Título: Sempre

Autora: Lab Girl
Beta: MLSP
Categoria: Bones, B&B, 6ª temporada, angst, romance
Advertências: Tema, situações e linguagem adulta
Classificação: R
Spoilers: menções a acontecimentos dos episódios 4x25, 6x08 e 6x09
Capítulo: 6/?
Status: Em andamento

Sumário: Há coisas que, apesar dos vendavais de mudança, permanecem... sempre.

Linha do tempo: Esta história se passa algum tempo depois dos acontecimentos do episódio 6x09 (The Doctor in the Photo)


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Capítulo 6

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"Ao sucesso do caso..." Booth ergueu o corpo, fazendo-o tilintar contra o de Temperance.

"Ao sucesso da nossa parceria..." ela deu um meio sorriso, respondendo ao brinde com o próprio copo.

Ambos se fitaram, um leve sorriso em cada olhar, enquanto levavam à bebida aos lábios.

Houve um minuto de silêncio. Um minuto em que saborearam não apenas o vinho, mas a sensação estranha e contraditoriamente bem vinda de estarem partilhando um momento como aquele... outra vez.

Já fazia algum tempo que não tomavam alguns drinques juntos, após um caso... e apenas os dois... como naquele exato instante. A noção mexeu com ambos. Havia uma consciência mútua e muda disso, pairando no ar.

Foi Booth quem se atreveu a cortar o silêncio.

"Você foi a grande responsável pela solução desse caso."

"Não, Booth..." ela meneou a cabeça, baixando os olhos para o conteúdo do copo. "Foi você quem chegou à conclusão de que o patrão da vítima mantinha um caso com a esposa dele, e o matou depois de ser descoberto."

"Mas eu não teria chegado a essa conclusão se não fosse por você..." ele a fitou intensamente, sentindo-se magnetizado por ela. "Foi você quem encontrou aquela marca microscópica no crânio da nossa vítima e desvendou que teria sido pelo golpe de uma queda contra a beirada de uma piscina... e o cara trabalhava justamente numa fábrica de piscinas."

"Tem razão. Eu fui genial!" ela sorriu.

Booth gostava de vê-la sorrindo. E mesmo a dificuldade dela em ser modesta o encantava.

"Mas eu não fiz o trabalho todo sozinha. Como sempre, não fui a única a nos levar à solução do caso."

"Mas como sempre foi a peça fundamental" ele se ouviu murmurar. "Graças a sua teimosia em ir para o Jeffersonian mesmo antes de completar uma semana de descanso, terminamos o caso antes do Natal."

Temperance revirou os olhos. "Booth, eu passei cinco dias de repouso, não havia motivo para continuar afastada do laboratório."

"Você foi atropelada, Bones" ele disse, como se a chamasse de volta à razão.

"Mas eu não quebrei nenhum osso, nem tive qualquer dano grave que me impedisse de voltar ao trabalho."

Os olhos de Booth percorreram o rosto bonito à sua frente, e o pequeno arranhão que cicatrizava sobre uma das sobrancelhas dela lhe chamou a atenção, fazendo seu peito se apertar um pouco.

"Você salvou o meu filho..." ele ouviu-se dizer, a voz grave e apertada.

Temperance pôde ver um leve brilho de lágrimas nos olhos do parceiro. Isso a deixou repentina e inexplicavelmente zonza.

"Eu estou bem, Booth... não me aconteceu nada de mais" ela sussurrou, sustentando o olhar que ele lhe sobrepunha.

"Você salvou meu filho, Bones..." ele repetiu, imprimindo ainda mais emoção às palavras.

Temperance viu, e sentiu, o quanto ele estava sendo sincero, tomado pelos sentimentos que deviam estar varrendo o coração naquele momento, lembrando do acidente.

"Eu fiz o que, como você gosta de dizer, meu coração mandou" ela murmurou. "Quando vi Parker e o carro... quando vi que o carro ia na direção dele, e ele não o via... eu gritei..." os olhos dela se perderam na sala, as imagens daquele dia correndo por sua mente. "Eu corri e o empurrei... não pensei em nada... só senti o impacto quando fui atingida no minuto seguinte."

Ao terminar seu relato, ela olhou para Booth novamente. Ele ainda tinha os olhos marejados, mas não chorava. Porém, sentia a garganta apertada, e o coração agitado. Bones havia arriscado a própria vida por Parker... seu filho... o que ele tinha de mais valioso na vida. Sabia que jamais poderia retribuir o suficiente àquela mulher.

"O que você fez, Bones..." ele sentiu a voz arranhando a garganta, "...foi muito maior do que você pode imaginar. Significou muito para mim. Para o Parker."

Ela voltou a abaixar os olhos para o copo de vinho que segurava entre as mãos. "Eu sei o quanto Parker é importante para você. E eu também me importo muito com seu filho."

Ouvir aquelas palavras de Bones foi mais do que ele poderia esperar. Ela estava dizendo que se importava... com ele... com seu filho... vindo dela, aquelas palavras tinham um significado muito maior do que se viessem de qualquer outra pessoa.

"Eu ainda não sei o que é ter algo... alguém..." ela se corrigiu, erguendo os olhos de volta para o parceiro, "tão importante em minha vida. Mas eu sei, depois de todos esses anos observando sua interação com ele, que um filho é o elemento de maior importância na vida de um pai, ou de uma mãe."

Booth meneou a cabeça, em concordância. Mesmo não sendo mãe, mesmo sendo às vezes tão racional e aparentemente 'fria', sua parceira conseguia ser surpreendentemente perspicaz com relação aos sentimentos dele. E isso tinha um gosto especial... um significado especial...

Ele sabia que ela o amava. Sabia que ela o queria. Ela havia lhe dito isso... não com as palavras exatas, mas da forma que ela havia encontrado para dar voz aos próprios sentimentos, pela primeira vez...

Eu cometi um erro... eu perdi minha chance.

"Você continua decidida a fazer... a inseminação?" a pergunta saiu dos lábios de Booth sem que ele tivesse a noção de que a deixara escapar.

"Sim, eu vou fazer" ela respondeu, sem hesitação.

"Não faça" ele se ouviu pedir.

"Mas Booth... você disse que me apoiava" os olhos dela adquiriram um brilho de repentina confusão. "Quando conversamos no hospital você disse..."

"Esqueça o que eu disse. Não faça..."

Eram as palavras certas, ele sabia... as palavras seu coração que gritava naquele momento.

Não deixe a chance passar... não deixe ela fazer isso!

Havia uma silenciosa súplica em seu olhar, e ele desejava ardentemente que ela a visse e a entendesse. Ela não podia fazer aquilo... não podia ter um filho dentro de um laboratório. O filho de um estranho... de um anônimo. De alguém que não era ele, Seeley Booth!

Ela ainda o fitava com a expressão confusa, as sobrancelhas franzidas, quando o som agudo de um telefone ressoou. Ambos saltaram no sofá ante o barulho inesperado. Ele bufou, sentindo o coração ansioso se agitar ainda mais, em irritação. Não queria falar com ninguém mais naquele minuto... não naquele momento!

"Droga!" Booth praguejou baixinho, erguendo-se para atender o celular que insistia em tocar sobre a mesinha de café.

Pegando o aparelho, atendeu sem se preocupar em checar o nome no visor.

"Booth" disse, secamente.

"Seeley, querido" a voz de Hannah soou do outro lado da linha.

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...Continua...

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Quero, mais uma vez, agradecer pelos comentários recebidos ^^ é realmente muito bom saber o que vocês estão achando da história, e isso também é um grande estímulo para quem escreve. Então... muito obrigada! Espero que continuem acompanhando, curtindo e, se posssível, comentando ;)

Até o próximo capítulo!