Autora: Blanxe
Beta: Shii
Casal: SasuNaru
Gênero: Yaoi, Romance, Angst, Drama, Tragédia, Referência a M-PREG.
Aviso: Partes em itálico na história significam lembranças ou sonhos.
Agradecimentos: À Niu-Kokole-Abestada.
Reminiscência
Nos dias sem garra
Em que se repetem diálogos prontos
Cores, formas e sentidos mudam
Mas preciso acreditar em certas coisas
Mapas e eras são repintados inúmeras vezes
Mas há uma luz que não se apagou…
oOo
Ele poderia esperar qualquer coisa, menos aquilo. O primeiro temor que passou por sua cabeça foi de não ser filho verdadeiro de seu pai. Se acaso esse fosse o grande segredo, não queria saber, não queria ter certeza que Sasuke não era seu pai verdadeiro. O princípio de pânico começou a se instalar dentro de si ante o raciocínio que criava: Se Naruto era seu pai e estava morto, seu Otousan poderia ter assumido a responsabilidade de criá-lo longe de Konoha como seu filho para que não sofresse pela perda.
- Como assim eu sou descendente de Uzumaki? – perguntou atordoado pela resposta anterior do pai. - Esse não era o sobrenome do tal Naruto?
Em seus olhos negros, apesar da seriedade, suplicava para que o que estava pensando não se concretizasse, que seu pai desmentisse ou dissesse que estava enganado. Não o perdoaria se tivesse escondido algo daquele teor de si.
- Sim, era o sobrenome de Naruto.
- Então, o que isso quer dizer? – Hoshi indagou com o coração apertado.
Seu pai aparentava indiferença, mas não era de se estranhar, aquele era seu jeito em quase noventa por cento das situações. Só que, naquele momento, Hoshi queria que Sasuke demonstrasse algo, talvez remorso ou penalização pela noção de estar fazendo com que ele sofresse com aquilo.
- O que mais poderia significar? – ele respondeu impassivelmente. - Você é filho de Naruto…
Ficou rígido com a confirmação que durante aquele período esperava. A negação não acontecera, a realidade que temia viera à tona e a expressão de incredulidade e tristeza em seu semblante provavelmente denunciou sua amargura maior, pois logo seu pai completou:
- E meu filho também.
- Filho adotivo. – Hoshi prontamente o corrigiu, em tom de acusação.
- Não. – Sasuke negou, ficando tenso, ao perceber a dedução que o garoto estava tendo. - Meu filho legítimo.
- Como? – questionou angustiado. - Eu não estou entendendo nada.
Sasuke sorriu tristemente e colocou a mão no ombro do mais jovem.
- Se está confuso agora, imagine se eu contasse isso a você quando tinha cinco anos de idade e perguntou sobre sua mãe. – lembrou-se dessa época e do quanto se sentiu péssimo por simplesmente ignorar a pergunta, mas também se surpreendeu quando seu pequeno filho não mais insistira no assunto, aparentando, mesmo com a pouca idade, saber discernir seus limites. - Não pense que foi fácil manter esse segredo, mas você não teria estrutura psicológica para compreender e aceitar que sua gestação foi única.
Aturdido, Hoshi buscava compreender o que lhe era dito. Gestação única? Seu pai estava querendo convencê-lo de que nascera de outro homem?
- Como isso é possível? – quis saber, cada vez mais confuso. - Quero dizer, não é lógico, não faz sentido algum e é impossível.
Recebeu um olhar em simpatia e, em seguida, as palavras lacônicas do homem mais velho:
- Para Naruto não foi impossível, a prova disso é a sua existência.
Hoshi engoliu o bolo que se formou repentinamente em sua garganta e, sem pensar, inquiriu rindo sardonicamente:
- Então eu sou algum tipo de aberração?
Foi pego de surpresa quando a expressão do pai se fechou, tornando-se sombria. A mão que ele mantinha em seu ombro apertou a pegada, enquanto a outra se juntou na mesma ação do outro lado.
- Nunca diga uma coisa dessas! – Sasuke exigiu, estressado, mantendo os olhos irritadiços fixos nos orbes assustados do filho. - Eu passei anos omitindo o passado de você, cortei qualquer ligação com todos que soubessem da verdade e chegassem a prejudicá-lo, para que não sofresse com esse tipo de pensamento ou discriminação que quisessem impor a você! – parou um segundo, como se ponderasse se estava passando ou não dos limites em suas palavras e, controlando a voz, finalmente pediu:
- Não me decepcione ou faça com que me arrependa de estar dizendo a verdade agora, quando pensei que estaria maduro o suficiente para compreendê-la e aceitá-la.
Hoshi entendera perfeitamente cada palavra e sentimento expressados por seu pai durante aquele desabafo. Escolhera um termo infeliz quando a questão toda - o motivo da omissão – girava em torno desse quesito. Porém, continuava sendo difícil assimilar e não achar tudo uma grande baboseira. A genética era tão certa como o resultado das contas de matemática que resolvia na escola e ali estava o homem que mais respeitava e amava no mundo, querendo quebrar suas convicções e fazer com que acreditasse que de um relacionamento com alguém do mesmo sexo ele, Hoshi, havia sido gerado.
- Então me conte a verdade, Otousan. – enfim pediu, disposto a escutá-lo e tentar compreender. - Toda ela.
O semblante de Sasuke se suavizou e a pegada que mantinha nos ombros do mais novo se afrouxou, retroagindo alguns passos para trás.
Ele contou sobre os sentimentos, sobre o relacionamento que um dia existiu entre Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha e a força infinita e misteriosa que chamavam de raposa de nove caudas. Era o que precisava saber no momento, nada além de como fora possível ter nascido da união entre dois homens, e assim ficou ciente que fora a dita Kyuubi quem agira em prol de sua concepção.
Não existia o que contestar, afinal, seu pai não inventaria uma história como aquela. Entretanto, continuava se sentindo desorientado, como se tivessem lhe passado informações pesadas demais para que sua mente processasse. E basicamente fora exatamente isso que ocorrera. Tinha tanta coisa que gostaria de saber, de perguntar, mas precisava achar novamente seu chão, um meio de realmente não surtar com a parcial revelação sobre o passado de seu pai.
- Otousan… - ele chamou, sem conseguir encará-lo nos olhos. - Eu preciso de um tempo… pra pensar.
Sasuke nada disse, mas Hoshi teve o seu pedido atendido quando escutou os passos. Foi quando teve coragem para erguer a cabeça e assim poder ver o pai se afastando, sem sequer dizer para onde ia. Aquilo lhe trouxe um sentimento de culpa, mesmo sabendo que não deveria se sentir assim. Não fora ele quem escondera a verdade e, até então, havia sido o mais compreensivo possível? Temia estar sendo egoísta, mas chegara o momento do pai entendê-lo e, infelizmente, ainda não se via capaz de aliviar a consciência dele.
Tomando a direção contrária, Hoshi pôs-se a caminhar… completamente sem rumo, com a cabeça cheia de pensamentos.
oOo
Andar sem rumo por um lugar que mal conhecia poderia ser estranho, mas para Hoshi esse tipo de percepção passou despercebido. Não soube como, nem porque fora parar naquele lugar, mas quando deu por si já estava lá. Havia deixado o centro e agora se encontrava em meio a árvores e plantas.
Suspirou.
Talvez seu subconsciente estivesse precisando mesmo daquela paz, longe de barulhos e interrupções, e o tivesse guiado justamente até ali. Quem sabe o silêncio fosse mesmo necessário para ajeitar a bagunça que estava sua cabeça.
Observou, tomando ciência de tudo ao se redor, pensando no qual terrível poderia ser sua existência, mas como ver as coisas por esse ângulo se vivera até então uma vida normal? Se passasse o resto de sua vida sem saber que não tinha uma mãe e sim, no lugar desta, um pai, teria seguido sem criar aqueles dilemas estúpidos. Riu de si mesmo ao perceber o quão idiota era. Começava a se conscientizar que na realidade nada mudaria só porque ficara sabendo que sua gestação e nascimento ocorreram de uma maneira não-convencional. Continuaria sendo Hoshi Uchiha, o garoto aplicado no colégio, que sempre via o lado bom de tudo e que respeitava e amava o pai mais do que qualquer coisa no mundo.
Quem sabe o que o incomodasse verdadeiramente não fosse o seu nascimento, mas sim todos ali conhecerem a história toda e ele não. Ele não sabia de nada, continuava sem saber, em termos mais profundos, quem fora Naruto Uzumaki.
Saber que ele fora um herói, um amigo estimado e o grande amor da vida de seu pai era superficial demais. Queria que ele tivesse significado alguma coisa para si também, ter alguma lembrança ou sentimento por aquele que deveria ser tão importante para si quanto seu otousan, mas não tinha nada daquilo, não sentia nada por Naruto, além da curiosidade de conhecê-lo melhor.
Para ele, Naruto continuava sendo apenas uma lenda sem rosto.
Com as mãos enfiadas resolutamente dentro dos bolsos de sua bermuda, suspirou novamente, chutando uma pequena pedra ao retomar sua caminhada. Olhou para o céu, além das árvores que o cercavam, e admirou o azul límpido do meio da tarde ensolarada, refletindo se por ventura, algum dia, Naruto passara por aquele mesmo lugar e quem sabe olhara da mesma forma para aquele mesmo céu.
Foi quando, de repente, algo bloqueou sua passagem. Tão distraído que estava, acabou indo de encontro a alguém, seu rosto enfiado entre as vestes que cobriam o torso da pessoa. A única coisa que conseguiu definir, além da súbita vergonha, foi o aroma agradável que o desconhecido retinha.
Embaraçado, Hoshi se afastou, dando alguns passos para trás.
- Desculpe, eu estava distraído. – ofereceu um seu sorriso constrangido, mas ao mesmo tempo ladino, enquanto reparava no homem mais alto.
O desconhecido estava sério demais para alguém que poderia lhe desculpar. Na verdade, ele tinha aquele jeito de quem a qualquer momento poderia colocá-lo para correr, no entanto, mesmo continuando indiferente, o homem não tomou como ofensa o encontro brusco.
- Hn.
Inexplicavelmente, o estranho ficou fitando-o mais tempo do que normalmente um desconhecido faria e isso intrigou Hoshi.
- O que foi? Tem algo na minha cara? – perguntou de maneira petulante, sentindo-se incomodado e disposto a evadir o homem e ir embora, mas a resposta que recebeu o impediu:
- Você me parece familiar.
Um vinco de formou entre suas sobrancelhas e Hoshi se pegou pensando se poderia considerar que aquele homem conhecia seu pai, ou porque não dizer seus pais. Era uma realidade que teria que se acostumar a encarar, então decidiu que talvez aquele encontro pudesse ser de alguma ajuda.
- Ei, você conheceu Naruto Uzumaki? – perguntou, ignorando o comentário feito anteriormente pelo outro.
O reconhecimento ao nome no leve tencionar do corpo do mais velho fez com que Hoshi tivesse uma resposta antes mesmo do outro replicar, mas sorriu levemente ao ouvi-lo afirmar com desconfiança:
- Conheci.
Sem se importar com quem era aquele homem, muito menos se constranger, Hoshi decidiu seguir algo que interiormente vinha desejando desde muito tempo: descobrir quem fora realmente Naruto.
- O que poderia me contar sobre ele?
Aparentando disposto a dar sua atenção, sem qualquer questionamento a mais, o homem replicou:
- Que era uma pessoa obstinada, forte e inigualável.
Hoshi ficou atento às palavras, assim como ao semblante e ao olhar sincero do mais velho. Assim como Sakura, Sai e seu pai, aquele estranho de curtos cabelos ruivos e exóticos orbes verdes, também exibia uma aura de adoração ao se referir ao jovem que morrera. Isso provava o quanto ele realmente fora querido e instigava Hoshi a especular internamente por mais respostas.
- Todos parecem venerá-lo, não é?
- Não usaria essa palavra. Todos o consideravam muito. – ele disse, e depois com o tom de voz mais brando, finalizou: - Ele era único.
Aquele timbre fez com que uma desconfiança instantaneamente surgisse para o garoto, que com seu jeito conjeturado, inquiriu:
- E qual foi seu relacionamento com ele?
Desta vez, em vez de prontamente responder, o desconhecido tomou uma postura defensiva e replicou:
- Por que está fazendo essas perguntas?
- Porque eu gostaria de conhecer mais sobre ele. – Hoshi deu de ombros como se realmente fosse algo de pouca importância, mas isso não convenceu o outro, que estreitou os olhos estranhamente obscurecidos em volta e treplicou:
- E qual o interesse por trás disso?
- Apenas conhecer mais sobre o mito. – dessa vez Hoshi sorriu. Por algum motivo estava achando engraçado que tivesse atiçado a curiosidade do outro homem. Perguntava-se se ele saberia que Naruto tivera um filho e, assim sendo, se teria uma reação parecida com a de Sai caso lhe contasse que era descendente de Uzumaki.
- Você não é daqui? – o ruivo interrogou.
- Em termos, sou. Não vivi aqui. – contou e, em seguida, cantarolou: - Mas você fugiu da minha pergunta.
O ruivo demonstrou um misto de surpresa e ínfimo constrangimento que não passaram despercebidos pelo jovem.
- Naruto foi… um grande amigo.
Naquele momento, não importava mais o que o outro dissesse, para Hoshi existia algo mais.
- Só isso? – indagou com sarcasmo. – Com essa sua cara de chove e não molha parece que não foi bem assim.
Por um segundo, pensou que o ruivo não responderia. Durante o breve silêncio, Hoshi viu que talvez não devesse ficar forçando assuntos que realmente não faziam tanta importância assim. Afinal, se seu ímpeto era conhecer um pouco mais daquele que lhe dera a vida, por que ficar forçando um tópico tão irrelevante? No entanto, o outro lhe respondeu, desviando o olhar, com um timbre de resignação e pesar:
- Ele me salvou algumas vezes… até de mim mesmo.
Hoshi sentiu que havia uma profunda tristeza naquelas palavras e quis se estapear mentalmente por achar que tinha passado dos limites ao forçar aquelas perguntas. Não pretendia deixar ninguém deprimido ou abalado por causa do passado e o jeito como o outro homem controlava e escondia suas emoções não era suficiente a ponto de evitar que percebesse sua mágoa.
Desta vez, se perguntou internamente como conseguiria abordar o assunto, conhecer tudo sobre Naruto, sem causar sofrimento a alguém. Temia que isso fosse impossível e que, no final, acabasse por desistir de buscar o assunto para evitar ver os outros entristecidos.
- Bem, já que se ele era uma pessoa tão querida assim. – ponderou mais para si mesmo do que para o homem a sua frente. - Acho que é o suficiente para acreditar que devo me orgulhar de ser quem eu sou.
- Quem é você? – o ruivo indagou, sem aparentar sua real curiosidade.
É uma boa pergunta. – Hoshi pensou. Sua identidade que outrora sempre fora incompleta finalmente se revelara naquele dia. Chegou a ter dúvidas se seria capaz de aceitar sem maiores conflitos o que lhe era imposto, mas atingira uma conclusão, afinal. Respirando fundo e encarando diretamente os olhos verdes do ruivo, exibiu um sorriso exultante.
- Hoshi Uzumaki-Uchiha.
O tipo de reação vinda do outro homem teria feito com que gargalhasse. Deveria esperar que mais pessoas reagissem assim? De qualquer forma, viu o ruivo deixar aquela expressão que até então mostrara ser tão sisuda e apática, demonstrando uma surpresa repentina. Conteve seu ímpeto de rir com louvor e decidiu abordar algo que finalmente quis saber depois de toda aquela conversa informal.
- A propósito, eu ainda não sei seu nome.
- Gaara. – ele lhe disse depois de sair do choque inicial de saber quem o garoto realmente era. - Gaara do Deserto.
oOo
Seus pés já tinham um caminho certo a seguir e, por isso, quando finalmente parou, não hesitou em sorrir tristemente para a lápide a sua frente. Era a primeira vez em quinze anos que visitava aquele lugar e sua aversão a esse ato ainda não diminuíra. Estar frente a frente com o túmulo de Naruto era o doloroso atestado do que acontecera no passado, uma constatação de que não poderia fantasiar que ele estava apenas distante, morando em algum lugar bem longe que não tinha como alcançar, mas, ainda assim, imaginar que o loiro tinha ido embora e que estava bem, era melhor do que encarar a realidade.
Aquela realidade fria e sem retorno, que fazia com que seu coração doesse. Mesmo assim forçou um sorriso, tentando se contentar com a noção de que era ali o local onde seu amado descansava e se abaixou, tocando a pedra fria com a mão.
- Ei… - chamou como se de alguma forma ele pudesse escutá-lo. No fundo, sentia que devia explicações por nunca ter estado por perto e, apesar de poder parecer loucura, continuou vocalizando tudo o que queria dizer a Naruto como se este o estivesse ouvindo.
- Sinto muito por não tê-lo visitado antes. Acho que, no final das contas, o verme do Sai sempre teve razão quando me chamava de covarde… não tive coragem de voltar aqui, nem mesmo para vê-lo.
Fez uma pausa, olhando com distinta emoção para o nome gravado na lápide e começou lentamente traçar cada letra com a ponta dos dedos, enquanto continuava sua confissão:
- Mas rezo por você todos os dias e eu cumpri a minha promessa, ainda estou cumprindo. Nosso filho cresceu feliz, conforme seu pedido e se tornou tão pedante quanto você. – um riso escapou fracamente de seus lábios e contou: - Mas ele é muito mais inteligente que você, dobe. É um bom garoto…
Respirou mais profundamente, voltando a ficar sério e baixando a cabeça como se quisesse esconder a pesada tristeza de seu olhar.
- Mas ainda é difícil, mesmo depois de tantos anos, não tê-lo aqui. Tenho que admitir que preferia não ter retornado a Konoha, por mim nunca mais voltaria e sei que entende o quanto me dói ter que estar aqui novamente… - sua mão então se fechou no topo da lápide, contendo assim a força do sentimento ruim que retinha dentro de si e sua voz ganhou um timbre rancoroso. - Esse lugar, essas pessoas… eu continuo as odiando por mais que tente demonstrar o contrário. Sei que não existia outra maneira, só que em cada recanto, em cada um deles, há uma amostra de que a vida continuou sem você e que o remorso que carregam é muito pequeno comparado a dor que eu sinto a cada segundo que respiro.
Tentou controlar aquela gama de animosidade que continuava acorrentando dentro de seu âmago, assim como impediu que seu sofrimento e raiva fossem vertidos pelas lágrimas que seus olhos detinham. Voltando a levantar o rosto e assim, fitando mais uma vez a pedra a sua frente, desoladamente admitiu:
- Eu não fui capaz de ser feliz sem você e peço perdão por isso… por não ter conseguido cumprir seu desejo.
O vento pareceu soprar de uma maneira estranha, levando junto consigo algumas folhas das árvores, assim como trouxe a Sasuke a forte impressão de que estava sendo observado. Dificilmente ignoraria algo do tipo, por isso, virou-se rapidamente, colocando-se de pé e olhando aguçadamente ao redor.
- Quem está aí? – perguntou em voz alta, desta vez conseguindo sentir a linha de um chakra vinda da direção da copa de uma das árvores, mas antes que pudesse pegar e lançar uma kunai naquela direção, a aproximação de alguém o deteve.
No mesmo instante que viu o filho vindo em sua direção, aquele ponto fraco, mas certo de energia desapareceu, indicando que quem quer que estivesse ali por perto, havia fugido. Internamente ficou intrigado com aquela presença, mas perdeu qualquer tipo de especulação interna já que seu interesse maior era o retorno de Hoshi depois de ter pedido um tempo para espairecer e centrar-se por causa do que havia lhe contado.
Esperou que o garoto viesse até si, analisando seu semblante, querendo descobrir a que pé estavam um do outro após a confidência. Porém, não conseguiu distinguir se ele estava bravo ou apenas introspectivo por possivelmente continuar abalado por saber que tinha outro homem como pai.
- Oi, velho… - Hoshi resmungou, olhando para Sasuke sem sorrir e isso fez com que o moreno ficasse internamente receoso. Não ver o filho sorrindo ou rindo só podia significar que estava muito chateado.
Contudo, Sasuke não tinha dúvidas de que fizera o certo, o melhor para seu filho e se isso custasse um pouco de tempo para ser compreendido de forma definitiva por Hoshi, esperaria Porém, preferia ter certeza, por isso, questionou:
- Já pensou?
- Já. – o garoto respondeu de imediato.
Aquilo talvez fosse um bom sinal, afinal, Hoshi parecia não ter quaisquer dúvidas sobre o assunto, e tinha isso nítido em seu olhar firme.
- E a qual conclusão chegou? – indagou, vendo o filho em seguida suspirar e deixar os ombros caírem.
- Que eu 'tô com fome. – ele reclamou num resmungo, com a expressão contorcida e olhando com incredulidade para a falta de reação do pai, exigiu saber: - Vai me deixar morrer de barriga vazia?
Sasuke não sabia se ria ou dava um tapa no filho, mas preferiu sorrir e balançar a cabeça negativamente de modo displicente. Criando-o desde bebê, só poderia esperar por algo do tipo, em vez de se preocupar tanto. Sem sombra de dúvidas, Hoshi provava mais uma vez ser filho de quem era sem demonstrar mágoas ou chegar para questionar ainda mais suas atitudes. O garoto certamente aceitara positivamente a sua condição e entendera os motivos da omissão. Entretanto, Sasuke gostaria de saber o que ele realmente pensava sobre tudo, só que isso, se tivesse que abordar, não seria agora.
O jeito emburrado era mais do que indicação de que Hoshi estava faminto e uma coisa que aprendera durante os anos fora não ignorar um Uzumaki faminto.
O pai meneou a cabeça para que o seguisse. Lançando um olhar para a lápide onde o mais velho estivera perto o tempo todo, Hoshi sorriu levemente, antes de se virar e sair apressado atrás de seu otousan.
oOo
Continua...
Notas da Autora:
Queria apenas responder a dois comentarios aqui no corpo da fic por não ter como entrar em contado com essas leitoras por email.
Primeira é uma leitora que deixou o email marryclamp... Infelizmente non to conseguindo mandar resposta pra ti... Aqui a mensagem retorna, dizendo que o email é inválido... Teria outro preu poder te responder as reviews adequadamente? Agradeço desde já seus comentários e espero que curta o restante da história.
Segunda é a Thata... se puder deixar o email no campo onde é destinado pro nick e assinar seu nome no final da review, eu agradeceria... Assim eu posso te enviar as respostas diretamente pro seu email, como faço com todos que me enviam comentários, já q é política desse site que não se deve responder as reviews no corpo a fic... Agradeço muito mesmo pela review, Thata!
Notas da Beta: Hoshiii!!! Cara! Ele aceitou de uma forma tão fofa!!! E ele ficou de olho no Gaara que eu viii!!!! Adhsaudhsauhduas Deixem reviews para nossa linda sensei, e alimentem o ânimo dela! XD
