Cap. 2 Fuga
Sabia que a única forma de sair dali era morta. De tempo em tempo escutava os guardas fazendo ronda ou então trazendo comida. A pouco luz que tinha vinha de uma fenda no canto inferior da cela, deveria ser uma tocha pequena. Na sua cela havia um penico imundo e trapos igualmente sujos que eram a sua cama.
Não podia escapar usando dominação, as paredes eram grossas demais para serem postas abaixo. -Não, não...tem que haver um jeito... - Azula não queria recorrer a um recurso do qual aprendera durante um episódio estranho quando era criança. Ouvira falar que um homem sobrevivera durante horas fingindo-se de morto, sem respirar e sem mesmo piscar. Dizia a lenda que controlando a respiração e a dominação interior do elemento fogo um pessoa poderia sobreviver ao grande feito de ficar sem respirar por muitas horas. Não tinha como ter provas de que o homem realmente existira, ou se tal técnica era plausível.
Não tinha muitas escolhas. Azula iria tentar a fuga semi-morta.
Treinou durante muito tempo o processo. Não tinha tempo a perder ou ganhar. Só havia o agora. Demorou um tempo até que sentisse confiante para tentar usar a técnica. Primeiro queimou todo ar da cela, até se sentir tonta, depois se concentrava em ir parando de respirar, sentir seu coração parando, o cérebro ficando mais e mais pesado...e então morte. Mas não era morte. Não respirava, não sentia, não pensava, imune a dor ou qualquer coisa que fosse, mas ainda sim sabia que havia vida em seu corpo. Um calor latente bem no centro do seu peito queimava com mais força que nunca, era sua única prova e mais fundamental que ainda pertencia aquele mundo. Treinou mais 3 vezes para ter certeza de que não falharia.
Como não tinha noção do tempo, parou de se alimentar para que a comida restasse na tigela de comida. Após 3 tentativas do guarda tentar colocar comida na tigela cheia, resolveu averiguar o caso mais a fundo.
-Ei! Ei!...Responda sua peste imunda! Não me faça entrar aí!
Não houve resposta. Receoso o dominador fez um movimento com o pé para a direita e aquilo que deveria ser a porta da cela se moveu dando passagem ao homem. Andou receoso até aquela pilha malcheirosa de trapos a um canto da cela e se abaixou para pegar um do seus braços e mediu seu pulso. Não sentiu nada. Mas para ter certeza, pegou uma adaga da cintura e furou sua pele na altura pescoço. Não houve reação. Convencido de que havia morrido, tratou de carregar seu corpo para fora da cela, e a enrolou precariamente num lençol que tirara da cela.
Subiu os andares carregando seu corpo em um dos ombros e atravessou a entrada da prisão e caminhou até o cemitério improvisado. Iria dar o enterro a ela e a mais 3 prisioneiros que haviam morrido aquela manhã. Os corpos já estavam ali só esperando pacientemente o trabalho do coveiro. Juntou o corpo de Azula com os outros e começou a trabalhar nas 4 covas. Quando o dominador terminou o trabalho foi recolher os corpos, porém sentiu a falta de 1.Não entendendo a situação franziu a testa.
-Ei! - Disse uma voz astuta atrás do carcereiro. Quando ele virou quase morreu de susto, recuou tanto que tropeçou caindo de costas para o chão. A voz havia sumido.
-hum, assustado? - Azula avançou ao poucos em direção do pobre homem. - Não se preocupe, não vou te matar.- Por favor, nãã... não me faça mal...- Ela encostou o rosto como se fosse dar um beijo nele
.-Quero que dê um recado, um recado para o Senhor do Fogo,Zuko. - Sussurou.
-Quero que diga que eu mesma irei para arrancar sua cabeça, e do Avatar também... - Falou como se estivesse brincando com as palavras. - Entendido?
-Sii... sim, entendi. - E o homem saiu correndo de volta para a prisão, mas no meio do caminho Azula disparou um raio certeiro contra as suas pernas, inutizando-as. O homem gritou de dor, e caiu.
Azula sumiu antes que qualquer um além daquele homem a avistasse, sorrindo.
