Título: Sempre

Autora: Lab Girl
Beta: MLSP
Categoria: Bones, B&B, 6ª temporada, angst, romance
Advertências: Tema, situações e linguagem adulta
Classificação: R
Spoilers: menções a acontecimentos dos episódios 4x25, 6x08 e 6x09
Capítulo: 2/?
Status: Em andamento

Sumário: Há coisas que, apesar dos vendavais de mudança, permanecem... sempre.

Linha do tempo: Esta história se passa algum tempo depois dos acontecimentos do episódio 6x09 (The Doctor in the Photo)


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Capítulo 2

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Sábado. Era tarde de sábado, e Booth estava se sentindo como um leão enjaulado dentro de seu apartamento, andando de um lado para outro. Onde estava Rebecca que ainda não tinha aparecido com Parker?

Levando as mãos à nunca, ele soube instintivamente que seu nervosismo tinha pouco a ver com o atraso de Rebecca. Mas tudo a ver com um certo procedimento de inseminação que àquela altura já deveria ter acontecido.

Ou estaria acontecendo naquele exato minuto?

Booth parou, interrompendo a sequência de passos em sua sala. Não queria pensar naquilo... não devia. Ele não tinha nada a ver com isso, e não era problema seu. Mas talvez fosse justamente por não ter nada a ver com aquele procedimento que seu interior se contorcia em ansiedade, numa sensação incontrolável de nervosismo.

Tudo se tornara ainda mais difícil depois da noite anterior. A discussão... sua reação inesperada ante as palavras de Bones... sua percepção de que o que lutara tanto nos últimos meses para fazer adormecer em seu peito ainda estava acordado...

Suspirando, correu as mãos pelo rosto, o nó em seu estômago se tornando cada vez maior e mais apertado. Droga! Tudo seria tão mais fácil se pudesse controlar os próprios sentimentos. Mas a realidade era que não tivera o menor controle diante da situação, quando a parceira lhe revelara as intenções de ter um filho. De um estranho... de algum doador desconhecido... E dessa vez ela o faria. Ele sabia, no fundo. E a mera ideia fez o nó no estômago começar a dar voltas sem parar.

Foi quando o som de seu aparelho celular o fez saltar ante o barulho inesperado. Rapidamente pegou o telefone móvel sobre a mesinha de café.

"Alô."

"Olá, Seeley! Sou eu" a voz de Hannah soou do outro lado.

Ele tentou ficar mais calmo ao ouvir a namorada, mas de alguma maneira só piorou as coisas, quase como se ela fosse capaz de ver seu semblante atormentado e suspeitar o que se passava com ele.

"Oi, Hannah. Como estão as coisas por aí?" tentou parecer relaxado o máximo possível.

"Está tudo indo bem. Nossa equipe está fazendo um esplêndido trabalho, meu amor. Mas eu estou ligando por uma notícia não tão boa."

"Ah, é? E do que se trata?"

"Infelizmente não vou poder voltar a tempo para o Natal."

"Oh... isso... isso é ruim" ele murmurou, apertando o telefone contra a orelha quando um barulho de algazarra começou a soar lá fora, na rua. "Tem certeza de que não dá pra vir a tempo?"

"Tenho. Ainda temos muita coisa pra cobrir aqui. Seria ótimo se eu pudesse passar nosso primeiro Natal aí com você, mas infelizmente não vai dar."

O som de vozes confusas lá embaixo começou a se tornar insuportável e Booth caminhou para o interior do apartamento, afundando-se no banheiro a fim escutar melhor a ligação.

"É uma pena, Hannah."

"É sim, meu querido. Mas você pode passar o Natal com seu filho, assim vai se sentir menos sozinho" ela sooudoce do outro lado da linha.

"Seria ótimo, mas Parker vai passar o Natal com a mãe. Rebecca vai ficar com a família dela, então eu não verei Parker até o Ano Novo."

O som de sirenes cortou o ar, e Booth não pôde ouvir o que a namorada disse na sequência.

"Mas não se preocupe" ele começou a dizer, saindo do banheiro, mas não sem antes esbarrar num velho baú sobre o qual havia uma pilha de toalhas limpas. "Quando você voltar, vou pegar Parker e vamos fazer uma comemoração familiar... só nós três, o que acha?"

Prendendo o telefone entre a orelha e o ombro, Booth abaixou-se para recolher as toalhas caídas.

"Ah, eu... acho melhor não, Seeley" a voz de Hannah soou decepcionada do outro lado.

"Mas por quê? Eu vou recuperar o tempo perdido com você e com o meu filho. É uma ótima ideia" ele empilhou as toalhas novamente sobre o baú antigo e saiu do banheiro, indo direto de volta a sala.

"Vai ser melhor você passar um momento só com seu filho. Eu não vou querer atrapalhar."

"Você não vai atrapalhar nada. Além disso, o Parker gosta de você. Então, não há problema algum" disse, aproximando-se da janela da sala e puxando a persiana para espiar o que estava acontecendo lá embaixo.

Viu um aglomerado de pessoas que já começavam a se dispersar na rua, e uma ambulância se afastando. Foi então para o sofá, jogando-se pesadamente contra o estofado.

"Eu prefiro que você passe um tempo só com ele. E nós podemos comemorar depois, só nós dois. Que tal?"

Subitamente a oferta de Hannah pareceu sem qualquer apelo.

"Por que não podemos comemorar os três?" ele insistiu, sem entender.

Do outro lado, Hannah suspirou antes de responder. "Você sabe, Seeley. Eu não sou realmente uma pessoa que interage bem com crianças..."

"Mas vocês se conheceram, o Parker gostou de você. Vocês até foram sozinhos ao zoológico. Então, eu não entendo..."

"A questão não é pessoal. Não é com o seu filho, Seeley" Hannah o interrompeu. "Eu fiz aquilo para tentar me aproximar dele e quebrar a imagem da mulher que queria roubar o pai dele. Mas agora que já ficou tudo esclarecido e seu filho sabe que eu não sou o Bicho Papão, acho que não é preciso que eu fique a todo momento tentando conquistá-lo."

"Eu não estou querendo que você fique com a gente para 'conquistar' o Parker. Ele já gosta de você. Só o que eu quero é que nós três passemos um tempo juntos e..."

"Seeley..." ela interrompeu outra vez. "Eu entendo você. Mas também quero que me entenda" Hannah suspirou. "Não é que eu não goste do seu filho, não é isso. Eu fiz o que eu fiz por você. Porque eu queria vê-lo feliz e sabia que enquanto seu filho não me conhecesse e me aprovasse você não se sentiria bem com a situação. Mas eu não sou uma dessas pessoas que tem muita habilidade com crianças."

"Não é questão de habilidade, Hannah" ele se ouviu dizer, um pouco frustrado. "Eu só considerei que seria um bom momento para nós três. Mas já entendi que você não está disposta."

"Não me entenda mal, querido" ela pediu, a voz doce. "É que eu realmente gostaria que seus momentos com seu filho fossem especiais... só de vocês dois. E os nossos, só nossos. Você entende, não?"

De repente, Booth percebeu que não entendia mais muita coisa.

"Eu não sei se te entendo bem agora, Hannah. Mas eu não quero que você 'ature' Parker só por minha causa. Eu pensei que o que temos já era sério o bastante para englobar o meu filho, mas talvez eu tenha me enganado."

"Seeley, meu querido... não me entenda mal, é só que..."

"Como eu disse, Hannah, eu nem sei se te entendo neste momento. Então é melhor eu desligar agora, você pode voltar para o seu trabalho. Talvez eu precise de um tempo pra pensar e entender o que você acabou de me dizer..."

"Seeley..." ela ainda tentou.

"Tchau!" ele disse, desligando o telefone.

Bufando, jogou o aparelho de lado no sofá. Sua cabeça agora doía, estava terrivelmente chateado. Teria se enganado com Hannah assim? Ela tinha sido tão boa com Parker... por que agora se recusava a partilhar um momento com ele e o filho?

O telefone soou novamente. Booth pensou em não atender, mas algo o fez pegar o aparelho.

"Hannah, por favor, agora não. Mais tarde podemos..."

"Senhor Booth?" a voz do outro lado era feminina, mas definitivamente não era de Hannah.

"Sim, sou eu" ele respondeu de imediato.

"Aqui é do Hospital Central."

A postura de Booth se endireitou no mesmo instante, e ele sentiu o coração saltar apressado.

"Precisamos que venha até aqui com uma certa urgência" a mulher prosseguiu.

"O que aconteceu? É o meu avô? Meu irmão, Jared?" ele se viu apertando o telefone em pânico. "Meu filho, Parker?"

"Não, senhor. Seu filho está bem. A paciente em questão é Temperance Brennan."

Antes que a mulher terminasse o que ia dizer, Booth se viu voando porta afora.

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Continua...

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