, são eles mesmo! Espero que goste deste capítulo também, ele é um pouquinho mais longo. Beijos!
Srta Abracadabra: Assustador e delicioso são quase palavras contraditórias! Mas que bom que gostou XD Você já leu esse capítulo, mas tudo bem. Como eu não me lembro se você gostou ou não, você vai ter que me dizer 8DD Beijos, tia!
Ms. Cookie: Tia Cookie! Minha escritora favorita, beta e mentora nas horas vagas. Graças a sua benção, o capítulo está aqui, postadinho. E graças a sua ajuda também, porque eu não conseguia achar a palavra perfeita para o título do capítulo, você bem sabe. Narrativas de trás pra frente são bastante divertidas, eu só espero que consiga fazer algo nesse estilo. E obrigada pelas fontes sobre de onde vem a frase, um dia verei esse filme 8D Bem, você também já viu esse capítulo, mas gosto das suas opiniões, elas sempre me ajudam! Kisskiss, e abraços de coalinha para a tia coala 8)
Janao q: Sim, fui eu quem disse que não sei escrever MelloxNear. E não sei mesmo! Isso aqui me veio num momento de pura inspiração e eu nem sei se vou conseguir continuar, porque minhas idéias simplesmente fugiram de mim! Bem, espero que eu consiga. E que bom que gostou! Espero que goste deste capítulo também, Jan! Beijos!
Bem, é isso.
Ah, sim. O trecho no início do capítulo foi tirada de uma música chamada What i've done do Linkin Park, e é provável que eu tire mais alguns trechos dela também. Bem, espero que estejam curtindo a fic, principalmente a Raayy, já que a fic é pra ela.
Beijos e até a próxima!
Não se esqueçam de me deixar reviews ii
