Que fique suficientemente claro para todos os presentes que Hilda é uma verdadeira dama. Quando saímos pela primeira vez sequer nos beijamos, mas quando saímos pela segunda ela só me chupou depois de uma hora e depois que eu pedi.
Não fui promovido e ela é a mulher ideal para mim, na medida, no meu número e vive viajando. Posso ficar sozinho tendo sexo então porque ainda não estou feliz?
Hyoga me chamou para ir vê-lo em Paris e se ele tomou tal atitude em breve, ou será preso, ou precisará de dinheiro. Sou um bom pai e sei quando minha prole precisa dos meus préstimos e eu ainda tenho uma conta com fundos.
Chego a Gare de Lion às 11h55.
*
"Hei pai!" - gritou o rapaz quando o homem chegou, dando um tapa e um abraço meio de lado - "Você encolheu?".
"Provavelmente. Quanto é?".
"Quanto é o que?".
"Quanto é que você está precisando?".
"Vamos. Mamã está lá fora se entendendo com o parquímetro".
Natássia estava usando seu habitual conjunto azul que combinava com seus olhos, muito, muito bonita com seus cabelos agora curtos, era lamentável que tivesse que transitar por Paris quase exclusivamente sozinha. Isso seria perigoso, pois homens poderiam desejá-la. Homens como seu adorável ex-marido.
"Camus!" - ela estendeu a mão para ele e depois deu um beijo em suas bochechas.
"Olá, Natássia. Disse que não precisava se dar ao trabalho e que o metrô comporta muito bem minhas necessidades".
"Um ótimo e rápido transporte, mas em um lugar que até uma freira pode te assaltar, francamente, eu ficaria mais tranqüila sendo eu a te buscar".
"Bom, então obrigado. E Milo?".
"Não pode vir, mas jura que você terá que acompanhá-lo ao golf".
"Golf? Quando eu o conheci ele não era tão aristocrático".
"Entendo como o tempo fez você o Milo se afastarem".
"Dentre outras coisas...".
"Garanto, Camus, que apesar das responsabilidade que carrega nas costas por dirigir os negócios da família ele continua o mesmo".
"Quem melhor do que você para afirmar isso?" - deu um sorriso trágico e cômico enquanto colocava sua única mala no porta-malas.
"Vamos, estou com o almoço pronto lá em casa".
Camus entrou no carro, sentou-se no banco do passageiro ao lado do motorista, Hyoga entrou no banco de trás com o celular em mãos, recebendo uma ligação e não demoraram a entrar em um congestionamento.
"Eiri... não... escuta. É claro que tenho saudade, não! Eu ainda não falei com meu pai!".
"BINGO!".
"Pai... não se meta agora".
"Não pense que o menino é interesseiro".
"Eu nem sonharia com isso".
"EIRI, CARALHO! SE NÃO PARAR DE ME ENCHER O SACO... EIRI?! FILHA DA PUTA!".
"Desligou na sua cara de novo? Eu não faria menos com os modos que você...".
"Tá mãe, já ouvi isso umas mil vezes" - ele coloca os fones no aparelho e passa a ignorar os pais.
"Haha... lembra que a primeira vez que eu te liguei?".
"Oui... eu também desliguei na sua cara! Afinal, você tinha me paquerado a semana inteira e... de repente leva Judith no meu lugar".
"Oh... pobre estrangeira!" - debochou rindo.
"Que trânsito horrível!" - replicou ligando o rádio - "Hyoga... qual é a estação que fala do trânsito?".
Pausa
"Hyoga?"
"Han?" - tirou os fones - "Não sei, porque não dá a volta na Praça da Concórdia?".
"Não vai adiantar nada esse horário!".
"Bem, vai dar mais resultado do que você insistir em pegar a principal ao Champs-Elysée. Vamos, dê uma volta e pegue uma secundária, porque agora é rush pro almoço".
"Hyoga? O que você queria falar comigo?'.
"Quero ir para casa, combinamos um campeonato de basquete, preciso estar de volta".
"Bom, as ordens, sabe que é só aparecer por lá!".
"Bem, mas não é só aparecer por lá, eu podia levar uns amigos?".
"Quantos?".
"Dois".
"Claro que pode. Minha casa comporta".
"Mas, será que podia tirar aquelas coisas estranhas do meio da sala? Tipo, seus LP'S e aquele gramofone estúpido".
"Hum... acho que já estou acostumado a ver você ter vergonha de mim".
"Não é vergonha. Bem... é desconforto! Só isso".
"Ohhh... estou mais aliviado. Certo, prometo chamar uma faxineira para ir lá em casa. E estou com um presente da sua avó na mala".
"Ok! Vovó nunca me dá menos de 100 euros!".
"E pare de explorar a aposentadoria se sua avó!" - disse Natássia com os olhos focados no trânsito - "Espero que goste de siri, Camus".
*
Não gostava, mas engoliu. Natássia, mesmo sendo casado com ele por anos, nunca se aventurou em frutos do mar, por isso não desconfiava de suas preferências. Encontrou Milo aquela tarde - mas apressado - que prometeu encontrar com ele para ir jogar sinuca e baralho em um pub com os amigos do magnata da indústria.
Sempre se perguntou se Natássia não se casara com ele pelo fato de serem estrangeiros e se sentirem como estranhos no ninho. Bem, isso não tinha lhe ocorrido antes, mas o fato é que ainda estava com fome depois de ter expulsado o siri a força do seu estômago mais tarde.
Foi comer um lanche qualquer, passeou por ai com Hyoga em seus calcanhares e percebeu que seu filho amadureceu e já conseguia ter uma conversa civilizada com ele. Falaram sobre várias coisas e certo momento atraiam a atenção de algumas senhoritas no metrô.
Camus pensou se seria seu sorriso ou seu lindo Rolex comprado a prestação.
Quando voltaram para casa mais tarde ele não demorou a sair de novo, dessa vez para encontrar com uma amiga, ou sua gatinha parisiense como ele gostava de se gabar. Sim! O filho traia a namorada, mas quem Camus era para julgar um filho e mandar que reprimisse suas necessidades de homem?
Inclusive, também não estava mais conseguindo reprimir as suas. Foi com surpresa que encontrou Natássia sozinha e de roupão, às seis horas da tarde, duas horas antes do habitual do marido chegar. Ela ofereceu um uísque do bar, estava com os cabelos molhados graças a um banho de piscina, e não demorou a ficar molhada em outros lugares após umas carícias íntimas de Camus.
Sim, quem pode condenar impulsos entre homens e mulheres, casados ou não ainda se desejavam e a única conclusão que poderia se chegar é que Milo não merecia aquilo, bem, o mundo não é justo e a mulher levou-o para seu próprio quarto do casal.
Dissimulada, excitante, falsa, loira e deliciosa descreviam Natássia, atiçada como Eva pela maçã, enroscava como um víbora pelo pescoço do homem que abria seus botões, mordia seus mamilos, insinuava-se sobre sua calça e xingava Milo com volúpia.
"O seu é maior que o dele!".
"Huuuummmm".
Certos detalhes não deveriam ser ditos aos amigos, mesmo os melhores amigos, mesmo que eles tivessem sido reparados anos antes no vestiário da faculdade.
Pode-se culpar Natássia pelo seu fogo? Oras, costuma-se dizer que mulheres casadas quando traem tem motivos para tanto, e o dela foi um certo telefonema de uma certa mulher, mas que Camus nunca saiba disso. Inclusive, ele quase a furou de tanta determinação.
"Você nunca me pegou assim" - ela falou fumando na cama junto com o ex-marido.
"E nem você sabia fazer tudo isso antes".
"Aprendi com um profissional" - ela deu uma última tragada, voltou a vestir seu roupão e saiu sem dizer nada.
Camus dormiu bem. Como uma vingança particular a Milo comeu o máximo que pode de sua despensa no final de semana que passou ali, deixou a luz de sua suíte acessa a noite toda e transou como um animal com Natássia e depois com a empregada de Porto Rico. Não, vocês não deviam ter pena desse homem que se mostrou um cavalheiro anteriormente.
Antes desses acontecidos, contudo, Camus foi com Milo a charutaria. O pub tinha sido desmarcado com os árabes.
"Ações, Camus. Esse é o segredo do sucesso... oh se não!" - retrucou em quanto dirigia seu Audi em alta velocidade - "Ah! Se soubesse como fui feliz nos negócios dos últimos dias, apesar da crise, creio que não vamos conseguir crescer, mas nos tempos que andamos passando... é um milagre que tenhamos conseguido manter os funcionários da fábrica de porcelana".
"Sim, Milo. É um milagre".
"Está muito quieto. E você? O que me diz? As mulheres han...".
"As mulheres não se metem comigo e eu não me meto com elas".
"Isso vai mal, cara. Você tem que achar um rabo de saia!".
"E você, Milo?".
"Camus, eu juro, nunca tive nenhuma mulher depois que casei com Natássia. Eu definitivamente a amo e nunca me senti tão feliz. O seu garotão também tem me dado muitas alegrias, sabe que ele tem cunho para os negócios? Um dia desses o levei a fábrica, mostra-se autoritário, sabe se colocar, compreende números...".
"Puxou ao pai".
"Sim! Quem sabe... não sei como pode deixar Natássia escapar de você".
Camus não disse nada, mas aumentou o volume do rádio. Quando voltou para casa naquela noite , trazendo um Milo feliz pelo pôquer e pelo braço, pediu que Natássia preparasse um chá de boldo para o marido e em confidencia lhe disse:
"Não sei porque dormiu comigo, mas se por suspeitas infundadas, saiba que Milo nunca te traiu. Várias mulheres deram em cima dele a noite toda e ele só mostrava a aliança com alegria".
Natássia marejou seus olhos, um misto de vergonha e felicidade, Camus pode ouvir os gemidos dela no quarto ao lado durante a madrugada... íntegras todas essas mulheres. Por isso não condenava Hyoga pelo jeito como tratava Eiri.
Por isso embarcou com o filho na segunda de manhã, levando suas malas, sua bagagem e um último chupão de Natássia no pescoço.
NOTA DO PATROCINADOR: Bem... estou pintando Camus como um repulsivo tarado, maníaco, machista e administrador... isto está ficando interessante!
Se você é alérgico a sexo, virgem ou simplesmente uma pessoa pura demais para ler isso aqui... me processe ok?! Seria interessante... hahaha.
Obrigada pelo apoio das minhas 2 leitoras! É motivador! bye bye
