Não demorou muito pra nos depararmos com as pessoas que vieram atrás de nós.
- Prazer. Meu nome é Kimimaro e este é Kabuto. Venham conosco.
Sakura e eu assentimos com a cabeça e começamos a segui-los.
- O professor de vocês nos disse que se chamavam Sasuke e Sakura. – comentou Kabuto.
- Isso. – ela respondeu.
- Mas como vocês foram se perder?
- Ah, fui eu que me perdi... Acabei me distraindo, aí vieram me procurar e o Sasuke-kun me achou...
- São namorados? Estão aí de mãos dadas... – ele disse, nos mirando por cima do ombro, já que estava na nossa frente.
- Somos! – Sakura respondeu, alegre.
- Que coincidência justo o seu namorado ter te encontrado, não é?
Notei o sarcasmo em sua voz, e franzi o cenho pra aquele homem intrometido. Onde ele queria chegar?
- Deve ter sido intuição, já que nos amamos, hehe... – disse Sakura, ingênua, mostrando que não tinha percebido o sarcasmo.
- É, pode ser, hehehe... Há quanto tempo estão namo...?
- Não te interessa. – cortei, ríspido – Chega de perguntas.
- Sasuke-kun! – Sakura exclamou, em tom repreensivo.
- Me desculpe, só estava tentando ser gentil...
- Perguntando o que não é da sua conta? Dispenso esse tipo de gentileza.
- Que isso, Sasuke-kun! Não precisa falar assim!
- Tudo bem, tudo bem... Prometo que vou ficar quieto agora. – Kabuto respondeu, tentando parecer ofendido, mas notei um leve tom de diversão em sua voz.
Não gosto desse cara. Ele não inspira confiança. Quanto mais rápido encontrarmos Kakashi-sensei e os outros, melhor.
De repente, o tal de Kimimaro voltou-se para nós e se agachou, lançando-nos um olhar feroz e grunhindo raivoso. Nossos olhos se arregalaram enquanto víamos sua pele ganhando um tom escarlate, chifres pontudos surgindo em sua testa e suas mãos ganhando garras.
- E-ele é um...!
Antes que Sakura pudesse completar a frase, a figura assustadora gritou, saltando em minha direção, apontando as notadamente afiadas garras.
Por reflexo, fechei os olhos e fiz um movimento para empurrar Sakura e protegê-la, mas o movimento fez com que eu me desequilibrasse e caísse no chão. Sakura, numa fração de segundos, já não estava mais ao meu lado, e sim em posição de defesa, com as mãos erguidas, e o tempo já congelado. Devo admitir, que namorada eficiente eu tenho...
- Sasuke-kun, eu imobilizei o demônio!
Pisquei rapidamente, tentando assimilar o que acabara de ouvir.
- Q-quê? Ele é um...?
- Sim! Não te falei nada antes porque pensei que acreditasse na existência deles!
- Eu acreditava, mas nunca imaginei que um dia seria atacado por um!
- Kabuto está adormecido. Temos que sair daqui logo, o poder de imobilizar demônios só dura meia-hora! Preciso entrar em contato com algum Anjo Guerreiro pra exterminar esse cara!
- Anjo o quê?
- Já te falei, Sasuke-kun... Existem outros tipos de anjo... Mas isso eu explico depois! Preciso achar um...!
- Não precisa achar nada. – uma voz familiar interrompeu, vindo do alto.
Quando olhamos pra cima, não acreditamos: Kakashi-sensei com asas! KAKASHI-SENSEI ERA UM ANJO!
Ficamos boquiabertos, sem-reação.
Kakashi pegou a espada que estava em suas costas, e a lâmina começou a flamejar. Era, literalmente, uma "espada de fogo."
Ao transpassá-la em Kimimaro, este começou a desaparecer conforme as chamas consumiam seu corpo. E sem carbonizar. Seu corpo ia MESMO desaparecendo, até sumir por completo.
- Sakura, altere a memória daquele ali.
- C-claro, sensei! – respondeu, tão abismada quanto eu pela descoberta.
Mas eu estava mais abismado ainda por ver aquele professor relaxado, irresponsável e aspirante a sedutor em forma de ANJO. Não, aquilo era demais pros meus olhos!
- Peço desculpas pelo ocorrido. – disse Kakashi – Nunca ia imaginar que um dos funcionários da reserva fosse um demônio, muito menos que ia atacar o Sasuke assim do nada (deduzi que ele atacou o Sasuke porque, se não fosse por isso, a Sakura não teria ficado na forma angelical). Eles costumam ser astutos, ficando escondidos sob a forma humana pra não serem detectados, e só se revelam em último caso. Não entendo porque esse já se revelou...
- M-mas como você sabia que eles estavam aqui?
- Assim que o tempo congela, Sasuke, Anjos Guerreiros e Anjos Mensageiros ficam a postos, concentrados em detectar a presença de algum demônio caso tenha sido esse o motivo do congelamento que o Anjo da Guarda fez. Se for, eles se aproximam.
Do nada, Asuma e Kurenai surgem.
- Chegamos atrasados? – o outro sensei perguntou.
- Só um pouco. – Kakashi respondeu.
- Perdão... – disse Kurenai – Eu ainda estava meio enjoada, então demorei pra ficar na minha forma angelical... Falei pro Asuma ir na frente, mas ele não quis...
- Hum... Nesse caso, tudo bem. Vou relatar o ocorrido pra você reportar pros outros anjos daqui da região e depois pro departamento do Céu que arquiva essas ocorrências envolvendo demônios.
Dessa vez, não consegui pronunciar nenhuma palavra. Sakura, que já havia mudado a memória de Kabuto, também. Asuma-sensei e Kurenai-sensei?
A sensei ouviu atentamente o que Kakashi disse, mas sem anotar nada, o que me fez deduzir que estava memorizando. Então, ela fechou os olhos, pôs os indicadores sobre a testa e seu corpo começou a brilhar. Quando o brilho cessou, ela disse:
- Mensagem enviada!
- Ela é um "Anjo E-mail" por acaso? – perguntei, irônico, ainda impressionado.
- Não. Um Anjo Mensageiro. – falou Sakura. – Por telepatia, ela acabou de avisar a todos os anjos aqui do município e pros Anjos Arquivistas o que acabou de acontecer.
- Er... Tá. – respondi, tentando parecer que estava achando tudo aquilo absolutamente normal – Mas por que eles não te falaram antes que também eram como você?
- Foram os pais dela. – Asuma falou, apontando para Sakura.
- Hein? – nós dois exclamamos.
- Os pais da Sakura nos pediram pra não contar, e só nos revelar se fosse extremamente necessário. – justificou Kurenai – Mas nunca que íamos imaginar que um demônio ia se revelar pra vocês no meio da nossa excursão...
- Só detectamos a presença deles quando estão na forma demoníaca. Na forma humana, não. Mas eles não conseguem nos detectar nem na forma angelical nem na humana. – complementou Asuma, fazendo com que eu entendesse melhor o que Kakashi quis dizer com "ficar escondidos sob a forma humana".
- Bom, agora que atacaram o Sasuke do nada... – começou Kakashi – Vamos ficar de olho. Precisamos descobrir o que esse cara queria, e informando aos vários anjos da região talvez eles possam nos dizer alguma coisa que ajude a descobrir... Enfim, hora de descongelar o tempo, Sakura.
- Tudo bem.
- Ei, um segundo! – falei – Vocês disseram que os demônios podem ficar escondidos sob a forma humana, né?
- Sim. – Kakashi confirmou.
- E se... – apontei para Kabuto.
- Só há um jeito de descobrir. – falou Kurenai.
Eles se entreolharam, apreensivos. E eu estava mais apreensivo, porque não tinha a mínima idéia do que eles fariam pra descobrir.
Sakura descongelou o tempo.
- Olá. – falou Kabuto, levantando - Pelo visto, desmaiei... Minha cabeça está latejando um pouco... Ai...
- E você lembra por que está aqui? – Kakashi perguntou.
- Sim. Vim com vocês encontrar uma jovem que se perdeu aqui.
- Não seria "dois jovens"? – indagou Sakura.
A expressão de Kabuto mudou. Era como se tivesse sido pego de surpresa.
- Você disse que veio encontrar uma jovem porque, quando encontrou Sasuke-kun e eu da primeira vez, expliquei que fui eu quem me perdi, só que tem um probleminha: quando fui alterar sua memória, coloquei que você voltaria a pensar que eram DUAS pessoas que se perderam. Mas demônios não podem ter as memórias alteradas... Né?
Emudeci. Não só pela esperteza da minha namorada, mas também pela minha intuição ter sido correta (apesar de eu só ter desconfiado porque ele deu mole, mas enfim...). Vou pensar duas vezes na próxima vez que não for com a cara de alguém! Eu, hein!
- M-mas peraí: minhas memórias também não podem mudar! – exclamei – Quer dizer que eu...?
- Não, Sasuke... – Kakashi logo me interrompeu – Você tem um Anjo da Guarda. Mas os demônios... – o sensei se colocou na forma angelical de novo e atacou Kabuto, que revidou com uma mão cujas garras surgiram numa fração de segundos – Demônios não possuem Anjos da Guarda, por motivos óbvios. – após terminar, este saltou para longe de Kabuto.
O demônio ainda não totalmente transformado olhou para todos e depois sorriu, mas de um jeito maligno. Soltou uma gargalhada.
- Ora, ora, que espertinhos! Porém, não vim até aqui com o objetivo de lutar, apenas queria testar algumas coisas... Hehe! Então, proponho um trato: vocês não me matam e eu não ataco vocês, até porque... Se já vai ser estranho o súbito desaparecimento do meu colega, imagina se EU também desaparecer, né? Hu-hu-hu...
- Desgraçado! – Asuma exclamou.
- Só aceito o trato com uma condição: se nos atacar, ou ao menos AMEAÇAR fazer isso, irei revidar sem dó nem piedade. – Kakashi avisou.
- Sei de seu potencial, Sr. Hatake... Pode deixar que, pelo menos por enquanto, não estou querendo arriscar minha vida.
Então, a contragosto, caminhamos em silêncio na companhia do demônio até a entrada da trilha. Mas ele, claro, estava sendo devidamente vigiado.
Sakura segurou firmemente a minha mão. Entrelacei nossos dedos e, mesmo sem fitá-la, poderia apostar que ela sorriu docemente. Eu dei um sorriso discreto, apesar de ainda estar meio tenso depois do que aconteceu. E tinha algo que me intrigava bastante...
Chamei Kakashi e, o mais baixo possível, cochichei:
- Quem teve contato com aquele Kimimaro vai ter as memórias com ele apagadas?
- Claro que não, Sasuke... – ele respondeu, quase rindo – Os Anjos da Guarda só modificam as memórias de segundos antes de um acidente que quase acontece, a não ser que já tenha "chegado a hora" da pessoa, algo que é Deus quem determina... Imagina que confusão seria se eles tivessem que mudar as memórias tão radicalmente? As pessoas praticamente só viveriam numa ilusão, lembrando na maioria das vezes só de coisas inventadas... E isso não seria nada legal...
- Mas, então, o que vai dizer sobre...?
- Vamos dizer que ele desapareceu (o que não deixa de ser verdade). Uma equipe de busca irá atrás dele, não vão encontrá-lo e ele será dado como morto (o que também não deixa de ser verdade). Só que vamos ter que dizer que ele deveria estar nos aguardando na entrada e, quando chegamos, não o vimos (outra coisa que também não deixa de ser verdade).
- Er... Tá. Mas ele morreu mesmo ou desapareceu literalmente?
- Literalmente. Tanto o corpo quanto a alma foram carbonizados.
Arrepiei, engolindo em seco.
- E quanto aos... Anjos da Guarda que se auto-protegem? A Sakura me falou uma vez sobre isso, mas... Não me disse o que acontece com quem teve contato com esses anjos, se é que acontece algo...
O semblante do sensei pareceu ficar surpreso e triste por um momento, mas ele logo se recompôs:
- Outra hora eu te explico isso. Prometo. Mas vamos logo antes que se preocupem mais ainda com a gente, principalmente com a Sakura.
- Hum... Tudo bem. – respondi, ainda curioso quanto àquela reação.
Próximos à entrada, nos deparamos com Lee, Naruto e Shikamaru.
- Ah, o Lee estava ao meu lado enquanto falava com Sasuke no celular... Depois, ele começou a andar mais rápido que eu, ansioso e nervoso, aí o tempo congelou e fui atrás de vocês...
- Do jeito que ele é, deve ter demorado um tempo pra perceber seu sumiço... – Sakura comentou, e logo estávamos frente a frente com os três.
- Kakashi-sensei, então foi aí que se meteu? Do nada você sumiu do meu lado e... PAI DO CÉU, O QUE É ISSO? – berrou, apontando para, adivinhem? Sim, os dedos entrelaçados.
- Caraca, maluco! Não dá pra acreditar! – Naruto exclamou, numa felicidade frenética.
- Nossa, nem tinha reparado! – comentou Kakashi, perplexo.
- Nem eu! Impressionante! – disse Asuma.
- Inacreditável! – Kurenai falou.
- Buáááá... – Lee chorava.
- U-uau... – até o quase sempre inexpressivo do Shikamaru demonstrou alguma emoção.
- Tá, tá, já chega! – falei, irritado – É, estamos namorando! Pronto!
Todos levaram a mão ao coração e exclamaram dramaticamente:
- OH!
Sakura riu, e estapeei minha própria testa. Dê-me forças, Senhor... Forças e paciência... Não, forças não, ou posso acabar descontando em alguém (o que não é uma má idéia).
- Vão ficar nisso até quando? – perguntei, mais impaciente ainda.
- O pior ainda está por vir, colega... Espere só as amigas dela saberem... – Shikamaru avisou.
- Droga. Tem razão.
- Ei, esse é um dos caras da reserva que o Lee disse que você chamou? – perguntou Naruto a Kakashi, apontando para Kabuto.
- Isso mesmo. – o outro respondeu, com um sorriso tão falso que me deu até nojo.
Procuramos nos manter calmos, como se nada tivesse acontecido.
- E o seu colega? Foram dois, né? – questionou Lee.
- Ele deveria estar nos esperando aqui... – Kakashi comentou "casualmente", fingindo estranheza por não vê-lo.
- Não vimos ninguém. – Naruto comentou, confuso.
- Ah, então vou procurá-lo e ver se consigo achá-lo... – Kabuto falou, sorrindo cinicamente para Kakashi – Que bom que conseguimos encontrar sua aluna, não é, Sr. Hatake?
- É. Que bom. – respondeu calmamente, mas por dentro tenho certeza que se segurava para não acabar com esse demônio na frente de todos.
- Então... Até mais! – despediu-se, ainda com aquele sorrisinho debochado. O canalha conseguiu se safar dessa vez!
Fiquei calado enquanto seguíamos pela trilha que nos levaria ao topo da montanha, tentando digerir tudo o que acabara de presenciar e ouvir. Sakura respeitou meu silêncio. De repente, aproveitando que estava segurando minha mão, ela começou a brincar com meus dedos. Beijei-lhe a cabeça, e ela sorriu para mim. Sorri de volta, e lá estava ela entretida com meus dedos de novo. Vá entender... Hehe...
- O... Que... Foi... Isso? – exclamou Naruto de repente.
Eu e Sakura viramos na direção dele (andávamos na frente de todo mundo).
- "Isso" o quê? – perguntou ela.
- A-a-aquele beijo! Tô muito feliz por vocês, mas... Desculpa aê, foi bizarro! Vai demorar pra eu me acostumar!
- "Pra TODO mundo se acostumar" você quer dizer, né... – Kakashi falou.
- M-mas... Mas como isso foi aconteceeeeeeeer? – Lee indagou, com lágrimas nos olhos.
- Hum... – Kakashi coça o queixo – Será que foi naquela caverninha onde eles ficaram na hora da chuva? – conjecturou – Interessante... Muuuito interessante...
- Pára com essa voz maliciosa! – gritei, vermelho, já imaginando onde ele queria chegar.
- Que foi? Não disse nada! – ele respondeu, cínico – Prefiro até ser poupado dos detalhes sórdidos e...!
- Não tem detalhes sórdidos! – Sakura rebateu, tão vermelha quanto eu.
- Hu-hu-hu...
- Dois danadinhos...
- Cala a boca, Naruto! – respondemos juntos.
Depois dessa, todos começaram a rir. Eu e Sakura nos olhamos e acabamos rindo também. Quando as risadas cessaram, suspirei, imaginando quantas vezes teria que aturar as reações de todos que soubessem do nosso namoro...
Ao chegarmos ao topo, não deu outra: as reações foram as mesmas, exceto pela insinuação idiota de Kakashi-sensei. Não era um assunto que eu e Sakura discutiríamos agora, só daqui a um tempo...
- Nhaaaaaaaaa, Sakura! Que bom, que bom! – exclamou Ino, na mesma felicidade frenética de Naruto anteriormente. Tenten e Hinata apenas sorriram. A Hyuuga me fitou e alargou o sorriso. Era sua forma discreta de me dizer "parabéns".
Espero que um dia eu também possa sorrir assim pra ela um dia... Se dependesse do Naruto, eles já estariam juntos. O problema são as tradições da família dela... Aí fica complicado...
Ao fim do passeio, os professores anunciaram que iríamos a uma pizzaria mais tarde (o me fez lembrar do "encontro" que tive com Sakura no começo do ano). Como já estava quase escurecendo, passaríamos na pousada para tomar banho e descansar até nos chamarem.
- Precisamos ter um "encontro oficial", não é? – murmurei para a namorada ao meu lado.
- Hehehe, eu tava pensando na mesma coisa...
- Chouji, vamos apostar quem come mais nesse rodízio? – exclamou animadamente o idiota do... Ah, nem preciso completar a frase!
- Fechado! O vencedor ganha o quê?
- Mais uma pizza, e paga por quem perder!
- Putz, se for pra apostar, apostem algo mais útil, né? – reclamou Tenten – Já vão se entupir de pizza daqui a pouco...
- Comida é sagrada! – os dois esfomeados exclamaram.
- N-naruto-kun... – chamou Hinata.
- Siiiiiim? – respondeu alegremente.
- C-cuidado pra... Não passar mal... D-de tanto comer...
Silêncio. Naruto faz cara de bobo. Isso por um segundo, pois no segundo seguinte todos já estavam no "Aaaaaaaawww!" intercalados com "Que gracinha!". Ambos enrubescem.
- T-tá. – ele responde, ainda sorrindo, e dessa vez com o rosto corado.
Se eu não tivesse que manter minha pose inabalável de indiferença, diria que isso foi até bonitinho.
No ônibus, por motivos óbvios, eu e Sakura trocamos de duplas.
- Droga! Não me conformo, NÃO ME CONFORMO!
- Lee, cala essa boca e anda logo! – disse Naruto, empurrando-o até o banco onde ele havia sentado comigo. Eu e Sakura ficamos lá atrás, no "fundão".
Assim que o ônibus começou a andar, começou também a bagunça com aquelas cantorias de sempre. A turma se unia pra cantar de sucessos do momento àquelas músicas mais antigas que ninguém lembrava (ou QUASE ninguém, melhor dizendo), além das músicas infantis, bregas, etc.
Geralmente, essa barulheira toda me irrita profundamente. Hoje, não sei por quê, estou mais tolerante a ela. Talvez por me sentir feliz ao ver Sakura tão feliz participando da bagunça também (caramba, a que ponto fui chegar por causa dessa menina...).
- Canta também, Sasuke-kun! – pediu, aos risos, puxando meu braço.
- Não.
- Mas...!
Dei-lhe um selinho.
- Não.
Ela paralisou. Não só ela, mas todo mundo ali também.
É... Demoraria pra se acostumarem...
- T-tá, você que sabe... – respondeu, levemente corada – Vamos, gente, vê outra música logo!
Um certo engraçadinho sugeriu logo uma música romântica, e começou a berrar o que ele jurava estar cantando. Só não o mato por consideração à Hinata. Ela tem que conseguir se declarar antes pelo menos, coitada... Então, agradeça a ela por ainda estar vivo, seu boçal!
Enquanto esperávamos os professores chamarem, meninos e meninas se juntaram na área de lazer da pousada para passar o tempo. Sakura disse que queria falar comigo, e sentamos em cadeiras que ficavam em frente à piscina.
- Sasuke-kun...
- Hum?
- Por que será que meus pais pediram pros senseis não me falarem nada?
- Boa pergunta...
- E... Você ficou com medo?
- De quê?
- Como "de quê"? Não se faça de durão, você sabe muito bem do que estou falando!
- Não fiquei com medo, só... Só... Impressionado.
- Sei...
- Ah, Sakura, não enche, tá?
- O quê? Repet...!
Puxei-a para mais perto e lhe dei um selinho.
- Você vai sempre cair nessa, é?
- Aaaaah, não enche, Sasuke-kun! – respondeu, aos risos.
- Oi, oi! – disse Ino, aparecendo do nada – Desculpa cortar o clima do casalzinho, mas o pessoal vai jogar cartas... Querem jogar também?
- Por mim, claro!
- Eu vou, mas só pra olhar.
- Tá, tá... Depois vai querer participar também, aposto!
- Que seja. Vamos logo.
- Hahahahaha, vocês dois juntos é uma comédia! – disse Ino, nos levando até a mesa onde os outros estavam - E uma LINDA comédia, diga-se de passagem, huhuhu!
- Iiinooooo... – Sakura falou, sorrindo encabulada, enquanto sacudia a amiga pelo ombro – Menos, tá?
- Aaaaaah, mas é lindo demais!
- Tá bom, tá bom, mas assim eu fico sem-graça...
- Só que eu não resisto e...!
- Cala a boca, mulher! – Sakura interrompeu, e as duas caíram na gargalhada.
Caramba... Nunca pensei que um dia veria a Ino sendo tão amiga assim de alguém, e sendo uma amiga de verdade... Ela está MESMO feliz pela Sakura. Não deixou o ego falar mais alto que a amizade agora que "me perdeu" pra "outra", e essa "outra" ainda ser a melhor amiga dela. Além disso, ela tem o Shikamaru, que está gostando dela pra valer, e vice-versa. Aliás, se não fosse por ele, Ino talvez nunca tivesse aprendido a reconhecer e valorizar as boas amizades...
Enfim, jogar cartas fez o tempo parecer que passou mais rápido, e logo os professores já estavam nos chamando. E sim, acabei participando da brincadeira também, admito.
Ao voltar da pizzaria, fomos para nossos quartos após o aviso de que já teríamos que dormir pra conseguir acordar cedo e com disposição no dia seguinte.
Antes de cada um seguir pro seu lado da pousada, eu e Sakura nos despedimos.
- Até amanhã. – falei.
Do nada, ela me abraçou.
- Muito obrigada por hoje... Nunca vou esquecer esse dia! Eu sempre soube que por trás desse seu jeito indiferente, metido e rabugento tinha alguém que sabia ser gentil quando queria!
- Nossa, valeu! Então era isso que pensava de mim, é, engraçadinha? – ironizei.
- Na verdade, é o que todo mundo acha, haha!
- Hunf!
- Viu, viu? Olha o biquinho de emburrado, hehehehe!
- Você, pra mim, era e ainda é irritante. MUITO irritante.
- Mas...?
- "Mas" o quê?
- Completa a frase, ué!
- Não tem o que completar. Você é irritante e pronto, acabou.
- Então é assim que vai se despedir de mim? Apenas dizendo que sou irritante?
- Mas você É irritante!
- Irritante é você! Não acredito como pode ser tão insensível!
- Aiai... O que você quer de mim, menina?
- Uma despedida decente! Hunf!
- Há, olha quem tá fazendo biquinho agora!
- Cala a boca! – ela virou o rosto, furiosa.
- Mas é uma boba mesmo... – segurei seu queixo, fazendo-a olhar pra mim – Sakura, você sabe que eu te...!
- Pro quarto, Sasuke, anda logo! – exclamou Kakashi de repente, dando um tapinha amigável em minhas costas.
- Te mato! – gritei, vendo que ele tinha me atrapalhado de propósito.
- O que você ia dizer mesmo, Sasuke-kun?
- Ah... Que eu... Ah, você sabe, não preciso repetir!
- Sasuke-kuuuun... – ela cruzou os braços, franziu o cenho e começou a bater o pé.
- Tá bom, tá bom, eu me rendo... – dramatizei – Eu te amo, Sakura. Quero que você tenha uma ótima noite. Pronto, satisfeita?
- MUITO! – exclamou, pulando em cima de mim.
- Aaah, cuidado!
- Hehehehe... – ela beijou minha bochecha – Boa noite.
- Hehe... Acha que isso já é o suficiente pra um beijo de boa noite? – perguntei, maroto.
Ela riu, corando um pouco, e nos beijamos apaixonadamente.
- Agora sim vou ter uma boa noite... – falei quando terminamos.
- É, confesso que eu também... – e me deu o último selinho do dia.
Fui para o meu quarto, ainda meio atordoado de felicidade por ter me resolvido com Sakura, e também por lembrar das mais novas descobertas sobrenaturais do dia. O que mais me faltava saber?
Como se lesse minha mente, Kakashi estava do lado de fora do quarto, recostado na parede ao lado da porta, e disse:
- Precisamos conversar. Mas só depois da peça, senão sua cabeça pode ficar muito cheia e você não vai conseguir se concentrar nas falas. Tente não pensar muito no que aconteceu, tudo bem?
- T-tudo bem. – respondi, confuso. Então, ele abriu a porta e ambos entramos.
Pensar em outras coisas não seria tão difícil, até porque havia uma certa pessoa que não saía da minha mente mesmo...
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Caramba, gente, DESCULPA DESCULPA DESCULPA pela demora IMENSA pra postar esse capítulo! ó_ò
Andei tendo problemas de falta de tempo e de inspiração... Vou copiar aqui o que disse no último capítulo de "Amor de Verão" que postei:
"Quero pedir desculpas pela demora pra postar esse capítulo, e já deixar avisado que não sei quando vou escrever o próximo. Depende dos trabalhos que a facul passar, e também faço outras coisas no pc além de escrever, né? ^^' Fora que preciso de inspiração também, e quando ela não vem, prefiro nem forçar, senão o texto não fica legal! x_x'
Quero avisar também que fiz Twitter, caso alguém queira me seguir... XD' Mas vou logo avisando que 90% do que eu falo é só bobagem, hein! :D - /miss_marimay"
Então, é isso... Espero que tenham curtido esse capítulo, que teve até um pouco de ação, mas também deixou grandes mistérios no ar! Será que algum leitor vai conseguir adivinhar alguma coisa? 8DDDDDD
