Título: Sempre

Autora: Lab Girl
Beta: MLSP
Categoria: Bones, B&B, 6ª temporada, angst, romance
Advertências: Tema, situações e linguagem adulta
Classificação: R
Spoilers: menções a acontecimentos dos episódios 4x25, 6x08 e 6x09
Capítulo: 9/?
Status: Em andamento

Sumário: Há coisas que, apesar dos vendavais de mudança, permanecem... sempre.

Linha do tempo: Esta história se passa algum tempo depois dos acontecimentos do episódio 6x09 (The Doctor in the Photo)


-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

Capítulo 9

-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

Temperance olhou agitada para o relógio na parede da cozinha, checando mais uma vez a hora. Onze e meia.

Nem sinal de Booth.

"Ouviu alguma coisa do que estivemos falando na última meia hora, querida?"

A voz de Angela a trouxe de volta à mesa de jantar, e quando ela sentiu a mão da amiga tocar a sua, ergueu os olhos, tentando um sorriso.

"Desculpe, Ange... eu estava..."

"Checando o relógio pela milionésima vez, preocupada porque o Grandão ainda não bateu à sua porta. É, deu pra notar, Bren" Angela revirou os olhos, sorrindo.

Temperance não sabia mentir, e para a amiga sabia menos ainda.

"Ele disse que não perderia por nada."

"Talvez ele tenha ido em algum lugar antes" Hodgins interveio. "Visitar o avô, por exemplo. Ou o Parker."

"Não, ele disse que o Parker viajaria com Rebecca. Então, talvez tenha ido ver o Hank" Temperance ponderou. "Vou servir mais um pouco de salada de batata, vocês querem?"

"Eu adoraria" Hodgins sorriu, estendendo o prato.

Só então Temperance se deu conta de que a travessa com a salada estava vazia. Seus olhos se ergueram, encontrando os de Angela.

"O que foi?" a amiga ergueu as sobrancelhas, acariciando a barriga ainda bem pouco visível. "Eu não tenho culpa se o pequeno aqui herdou a fome do pai."

Os olhos de ambas as mulheres se voltaram para Hodgins, que ergueu as mãos num gesto divertido de orgulho e defesa.

"Eu vou buscar mais" Temperance levantou-se da mesa, indo na direção da cozinha.

Ela tornou a encher a travessa com a salada de batatas, e quando já se preparava para voltar com a comida para a mesa, a campainha soou. Seu coração saltou forte dentro do peito.

"Pode deixar que eu me encarrego disso" a voz de Hodgins a surpreendeu quando viu o amigo entrando pela cozinha e tomando a travessa de suas mãos. "Você se encarrega da porta" e com uma piscadela, o cientista saiu carregando a comida para a mesa de jantar.

Por um instante Temperance se conteve, voltando-se rapidamente para espiar seu reflexo no fundo polido de uma grande panela que escorria contra a parede, em cima da pia. Sua maquiagem ainda parecia bem feita, e automaticamente uma de suas mãos ajeitou uma mecha de cabelo.

Logo ela se deu conta do que estava fazendo. Nunca havia sido insegura quanto à própria imagem. Pelo menos não depois da idade adulta. Mesmo assim, naquele momento se surpreendia como a adolescente insegura que um dia fora, quando se comparava às colegas de segundo grau, todas muito loiras e voluptuosas.

A lembrança fez o coração de Temperance experimentar uma sensação de leve aperto. Hannah lembrava muito uma dessas garotas de seus tempos de colégio. Exatamente o tipo que chamava a atenção dos olhares masculinos.

Afastando o pensamento ao ouvir o segundo toque da campainha, Temperance saiu da cozinha, atravessando a sala para atender. Quando sua mão tocou a maçaneta, girando-a, seu coração tornou a saltar.

Um sorriso brilhante a saudou, e um Booth impecavelmente vestido numa camisa azul marinho e calças pretas, com um sobretudo igualmente preto fez os batimentos dela acelerarem ainda mais.

"Nossa..." ele murmurou, os olhos percorrendo o rosto dela e em seguida descendo para completar o quadro.

A parceira usava um vestido de cetim azul celeste, que realçava ainda mais os grandes olhos brilhantes. E o perfume que emanava dela o deixou ligeiramente zonzo. Por um minuto Booth teve de lutar com a própria respiração.

"Você está... linda" ele se ouviu murmurar, erguendo o olhar mais uma vez para o rosto angelical. "De verdade, Bones."

"Você também não está nada mal" ela tentou conter um meio sorriso.

Mas ele notou. O que o fez sorrir abertamente outra vez.

"Não vai me convidar para entrar?" Booth perguntou, provocando-a.

"Claro" Temperance percebeu que ainda segurava a porta, deixando-o do lado de fora.

Dando dois passos para trás, ela abriu caminho para que o parceiro entrasse. Só então o viu trazer a mão que estava às costas para a frente do corpo, revelando um pequeno presente.

"Feliz Natal, Bones!"

Os olhos de Temperance recaíram sobre uma caixinha verde, com uma fina fita dourada em volta. Ela sentiu o calor percorrer suas mãos quando aceitou o presente, os dedos tocando os dele levemente.

"Obrigada, Booth" ela conseguiu murmurar.

Seus olhos se prenderam, daquela maneira que falava muito dos velhos tempos. E Booth sentiu o coração se aquecer instantaneamente.

"Finalmente você chegou, Homem da Lei!" foi a voz de Angela que os trouxe de volta ao mundo exterior. "A nossa antropóloga predileta já estava em cólicas de ansiedade."

A artista se aproximou, jogando os braços em volta de Booth, que retribuiu o abraço alegremente.

Temperance, por sua vez, franziu as sobrancelhas diante da afirmação da amiga. "Não é verdade, Angela. Eu não estava sentindo nenhum tipo de cólica. Eu nem costumo ter cólicas quando fico ansiosa, isso não procede..."

"Era uma piada, Bren" a amiga se afastou de Booth, colocando uma das mãos sobre o ombro da cientista.

"Oh!" Temperance arqueou as sobrancelhas, compreendendo finalmente.

"Ok, agora estamos todos aqui... será que já podemos devorar aquela ave suculenta que está no forno da doutora B?" Hodgins veio se juntar ao pequeno grupo.

"Jack, você anda pensando demais com o estômago ultimamente" Angela revirou os olhos, enquanto o marido dava um breve abraço em Booth.

Temperance pensou em corrigir a amiga, dizer que não se podia pensar com o estômago, mas antes que pudesse intervir, percebeu que se tratava de uma piada ao ver o divertimento nos rostos de Hodgins e Booth.

"O que eu posso fazer? Estou grávido!" Hodgins deu de ombros.

Todos riram ao mesmo tempo, e Angela abraçou o marido pela cintura, fitando-o nos olhos. "É por isso que eu te amo tanto!"

Quando o casal trocou um beijo, Temperance e Booth se entreolharam, num misto de alegria pelos amigos e deslocamento diante da cena.

Temperance aproveitou o momento para levar o presente que Booth havia lhe dado até uma prateleira de sua estante. O parceiro a seguiu, retirando o sobretudo no caminho.

"Está bem frio lá fora" ele comentou, depositando o casaco sobre uma poltrona. "A previsão disse que pode nevar."

"Hmmm... Natal com neve?" a voz de Hodgins se fez ouvir. "Isso parece bem interessante."

Booth e Temperance se voltaram a tempo de ver o colega roçando o nariz contra o pescoço da esposa, que soltou uma risadinha entusiasmada.

"Meu Deus... esses dois podiam se conter um pouco. Estão parecendo dois coelhos no cio" Booth comentou baixinho, sentindo-se meio constrangido, e com uma certa pontada de inveja.

"São os hormônios da gravidez" Temperance informou ao parceiro. "Dizem que nesse estado algumas mulheres ficam com a libido bem elevada. Parece ser o caso da Angela."

"Ai, meu Deus..." Booth murmurou, olhando a expressão natural e técnica que a parceira exibia recitando aquela informação. De repente havia ficado bem quente ali dentro.

"Bom, acho que já podemos dar início à ceia, propriamente dita" Temperance anunciou, checando o relógio.

Os ponteiros marcavam quinze minutos para a meia noite quando ela levou a enorme ave para a mesa. Não fazia parte do seu cardápio, mas Temperance ficou feliz em ver os amigos apreciarem o prato.

A refeição foi acompanhada de risos, boa conversa e regada ao excelente vinho francês que Hodgins e Angela haviam levado especialmente para a ceia de Natal. Pouco depois da meia noite, os amigos se cumprimentaram com abraços, e meia hora depois da sobremesa o casal de amigos se desculpou quando Angela começou a cochilar sobre a mesa.

"São esses malditos hormônios da gravidez" a artista se queixou. "Já não consigo ficar acordada até tarde... você entende, não, querida?"

"Claro, Ange" Temperance sorriu para a amiga, observando Hodgins vestir cuidadosamente o casaco na esposa. "Muito obrigada por terem vindo."

"Foi um prazer, doutora B!" Hodgins sorriu, abraçando-a. "Até mais, Booth!" ele acenou para o agente.

"Foi tudo ótimo, Bren" Angela envolveu a amiga em um abraço. "Não deixe a noite encerrar sem uma bela sobremesa" a morena sussurrou no ouvido da antropóloga.

Temperance afastou-se dos braços da artista em confusão. "Mas já comemos a sobremesa..."

Ao ver o olhar malicioso de Angela e uma arqueada de sobrancelhas indicando Booth, ainda sentado à mesa, Temperance percebeu que corava.

"Tchau, crianças! Ótima noite... cuidem-se!" dizendo isso, Angela puxou o marido pelo braço.

Ao fechar a porta depois da retirada dos amigos, Temperance riu consigo mesma. Angela não mudava. E ela adorava a amiga por isso.

Voltando à sala, Temperance encontrou o parceiro não mais sentado à mesa, mas parado diante da janela. Ela se aproximou calmamente, parando logo ao lado dele.

"Eles acertaram" Booth murmurou, olhando atentamente para fora.

"Eles quem?" ela perguntou, aproximando-se um pouco mais.

"Os sujeitos da previsão do tempo... temos um Natal branco. Olhe!" ele meneou a cabeça na direção da janela, uma das mãos migrando para um dos ombros da parceira.

Os olhos de Temperance viram, surpresos, que pequenos flocos de neve caíam, flutuando no ar da noite lá fora, alguns se acumulando no parapeito de sua janela.

"É lindo, não é?" ela se ouviu perguntar, fascinada pela suave chuva branca.

"Sim... linda..." a voz de Booth sussurrou.

Ela então voltou o rosto para ele, e viu que os olhos do parceiro não estavam mais na neve que caía lá fora... mas sobre ela.

Temperance sentiu-se repentinamente quente... as bochechas queimando, o calor descendo ligeiramente por seu pescoço.

"Feliz Natal..." ele murmurou, aproximando-se os poucos centímetros que restavam entre eles.

E ela se viu incapaz de desviar o olhar, o corpo... como se estivesse sendo subitamente imantada por Booth.

"Feliz Natal..." Temperance sussurrou de volta.

E ele sentiu a respiração quente e doce da parceira tocar seus lábios, a meros centímetros dos dela. Booth não pôde resistir... inclinou-se, fechando a pequena distância.

Foi como tocar um terreno conhecido, agradável e seguro. E ao mesmo tempo foi como caminhar por um novo percurso... mais explorador e mais longo, dessa vez. Ambos trocaram suas respirações, misturadas ao gosto do vinho e a um leve toque de canela, mesclando tudo às próprias essências um do outro.

Quando se afastaram, o mundo parecia ligeiramente mais lento. Booth sorriu, visivelmente contente.

"Booth, eu..."

"Está tudo bem, Bones" ele interferiu, erguendo uma das mãos para interrompê-la. "Estamos onde devemos estar."

Ela sentiu a garganta repentinamente seca. Sentia que ele estava certo. Eles estavam onde deviam estar.

Retomando um passo na direção de Booth, ela enlaçou as mãos no pescoço dele. E seus lábios tornaram a se encontrar. Sem pressa... lentamente, minuciosamente.

Booth sentiu-se embalado pelo melhor dos sons... a respiração de Bones. A única coisa que ele podia – e queria ouvir – além do próprio coração, batendo apressado contra seus ouvidos. O corpo dela, suave e quente contra o seu, despertou seus sentidos mais rápido do que ele gostaria, mas não pôde evitar. Era Bones quem estava em seus braços... Temperance Bones Brennan... finalmente.

E, de repente, era a língua quente dela que deslizava sobre o lábio inferior de Booth, fazendo-o liberar um som trêmulo e gutural. O beijo, antes suave e lento, começou a se tornar profundo e exigente.

As mãos dela desceram pelo pescoço do parceiro, contornando os ombros bem definidos, descendo e traçando os bíceps firmes... descendo... e então os braços dela o envolveram pela cintura, apertando seus corpos um contra o outro. Gemidos e murmúrios escaparam, varrendo o ar.

Era o paraíso. E o paraíso logo se transformou em festa quando seus corpos, de algum modo, alcançaram um sofá próximo. Booth sentou-se, afastando os lábios apenas o suficiente para acomodá-la sobre seu colo.

Temperance abriu as pernas, sentando-se sobre o peso e o calor do homem que a envolvia pela cintura, as mãos possessivas em suas costas.

Booth estava certo de que poderia passar a eternidade com as mãos de Bones se perdendo entre seus cabelos, a língua e a boca suaves deslizando e beijando-o, o traseiro firme e perfeito roçando sua masculinidade através das roupas de ambos como se não houvesse amanhã.

E se haveria mesmo um amanhã ou não... nenhum dos dois parecia se importar. Não enquanto seus corpos se conectavam, se reconheciam e aqueciam mutuamente.

Mas então, como se tentando se certificar de que estava preso numa incrível e deliciosa realidade, e não em um de seus antigos sonhos, Booth abriu os olhos. Os dela ainda estavam cerrados, enquanto os lábios doces continuavam a saborear os seus de forma ansiosa e generosa ao mesmo tempo.

Ele envolveu o rosto dela entre as mãos, e ao sentir o toque, Temperance quebrou o beijo. Ela piscou, levemente atordoada. Os olhos buscaram imediatamente os dele, e encontrou-os... firmes e escurecidos, olhando-a diretamente, sem qualquer hesitação.

Com um leve erguer de sobrancelhas, Booth sentiu a repentina incerteza da parceira, a questão silenciosa que cruzava a mente brilhante que ele tanto amava. Mas se ela estava com medo de que ele quisesse recuar, ele sorriu, assegurando-a de que jamais seria possível fazê-lo.

"Foi por isto que eu esperei..." Booth sussurrou, os polegares roçando suavemente a pele acetinada do rosto delicado. "Durante muito... muito tempo."

Ela não pôde conter o sorriso. Ela também estava onde sempre quisera estar, mesmo quando ainda não conseguia admitir para si mesma.

Os dedos de Temperance tocaram o rosto dele, uma das mãos retribuindo a mesma leve carícia que ele dispensava a ela. Booth cedeu ao toque, fechando os olhos e roçando a mandíbula contra os dedos quentes e delicados, contra a curva perfeita da palma macia.

Então, descendo as mãos até a cintura dela, Booth a trouxe consigo, deitando-se sobre o sofá. Os dois se ajeitaram de imediato, as pernas dela envolvendo os quadris dele, e a fricção que se formou quando a anatomia firme de Booth roçou a suavidade dela através das roupas, produziu uma sensação incandescente.

Ele forçou-se a segurar a ansiedade do próprio corpo, respirando profundamente. Mas Bones se apoderou novamente dos lábios dele, tomando sua respiração e todo seu senso, beijando-o de forma apaixonada, lenta e entorpecente. E mesmo tendo esperado tanto por isso, tendo desejado tanto aquele momento... Booth jamais havia imaginado que as sensações seriam tão absurdamente intensas.

Temperance sentia o coração agitado, e não conseguia se lembrar de ter se sentido tão ansiosa antes. Escorregou suavemente sobre ele, deslizando sobre o corpo firme e quente do parceiro, as mãos correndo por entre os cabelos dele.

Booth sentia-se perfeitamente e deliciosamente embriagado... embriagado por Bones... certo de que poderia passar a eternidade com os dedos dela em seus cabelos, a língua quente em sua boca... desfrutando daquela pequena dança que ela executava, as pernas ao lado de seus quadris, o movimento suave e fluido do calor feminino contra sua rigidez crescente. Era o paraíso... definitivamente.

E ele se viu movendo-se junto com ela, num roçar leve e provocante, os dois fazendo amor através das roupas. Booth levou uma das mãos aos cabelos dela, afastando-os do rosto delicado. O beijo se quebrou, mas a magia do momento não.

Os dois se olharam, se falaram sem palavras... te quero... te amo... não era preciso verbalizar o que estava no rosto e no olhar de ambos. Eles sabiam... eles se conheciam o bastante para se falarem além das palavras.

Com um pequeno sorriso, Temperance levou as mãos à saia do vestido, começando a despir-se. As mãos de Booth encontraram as dela no meio do caminho, auxiliando no processo. A peça de roupa foi esquecida em algum lugar da sala, e quando os olhos dele se perderam no corpo feminino, que ainda exibia algumas marcas do incidente com o carro uma semana antes, o coração dele saltou, enchendo-se de calor.

Temperance sorriu quando as mãos de Booth tocaram uma região levemente arroxeada, logo acima de sua cintura. O toque do parceiro a arrepiou. Ela poderia estar insegura, afinal, seu corpo ainda exibia algumas manchas e pequeno arranhões cicatrizados do acidente. Mas, por alguma razão, ela não se sentia intimidada em despir-se para ele. Era Booth... e isso, por si só, eliminava qualquer constrangimento.

Booth sentiu o ar se prender na garganta um minuto. Seus dedos deslizaram levemente sobre a pequena mancha roxa, e imagens daquele dia vieram à sua mente...

Eu não sei de onde a Bones saiu, mas foi ela quem me salvou...

A senhorita Brennan se jogou na frente do carro que ia atingir seu filho, senhor...

A Bones me pediu pra ficar segurando a mãe dela até a ambulância chegar...

Você já está perdoado, Booth...

Sentindo um nó quente na garganta, ele ergueu os olhos para ela. "Ainda dói?" perguntou, num sussurro, os dedos ainda acariciando a marca.

"Não mais" ela sorriu.

A sensação quente que tomou conta do peito de Booth, logo voltou a se agitar, sentindo o misto de gratidão, amor e desejo pela mulher à sua frente. Uma mistura de sentimentos que jamais havia experimentado pela mesma pessoa.

Ele a queria... ele a amava. Ele a necessitava.

Temperance cerrou levemente os olhos quando sentiu as mãos do parceiro subirem por suas costas, abraçando seu corpo seminu. Ela sentiu a trilha de arrepios em sua pele, misturando-se ao calor do desejo que ele lhe despertava. Ao abrir os olhos outra vez, ela levou as mãos à camisa escura do parceiro, abrindo os botões, um a um.

O momento foi desfrutado, cada peça sendo removida, livrando-os dos obstáculos que ainda os separavam fisicamente. Quando por fim suas peles se tocaram, tudo fluiu numa harmonia de ritmo, calor e sons. Murmúrios, gemidos... um balanço suave que logo foi se transformando em uma batida mais agitada, demandando fôlego e esforço que os dois executaram com a mesma atenção que dedicavam à sua parceria.

Booth sentiu-se acolhido, envolvido por ela. Ele sentiu-se derreter dentro de Bones... sentiu-a derramar-se sobre ele, pernas, braços, calor... suas peles deslizando uma contra a outra em um ritmo suave e compassado. E ele sentiu-se preenchido por ela, muito mais do que a preenchia fisicamente naquele momento.

Os seios macios e firmes eram doces sob a língua ávida de Booth. As pernas torneadas envolviam seus quadris, segurando-o e guiando-o. Mantendo-o no caminho certo. E ele sentiu o coração se entregar a ela de uma forma tão completa e perfeita, que não sabia se teria sido capaz antes dessa noite. E quando ela emitiu um som levemente rascante, a respiração completamente irregular, oferecendo o precioso auto-controle a ele, Booth sentiu-se muito perto de se perder.

No momento em que os dedos dela se enterraram no ombro do parceiro, o corpo ficando repentinamente rígido, ela soube o que ia acontecer. Temperance sentiu o corpo tremer... seu mundo se resumindo a Booth, ao calor que emanava dele, que a invadia e a preenchia. E ela se entregou... atirando-se de cabeça no precipício. Perdendo-se, para se encontrar em Booth... sempre em Booth...

Lutando por controle, ele observou a pele clara do corpo feminino ruborizada, afogueada de desejo. Viu Bones de olhos cerrados, arqueando as costas e chamando seu nome. E ele obedeceu ao chamado, encontrando-a do outro lado da linha entre a realidade e os segundos de puro deleite que se seguiram.

Ela o sentiu esconder o rosto em seu ombro, gemendo repetidamente o apelido que, para ela, havia se transformado num segundo nome. E Temperance ouviu os últimos sons ecoarem pela sala... ofegantes e débeis. E ela sorriu consigo mesma, perguntando-se se não seriam aqueles os sons das paredes metafóricas que havia construído em torno de si, finalmente ruindo.

-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

...Continua...

-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.


Já disse o quanto estou amando os comentários que tenho recebido? ^^

Obrigada a vocês por lerem, e mais ainda às que, além de ler, tomam um tempinho pra comentar. É muito bom saber que a fic caiu no agrado e está indo no rumo certo =)