Capítulo 02 – Paradox

Ben não acreditou, ao sair do colégio, que Kevin o esperava no estacionamento. O Camaro verde com listras pretas estava lá, e o dono sentado no capô, com cara de mal.

-Assim você vai fazer sucesso com as meninas... –ele comentou, aproximando-se. –E aí, o que veio fazer aqui?

-Meu charme de canalha é irresistível...-o moreno comentou, passando a mão pelos cabelos.-Vamos dar uma volta, precisamos comemorar seu aniversário!

-Você não muda nunca né, Kevin? –Gwen disse, olhando-o de cima baixo. –Aonde pretende ir?

-Depende do aniversariante, eu tava pensando em sairmos pra beber, mas você não bebe...-ele respondeu, encarando a ruiva.

-Antes de qualquer coisa, vamos ao ? Estou morrendo de fome e quero comer Chilli Fries. –Ben afirmou, abrindo a parta do carona e entrando no carro.

Depois de alguns minutos, o trio se encontrava na lanchonete mais badalada pelos adolescentes de Bellwood. Nada era mais gostoso do que uma porção gigante de Chilli Fries com Smoothie de Ovomaltine.

Kevin resolveu comer um sanduíche gigante e Gwen pediu um sundae de chocolate e nozes.

-Ei, Benjy, olhe pra cá! –o moreno pediu, com canudos de refrigerante no nariz.

-Pára Kevin, não consigo mais rir...Minha barriga dói! –Ben comentou, gargalhado.

-Como você consegue fazer isso? –a ruiva disse, secando as lágrimas provocadas pelo riso.

-Ah...Não é tão difícil assim...-ele tirou os canudos e continuou a comer. –Então, depois daqui o que faremos?

-Hhhmm...Não...

Antes que Ben continuasse a falar, foi interrompido pelo surgimento repentino de Paradox. Eles já haviam se encontrado antes, quando foram investigar uma antiga base militar afastada da cidade.

Esse cientista inventou uma espécie de máquina do tempo, mas por causa de problemas técnicos, acabou sendo sugado pelo portal dimensional que abriu e agora pode viajar pelo tempo e atualmente age como um guardião da linha temporal.

-Olá, meus jovens! –ele disse triunfante, olhando para o trio. –Parabéns pelo aniversário Benjamin. 18 anos não é?

-Como sabe? –o dono do Omnitrix comentou, com molho de Chilli Fries na bochecha.

-Esqueceu que sou um viajante do tempo, meu caro? –o homem sorriu, com ar de superior.-Ah, antes que eu esqueça, você está todo sujo.

-Por que não senta com a gente? –Kevin ofereceu, engolindo um pedaço do sanduíche. –Se você conseguir suportar a imagem do Benjy comendo...

-Oh, sim, sem problemas. –ele sentou-se, colocando seu pacote de balas na mesa.

-Então, o que aconteceu dessa vez, Paradox? –Gwen perguntou, terminando de comer o sundae.

-Como a senhorita é perspicaz! –o cientista comentou, comendo uma bala. –Vocês sentiram algum tremor hoje cedo?

-Sim...-os adolescentes responderam ao mesmo tempo.

-Uma nave alienígena caiu na cidade e vocês devem averiguar, pelo que me lembro existe uma bactéria lá dentro e é altamente mortal para os humanos. –Paradox explicou a situação, não deixando de comer suas balas. –É isso...

-Que belo presente de aniversário hein, Tennyson?! –Kevin comentou maliciosamente, enquanto se levantava. –Vamos chutar a bunda daqueles aliens babacas?

-Obrigada pelas informações Paradox. –a ruiva agradeceu, também se levantando.

-Vamos lá! –Ben espreguiçou o corpo depois de ficar em pé e acenou para o cientista, enquanto saia da lanchonete. –Gwen...Posso fazer uma pergunta?

-Claro...

-O que é perspicaz?

—X—

Kevin dirigiu o Camaro até o local onde a suposta nave alienígena havia caído. Ficava numa área afastada do centro da cidade e isso era uma vantagem para o grupo. Quando esses fenômenos aconteciam perto das pessoas, além terem de se preocupar com os aliens, tinham que cuidar dos civis, para que não se machucassem.

Muitas vezes esse trabalho duplo era estressante, porque nem sempre os outros entendiam que eles estavam lá para ajudar. Alguns pensavam que também eram seres do mal e acabavam atrapalhando mais do que ajudando.

A nave havia feito uma aterrissagem forçada. Isso podia ser facilmente identificado, por causa do rastro que destruição que havia atrás dos escombros. As árvores quebradas, a terra revirada e ainda tinha fumaça saindo de algumas partes metálicas da nave.

-Wow! –o moreno comentou, com os olhos arregalados. –Esse alien definitivamente comprou a carteira! Olha só, ele destruiu metade do morro!

-Vamos chegar mais perto para ver o que aconteceu...-Ben saiu do veiculo, tampando os olhos do sol.

-Vou rastrear alguma forma de vida...-Gwen fechou os olhos, se concentrado. Depois de alguns segundos vasculhando, achou um sinal bem fraco. –Acho que encontrei alguma coisa ali... –ela apontou para a cabine. –Talvez seja o que estamos procurando.

Kevin absorveu a matéria que compunha as peças da nave e abriu espaço por entre os escombros. Tudo ia muito bem, até que deram de cara com um escudo de força. A tecnologia empregada nesse sistema de proteção era altamente potente, para um planeta como a Terra. Isso mostrava que aquela nave pertencia a um mundo distante da Via Láctea.

-O que vamos fazer agora? Não podemos forçar a passagem.

-Por que não? –o moreno perguntou. –A única coisa que pode acontecer é voarmos para bem longe, fora isso não vamos morrer.

-Ok, eu vou então.

Ben se transformou em Humongossaur e forçou a passagem pela barreira. O campo era muito resistente e isso demandou ainda mais os poderes do Omnitrix. Demorou alguns minutos para poder finalmente atravessar o escudo.

Ao entrar na cabine, percebeu que havia um pequeno frasco lacrado, ao lado de dois corpos de alienígenas despedaçados. Aquilo deveria ser a tal bactéria que Paradox comentou. Alterando mais uma vez sua forma, Ben agora era SwampFire. A melhor maneira de acabar com qualquer ameaça que o frasco poderia representar, era queimar seu conteúdo. Com o fogo que produzia, queimou o recipiente, até não restar mais nada além de cinzas.

No momento em que Ben voltava transformado em Humungossaur, a barreira parecia instável e começou a rachar em alguns pontos. Se ficasse ali, o adolescente poderia se machucar. Reunindo toda a força que possuía, abriu uma saída e tentou escapar.

Kevin e Gwen observavam toda a ação bastante preocupados, temiam que algo acontecesse com Ben no final. Quando menos esperavam, o escudo se rompeu e explodiu violentamente, lançando pedaços da nave em todas as direções. Cada um se protegeu da melhor maneira que pôde.

-Alguém se machucou? –Kevin perguntou, se levantando.

-Eu não... –ela ainda estava um pouco tonta, mas não se feriu. –Ben, você está ok? Aconteceu alguma coisa com o Omnitrix? A explosão foi forte...

-...

-Estou achando você muito distante, Ben. Tem certeza de que não se machucou?

-Hã? –ele não sabia o que estava acontecendo, sentiu-se perdido. –Você não tinha morrido, Gwen?

-O que?! –a ruiva não acreditou no que ouviu. –Kevin, acho que ele bateu a cabeça durante a explosão.

-É...Melhor ir ao hospital. –o moreno respondeu, segurando Ben no colo.

-Mas...Você tinha morrido Gwen! E você sumiu, Kevin! –ele continuou falando, tentando colocar os pensamentos em ordem. –Estou falando sério!

-Acho que você anda comendo Chilli Fries demais...