Fic que eu escrevi para o torneio de fics do fórum CDZ. Eram 6 participantes, eu fiquei com o 3º lugar. Tenho pouca experiência em escrever com o Aiolia, mas o pessoal gostou.

--

Para meu Irmão

Aiolia voltou para casa tarde da noite. Voltava do cemitério, onde vira os velhos amigos serem enterrados. A batalha das 12 casas finalmente terminara, deixando um rastro de sangue e tristeza entre os Cavaleiros de Ouro. Subindo as escadarias, passou pela terceira e pela quarta casa, Gêmeos e Câncer, que agora, vazias, jaziam em silêncio. Acima da casa de Milo, tudo que se via era a escuridão. Já em sua casa, Aiolia mirou da janela a nona casa. Sagitário.

- Aiolos, como eu queria que você estivesse aqui agora.

Foi para o quarto com intenção de dormir, mas não tinha sono. Virando-se na cama, olhou para um certo canto, onde algo chamou sua atenção. Uma caixa. O leonino reconheceu a caixa que guardava suas recordações dos tempos de criança. Sem saber direito porque, se levantou e puxou a caixa para perto da cama, antes de despejar seu conteúdo no chão.

- Estou sem sono mesmo. Nem me lembro do que tinha aqui dentro.

Ele foi verificar o conteúdo da caixa e achou coisas que pensava ter jogado fora há tempos: uns brinquedos simples, feitos por Aiolos para distraí-lo; umas roupas que ele duvidava que servissem em Kiki, também gastas pelo tempo. O que lhe chamou a atenção foi um livro grosso, que pegou e abriu na primeira página. Mitologia Grega. Aiolia então se lembrou de que seu irmão sempre lia para ele um conto mitológico antes de dormir. Depois da morte de Aiolos nunca mais pegou nesse livro, pois trazia muitas lembranças. Acabou esquecido na caixa de coisas velhas. Aiolia riu e sentou na cama com o livro em mãos.

- Será que lendo um desses, conseguirei dormir?

Folheou o livro em busca de algo que lhe interessasse quando um envelope caiu em seu colo. Devia estar ali há muito tempo, escondido nas páginas mitológicas. Aiolia reconheceu a caligrafia de Aiolos na parte da frente do envelope:

Para meu Irmão

Curioso, ele abriu o envelope e tirou um papel dobrado que ele descobriu ser uma carta.

Aiolia,

Sei que deve estar triste neste momento, dói não poder consolá-lo ou ao menos dirigir-lhe uma palavra de consolo. Quando estiver lendo esta carta, certamente já estarei morto e você terá ouvido inúmeras histórias distorcidas sobre mim. Não queria que nos encontrássemos nesta situação, mas não há como. As coisas estão ficando difíceis no Santuário. Uma pessoa que julguei ser minha amiga já não é mais a mesma. Tome cuidado.

Como sabe, devido às nossas funções como cavaleiros, tivemos muito pouco tempo para aproveitar como irmãos. Como seu mestre, tentei fazer com que você fosse o melhor e espero 

ter conseguido. Se fui rigoroso demais, me desculpe. Queria apenas prepará-lo para o que viesse e, de acordo com meus pressentimentos, seria o pior.

Quero que saiba que, sendo seu irmão mais velho, sempre te amei muito e nunca quis que males lhe acontecessem. Portanto, se ouvir que sou um conspirador ou até mesmo um traidor, não dê ouvidos e confie em mim como sempre confiou. Vá embora e só volte quando tudo acabar. Vai demorar para que você entenda meu ato, mas um dia sei que entenderá. Só peço que não se esqueça de seu irmão e de tudo que fiz pelo seu bem.

Sempre seu irmão,

Aiolos

Aiolia dobrou novamente a carta, e enxugou uma lágrima que escorreu pelo seu rosto. Guardou o papel no envelope e o colocou na mesinha de cabeceira, deitando em seguida.

- Meio tarde para eu encontrar isso, não? Mas veio a calhar. Vou considerar como uma palavra de consolo do meu irmão, ou uma explicação, que seja. Foi como se eu ouvisse sua voz mais uma vez. Também te amo, Aiolos, você foi e ainda é o melhor irmão do mundo. Boa noite.

Fechou os olhos e, finalmente, dormiu. Nas mãos ainda segurava o grosso livro de mitologia grega.

--

E então, gostaram? Mandem reviews!!