Título: Sempre
Autora: Lab Girl
Beta: MLSP
Categoria: Bones, B&B, 6ª temporada, angst, romance
Advertências: Tema, situações e linguagem adulta
Classificação: R
Spoilers: menções a acontecimentos dos episódios 4x25, 6x08 e 6x09
Capítulo: 3/?
Status: Em andamento
Sumário: Há coisas que, apesar dos vendavais de mudança, permanecem... sempre.
Linha do tempo: Esta história se passa algum tempo depois dos acontecimentos do episódio 6x09 (The Doctor in the Photo)
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Capítulo 3
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Ele entrou no hospital feito um relâmpago. Driblou alguns enfermeiros e pessoas que circulavam no hall e dispensou o elevador, subindo de dois em dois os degraus das escadas que levavam ao terceiro andar. Apesar de seu pânico ao ouvir o nome da parceira no telefone, ainda conseguira escutar a mulher que telefonara dizer em que ala do hospital Bones estava.
Quando atingiu o terceiro piso, para sua total surpresa, seus olhos avistaram o filho sentado numa cadeira da área de espera, a cabeça baixa. Havia uma enfermeira ao lado do garoto, mas Booth ignorou-a completamente e correu direto para o filho.
"Parker!"
O menino ergueu os olhos, e ao ver o pai, atirou-se em seus braços. Booth ajoelhou-se para segurar melhor o pequeno nos braços.
"Parker, o que está fazendo aqui? O que aconteceu?"
O coração de Booth saltava descompassado. A mulher que fizera a ligação havia dito que seu filho estava bem, que era Bones quem estava ali por uma razão de saúde. Mas ele não podia entender que ligação havia entre Parker e Bones... por que os dois estavam ali?
"Onde está sua mãe?" Booth perguntou, afastando o corpo do filho para olhá-lo nos olhos.
"Ela me deixou na porta do seu prédio..." o garotinho começou a falar, a voz apertada e baixa, como se estivesse com medo do que ia dizer. "Eu fingi que entrei, mas depois eu desci e saí de novo..."
"Por quê?" Booth perguntou, ansioso, segurando os braços do filho. "Eu estava esperando por você... achei que sua mãe tivesse atrasado."
"Eu queria comprar aquelas balas que o Joe vende. O cara da padaria no final da sua rua..." Parker disse, os olhos se enchendo de lágrimas. "Eu tinha pedido pra mamãe, mas ela disse que não. Daí eu fingi que subi pro seu apartamento, mas eu esperei ela ir embora e voltei pra rua. Eu só queria ir no Joe comprar as balas, pai... eu juro!"
O menino começou a chorar. Booth estava confuso, não sabia ainda onde Bones se encaixava naquele cenário, mas via que o filho estava assustado e queria acalmá-lo antes de mais nada.
"Ok, Parker" apertou gentilmente os ombros do garoto. "Você agiu errado. Não devia ter enganado a sua mãe. Devia ter subido e me pedido as balas."
"Mas eu achei que você também não ia querer me dar..." o garotinho fungou, secando o nariz com a manga do agasalho.
"Mas o que aconteceu com a Bones?" Booth finalmente perguntou, aflito.
"Foi culpa minha" Parker abaixou a cabeça e cerrou os olhos, os ombros sacudindo com a força do choro. "Desculpa, pai..."
Booth sentiu o corpo gelar.
"Onde ela está?"
"Ela está no quarto, senhor" foi a enfermeira que estivera parada logo ao lado, observando tudo, quem respondeu.
Booth ergueu os olhos para a mulher de meia idade e rosto redondo, amistoso.
"O que aconteceu com ela?" ele ergueu-se, implorando com os olhos por uma resposta sincera.
"Ela foi atropelada por um carro."
"Deus..." Booth percebeu-se suspirando, soltando o ar que nem se dera conta de estar prendendo. "Mas ela... ela está bem?"
"Sofreu algumas contusões, o médico tirou um raio x para saber se nenhum osso foi quebrado, já que ela se queixava de dor na região do tórax."
"Meu Deus!" Booth engoliu em seco. Seus olhos, então, voltaram-se para a figura de Parker, que enxugava as lágrimas do rosto com uma das mãos. "Mas o que o meu filho está fazendo aqui? Eu não entendo..."
"A senhorita Brennan se jogou na frente do carro que ia atingir seu filho, senhor" a mulher disse.
"O quê?" por um instante a informação pareceu confusa demais para fazer registro em seu cérebro agitado.
"Eu ia atravessar a rua e não vi o carro... eu não sei de onde a Bones saiu, mas foi ela quem me salvou" a voz de Parker soou apertada. "Eu não queria que isso tivesse acontecido."
"O garoto ficou muito abalado" a enfermeira interveio, com voz calma. "Ele disse que tudo aconteceu na porta do seu prédio, senhor... assim que o carro a atingiu ele teve a iniciativa de chamar a ambulância e não saiu do lado dela."
Booth lançou o olhar sobre o filho, imaginando o que ele devia ter passado, e ao mesmo tempo sentindo uma pontada de orgulho por seu menino ter cuidado de sua parceira.
"Eu fiquei preocupado com ela, a Bones não conseguia levantar" os pequenos olhos castanhos ainda brilhavam com as lágrimas. "Eu sei que devia ter subido e te chamado, ou então te ligado, pai... mas eu fiquei com medo e a Bones me pediu pra ficar segurando a mãe dela até a ambulância chegar..."
Sentindo o coração na garganta, Booth lutou contra a onda de emoção crescente. Como tudo havia acontecido bem debaixo de seus olhos e nem havia se dado conta? Estivera tão absorvido pela conversa com Hannah que nem mesmo prestara atenção ao movimento na porta de seu prédio. Jamais imaginaria que o acidente em questão envolvia justamente duas das pessoas com quem mais se importava no mundo.
"Seu menino é muito esperto, senhor. E corajoso" a enfermeira comentou. "Ele não saiu do lado da paciente e fez questão de acompanhá-la na ambulância. Assim que chegaram aqui, enquanto a transferiam para a sala de exames, ele forneceu seu telefone a uma das recepcionistas e pediu que o informassem sobre o que havia acontecido" a mulher então sorriu levemente. "Ele parece gostar muito da sua namorada, senhor."
"Hã? Ela não... não é minha namorada..." Booth se ouviu dizer, num fio de voz. "Nós somos parceiros... colegas de trabalho."
"Eu não queria que a Bones se machucasse. Foi tudo culpa minha" Parker tornou a chorar.
Booth se abaixou novamente ao nível do filho, segurando-lhe os ombros. "Escute, amigão..." quando o menino ergueu os olhos para seu rosto, ele continuou "Eu sei que não queria que a Bones se machucasse. E não foi culpa sua o que aconteceu. Mas você tem que me prometer que nunca... ouviu, bem? Nunca mais vai fazer nada escondido de mim ou da sua mãe, está certo?"
Parker meneou a cabeça em sinal de concordância.
"Ok" Booth murmurou, secando as últimas lágrimas do filho. "Agora eu quero que você se sente um pouco enquanto eu vou conversar com a enfermeira para saber melhor da Bones, está bem?"
"Ok" o menino assentiu, obedecendo.
Tornando a erguer-se, Booth suspirou. Dirigiu-se então à enfermeira.
"Eu posso ver a minha parceira?"
"Eu fiquei aqui para fazer companhia ao seu filho enquanto o médico tirava os raios X, senhor. Mas vou ver agora mesmo se o procedimento já acabou."
Dizendo isso, a mulher afastou-se. Mas antes que ela atingisse o fim do corredor, um homem vestido de branco, ostentando um crachá azul se aproximou.
"Este é o pai do garotinho" a enfermeira apontou na direção de Booth. "Ele disse que é parceiro da senhorita Brennan."
"Seeley Booth, agente do FBI" Booth aproximou-se do médico. "Eu trabalho com a doutora Brennan. Ela está bem, doutor..." ele leu o nome no crachá, "...doutor Whitney?"
"Ela sofreu algumas contusões e algumas escoriações ao ser atingida pelo carro. Acabo de fazer um raio X para ter certeza de que não houve qualquer dano aos ossos."
"E houve?" Booth se ouviu perguntar.
"Por sorte não."
O agente sentiu-se extremamente aliviado ao ouvir aquilo.
"Mas ela vai sentir dores, além de ter edemas na área mais atingida... na região torácica e nas pernas" o médico apontou a parte lateral do corpo. "Fora isso, sua parceira não corre qualquer perigo e vai ficar bem."
"Graças a Deus!" as palavras escaparam antes que Booth pudesse contê-las.
"Ela está dormindo agora. Mas se quiser vê-la, fique à vontade" o médico apontou para uma das diversas portas que havia naquele andar. "Quarto 305. Ela poderá ir para casa no fim do dia."
"Obrigado, doutor" Booth murmurou.
Ele observou o médico se afastar e trocar algumas palavras com a enfermeira. Deixando que a sensação de alívio tomasse conta dele, Booth voltou para o lado do filho, tentando esboçar um sorriso tranquilizador.
"A Bones está bem, e fora de perigo."
O anúncio pareceu acender o semblante de Parker.
"O médico disse que ela pode ir embora no final do dia."
Parker suspirou, e Booth não resistiu a puxá-lo para um abraço.
"Podemos fazer uma visita para ela. Você quer?" ele ofereceu ao filho.
Parker se afastou dos braços do pai para encará-lo. "Quando?"
"Agora" Booth sorriu de leve.
"Agora?" o garoto repetiu.
"Sim."
"Eu posso comprar um presente antes?" Parker perguntou.
"Claro" Booth puxou o filho pela mão, andando rumo ao elevador.
Havia uma pequena loja de lembranças do outro lado da rua. Ele achava que estava mesmo devendo um pedido de desculpas a Bones. Talvez aquela fosse a oportunidade.
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Continua...
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Quero agradecer os comentários que recebi... vocês não fazem ideia do quanto fazem esta escritora feliz quando deixam um pequeno comentário que seja :)
Aproveitando o ensejo, um Feliz Natal a todos!
