Isso só pode ser explicado por muito sono e ataque de criatividade.

Disclaimer: Eu não sou dona de Rurouni Kenshin. Por mais que eu queira, ainda não consegui comprar os direitos... mas um dia, vocês vão ver!


Nunca, jamais, faça algo impulsivamente quando você está com sono. Especialmente se junto com o sono, você ainda tem um pouco de álcool. E sem dúvida não ajuda quando o motivo para a sua existência está na sua frente. Com outro cara.

Eu nunca me considerei um exemplo, mas eu sinceramente achei que tinha mais controle que isso. Era uma festa. De adolescentes. Ela não tinha namorado. Claro que ela ia ficar com alguém. Ou pelo menos é isso que eu fiquei repetindo para mim mesmo, quando o idiota do Yukishiro começou a dar em cima dela e, ao invés de fazer o que deveria e dar um soco na cara do imbecil, ela flertou com ele. Flertou.

Tudo bem, eu sei que eu nunca gostei dele. Ele nunca gostou de mim. Ele sabia que eu gostava dela. Eu estava na festa. Foi o plano perfeito.

Ou seja, quando ela começou a flertar com ele, ele a levou para um lugar recluso. E eu, como o idiota masoquista que eu sou, segui. Caí direitinho na armadilha, e eu sabia. E, quando ele a beijou, eu senti meu mundo girar. E, quando ela tentou empurrá-lo, eu perdi a noção. Quando dei por mim, tinha agarrado o idiota pela blusa e o puxado para longe dela, me colocando entre os dois.

- Que droga você quer, Himura!? – Ok, ele estava bravo. Bom. Eu não era o único.

- Fica longe dela, Enishi. – Eu respondi, ameaçadoramente.

- Kenshin...?

- Ela tem liberdade, cara. Eu não a forcei a fazer nada. – Um sorriso convencido apareceu no rosto dele, e eu estava doido para tirar isso da cara dele.

- Ela não queria. Ela tentou te empurrar.

- Kenshin, o que...

- Se ela tivesse tentado, eu teria parado. Ela não quis que eu parasse.

E então, meu punho voou para a cara dele. Nunca me senti tão satisfeito ao bater em alguém, mas quando ele cobriu o nariz com a mão, xingando, valeu muito a pena. Eu passei meu braço em volta de Kaoru, ignorando completamente como isso parecia... Íntimo. E a levei para longe dele.

- Por que você fez aquilo? – Ela perguntou, quando já tínhamos saído da festa.

Droga. O que eu respondo? "Eu odeio esse cara mais que tudo, e decidi mostrar"? "Ele tocou em você, e por isso ele tem que morrer"?

- Não sei. – Eu sou patético. A chance perfeita de contar como eu me sinto para ela e eu digo isso.

E então, ela sorriu para mim. Eu amo o sorriso dela.

- Obrigada, Kenshin. Por... Tudo.

E então, veio aquela tensão. Eu não sabia o que dizer, ou o que falar. Paramos embaixo de uma árvore na rua, em silêncio. E eu não conseguia parar de observá-la, por mais errado que isso parecesse. E ela me olhava. Meu deus, eu estou enrolando tudo. Só de lembrar eu começo a hiperventilar.

E então... Eu a beijei. Simples assim. E, para minha surpresa e choque, ela me beijou também. Só quebrei o beijo quando o oxigênio se tornou necessário. Maldita molécula. Ela corou adoravelmente, e eu não pude deixar de sorrir de leve.

- Desculpe – Por que eu me desculpei?

- Cala a boca – Ela me disse. E me beijou de novo. Eu já disse que eu amo a vida?

Ao nos separarmos novamente, eu a guiei para o meu carro, já que eu tinha dado carona para ela. Não dissemos nada no caminho de volta, e, quando parei o carro em frente a casa dela, nos beijamos de novo.

Eu cheguei em casa como um zumbi, ignorando Hiko reclamando da hora, e fui para o meu quarto, me jogando na cama. Eu realmente não ia conseguir dormir.

Nada como a mistura de sono e álcool.