I.

"Verde." Soltou com seu típico ar mandão.
"Castanho." Respondeu maroto.
"Liso." Aproximou-se.
"Cachos."
"Preto."
"Castanho." Passou sua mão em seu cabelo.
"Coragem." Aproximou-se ainda mais, roçando seus narizes.
"Inteligência." Colou sua testa a dela.
"O garoto que sobreviveu." Sussurrou encarando os lábios dele.
"A bruxa mais inteligente de sua idade." Novamente em seu tom maroto.
"Potter."
"Granger." Roçou seus lábios aos dela.
"Harry."
"Hermione."
"Harry!" Falou num tom repreendedor.
"Hermione?" ergueu as sobrancelhas.
"Não." Afastou-se.
"Porque?" ela apontou com a cabeça para os alunos que se encontravam na Torre.
"Sou exemplo."
"E qual exemplo melhor que um namorado como eu?"


II.

"O que vamos fazer mais tarde?" passou o pergaminho para Hermione.
"Você eu não sei, mas tenho que fazer a ronda." Esperou o professor Flitwick se virar para repassar o bilhete.
"Esta precisando de companhia?" outro brilhete.
"Você não pode! Vai levar detenção."
"Pensei que namorar a monitora-chefe tinha seus privilégios." Dessa vez sussurrou em seu ouvido, fazendo os pelos do pescoço da morena eriçar.
"Falamos disso depois." Riscou no pergaminho.
A aula acabara.
"E então?" perguntou à suas costas.
"Se conseguir sair da Torre sem ser visto." Soltou.
"Agora é um desafio." A girou. "E nunca desisto de um."


III.

"Alguém sabe a resposta para a questão sete de Poções?" Rony perguntou depois de se dar por vencido.
"Falei para você fazer seus deveres em seus respectivos dias." Hermione soltou, passando a folha de seu livro.
"Hermione, por mais que adore seus conselhos, agradeceria se me ajudasse." A morena soltou o ar cansada. Fecho seu livro sonoramente, tomou o livro das mãos do ruivo. "Resposta d"
"Agradeço." Hermione sorriu amarelo, voltando a sua leitura. "O que deu nela?" perguntou, virando-se para Harry.
"Detenção." Falou dando pouco caso.
"Hermione em detenção? Como?"
"Corredor. Meia-noite. Pirraça." Rony não conseguiu segurar o riso.


IV.

"Harry." Ela o cutucou; ele soltou um som surdo e remexeu-se na cama. "Querida, esta na hora." Ele soltou algo parecido com 'que horas são?'
"Sete horas. Se não apressar-se, iremos nós atrasar." Sussurrou em seu ouvido.
"Estou disposto a me arriscar." Sentou-se na cama. "E para o que iria me atrasar? Hoje é sábado; não trabalho!"
"A bebida ainda esta fazendo efeito, hein?" Soltou brincalhona. "Temos que receber nossos filhos!"
"Confiu na capacidade dos meus filhos, com certeza eles conseguem voltar para casa sozinhos." Teve suas roupas jogadas em sua direção com resposta.
"Vista-se." Beijou-lhe levemente nos lábios.


V.

"Harry, querido! Que bom revê-lo." A mais velha o recebera com um abraço e um sorriso. "O que o trás aqui?" não precisou de nenhuma palavra, o olhar triste do moreno já lhe dera a resposta. "Não acho que Mione queira vê-lo agora."
"Por favor, . Prometo não demorar." A morena ponderou, mas o deu passagem.
Harry subiu as escadas silenciosamente. Parou a porta do quarto dela, ouviu alguns soluços e abriu a porta.
"Mione?" ela virou-se com os olhos marejados.
"Ela era tão novo!" balançou o sininho da coleira de Bichento. "Não é justo."
"Ele foi um gato muito feliz."


VI.

Poderia ser um gesto simples. Apenas uma dança.
Contudo, essa não fora apenas uma gesto de amizade. Bem, pelo menos fora no inicio.
Seu principal objetivo era animá-la. Não agüentava mais vê-la chorar, sofrer.
Sabia que o que Hermione sentia por Rony era algo diferente ao que ela sentia por si, mas em algum momento, entre piruetas e risadas, esses sentimentos se misturaram.
Sabia que amava Hermione e que ela o correspondia, mas será que esse amor que sentiam era o fraterno? Ou achavam que era, porque era mais fácil assim?
Quando a encara ao final da dança, soube.


VII.

Quando a conhecera, pensou que ela fosse apenas uma garotinha arrogante. Contudo, quando a salvara daquele Trasgo, soube que ela era muito mais que isso.
Hermione era inteligente, isso ninguém poderia discordar. Mas ela era muito mais do que uma "sabe tudo"; ela era sua primeira amiga, a primeira pessoa quem abraçara, a primeira que lhe falou que era capaz e era por isso que a amava tanto.
Hermione sempre estivera ao seu lado, nos mais tristes aos mais alegres momentos. Nada mais justo do que estarem um ao lado do outro num de seus momentos mais felizes: seu próprio casamento.


VIII.

Enfrente ao espelho encarava seu reflexo.
Há sete meses, não imaginava que poderia sentir-se tão feliz.
Estava assustada, mas durara pouco. No momento que vira o sorriso no rosto dele, não coube espaço em seu peito para outra sensação que não o amor; felicidade.
"Eu vou ser pai." Sussurrou olhando para o papel.
Sua voz ficara audível. "Eu vou ser pai, Mione! Eu vou ser pai de um filho seu; de um filho nosso!" Gritava enquanto rodopiava Hermione em seus braços.
Se fosse possível seu sorriso saltaria de seu rosto.
"Pensei que fosse impossível, mas você esta ainda mais linda."


IX.

"Vocês nunca me contaram como se conheceram." A mais nova declarou.
"Bem, eu e seu pai não tivemos uma troca de olhares com faíscas." Falou sorridente. "Eu era uma garota de onze, trouxa, que estava com enormes pespectivas sobre Hogwarts e seu pai estava extremamente feliz por poder passar meses longes de seus tios." A pequena sorriu. "Seu pai sempre dera mais importância a opinião de seu Tio Ron. Contudo, Harry sempre vinha a mim quando precisava de conselhos ou ajuda."
"Isso sempre soube. Como que se conheceram?"
"Precisei perder sua mão para perceber que não conseguiria viver sem ela."


XI.

"Não James." Advertiu ao garotinho de apenas um ano.
Quando James aprender a andar, tivera que fazer uma "limpeza" na casa; tirar todos os objetos perigosos e quebradiços.
"Harry!" o moreno respondera do escritório. "Sua vez." Apontara para o pequenino sorridente em ver a imagem de seu pai.
"Sei que é minha vez de trocar sua fralda, James." Pegou o pequenino. "Mas será que você não consegue convencer sua mãe de troca-lo desse vez?" falava com seu filho. "Prometo fazer tudo que quiser aqui" Apontou para a cozinha. "e lá." Apontara para o quarto.
"Estarei esperando por você lá, então."


XII.

Uma vez perguntou o que me atraia em você.
Seus olhos e seus sorrisos.
Todos os seus olhares e todos os seus sorrisos que até agora contei serem cinco.
Um você usa quando quer ser educada.
Outro quando esta nervosa; você morde o lábio inferior.
Mais um é aquele quando está extremamente feliz; seu sorriso é tão intenso que chega a seus olhos e me contagia.
Outro é o seu sorriso triste; você o usa para disfarçar a sua tristeza. Um fracasso.
Um outro é o seu sorriso forçado quando tenta esconder seus sentimentos.
Seus olhos sempre lhe entregam, Hermione.


XIII.

O seu beijo.
Seu e de Harry...

O moreno a pegara de surpresa. A agarrara sem que pudesse pensar direito.

Analisando melhor agora, nem tivera chance de formar um pensamento. Seus olhos marejados se fecharam da visão de Rony e Lilá, para adentrar num "escuro" de sensações maravilhosas.

E o ruivo e a loira não eram mais o casal aplaudido.
E sim, ela e Harry.

Era muito estranho pensar nos dois assim. Harry era seu melhor amigo e tudo que viviam não passava de brincadeiras provocativas. Os "joguinhos" eram só uma brincadeira, e nunca ela os levara a sério, nunca.


XIV.

"Harry" ele a olhou. ", porque me beijou? "
"Não gostou?" indagou simplesmente.
"É claro que gostei. Digo, foi bom..." atrapalhou-se. "Não me responda com uma pergunta! Me beijou por pena?"
"Mione, eu a beijei porque senti vontade." disse sincero, encarando seus olhos.
"Tem certeza que não foi para chamar atenção?"
"Talvez. Mas não foi isso. E você sabe, não é?"
"Eu não sei de nada, Harry." falou, e ele esgueirou-se até o seu lado.
"Shiu..." sussurrou, calando-a com um beijo ardente.
"Você me beijou de novo!" exclamou quando separaram-se.
"E não tinha ninguém por aqui." respondeu, sorrindo maroto. "Entende agora?"


XV.

"Por que está fazendo isso? É alguma brincadeira, ou uma aposta? Diga-me qual é o fundamento disso tudo."
"Achei que já tivesse entendido Srta. Granger, mas acho que devo ser mais claro." falou, inclinando-se para frente na tentativa de beijá-la.
"Ah não." tocou os lábios dele com os dedos trêmulos. "Então, seja claro com palavras, e não com beijos... Por que... Eu acabei de perceber que eu não penso muito bem quando estamos nos beijando."
"Não sou tão bom com palavras." sorriu maroto.
"Então me escreva um bilhete. Na escrita deve ser melhor." brincou. "Só não me deixe tão confusa."


XVI.

"Ficou maluco? O que está fazendo aqui à uma hora dessas?" ralhou.
"Desculpe-me, mas não pude evitar. Fiquei pensando em você a tarde toda."
"Não devia estar aqui, posso lhe dar uma detenção!" falou.
"Se for com você, não me importo. Dê-me mil detenções, então se quiser." disse, estreitando-a mais junto a si.
"Que cantada barata..." desdenhou.
"Vai me forçar a dizer?"
"Seria um sacrifício?" replicou.
"Se eu tiver minha recompensa depois, não será de todo inútil." falou inclinando-se. "E não vou querer apenas beijos."
"Diga e veremos." Falou marota.
"Eu te amo, Hermione Granger."
Logo estava nos braços dele, literalmente.


XVII.

Semanas se seguiram; Hermione não conseguira falar com Harry. Quando tinham chance de ficar a sós, ele lhe cobria de beijos, e ela não conseguia dizer nada, a não ser protestar para que as horas não passassem e ela pudesse beijá-lo eternamente.

Como naquele momento.

Estavam na sala comunal, a lareira acesa, lhes perpassando sua luz laranja. Mesmo sendo arriscado estarem ali, não viam lugar mais adequado para "namorarem". A sala comunal da Grifinória lhes servia de cenário.

Já passava da meia noite, e eles não tinham sono.

E ele adorava beijar seu pescoço.

E ela adorava ser beijada ali.