Capítulo Dois – Apartados
Ela via... uma serpente que abandonava uma velha pele e surgia de dentro da carcaça com a cútis escamosa opaca e sem vida. Havia também um leão, ele auxiliava a serpente enfraquecida. A águia piscou os olhos e continuou a observar, deu um rasante no vôo ao lado da serpente. Rumou de volta para as Terras Altas, perdendo a totalidade da visão aérea... voava mais baixo. Sentiu que deveria mais uma vez observar os animais que deixara para trás. A serpente e o leão rumavam para o norte. Seguiu para a Muralha de Adriano, sentia o vento em suas asas. Em terreno escocês viu um texugo em busca de uma toca, desesperado. Subiu as escarpas até seu ninho e lá, quando pousou, o mamífero deitou junto a si.
Rowena acordou suando, Helga despertou ao seu lado no grande colchão de palha e, vendo os cabelos úmidos da amiga, a auxilia preocupada. O sol ainda nascia fraco, podia ver a luminosidade por entre as falhas na estrutura da casa. Um pesadelo, mas não foi particularmente assustador, apenas... exaustivo...
Rowena livrou-se das peles e colocou sua túnica de trabalho. Helga, como as outras mulheres, rumou para a cozinha após certificar-se que Rowena estava bem, enquanto esta permanecia sentada por um tempo a beira do colchão.
Uma serpente e um leão...
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Passos tomavam o salão de terra batida do Clã Ravenclaw. Um antigo e sábio amigo da família vinha para uma visita, ele havia passado as barreiras do povoado, sabia como encontrá-lo e como acessá-lo. Depois de um frugal café-da-manhã, o visitante, com ar soturno, pôs-se a falar:
– Não sei se já tomaram conhecimento, mas mais uma jovem foi jogada ao Poço... Uma bruxa descoberta... mas tão nova. Ela... ela era minha pupila, porém muito jovem, ainda não sabia se defender, não sabia... – os olhos do homem foram ao chão, passou pesadamente os dedos sobre eles. – Não sei quantas moças mais serão jogadas naquele buraco imundo! Não pude fazer nada para defendê-la, estava afastado, cuidando de outros assuntos como venho hoje lhes falar. Quando retornei soube do ocorrido... Oh, Merlim! Ela deve ter se desesperado!
Rowena servia uma taça de água fria para o amigo. Seu pai estava sentado à frente dele, o tartan em tons de azul subia por seu peito e cobria a cabeça, tornando a descer, pelas costas. Estava pensativo. Axel, seu noivo e futuro líder da comunidade, inquietou-se à direita do velho Ravenclaw. Num impulso lançou um olhar a Rowena, paradoxalmente transmitia preocupação, pela situação delicada em que se encontravam, e alívio, por estarem isolados do mundo trouxa.
A situação se agravava, as guerras se alastravam por todo território britânico, a praga dos nórdicos voltava para saquear, escravizar e pilhar. Os trouxas culpavam os bruxos pela desgraça... os caçavam, embora muitas vezes matassem a si mesmos. Seu pai tomara a sábia decisão de apartar a vila do mundo trouxa, estavam a salvo ali. Mas quantos mais poderiam dizer isso? Aquela menina, provavelmente, era apenas uma criança...
– Talvez devêssemos ter feito como os Ravenclaw... – ouviu o tom de tristeza na voz do homem... sentiu a tristeza...
As pernas de Rowena enfraqueceram. Seus alunos... poderia ter acontecido com qualquer um deles. Entregou a jarra para sua irmã mais nova que se encostava ao portal de madeira do salão.
Rumou para o galpão que ficava atrás da propriedade, lá percebeu a movimentação. Entrando pela porta correu os olhos por toda sua extensão. Estavam todos ali. Todos. Rowena estendeu o braço em volta dos ombros de uma garotinha de longas tranças douradas. Aos poucos as lágrimas escorreram involuntariamente pelo seu rosto. Quantas crianças não tinham a infelicidade de nascerem de pais trouxas só para serem caçadas? Quantas famílias bruxas deixam de ter a oportunidade de treinar seus poderes, aprender a se defender, e chegam ao mesmo fim que a garota? Rowena pôde ouvir um andar masculino, duro e compassado, no chão de terra batida. Era Axel. Seus alunos colocaram-se a sua volta e, um a um, estenderam os braços envolvendo sua mestra.
Nota da Autora:
Olá Gente,
Gostaria de agradecer mais uma vez àqueles que estão lendo a fic
Muito obrigada também à beta que sempre me dá apoio!
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Manu Black: Muuuuuuuiittoooo obrigada Muito obrigada, mesmo! Estarei mandando mails para você hj mesmo !
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ChunLi Weasley Malfoy: xD Não tem nada, não, você xingar! ahsuahsuhasuHAUHSUAHSUshushuashuashushuash Está aqui a continuação da fic E logo logo o próximo capítulo também será postado Muito obrigada! Espero que você continue gostando (se revoltando ou não xD)!!
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Aerton Zambelli: Olha! Você por aqui!! Hahahahahaha também adoro os vikings! Não, não, não há vikings em Harry Potter, mas esse é o contexto histórico no qual estaria inserida a Fundação de Hogwarts. Procurei relacionar, para sair tudo direitinho. Espero que continue gostando, e muito obrigada pela visita!!
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Obrigada e bjs a todos !
Duachais Seneschais
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